Estação Ferroviária de Valado

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Valado
Edifício da Estação de Valado
Identificação: 63263 VAO (Valado)[1]
Denominação: Estação de Valado
Classificação: E (estação)[1]
Linha(s): Linha do Oeste (PK 130+617)
Coordenadas: 39°35′6.44″N × 9°1′0.11″W

(=+39.58512;−9.0167)

Mapa

(mais mapas: 39° 35′ 06,44″ N, 9° 01′ 00,11″ O; IGeoE)
Município: border link=Nazaré (Portugal)Nazaré
Serviços:
Estação anterior Comboios de Portugal Comboios de Portugal Estação seguinte
Martingança
Coimbra-B
  IR   São Martinho do Porto
C. Rainha
Pataias
Coimbra-B
  R   Famalicão da Nazaré
C. Rainha
Pataias
Leiria
Fig. Foz
    Famalicão da Nazaré
Lisboa S.Ap.

Conexões:
Serviço de táxis
Serviço de táxis
NZR
Inauguração: 1 de agosto de 1887 (há 136 anos)
Diagrama:

Pataias (Sentido Figueira da Foz)
Valado
Famalicão da Nazaré (Cacém)
Website:
 Nota: Para outras interfaces ferroviárias com nomes semelhantes ou relacionados, veja Estação Ferroviária de Valongo ou Estação Ferroviária de Valadares.

A Estação Ferroviária de Valado, originalmente denominada Vallado,[2] e também denominada Valado de Frades ou Valado - Nazaré - Alcobaça, é uma interface da Linha do Oeste, que serve a localidade de Valado dos Frades, no Município da Nazaré, em Portugal.

Estação de Valado, em Agosto de 1986
Painel de Azulejos na estação

Caracterização[editar | editar código-fonte]

Localização e acessos[editar | editar código-fonte]

Situa-se em frente à Rua Professor Arlindo Varela, junto à localidade de Valado dos Frades.[3]

Infraestrutura[editar | editar código-fonte]

Em Janeiro de 2011, possuía três vias de circulação, com 490, 486 e 246 m de comprimento; as plataformas tinham 220 e 200 m de extensão, e 40 e 45 cm de altura.[4]

Serviço[editar | editar código-fonte]

Esta estação é servida por comboios de passageiros regionais e inter-regionais (Linha do Oeste) da CP com destino às estações das Caldas da Rainha, Coimbra-B, Figueira da Foz, Leiria e Santa Apolónia.[5]

História[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Linha do Oeste § História

Abertura ao serviço[editar | editar código-fonte]

A estação insere-se no troço entre Torres Vedras e Leiria da Linha do Oeste, que abriu à exploração pública em 1 de Agosto de 1887, pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.[6]

Chegada de António José de Almeida à estação do Valado, em 1920.

Século XX[editar | editar código-fonte]

Em 1913, a estação de Valado estava ligada por uma carreira de diligências até Maiorga, Alcobaça, Pederneira, e Nazaré.[7]

Em 1933, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses realizou obras de melhoramento na toma de água desta estação.[8] Nesse ano, já os jardins desta estação eram dignos de destaque, sendo nessa altura o chefe António dos Santos Franco.[9]

Em 5 de Junho de 1949, a Companhia organizou um comboio especial de Lisboa até Valado, para transportar os participantes da Reunião Internacional dos Caminhos de Ferro, que nesse ano se realizou na capital portuguesa.[10]

Esta estação ficou em segundo lugar no Concurso das Estações Floridas de 1952, organizado pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses e pela Repartição de Turismo do Secretariado Nacional de Informação.[11] O chefe de estação, Álvaro da Silva Martins, recebeu um prémio de 2.000$00.[12] No XIII Concurso, em 1954, a estação de Valado ficou na terceira posição.[13]

Movimento de passageiros e mercadorias[editar | editar código-fonte]

Em 1958, os maiores aumentos no movimento de passageiros foram registados durante a época balnear, tendo-se verificado igualmente acréscimos consideráveis durante a Páscoa e o Natal; nesse ano, esta foi uma das estações com maior movimento de passageiros e mercadorias, na Região Oeste.[14] Entre 1 de Agosto e 30 de Setembro, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses colocou mais uma automotora entre as Caldas da Rainha e o Valado, de forma a reforçar a oferta.[15]

Antigo armazém da estação, albergando área comercial, e infraestutura ferroviária envolvente em desuso, em 2018

