Filosofia cristã: diferenças entre revisões

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A '''Filosofia cristã''' é o conjunto de ideias filosóficas iniciadas pelos seguidores de [[Jesus Cristo]] do século II aos dias de hoje. Esta filosofia surgiu com o intuito de distinguir [[ciência]] e [[fé]], partindo de explicações racionais naturais tendo o auxílio da [[revelação]] cristã. Vários pensadores acreditavam que havia uma relação harmoniosa entre a ciência e a fé, outros afirmavam que havia contradição e outros tentavam diferençá-las. Esta mesma discussão era questionada no campo da [[filosofia]] e da fé. Diversos filósofos relacionavam o pensamento grego com o pensamento cristão.
'''Filosofia cristã''' - é o conjunto de ideias filosóficas iniciadas pelos seguidores de [[Jesus Cristo]] do [[século II]] aos dias de hoje.


Esta [[filosofia]] surgiu com o intuito de distinguir [[ciência]] e [[fé]], partindo de explicações racionais naturais tendo o auxílio da [[revelação]] cristã. Vários pensadores acreditavam que havia uma relação harmoniosa entre a ciência e a fé, outros afirmavam que havia contradição e outros tentavam diferençá-las. Esta mesma discussão era questionada no campo da filosofia e da fé. Diversos filósofos relacionavam o pensamento grego com o pensamento cristão.
Há estudiosos que questionam a existência de uma filosofia cristã propriamente dita. Esses afirmam que não há originalidade no [[Cristianismo|pensamento cristão]] e seus conceitos e ideias são herdadas da filosofia grega. Sendo assim, a filosofia cristã seria resguardadora do pensamento filosófico, que já estaria definitivamente elaborado pela [[filosofia grega]], e defensora da fé. No entanto, Boehner e Gilson afirmam que a filosofia cristã não é simples repetição da filosofia antiga, embora que devam à ciência grega os conhecimentos elaborados por [[Platão]], [[Aristóteles]] e os [[neoplatonismo|Neo-platônicos]]. Chegam a afirmar que na filosofia cristã a cultura grega sobrevive em forma orgânica.<ref>Boehner, Philoteus. Gilson, Etienne. História da filosofia cristã: desde às origens até Nicolau de Cusa, 8<sup>a</sup> edição, Petrópolis, Vozes, 2003, pág 571.</ref> Os mestres gregos eram assim os pedagogos dos pensadores cristãos. A filosofia cristã não é um conjunto de escolas inúteis, pois tais preconceitos constituem radicalismos que desejam destruir o pensamento da tradição e reconstruir um edifício totalmente novo, negando o que se construiu no passado.

Há estudiosos que questionam a existência de uma filosofia cristã propriamente dita. Esses afirmam que não há originalidade no [[Cristianismo|pensamento cristão]] e seus conceitos e ideias são herdadas da [[filosofia grega]]. Sendo assim, a filosofia cristã seria resguardadora do pensamento filosófico, que já estaria definitivamente elaborado pela filosofia grega, e defensora da fé.

No entanto, Boehner e Gilson afirmam que a filosofia cristã não é simples repetição da filosofia antiga, embora que devam à ciência grega os conhecimentos elaborados por [[Platão]], [[Aristóteles]] e os [[neoplatonismo|Neo-platônicos]]. Chegam a afirmar que na filosofia cristã a cultura grega sobrevive em forma orgânica. <ref>Boehner, Philoteus. Gilson, Etienne. História da filosofia cristã: desde às origens até Nicolau de Cusa, 8<sup>a</sup> edição, Petrópolis, Vozes, 2003, pág 571.</ref> Os mestres gregos eram assim os [[pedagogo]]s dos pensadores cristãos. A filosofia cristã não é um conjunto de escolas inúteis, pois tais [[preconceito]]s constituem [[radicalismo]]s que desejam destruir o pensamento da tradição e reconstruir um edifício totalmente novo, negando o que se construiu no passado.


