Mancha Alviverde

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 Nota: Para a escola de samba, veja Mancha Verde.
Grêmio Recreativo e Cultural Torcida Mancha Alviverde

Grêmio Recreativo e Cultural Torcida Mancha Alviverde
Fundação 11 de janeiro de 1983
Cores Verde, Branco e Vermelho (cores da bandeira da Itália)
Símbolo Personagem Mancha Negra (na cor verde)
Sede Perdizes, São Paulo
Presidente Jorge Luis[1]
Página oficial

O Grêmio Recreativo e Cultural Torcida Mancha Alviverde (ou apenas Mancha Alviverde) ainda conhecido por Mancha Verde é a maior torcida organizada do Palmeiras.

Foi fundada no dia 11 de janeiro de 1983, por integrantes da ex-torcida e atual entidade carnavalesca Mancha Verde. Seu símbolo é o personagem dos quadrinhos da Disney, Mancha Negra (na cor verde).

Nos jogos do Palmeiras, a Mancha Alviverde se posicionava na curva da ferradura, no setor azul, do antigo Estádio Palestra Itália, e agora no Allianz Parque fica no setor Gol Norte. No Estádio do Pacaembu, fica na arquibancada amarela. É, segundo estimativas, uma das maiores torcidas organizadas do Brasil, na atualidade com mais de 90 mil sócios.

Sua sede está localizada no bairro da Barra Funda, em São Paulo.[2] Conta com uma loja no bairro das Perdizes, com todos os produtos oficiais da torcida.[3]

História[editar | editar código-fonte]

Bandeirão da Mancha Verde no Allianz Parque em 2018

Fundação[editar | editar código-fonte]

A Mancha Verde foi fundada no dia 11 de janeiro de 1983, resultado da fusão de três antigas torcidas organizadas (Império Verde, Inferno Verde e Gremio Alviverde). Na época sentia-se a necessidade de se organizar uma nova e sólida representação para a torcida palmeirense nas arquibancadas.

O nome "Mancha Verde" é baseado em um dos vilões das revistas em quadrinhos Disney, Mancha Negra.

Um dos objetivos da então nova torcida era resgatar o respeito à torcida palmeirense, que entre o fim dos Anos 1970 e o início dos Anos 1980, era perseguida por torcidas de clubes rivais, que muitas vezes agrediam torcedores que não faziam parte de agremiações organizadas.[4]

Assassinato de fundador[editar | editar código-fonte]

Em 1988, a Mancha Verde sofreu um duro golpe com a morte de seu fundador e figura icônica da torcida. No dia 17 de outubro, Cleofas Sóstenes Dantas da Silva, popularmente conhecido como Cléo, foi assassinado a tiros, a poucos metros da sede da torcida organizada, na zona oeste da cidade de São Paulo. Foi um dos primeiros registros no Brasil de morte relacionada a líderes de torcida e o caso não foi solucionado até os dias de hoje.[5]

A morte de Cléo é considerada um dos estopins para o acirramento da violência entre torcidas organizadas em São Paulo e no Brasil.[6] Após o assassinato, a Mancha Verde chegou a ser considerada uma das agremiações mais violentes do País[7]

Crescimento da torcida[editar | editar código-fonte]

Festa da Mancha no Allianz Parque em 2022

Nos Anos 1990, mantendo uma tendência que já vinha desde sua fundação, a Mancha Verde teve grande crescimento entre seus associados e também como representatividade para o Palmeiras, transformando-se na maior organizada do clube. Dentro da própria torcida, a gestão do então presidente Paulo Serdan é apontada como uma das responsáveis pela expansão estrutural da Mancha Verde a partir daquele período.[8]

Extinção[editar | editar código-fonte]

A torcida Mancha Verde foi judicialmente extinta em 1995, após um conflito com a Torcida Organizada Independente, do São Paulo, durante partida da final da extinta Supercopa São Paulo de Juniores, no Estádio do Pacaembu. O episódio, que ficou conhecido como "Batalha Campal do Pacaembu", deixou um saldo de 110 feridos e um morto, o são-paulino Márcio Gasperin da Silva com apenas 16 anos de idade. Três anos depois, o torcedor do Palmeiras, Adalberto Benedito dos Santos, foi condenado a doze anos de prisão.