Em 1961, esta interface expedia, no regime de vagão completo em pequena velocidade, trigo, vinho de pasto, arroz em casca, milho, barrotes e toros para exportação, toros para a indústria mineira nacional, farinha de trigo, batata, madeira de eucalipto ou de pinho aplainada ou serrada, fios e tecidos, louças e vidros, e gado bovino.[16] Em termos de grande velocidade, em 1958, a maior parte das mercadorias expedidas eram frutas verdes, hortaliças, e legumes verdes.[16] Também recebia mercadorias, especialmente no regime de pequena velocidade, na tarifa de pequenos volumes.[16]

Em 1961, a estação era utilizada por serviços de passageiros e mercadorias da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, em combinação com a Sociedade Estoril.[17] Devido à inexistência de uma estação ferroviária em Alcobaça, esta foi a principal estação utilizada pelos seus habitantes, tendo existido serviços dedicados ao transporte de passageiros e mercadorias entre aquela localidade e a estação.[18]

Em Novembro de 2000, a Rede Ferroviária Nacional anunciou a sua intenção de reduzir o número de trabalhadores na estação de Valado, no âmbito de uma reestruturação interna dos serviços; desta forma, em vez de dois turnos com quatro trabalhadores, ficaria apenas um turno com dois trabalhadores.[19] Esta decisão causou protestos por parte dos passageiros, uma vez que desta forma as portas da estação ficariam fechadas a partir das 16:30 nos dias úteis, e todo o dia nos feriados e fins de semana, obrigando os utentes a esperarem pelos comboios no exterior do edifício, em piores condições de conforto.[19] No dia 29 de Novembro, a autarquia da Nazaré aprovou uma exposição do presidente da Junta de Freguesia de Valado de Frades, Amável Pereira, contra a decisão da Rede Ferroviária Nacional.[19]

Estação de Valado, na década de 1980

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
  2. Aviso de 1926, onde a estação aparece ainda com a grafia original, Vallado.
  3. «Valado - Linha do Oeste». Infraestruturas de Portugal. Consultado em 31 de Agosto de 2015 
  4. «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85 
  5. «Horário Comboios | Lisboa < > Caldas da Rainha/Coimbra» (PDF). CP - Comboios de Portugal. 17 de setembro de 2023. Consultado em 8 de outubro de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 8 de outubro de 2023 
  6. TORRES, Carlos Manitto (16 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1682). p. 61-64. Consultado em 6 de Junho de 2014 
  7. «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 10 de Fevereiro de 2018 
  8. «O que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no Ano de 1933» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1106). 16 de Janeiro de 1934. p. 49-52. Consultado em 18 de Maio de 2012 
  9. «Ajardinamento das estações» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 46 (1089). 1 de Maio de 1933. p. 266. Consultado em 2 de Fevereiro de 2016 
  10. «Comissão Permanente da Associação Internacional dos Congressos de Caminhos de Ferro» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 62 (1476). 16 de Junho de 1949. p. 407-417. Consultado em 6 de Junho de 2014 
  11. «Ao XI Concurso das Estações Floridas apresentaram-se 78 estações» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 65 (1558). 16 de Novembro de 1952. p. 338. Consultado em 15 de Outubro de 2015 
  12. «XI Concurso das Estações Floridas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 66 (1570). 16 de Maio de 1953. p. 112. Consultado em 21 de Agosto de 2015 
  13. «XIII Concurso das Estações Floridas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 67 (1608). 16 de Dezembro de 1954. p. 365. Consultado em 2 de Fevereiro de 2016 
  14. SILVA et al, 1961:202
  15. SILVA et al, 1961:197
  16. a b c SILVA et al, 1961:205-206
  17. SILVA et al, 1961:189
  18. SAMPAIO, 2001:147-148
  19. a b c SEQUEIRA, Manuel (3 de Dezembro de 2000). «REFER mantém as portas fechadas». Público. 11 (3913). Lisboa: Público, Comunicação Social, S. A. p. 53 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • SAMPAIO, Jorge; PEREIRA, Luís (2001). 100 Anos de Comércio em Alcobaça. Alcobaça: Câmara Municipal de Alcobaça. 189 páginas 
  • SILVA, Carlos; ALARCÃO, Alberto; CARDOSO, António (1961). A Região a Oeste da Serra dos Candeeiros: Estudo económico-agrícola dos concelhos de Alcobaça, Nazaré, Caldas da Rainha, Óbidos e Peniche. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 767 páginas 
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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