==Aspectos Históricos da Filosofia cristã==
==Aspectos Históricos da Filosofia cristã==
A Filosofia cristã inicia-se por volta do [[século II]]. Ela surge através do movimento da comunidade cristã chamada [[Patrística]], que tinha como principal objetivo a defesa da fé. É provável que a Patrística tenha finalizado por volta do [[século VIII]]. Do [[século XI]] em diante a filosofia cristã manifestou-se através da [[Escolástica]]. Este é o período da [[filosofia medieval]] ou da [[Idade Medieval]] que estendeu-se até o [[século XV]], como assinala T. Adão Lara. A partir do [[século XVI]] a filosofia cristã, com suas teorias, passa a conviver com teorias científicas e filosóficas independentes.


A Filosofia cristã inicia-se por volta do [[século II]]. Ela surge através do movimento da comunidade cristã chamada [[Patrística]], que tinha como principal objetivo a defesa da fé. É provável que a Patrística tenha finalizado por volta do [[século VIII]]. Do [[século XI]] em diante a filosofia cristã manifestou-se através da [[Escolástica]]. Este é o período da [[filosofia medieval]] ou da [[Idade Medieval]] que estendeu-se até o [[século XV]], como assinala T. Adão Lara. A partir do [[século XVI]] a filosofia cristã, com suas [[teoria]]s, passa a conviver com teorias científicas e filosóficas independentes.
O desenvolvimento das ideias cristãs representa uma ruptura em relação a filosofia dos gregos, tendo em vista que o ponto de partida da filosofia cristã é a mensagem religiosa cristã. A actividade missionária dos apóstolos, seguidores de Jesus Cristo, contribuiu para a difusão da mensagem cristã, mesmo que no seu início o [[cristianismo]] tenha sido alvo de perseguições.

O desenvolvimento das ideias cristãs representa uma ruptura em relação a filosofia dos gregos, tendo em vista que o ponto de partida da filosofia cristã é a mensagem religiosa cristã. A actividade missionária dos [[apóstolo]]s, seguidores de Jesus Cristo, contribuiu para a difusão da mensagem cristã, mesmo que no seu início o [[cristianismo]] tenha sido alvo de perseguições.


A partir do império de [[Constantino I]], o Grande o cristianismo torna-se oficialmente reconhecido. Este é momento histórico inicial da [[História Ocidental]] propriamente dita. A justiça romana, a cultura grega e o cristianismo ascendente imbricados, pode-se dizer até com alguns objectivos éticos comuns, estabelecem novos rumos para o pensamento cristão.
A partir do império de [[Constantino I]], o Grande o cristianismo torna-se oficialmente reconhecido. Este é momento histórico inicial da [[História]] [[Ocidente|Ocidental]] propriamente dita. A justiça romana, a cultura grega e o cristianismo ascendente imbricados, pode-se dizer até com alguns objectivos [[Ética|éticos]] comuns, estabelecem novos rumos para o pensamento cristão.


A estrutura da obra de T. Adão Lara nos indica uma importante divisão dos aspectos da filosofia cristã na [[Idade Média]]:<br />
A estrutura da obra de T. Adão Lara nos indica uma importante divisão dos aspectos da filosofia cristã na [[Idade Média]]:<br />
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==Características da Filosofia Cristã==
==Características da Filosofia Cristã==

===Demonstração natural===
===Demonstração natural===

Suas proposições necessitam ser demonstradas de forma natural e utiliza-se de reflexões condicionadas pela experiência - com o uso da razão. O ponto de partida filosófica da filosofia cristã é a lógica, não excluindo as doutrinas teológicas cristãs.<ref>Boehner, pág. 10</ref> Embora haja relação entre as doutrinas teológicas e a reflexão filosófica na filosofia cristã, as reflexões desta possui caracterização estritamente racional.
Suas proposições necessitam ser demonstradas de forma natural e utiliza-se de reflexões condicionadas pela experiência - com o uso da razão. O ponto de partida filosófica da filosofia cristã é a [[lógica]], não excluindo as doutrinas teológicas cristãs. <ref>Boehner, pág. 10</ref> Embora haja relação entre as doutrinas teológicas e a reflexão filosófica na filosofia cristã, as reflexões desta possui caracterização estritamente racional.


