Condado de Jafa e Ascalão
Condado de Jafa e Ascalão | ||||
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Mapa político do Próximo Oriente em 1135 com os estados cruzados. | ||||
Continente | Ásia | |||
Capital | Jafa e Ascalão | |||
Língua oficial | Francês antigo, latim | |||
Religião | Cristianismo ocidental | |||
Governo | Suserania hereditária | |||
Período histórico | Idade Média | |||
• 1100 | Conquista de Jafa por Godofredo de Bulhão | |||
• 1153 | Balduíno III de Jerusalém conquista Ascalão | |||
• 1268 | Conquista de todos os territórios do condado por Baibars | |||
Membro de: Estados cruzados |
O Condado de Jafa e Ascalão (ou Condado de Jaffa e Ascalon) foi um dos quatro mais poderosos senhorios que compreendiam o principal estado cruzado, o Reino de Jerusalém, de acordo com o cronista João de Ibelin do século XIII (os outros três eram o Principado da Galileia, o Senhorio de Sídon e o Senhorio da Transjordânia). Era um condado "duplo", composto pelos feudos de Jafa e de Ascalão, localizado entre a costa do mar Mediterrâneo e a cidade de Jerusalém.
História
[editar | editar código-fonte]A cidade de Jafa foi tomada e fortificada em 1100 por Godofredo de Bulhão, nas conquistas subsequentes à Primeira Cruzada. Reivindicada por Dagoberto de Pisa, o primeiro patriarca latino de Jerusalém, permaneceu no entanto parte do domínio real até 1110. Nesta data Balduíno I de Jerusalém ofereceu Jafa e os seus territórios adjacentes a Hugo de Le Puiset, em um domínio chamado Condado de Jafa.
Quando Hugo II rebelou-se contra o rei Fulque em 1134, o condado foi dividido em pequenos feudos, e a cidade de Jafa voltou ao domínio real. Pouco depois os territórios foram oferecidos em apanágio ao segundo filho de Fulque, Amalrico. Quando o primeiro filho de Fulque, rei Balduíno III, conquistou Ascalão em 1153, esta cidade e os seus domínios foram adicionados ao feudo de Amalrico, iniciando-se a designação de Condado de Jafa e Ascalão.
Desde então o condado alternou por diversas vezes entre fazer parte do domínio real ou ser oferecido para usufruto de familiares próximos dos reis de Jerusalém - incluindo esposos (como Inês de Courtenay e Amalrico II), filhos, irmãos, sobrinhos (Sibila com Guilherme de Monferrato e depois com Guido de Lusignan). Durante este período, fornecia geralmente rendas para um ou mais membros dos descendentes do primeiro casamento de Amalrico I.
Em 1221 foi oferecido a Gualtério IV de Brienne pelo seu tio, o rei consorte João de Brienne. Gualtério era casado com uma neta do falecido rei consorte Amalrico II, que ficara na posse do condado como sucessor de seu irmão, o rei consorte Guido de Lusignan. A cerca de 1250 foi concedido a um ramo da família Ibelin mas, com a captura de Jafa por Baibars em 1268, os condes tornaram-se puramente titulares. No século XV o título voltaria a ser atribuído pelo rei, na altura Jaime II de Chipre e Jerusalém, a outra família, na pessoa de Juan Perez Fabrice, capitão catalão do Reino de Chipre. Posteriormente tornar-se-ia em um título da República de Veneza.
Vassalos
[editar | editar código-fonte]Na lógica do sistema feudal, o Condado de Jafa e Ascalão era vassalo do Reino de Jerusalém, mas era suserano de outros territórios:
- Senhorio de Ramla
- Senhorio de Ibelin
- Senhorio de Mirabel (tecnicamente separado do anterior, mas também domínio dos Ibelin).
Condes de Jafa e Ascalão
[editar | editar código-fonte]- c. 1100 - Rogério e Geraldo
- 1100-1110 - domínio real
- 1110-1118 - Hugo I, primo direito de Balduíno II de Jerusalém
- 1118-1122 - Alberto de Namur, segundo marido da viúva de Hugo I
- 1122-1134 - Hugo II, filho de Hugo I (confiscado)
- 1134-1151 - domínio real
- 1151-1163 - Amalrico I, irmão do rei Balduíno III
- 1163-1176 - domínio real (a esposa divorciada de Amalrico I, Inês de Courtenay, recebia parte das rendas)
- 1176-1177 - Guilherme de Monferrato, jure uxoris com Sibila (filha de Amalrico com Inês, irmã do rei Balduíno IV)
- 1177-1180 - Sibila de Jerusalém
- 1180-1186 - Guido de Lusignan jure uxoris com Sibila
- 1186-1191 - domínio real
- 1191-1193 - Godofredo de Lusignan, irmão de Guido
- 1193-1197 - Amalrico II, irmão de Guido, depois rei consorte
- 1197-1208 - domínio real
- 1208-1209 - Hugo I de Chipre com a sua esposa Alice de Champagne
- 1209-1221 - domínio real
- 1221-1244 - Gualtério IV de Brienne, sobrinho do rei João de Brienne e marido de uma neta de Amalrico II
- 1250-1266 - João de Ibelin, neto de Balião de Ibelin
- 1266-1268 - Jaime de Ibelin, filho do anterior
Em 1268, os mamelucos conquistaram os territórios do condado, pelo que os condes passaram a ser apenas titulares.
Condes titulares
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Após a conquista de Chipre pelo Império Otomano em 1570, o conde perdeu os feudos cipriotas associados ao título de Conde de Jafa e Ascalão. Conde de Jafa tornou-se em um título nobiliárquico estritamente veneziano, desassociado de terras quer no Levante, quer em Chipre.
Com a morte do último conde sem ter gerado descendência, o título e as prerrogativas associadas a este passaram para um ramo mais novo dos Contarini, descendente do conde Giorgio II.
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Bibliografia e ligações externas
[editar | editar código-fonte]- John L. La Monte, Feudal Monarchy in the Latin Kingdom of Jerusalem, 1100-1291. The Medieval Academy of America, 1932.
- Jonathan Riley-Smith, The Feudal Nobility and the Kingdom of Jerusalem, 1174-1277. The Macmillan Press, 1973.
- Steven Runciman, A History of the Crusades, Vol. II: The Kingdom of Jerusalem and the Frankish East, 1100-1187. Cambridge University Press, 1952.
- Steven Tibble, Monarchy and Lordships in the Latin Kingdom of Jerusalem, 1099-1291. Clarendon Press, 1989.
- «Genealogia dos Condes de Jafa, Foundation for Medieval Genealogy» (em inglês)