Com a proibição da Federação Paulista de Futebol e do Ministério Público de entrar nos estádios, a Mancha Verde foi transformada em uma escola de samba, ainda no mesmo ano.

Retorno com novo nome[editar | editar código-fonte]

Mosaico realizado pela Mancha Verde no Allianz Parque na partida da entrega da taça do Campeonato Brasileiro de 2018

Em 1997, ex-integrantes da torcida resolveram criar uma nova entidade, com sede, estatuto e diretorias próprias, para que possíveis futuros problemas referentes à torcida não pudessem atrapalhar a trajetória da escola de samba. Surgia assim a Mancha Alviverde.[9]

Atualmente, a Mancha conta mais de 90 mil sócios com diversas subsedes espalhadas pelo país e pelo mundo (inclusive há subsedes da Mancha Alviverde no Japão, Inglaterra, Espanha e Estados Unidos da América).

Fim temporário[editar | editar código-fonte]

Em março de 2017, a agremiação anunciou o fim de suas atividades depois de 34 anos devido ao assassinato de um de seus fundadores históricos, Moacir Bianchi.[10]

No entanto, dias depois, a mesma voltou atrás e afirmou que se tratava apenas de um processo de reestruturação e que a suspensão das atividades era em respeito ao período de luto.[11]

Torcidas aliadas (União Dedo Pro Alto)[editar | editar código-fonte]

Faixa da Mancha Verde estendida no setor Gol Norte do Allianz Parque

As maiores rivais[editar | editar código-fonte]

Mancha Verde na final da Copa do Brasil de 2015 no Allianz Parque

Subsedes[editar | editar código-fonte]

Mancha Verde no Estádio Palestra Itália em 2007
  • Mancha Alviverde (Itapeva - SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Americana-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Vitória-ES)[13]
  • Movimento Mancha Verde (Itapetininga-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Curitiba-PR)[13]
  • Mancha Alviverde (Paranaguá-PR)[13]
  • Mancha Alviverde (Região Bragantina)[13]
  • Mancha Alviverde (Birigui-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Londrina-PR)[13]
  • Movimento Mancha Verde (Itararé-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Araçatuba-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Recife-PE)[13]
  • Mancha Alviverde (Cuiabá-MT)[13]
  • Mancha Alviverde (Botucatu-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Campinas-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Goiânia-GO)[13]
  • Mancha Alviverde (Maceió-AL)[13]
  • Mancha Alviverde (Ponta Grossa-PR)[13]
  • Mancha Alviverde (Campo Grande-MS)[13]
  • Mancha Alviverde (São José do Rio Preto-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Montes Claros-MG)[13]
  • Mancha Alviverde (São João Da Boa Vista-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Amparo-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Sorocaba-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Araraquara-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Bauru-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Belém-PA)[13]
  • Mancha Alviverde (Brasília-DF)[13]
  • Mancha Alviverde (Lençóis Pta-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Worcester-MA/Estados Unidos)[13]
  • Mancha Alviverde (Fortaleza-CE)[13]
  • Mancha Alviverde (Itu-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Jales-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (João Pessoa-PB)[13]
  • Mancha Alviverde (Jundiaí-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Leme-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Londres-Inglaterra)[13]
  • Mancha Alviverde (Marília-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Mogi-Guaçu-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Natal-RN)[13]
  • Mancha Alviverde (Piauí-PI)[13]
  • Mancha Alviverde (City Maruhira-Japão)[13]
  • Mancha Alviverde (São José dos Campos-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Presidente Prudente-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Ribeirão Preto-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Rio Claro-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Ubatuba-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Manaus-AM)[13]
  • Mancha Alviverde (Salvador-BA)[13]
  • Mancha Alviverde (Aracaju-SE)[13]
  • Mancha Alviverde (Serra-SE)[13]
  • Mancha Alviverde (Maranhão-MA)[13]
  • Mancha Alviverde (Uberaba-MG)[13]
  • Mancha Alviverde (Uberlândia-MG)[13]
  • Mancha Alviverde (Catanduva-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Santo Antonio do Pinhal-SP)[13]
  • Mancha Alviverde Movimento Santa Catarina[13]
  • Mancha Alviverde (Jaú-SP)[13]
  • Mancha Alviverde Baixada (Praia Grande-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Macapá-AP) [13]
  • Mancha Alviverde (Vargem Grande do Sul)[13]
  • Mancha Alviverde Vale do Paraíba (Taubaté-SP)[13]
  • Mancha Alviverde (Porto Velho-RO)[14]
Mancha Verde com faixas durante jogo contra o Flamengo em agosto de 2015 no Allianz Parque