===Justificação das verdades de fé===
===Justificação das verdades de fé===
Não deve haver contrariedade entre a filosofia cristã e as verdades de fé. Em seus argumentos e proposições a filosofia cristã procurar aperfeiçoar-se, embora não gozando de total infalibilidade. Não há aberta oposição à doutrina da igreja, pois a filosofia que assim o fizer não pode ser chamada de filosofia cristã, mas filosofia. A verdade revelada é benéfica porque evita erros em questões essenciais.


Não deve haver contrariedade entre a filosofia cristã e as verdades de fé. Em seus [[argumento]]s e proposições a filosofia cristã procurar aperfeiçoar-se, embora não gozando de total infalibilidade. Não há aberta oposição à doutrina da igreja, pois a filosofia que assim o fizer não pode ser chamada de filosofia cristã, mas filosofia. A verdade revelada é benéfica porque evita erros em questões essenciais.
Fundamentalmente o ideal filosófico cristão é tornar evidente racionalmente, através da razão natural, as convicções religiosas. A atitude do filósofo cristão é determinada pela fé em questões referentes à cosmologia e o quotidiano. Diferente do filósofo, o filósofo cristão busca condições para a identificação da verdade eterna, sendo caracterizado pela religiosidade <ref>Boehner, pág. 10-11</ref>

Fundamentalmente o ideal filosófico cristão é tornar evidente racionalmente, através da razão natural, as convicções religiosas. A atitude do filósofo cristão é determinada pela fé em questões referentes à [[cosmologia]] e o quotidiano. Diferente do filósofo, o filósofo cristão busca condições para a identificação da verdade eterna, sendo caracterizado pela religiosidade <ref>Boehner, pág. 10-11</ref>


Há críticas a essa filosofia pelo fato da religião cristã ser hegemônica desta época e centralizar a elaboração de todos os valores. Questiona-se a coesistência de filosofia e religião, pois a filosofia em si é crítica e a [[religião]] fundada na revelação e [[dogmas]] estabelecidos. Lara acredita que houve questionamento e escritos com características filosóficas no Medievo, embora tendo predominância da religião e da [[Teologia]].<ref>Lara, pág. 11</ref> Desta forma era estabelecido pelos dogmas, em alguns aspectos, não impediram que houvesse construções filosóficas significativas.
Há críticas a essa filosofia pelo fato da religião cristã ser hegemônica desta época e centralizar a elaboração de todos os valores. Questiona-se a coesistência de filosofia e religião, pois a filosofia em si é crítica e a [[religião]] fundada na revelação e [[dogmas]] estabelecidos. Lara acredita que houve questionamento e escritos com características filosóficas no Medievo, embora tendo predominância da religião e da [[Teologia]].<ref>Lara, pág. 11</ref> Desta forma era estabelecido pelos dogmas, em alguns aspectos, não impediram que houvesse construções filosóficas significativas.


===A tradição===
===A tradição===

A filosofia cristã desenvolveu-se a partir de filosofias predecessoras. Justino fundamenta-se na filosofia grega, a escolástica em Agostinho e na Patrística. Está na tradição do pensamento filosófico cristão o [[Judaísmo]], de quem foi herdado o [[Antigo Testamento]] e mais fundamentalmente a mensagem do [[Evangelho]], que constitui o centro da mensagem defendida pelo cristianismo.
A filosofia cristã desenvolveu-se a partir de filosofias predecessoras. Justino fundamenta-se na filosofia grega, a escolástica em Agostinho e na Patrística. Está na tradição do pensamento filosófico cristão o [[Judaísmo]], de quem foi herdado o [[Antigo Testamento]] e mais fundamentalmente a mensagem do [[Evangelho]], que constitui o centro da mensagem defendida pelo cristianismo.


