R&B contemporâneo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
R&B contemporâneo
Origens estilísticas
Contexto cultural Início da década de 1980, Nova York, Los Angeles, Montreal, Atlanta, Chicago, Toronto
Instrumentos típicos
Formas derivadas
Gêneros de fusão

O R&B contemporâneo (do inglês contemporary R&B) é um gênero musical que combina elementos do rhythm and blues, soul, funk, pop, hip-hop e dance music; apresenta um estilo distintivo de produção musical, caracterizado pelo uso da caixa de ritmos, uma batida ocasional de saxofone para dar uma sensação de jazz (principalmente nas canções R&B contemporâneas anteriores ao ano de 1995) e um estilo de arranjo vocal suave e exuberante.

As influências eletrônicas estão se tornando uma tendência crescente e o uso de batidas do hip-hop e elementos da dance music são típicos, embora as batidas mais pesadas do hip hop sejam suavizadas. Vocalistas de R&B são muitas vezes conhecidos pelo uso de melisma, que foi popularizado por artistas como Stevie Wonder,[1] Michael Jackson, Whitney Houston[1][2][3] e Mariah Carey. O gênero possui categorias específicas no Grammy Awards, como Best R&B Song e Best Contemporary R&B Album.

História[editar | editar código-fonte]

O R&B contemporâneo surgiu no início na década de 1980 quando os músicos começaram a misturar batidas de disco com hip-hop, soul e funk.[4] Apesar da década de 80 ser conhecida como uma década em que o rock prevaleceu, artistas como Michael Jackson, Prince, Lionel Richie, Stevie Wonder, Marvin Gaye, Whitney Houston e Janet Jackson levaram o estilo ao mainstream, transformando "R&B" sinônimo para "música pop" nos anos seguintes.[5]

O álbum Thriller (1982) de Michael Jackson, voltado para o R&B, detém o título de "álbum mais vendido de todos os tempos". Na época ganhou vários prêmios, como o Grammy de "Melhor álbum de R&B".[6] Depois desse álbum considerado um "divisor de águas" no mundo da música, Jackson quebrou barreiras raciais dando oportunidade a artistas negros dominarem o cenário musical oitentista, como Prince e Lionel Richie.[7][8]

A Recording Industry Association of America (RIAA) certificou os cantores Michael Jackson e Whitney Houston como os dois artistas de R&B mais vendidos do século 20.[9]

Tina Turner a "Rainha do Rock" fez um retorno nos anos oitenta em carreira solo com um som mais voltado para o R&B, artistas como Whitney Houston e Janet Jackson foram as grandes revelações. O álbum Control (1986) de Janet Jackson foi importante para o desenvolvimento do chamado R&B contemporâneo, tanto que o termo "contemporâneo" só é adotado em músicas de R&B vindas depois da metade dos anos 80, mesmo os primórdios do estilo ter começado no início da década. Janet juntamente com os produtores Jimmy Jam e Terry Lewis criaram um som que fundia funk com doses pesadas de sintetizadores, percussão de rua e efeitos sonoros com uma sensibilidade de rap".[5] Ela ainda juntou-se a outro importante produtor chamado Teddy Riley, que misturava R&B com hip-hop, dando origem ao New Jack Swing, que foi aplicado a artistas como Bobby Brown, Keith Sweat, Guy, Jodeci e Bell Biv DeVoe.

No fim dos anos 80, George Michael, agora em carreira solo, lançou o álbum Faith (1987), que tinha uma sonoridade soul. O álbum alcançou o primeiro lugar nas paradas de R&B, feito inédito para um artista branco. Faith ainda ganhou o Grammy de "Melhor álbum de R&B". Michael Jackson permaneceu como uma figura de destaque no gênero com o lançamento de Bad (1987), que na época chegou a torna-se o segundo álbum mais vendido de todos os tempos, atrás somente de Thriller.[10] Sua irmã Janet Jackson lançou o elogiado álbum Janet Jackson's Rhythm Nation 1814 (1989) com um som mais voltado para o new jack swing, e letras com temas sociais".[5]

Década de 1990[editar | editar código-fonte]

Usando faixas de apoio inspiradas no hip hop, um novo gênero denominado "hip hop soul" foi criado por Mary J. Blige e pelo produtor Sean Combs.[11]

