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Natividade de Nossa Senhora

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Natividade de Maria, por Giotto (c. 1305), na Capela Arena.

A Natividade da Bem-Aventurada Virgem Maria — também chamada Natividade de Nossa Senhora — é uma festa litúrgica celebrada em 8 de setembro pela Igreja Católica e pela Comunhão Anglicana, nove meses após a solenidade da Imaculada Conceição (8 de dezembro). A data é igualmente observada pelos cristãos sírios em 8 de setembro e pelos coptas em 1º de Bashans (9 de maio). Na Igreja Ortodoxa, a festa da Teótoco é uma das doze grandes solenidades do ano litúrgico, sendo comemorada em 8 de setembro segundo o calendário gregoriano e em 21 de setembro para as comunidades que seguem o calendário juliano.[1]

A origem da celebração remonta a Jerusalém, no século V, vinculada à dedicação da Basílica Sanctae Mariae ubi nata est, atualmente conhecida como Basílica de Santa Ana, erguida no local onde, segundo a tradição, nasceu a Virgem Maria. Já no século VII, a festa era celebrada tanto nas Igrejas bizantinas como em Roma, consolidando-se posteriormente no calendário romano-tridentino na data de 8 de setembro, onde permanece até hoje.[2]

Segundo a tradição cristã, Maria nasceu de pais idosos e estéreis, São Joaquim e Santa Ana, como fruto de suas orações perseverantes. Viviam em Jerusalém, junto à piscina de Betesda, e receberam de Deus, em sua velhice, a graça de conceber aquela que seria a Mãe do Salvador. A data tradicionalmente apontada para o nascimento é 8 de setembro do ano 20 a.C. e, de acordo com antigos relatos, Maria teria sido oferecida ao Templo de Jerusalém aos três anos de idade, onde permaneceu até a adolescência.[3]

Embora os Evangelhos não registrem relatos sobre a infância ou nascimento da Virgem Maria, Padres da Igreja como São João Damasceno interpretaram o fato de ter nascido de uma mãe estéril como um sinal profético das bênçãos de Deus sobre ela. Em sua homilia sobre a Natividade de Maria, o santo afirma: “Hoje é o começo da salvação do mundo, porque na Santa Probática foi-nos gerada a Mãe de Deus, através de quem o Cordeiro, que tira o pecado do mundo, nos foi gerado.”

Convém distinguir, entretanto, a verdadeira doutrina da Igreja daquelas crenças populares que surgiram em alguns períodos históricos. Nos séculos IV e XV, por exemplo, difundiu-se a ideia equivocada de que Maria teria sido concebida virginalmente, à semelhança de Cristo. Tal crença foi rejeitada oficialmente pela Igreja em 1677. O ensino autêntico da fé católica é que Maria foi concebida de maneira natural por Joaquim e Ana, mas preservada do pecado original desde o primeiro instante de sua concepção — privilégio único chamado Imaculada Conceição, pelo qual foi preparada para ser a digna Mãe de Deus.[4]

Assim se exprimiu o Padre Antônio Vieira sobre essa celebração:

A cena é frequentemente representada na arte, como parte dos ciclos da Vida da Virgem. Duas delas são muito conhecidas:

Ligações externas

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Referências

  1. «Natividade de Nossa Senhora, o nascimento da Mãe de Deus». Canção Nova. Consultado em 8 de setembro de 2025 
  2. «Natividade de Nossa Senhora». Vatican News. Consultado em 8 de setembro de 2025 
  3. «Natividade de Nossa Senhora». CNBB. 4 de setembro de 2023. Consultado em 8 de setembro de 2025 
  4. «Natividade de Nossa Senhora». Minha Biblioteca Católica. 8 de setembro de 2025. Consultado em 8 de setembro de 2025