A concepção cristã européia em seu início, a Patrísitica, recebe influência tanto dos Judeus quanto dos Árabes. Esta Europa Cristã não permaneceu enclausurada em si mesma, mas sofreu fortes influências de outras culturas.<ref>Lara, pág. 13</ref>
A concepção cristã européia em seu início, a Patrísitica, recebe influência tanto dos [[Judeu]]s quanto dos [[Árabe]]s. Esta Europa Cristã não permaneceu enclausurada em si mesma, mas sofreu fortes influências de outras culturas. <ref>Lara, pág. 13</ref>


===Elucidação da fé===
===Elucidação da fé===

Clarificar a fé é um dos principais problemas investigados pela filosofia cristã.
Clarificar a fé é um dos principais problemas investigados pela filosofia cristã.
Os problemas de base são: Imortalidade da alma, liberdade;
Os problemas de base são: [[Imortalidade]] da [[alma]], [[liberdade]];

Os problemas imprescindíveis: questões lógicas e epistemológicas e divisão das ciências; Os não-essenciais: a filosofia da natureza.<ref name="Boehner, pág. 12">Boehner, pág. 12</ref>
Os problemas imprescindíveis: questões lógicas e [[Epistemologia|epistemológicas]] e divisão das ciências; Os não-essenciais: a filosofia da natureza. <ref name="Boehner, pág. 12">Boehner, pág. 12</ref>


===Visão sistematizadora===
===Visão sistematizadora===

Existe a tentativa de sistematizar de forma ampla e total os problemas da realidade num todo harmónico. Há carência de [[Criatividade|espírito criativo]], o que é compensado com a visão de conjunto. A própria revelação proporciona ao cristão uma visão geral.<ref name="Boehner, pág. 12"/>
Existe a tentativa de sistematizar de forma ampla e total os problemas da realidade num todo harmónico. Há carência de [[Criatividade|espírito criativo]], o que é compensado com a visão de conjunto. A própria revelação proporciona ao cristão uma visão geral. <ref name="Boehner, pág. 12"/>


===A Sagrada Escritura===
===A Sagrada Escritura===

O cristianismo surge como religião fundamentada em fatos históricos que envolvem Jesus de Nazaré e um pequeno grupo de galileus. Coube a estes o anúncio do aparecimento do Messias esperado pelos profetas do antigo testamento.
O cristianismo surge como religião fundamentada em fatos históricos que envolvem [[Jesus de Nazaré]] e um pequeno grupo de [[Galileia|galileus]]. Coube a estes o anúncio do aparecimento do [[Messias]] esperado pelos [[profeta]]s do [[antigo testamento]].
A filosofia procura interpretar racionalmente os fenómenos do mundo. Como religião, houve necessidade do cristianismo defrontar-se com a filosofia helénica por causa da posição religiosa dos gregos. As especulações gregas são questionadas tanto como fundamento da verdade absoluta dada pela revelação e a cura pela fé e pela graça.<ref>Boehner, pág. 12-13</ref>
A filosofia procura interpretar racionalmente os fenómenos do mundo. Como religião, houve necessidade do cristianismo defrontar-se com a filosofia [[Helenismo|helénica]] por causa da posição religiosa dos gregos. As especulações gregas são questionadas tanto como fundamento da verdade absoluta dada pela revelação e a cura pela fé e pela [[graça]]. <ref>Boehner, pág. 12-13</ref>


==Filósofos cristãos==
==Filósofos cristãos==

*[[Alvin Plantinga]]
===Período helenístco===
*[[Justino Mártir]]

*[[Clemente de Alexandria]]
{{multicol}}
*[[Tertuliano]]
*[[Santo Agostinho]]
* [[Agostinho de Hipona]]
* [[Atanásio de Alexandria]]
*[[Boécio]]
*[[João Escoto Erígena]]
* [[Basílio de Cesaréia]]
*[[Anselmo de Cantuária]]
* [[Clemente de Alexandria]]
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*[[Pedro Abelardo]]
*[[Alberto Magno]]
* [[Gregório de Nanzianzo]]
*[[Esthella Albeche]]
* [[Gregório de Nissa]]
*[[Tomás de Aquino]]
* [[Ireneu de Lyon]]
*[[João Duns Escoto]]
* [[Justino Mártir]]
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*[[Guilherme de Occam]]
*[[Nicolau de Cusa]]
* [[Orígenes]]
*[[Martinho Lutero]]
* [[São João Crisóstomo]]
*[[Giordano Bruno]]
* [[Santo Agostinho]]
*[[Blaise Pascal]]
* [[Tertuliano]]
{{multicol-end}}
*[[Immanuel Kant]]

