Aníbal Ferreira Gomes

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Aníbal Ferreira Gomes
Deputado federal pelo Ceará
Dados pessoais
Nascimento 7 de junho de 1953 (70 anos)
Rio, Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileiro
Partido PMDB (1982-1998)
PSDB (1998-1999)
MDB (1999-2018)
DEM (2018-2022)
PSDB (2022-presente)
Profissão Agropecuarista e dentista

Aníbal Ferreira Gomes (Rio de Janeiro, 7 de junho de 1953) é um cirurgião-dentista, agropecuarista e político brasileiro, atualmente filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).[1] Foi prefeito de Acaraú entre 1989 e 1992 e, desde 1995 é deputado federal pelo estado do Ceará.

Em dezembro de 2016 virou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, sendo condenado pela suprema corte em junho de 2020.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Formado em odontologia, é agroepecuarista e detém concessão de radiodifusão. Em 1981 trabalhou como cirurgião-dentista na Secretaria de Saúde do Ceará e em 1982 como odontologista da Secretaria de Segurança Pública do Ceará . É de família de políticos, tanto do lado materno como paterno; é irmão do deputado estadual Manuel Duca (eleito pelo PRB-CE, hoje do PROS) e marido da ex-vice-prefeita de Acaraú (CE) Rossana Borborema. Foi deputado federal nas quatro legislaturas anteriores, pelo PMDB (1995-1999/ 2003-2007/ 2007-2011) e pelo PSDB (1999-2003). Também foi prefeito pelo PMDB do município cearense de Acaraú (1989-1993).

Foi eleito deputado federal em 2014, para a 55.ª legislatura (2015-2019), pelo PMDB. Esteve ausente na votação que levou ao impeachment de Dilma Rousseff.[2] Posteriormente, votou a favor da PEC do Teto dos Gastos Públicos.[2] Em abril de 2017 votou a favor da Reforma Trabalhista.[2][3] Em agosto de 2017 votou contra o processo em que se pedia abertura de investigação do então Presidente Michel Temer, ajudando a arquivar a denúncia do Ministério Público Federal.[2][4]

Suspeita de crime eleitoral[editar | editar código-fonte]

Em setembro de 2015, foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo Procurador-geral da RepúblicaRodrigo Janot, pelo crime de falsificação de documentos para fins eleitorais em sua campanha de 2014.[5]

Em 15 de dezembro de 2015, o STF rejeitou a ação contra Aníbal Gomes pelo suposto crime de falsificação de documentos para fins eleitorais. A decisão do relator foi seguida pelos demais ministros da segunda turma.[6]

Corrupção[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Petrolão

Em março de 2015, o ministro do STF e relator da ação, Teori Zavascki, autorizou a abertura de investigação contra o deputado em 6 de março de 2015, tirando o sigilo do pedido de abertura de inquérito.[7]

No dia 15 de dezembro de 2015, a Polícia Federal, em uma fase da Operação Lava Jato, batizada de Operação Catilinárias, fez buscas na casa de Aníbal.[8]

Em 16 de junho de 2016, foi denunciado pelo Procurador-Geral da República Rodrigo Janot, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia, constatou-se a atuação do deputado Federal Aníbal Gomes com promessa de pagamento indevido no valor de 800 mil reais ao então diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, para permitir e facilitar a celebração de acordo entre a Petrobras e empresas de praticagem atuantes na Zona de Portuária 16, diz a PGR em nota publicada.[9][10]

Em 6 de dezembro de 2016 virou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, após o STF aceitar a denúncia do Ministério Público Federal.[11][12]

Condenação[editar | editar código-fonte]

Em 9 de junho de 2020, foi condenado pela segunda turma do STF a 13 anos, 1 mês e 10 dias de reclusão, em regime fechado, e pagamento de 101 dias-multa. Foi condenado ao pagamento de dano moral coletivo no valor de 6 milhões de reais; teve decretada a perda de bens, direitos e valores objetos da lavagem de dinheiro; teve a interdição para exercício de cargo ou função pública, de qualquer natureza, e de diretor de membro de administração ou de gerência previstas na lei, pelo dobro da pena privativa de liberdade aplicada.[13]

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

Aníbal foi citado como um dos responsáveis pelo assassinato do próprio primo, João Jaime Ferreira Gomes, então prefeito de Acaraú, no interior do Ceará, em 1998. O parlamentar teve seu nome envolvido com problemas a partir do fim da sua gestão como prefeito.[14]

Naquela época, em, 1992, o médico e líder político de Acaraú, João Jaime do PSDB, gravou uma mensagem em fita cassete denunciando três primos por desvios de recursos. Eram eles: Aníbal Gomes e seus dois irmãos Amadeu Gomes e Manoel Duca, conhecido por Duquinha. Na gravação, João afirmava o seguinte:[14]

Referências

  1. «PSDB filia Cláudia Gomes e Aníbal Gomes após União Brasil se consolidar na oposição no Ceará - PontoPoder». Diário do Nordeste. 30 de março de 2022. Consultado em 31 de março de 2022 
  2. a b c d G1 (2 de agosto de 2017). «Veja como deputados votaram no impeachment de Dilma, na PEC 241, na reforma trabalhista e na denúncia contra Temer». Consultado em 11 de outubro de 2017 
  3. Redação (27 de abril de 2017). «Reforma trabalhista: como votaram os deputados». Consultado em 18 de setembro de 2017 
  4. Deutsche Welle (3 de agosto de 2017). «Como votou cada deputado sobre a denúncia contra Temer». Carta Capital. Consultado em 18 de setembro de 2017 
  5. Mariana Oliveira (4 de setembro de 2015). «Janot denuncia deputado Aníbal Gomes por suposta fraude eleitoral». G1. Globo. Consultado em 21 de junho de 2016 
  6. «Supremo rejeita abrir ação contra Aníbal Gomes por crime eleitoral». G1. Globo. 15 de dezembro de 2015 
  7. Severino Motta (6 de março de 2015). «Teori divulga lista com 54 investigados pela Operação Lava Jato». Folha de S. Paulo. Consultado em 10 de março de 2016 
  8. Globo News (15 de dezembro de 2015). «PF faz buscas na casa do Anibal Gomes e dos ministros Celso Pansera e Henrique Eduardo». G1. Consultado em 15 de dezembro de 2015 
  9. Michèlle Canes (16 de junho de 2016). «Janot denuncia deputado Aníbal Gomes ao STF por corrupção e lavagem de dinheiro». Agencia Brasil. EBC. Consultado em 21 de junho de 2016 
  10. Isadora Peron e Mateus Coutinho (16 de junho de 2016). «Janot denuncia aliado de Renan por corrupção e lavagem de dinheiro». Estadão. Consultado em 21 de junho de 2016 
  11. Mariana Oliveira (6 de dezembro de 2016). «STF aceita denúncia do Ministério Público e torna Aníbal Gomes réu na Lava Jato». G1. Globo.com. Consultado em 6 de dezembro de 2016 
  12. Evandro Éboli (6 de dezembro de 2016). «Lava-Jato: deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) vira réu no STF». O Globo. Globo.com. Consultado em 6 de dezembro de 2016 
  13. Rosanne D'Agostino (9 de junho de 2020). «Segunda Turma do STF condena ex-deputado Aníbal Gomes por corrupção e lavagem de dinheiro». G1. Globo. Consultado em 12 de junho de 2020 
  14. a b c Felipe Lima (28 de setembro de 2015). «Muito além da Lava Jato: saiba quem é Aníbal Gomes, o deputado do Ceará investigado nos desvios da Petrobras». UOL. Consultado em 21 de junho de 2016