Na década de 1990, o new jack swing fortaleceu-se com o álbum Dangerous (1991) de Michael Jackson, agora já conhecido como "Rei do Pop", que chegou a vender mais que Bad. Em 1994 Madonna lançou o álbum Bedtime Stories. O álbum foi inspirado pelo R&B contemporâneo e new jack swing, o desenvolvimento de um modo geral, foi direcionado mais ao mainstream. Como seu antecessor Erotica (1992), Bedtime Stories explora temas líricos de amor, tristeza e romance, mas com uma abordagem menos sexual, e conta com canções como Take a Bow e Human Nature que tornaram-se verdadeiros hinos R&B da década de 90. o grupo Boyz II Men influênciado pelo som da Motown e o cantor Babyface também foram um dos grandes nomes do new jack swing.[12][13] Mariah Carey e Whitney Houston, influenciadas vocalmente por Stevie Wonder e Luther Vandross, popularizaram o melisma, técnica vocal usada no Gospel, originando um estilo chamado "quiet storm".[5] Entre as grandes canções da técnica destacam-se "Vision of Love" (1990), e "Love Takes Time" (1990) de Mariah e "All the Man That I Need" (1990) e "I Will Always Love You" (1992) de Houston".[5]

foi citado pela Billboard como o artista número 1 da Hot 100 da década de 2000, com 7 singles número um que acumularam 42 semanas no topo.[14]

Durante esse período, os grandes nomes do R&B contemporâneo da década anterior continuaram a fazer sucesso como, Michael Jackson, Janet Jackson, Whitney Houston. As revelações de sucesso Mariah Carey, Boyz II Men, Babyface, e ainda jovens grupos femininos como TLC e SWV. TLC inclusive chegou a se tornar o grupo feminino de R&B que mais vendeu no mundo todo.

Em meados da década até o início dos anos 2000 o Neo soul, mistura do soul dos anos 70 com elementos de jazz, funk, hip hop, conseguiu uma grande popularidade com artistas como Lauryn Hill, Alicia Keys, D'Angelo, Mary J. Blige, Maxwell, India.Arie, Erykah Badu, Jill Scott dentre outros.

Década de 2000-presente[editar | editar código-fonte]

A partir dos anos 2000, o R&B contemporâneo passou a ser representado por artistas como Alicia Keys, Beyoncé, Kelly Rowland, Usher, Frank Ocean, Ariana Grande, Kanye West, Chris Brown, Bruno Mars e Justin Bieber que muitas vezes incorporam elementos do urban e música eletrônica em suas canções.

Referências

  1. a b «R&B Beats | Buy Beats | Rap Beats | Rap Instrumentals | RnB Beats». Consultado em 2 de abril de 2012 
  2. Frere-Jones, Sasha (3 de abril de 2006). «On Top: Mariah Carey's record-breaking career». The New Yorker. CondéNet. Consultado em 30 de agosto de 2008 
  3. Whitney Houston Syndrome. [S.l.: s.n.] 
  4. Gazzah, Miriam (2008), Rhythms and Rhymes of Life: music and Identification Processes of Dutch-Moroccan Youth, ISBN 9789089640628, Amsterdam University Press 
  5. a b c d e Ripani, Richard J. (2006), The New Blue Music: Changes in Rhythm & Blues, 1950-1999, ISBN 1578068622, Univ. Press of Mississippi, pp. 130–155, 186–188 
  6. «Flashback: Michael Jackson's historic Grammy triumph for 'Thriller' | Gold Derby | Los Angeles Times». Consultado em 2 de abril de 2012 
  7. «Thriller e o arco da canção pop». Consultado em 2 de abril de 2012 
  8. «"Michael Jackson e a Geração Thriller" - 21/7/2009 - Digestivo Cultural - Diogo Salles - Colunas». Consultado em 2 de abril de 2012 
  9. «The American Recording Industry Announces its Artists of the Century». Recording Industry Association of America. 10 de novembro de 1999. Cópia arquivada em 24 de julho de 2011 
  10. Savage, Mark (29 de agosto de 2008). «Pop Superstars turn 50». BBC News. Consultado em 25 de novembro de 2008 
  11. Van Nguyen, Dean (13 de novembro de 2011). «The R&B Renaissance». PopMatters. Consultado em 3 de maio de 2022 
  12. «Michael Jackson sulla sedia a rotelle». AffarItaliani.it. 11 de julho de 2008. Consultado em 10 de maio de 2009 
  13. Carter, Kelley L. (11 de agosto de 2008). «New jack swing». Chicago Tribune. Consultado em 21 de agosto de 2008 
  14. «Usher Crowned Top Hot 100 Artist of Decade». Singersroom. 2009. Cópia arquivada em 2018 

Leitura adicional[editar | editar código-fonte]

Ícone de esboço Este artigo sobre R&B é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.