*[[Emmanuel Mounier]]
===Idade média===
*[[Kamila Ramires]]

*[[Gabriel Marcel]]
{{multicol}}
*[[Jacques Maritain]]
*[[Clive Staples Lewis]]
* [[Alberto Magno]]
*[[William Lane Craig]]
* [[Anselmo de Cantuária]]
* [[Boécio]]
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* [[Duns Scot]]
* [[Guilherme de Occam]]
* [[João Escoto Erígena]]
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* [[Nicolau de Cusa]]
* [[Pedro Abelardo]]
* [[Tomás de Aquino]]
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===Reascença e Reforma===
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* [[Erasmo de Roterdão]]
* [[Hugo Grócio]]
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* [[João Calvino]]
* [[Jacó Armínio]]
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* [[Martinho Lutero]]
* [[Ulrico Zuínglio]]
{{multicol-end}}

===Modernos e comtemporâneos===

{{multicol}}
* [[Alvin Plantinga]]
* [[Blaise Pascal]]
* [[Bernard Lonergan]]
* [[Clive Staples Lewis]]
* [[Cornelius Van Til]]
* [[C. S. Lewis]]
* [[Emmanuel Mounier]]
* [[Esthella Albeche]]
* [[Étienne Gilson]]
* [[Francis Hutcheson]]
{{multicol-break}}
* [[Gabriel Marcel]]
* [[Giordano Bruno]]
* [[G. K. Chesterton]]
* [[Immanuel Kant]]
* [[Jacques Ellul]]
* [[Jacques Maritain]]
* [[John Henry Newman]]
* [[Joseph Butler]]
* [[K. E. Løgstrup]]
* [[Kamila Ramires]]
{{multicol-break}}
* [[Karl Barth]]
* [[Luigi Giussani]]
* [[Mary Baker Eddy]]
* [[Papa João Paulo II]]
* [[Papa Shenouda III]]
* [[Paul Tillich]]
* [[Ravi Zacharias]]
* [[Søren Kierkegaard]]
* [[William Lane Craig]]
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{{ref-section}}
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==Referências Bibliográficas==
==Referências Bibliográficas==

*Boehner, Philoteus. Gilson, Etienne. História da filosofia cristã: desde às origens até Nicolau de Cusa, 8<sup>a</sup> edição, Petrópolis, Vozes, 2003.
{{portal-filosofia}}
*Lara, Tiago Adão. Curso de história da filosofia: A filosofia nos tempos e contratempos da cristandade ocidental, Petrópolis, Vozes, 1999.

*Störig, Hans Joachim. História Geral da Filosofia, Petrópolis, Vozes, 2008.
* Boehner, Philoteus. Gilson, Etienne. História da filosofia cristã: desde às origens até Nicolau de Cusa, 8<sup>a</sup> edição, Petrópolis, Vozes, 2003.

* Lara, Tiago Adão. Curso de história da filosofia: A filosofia nos tempos e contratempos da cristandade ocidental, Petrópolis, Vozes, 1999.

*
Störig, Hans Joachim. História Geral da Filosofia, Petrópolis, Vozes, 2008.


=={{Ver também}}==
=={{Ver também}}==

*[[Filosofia medieval]]
*[[Escolástica]]
* [[Anticristianismo]]
*[[Patrística]]
* [[Cristianismo]]
*[[Cristianismo]]
* [[Cristianismo primitivo]]
*[[Teologia cristã]]
* [[Escolástica]]
* [[Filosofia medieval]]
* [[História da filosofia ocidental]]
* [[Molinismo]]
* [[Patrística]]
* [[Teologia cristã]]

{{Filosofia navegação}}


[[Categoria:Filosofia]]
[[Categoria:Filosofia]]

Revisão das 20h17min de 6 de janeiro de 2011

Símbolo do Cristianismo

Filosofia cristã - é o conjunto de ideias filosóficas iniciadas pelos seguidores de Jesus Cristo do século II aos dias de hoje.