Presidentes[editar | editar código-fonte]

  • Dorival Menezes (1983/84)[15]
  • Nelson Ferraz da Silva Barros (1985/86)[15]
  • Cléo Sóstenes Dantas Silva (1987/88)[15]
  • Moacir Bianchi (1989/90)[15]
  • Ricardo Raphael Rodrigues (1991/92)[15]
  • Paulo Serdan (1993 a 1996)[15]
  • Fernando Cesar Fagiani (1997)[15][16]
  • Robertinho (1998 a 2000)[15]
  • Jânio (2001 a 2004)[15]
  • Angelo (2004)[15]
  • Luizinho (2005)[15]
  • Jânio (2006 a 2008)[15]
  • André Guerra (2008 a 2012)[15]
  • Marcos Ferreira (2012 a 2015)[15]
  • Nando Nigro (2015 - 2017)[15]
  • André Guerra (2017 - 2021)[15]
  • Jorge Luis (2021 - )[1]

Referências

  1. a b «Novo Ciclo». 24 de julho de 2021. Consultado em 25 de maio de 2022 
  2. «Torcida Mancha Alviverde». Consultado em 10 de junho de 2019 
  3. «Aniversário da Mancha». 21 de setembro de 2017. Consultado em 10 de junho de 2019 
  4. "Sobre Meninos e Porcos: Respeito é pra quem tem", UOL, 27 de novembro de 2021
  5. "Primeira morte entre torcidas no Brasil ainda não foi solucionada", Terra, 17 de dezembro de 2021
  6. "Assassinato de presidente da Mancha Verde em 1988 gerou onda de violência", O Estado de S. Paulo, 2 de março de 2017
  7. "Paulo Serdan é internado com covid-19", UOL, 18 de agosto de 2020
  8. "Podcast do UOL investiga como as organizadas foram da festa para a violência", Terra, 17 de dezembro de 2021
  9. "Mancha vira 'Alviverde' para torcer no RJ", Folha de S.Paulo, 11 de dezembro de 1997
  10. Ciro Campos e Glauco de Pierri (2 de março de 2017). «Após assassinato de seu fundador, Mancha Alviverde anuncia fim das atividades». Consultado em 2 de março de 2017 
  11. Estadão Conteúdo (4 de março de 2017). «Mancha Verde volta atrás sobre encerramento». Consultado em 4 de março de 2017 
  12. «Torcedores de Sport e Palmeiras brigam antes e depois do jogo». ESPN Brasil. espn.com.br. 24 de julho de 2017. Consultado em 15 de novembro de 2018 
  13. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai aj ak al am an ao ap aq ar as at au av aw ax ay az ba bb bc bd be bf bg bh bi bj «Sub-sedes». Torcida Mancha Alviverde. manchaalviverde.com.br. Consultado em 7 de novembro de 2017 
  14. «Mancha Alviverde Porto Velho». Mancha Alviverde. facebook.com. Consultado em 14 de dezembro de 2018 
  15. a b c d e f g h i j k l m n o p Torcida Mancha Alviverde. «História». Consultado em 25 de maio de 2022 
  16. «Um novo conceito para as organizadas». Folha de S.Paulo. folha.uol.com.br. 18 de dezembro de 1997. Consultado em 2 de dezembro de 2018 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]