Esta filosofia surgiu com o intuito de distinguir ciência e , partindo de explicações racionais naturais tendo o auxílio da revelação cristã. Vários pensadores acreditavam que havia uma relação harmoniosa entre a ciência e a fé, outros afirmavam que havia contradição e outros tentavam diferençá-las. Esta mesma discussão era questionada no campo da filosofia e da fé. Diversos filósofos relacionavam o pensamento grego com o pensamento cristão.

Há estudiosos que questionam a existência de uma filosofia cristã propriamente dita. Esses afirmam que não há originalidade no pensamento cristão e seus conceitos e ideias são herdadas da filosofia grega. Sendo assim, a filosofia cristã seria resguardadora do pensamento filosófico, que já estaria definitivamente elaborado pela filosofia grega, e defensora da fé.

No entanto, Boehner e Gilson afirmam que a filosofia cristã não é simples repetição da filosofia antiga, embora que devam à ciência grega os conhecimentos elaborados por Platão, Aristóteles e os Neo-platônicos. Chegam a afirmar que na filosofia cristã a cultura grega sobrevive em forma orgânica. [1] Os mestres gregos eram assim os pedagogos dos pensadores cristãos. A filosofia cristã não é um conjunto de escolas inúteis, pois tais preconceitos constituem radicalismos que desejam destruir o pensamento da tradição e reconstruir um edifício totalmente novo, negando o que se construiu no passado.

Aspectos Históricos da Filosofia cristã

A Filosofia cristã inicia-se por volta do século II. Ela surge através do movimento da comunidade cristã chamada Patrística, que tinha como principal objetivo a defesa da fé. É provável que a Patrística tenha finalizado por volta do século VIII. Do século XI em diante a filosofia cristã manifestou-se através da Escolástica. Este é o período da filosofia medieval ou da Idade Medieval que estendeu-se até o século XV, como assinala T. Adão Lara. A partir do século XVI a filosofia cristã, com suas teorias, passa a conviver com teorias científicas e filosóficas independentes.

O desenvolvimento das ideias cristãs representa uma ruptura em relação a filosofia dos gregos, tendo em vista que o ponto de partida da filosofia cristã é a mensagem religiosa cristã. A actividade missionária dos apóstolos, seguidores de Jesus Cristo, contribuiu para a difusão da mensagem cristã, mesmo que no seu início o cristianismo tenha sido alvo de perseguições.

A partir do império de Constantino I, o Grande o cristianismo torna-se oficialmente reconhecido. Este é momento histórico inicial da História Ocidental propriamente dita. A justiça romana, a cultura grega e o cristianismo ascendente imbricados, pode-se dizer até com alguns objectivos éticos comuns, estabelecem novos rumos para o pensamento cristão.

A estrutura da obra de T. Adão Lara nos indica uma importante divisão dos aspectos da filosofia cristã na Idade Média:

"I. A filosofia medieval, em gestação: a Patrística (séc. II-VII).
II. A filosofia medieval, no período da constituição e de maior riqueza conceitual: a Escolástica (séc. IX-XIII).
III. A filosofia medieval em processo de mutação e superação: os Pré-modernos (séc. XIV-XV)."[2]

Esta estrutura de Lara mostra a caracterização histórico-temática clara e sem preconceitos, o que efectivamente demonstra os aspectos históricos da filosofia cristã na era medieval. Mas para se falar sobre isso seria preciso sentir DEUS na sua vida, pois seria como a filosofia como procurava a verdade.

Características da Filosofia Cristã

Demonstração natural

Suas proposições necessitam ser demonstradas de forma natural e utiliza-se de reflexões condicionadas pela experiência - com o uso da razão. O ponto de partida filosófica da filosofia cristã é a lógica, não excluindo as doutrinas teológicas cristãs. [3] Embora haja relação entre as doutrinas teológicas e a reflexão filosófica na filosofia cristã, as reflexões desta possui caracterização estritamente racional.

Justificação das verdades de fé

Não deve haver contrariedade entre a filosofia cristã e as verdades de fé. Em seus argumentos e proposições a filosofia cristã procurar aperfeiçoar-se, embora não gozando de total infalibilidade. Não há aberta oposição à doutrina da igreja, pois a filosofia que assim o fizer não pode ser chamada de filosofia cristã, mas filosofia. A verdade revelada é benéfica porque evita erros em questões essenciais.

Fundamentalmente o ideal filosófico cristão é tornar evidente racionalmente, através da razão natural, as convicções religiosas. A atitude do filósofo cristão é determinada pela fé em questões referentes à cosmologia e o quotidiano. Diferente do filósofo, o filósofo cristão busca condições para a identificação da verdade eterna, sendo caracterizado pela religiosidade [4]

Há críticas a essa filosofia pelo fato da religião cristã ser hegemônica desta época e centralizar a elaboração de todos os valores. Questiona-se a coesistência de filosofia e religião, pois a filosofia em si é crítica e a religião fundada na revelação e dogmas estabelecidos. Lara acredita que houve questionamento e escritos com características filosóficas no Medievo, embora tendo predominância da religião e da Teologia.[5] Desta forma era estabelecido pelos dogmas, em alguns aspectos, não impediram que houvesse construções filosóficas significativas.

A tradição

A filosofia cristã desenvolveu-se a partir de filosofias predecessoras. Justino fundamenta-se na filosofia grega, a escolástica em Agostinho e na Patrística. Está na tradição do pensamento filosófico cristão o Judaísmo, de quem foi herdado o Antigo Testamento e mais fundamentalmente a mensagem do Evangelho, que constitui o centro da mensagem defendida pelo cristianismo.

A concepção cristã européia em seu início, a Patrísitica, recebe influência tanto dos Judeus quanto dos Árabes. Esta Europa Cristã não permaneceu enclausurada em si mesma, mas sofreu fortes influências de outras culturas. [6]

Elucidação da fé

Clarificar a fé é um dos principais problemas investigados pela filosofia cristã.

Os problemas de base são: Imortalidade da alma, liberdade;

Os problemas imprescindíveis: questões lógicas e epistemológicas e divisão das ciências; Os não-essenciais: a filosofia da natureza. [7]

Visão sistematizadora

Existe a tentativa de sistematizar de forma ampla e total os problemas da realidade num todo harmónico. Há carência de espírito criativo, o que é compensado com a visão de conjunto. A própria revelação proporciona ao cristão uma visão geral. [7]

A Sagrada Escritura

O cristianismo surge como religião fundamentada em fatos históricos que envolvem Jesus de Nazaré e um pequeno grupo de galileus. Coube a estes o anúncio do aparecimento do Messias esperado pelos profetas do antigo testamento.

A filosofia procura interpretar racionalmente os fenómenos do mundo. Como religião, houve necessidade do cristianismo defrontar-se com a filosofia helénica por causa da posição religiosa dos gregos. As especulações gregas são questionadas tanto como fundamento da verdade absoluta dada pela revelação e a cura pela fé e pela graça. [8]

Filósofos cristãos

Período helenístco

Idade média

Reascença e Reforma

Modernos e comtemporâneos

Referências

  1. Boehner, Philoteus. Gilson, Etienne. História da filosofia cristã: desde às origens até Nicolau de Cusa, 8a edição, Petrópolis, Vozes, 2003, pág 571.
  2. Lara, pág 13.
  3. Boehner, pág. 10
  4. Boehner, pág. 10-11
  5. Lara, pág. 11
  6. Lara, pág. 13
  7. a b Boehner, pág. 12
  8. Boehner, pág. 12-13

Referências Bibliográficas

Predefinição:Portal-filosofia

  • Boehner, Philoteus. Gilson, Etienne. História da filosofia cristã: desde às origens até Nicolau de Cusa, 8a edição, Petrópolis, Vozes, 2003.
  • Lara, Tiago Adão. Curso de história da filosofia: A filosofia nos tempos e contratempos da cristandade ocidental, Petrópolis, Vozes, 1999.

Störig, Hans Joachim. História Geral da Filosofia, Petrópolis, Vozes, 2008.

Ver também