Saltar para o conteúdo

Português moçambicano: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Rui Silva (discussão | contribs)
m Revertidas edições por 2.221.2.20 para a última versão por Teixant, de 11h24min de 17 de fevereiro de 2012 (UTC)
Linha 23: Linha 23:


Em abril de 2008, o [[Anexo:Lista de presidentes de Moçambique|presidente da República]] [[Armando Guebuza]] afirmou: "Moçambique está a analisar o acordo ortográfico e, como é óbvio, um dia vai assiná-lo" e, em novembro, o governo moçambicano reafirmou o desejo de ratificar o acordo, assim que estivesse concluída a avaliação técnica que, entretanto, decidiu levar a cabo.<ref>{{Citar web |url=http://www.govnet.gov.mz/noticias/news_folder_sociedad_cultu/novembro2008/nots_sc_543_nov_08 |título=Moçambique reafirma ratificação do acordo ortográfico |língua= |autor= |obra= |data= |acessodata=}}</ref> Até ao momento, no país continuam a vigorar as normas do [[Acordo Ortográfico de 1945]].
Em abril de 2008, o [[Anexo:Lista de presidentes de Moçambique|presidente da República]] [[Armando Guebuza]] afirmou: "Moçambique está a analisar o acordo ortográfico e, como é óbvio, um dia vai assiná-lo" e, em novembro, o governo moçambicano reafirmou o desejo de ratificar o acordo, assim que estivesse concluída a avaliação técnica que, entretanto, decidiu levar a cabo.<ref>{{Citar web |url=http://www.govnet.gov.mz/noticias/news_folder_sociedad_cultu/novembro2008/nots_sc_543_nov_08 |título=Moçambique reafirma ratificação do acordo ortográfico |língua= |autor= |obra= |data= |acessodata=}}</ref> Até ao momento, no país continuam a vigorar as normas do [[Acordo Ortográfico de 1945]].
cocozão cheiroso*-*


== Percentagem de utilização do português ==
== Percentagem de utilização do português ==

Revisão das 14h28min de 23 de junho de 2012

Português de Moçambique
Países:  Moçambique

O português moçambicano é a variante do português falado e escrito em Moçambique.

A única língua oficial de República de Moçambique é a língua portuguesa, segundo estabelecido no artigo 5º da Constituição de 1990.[1] Porém, é falada, essencialmente, como segunda língua por boa parte da sua população.

História

Antes da independência de Moçambique o português da metrópole era prescrito compulsivamente como norma linguística (língua-padrão) para toda a vida pública no seio da política de assimilação portuguesa, política seguida em todas as colónias portuguesas de África. Para assim, a longo prazo, transformar todos os moçambicanos linguística e culturalmente em portugueses. Os desvios à norma europeia foram considerados com desdém como «pretoguês».[2]

Com a independência, a obrigatoriedade para o respeito da norma da metrópole diminuiu, e as palavras das línguas autóctones foram introduzidas no português moçambicano. A orientação para o sistema político e económico do Bloco Oriental conduziu também para a adopção de novas noções. Todavia, com o vento da mudança política no começo da década de 1990 o léxico de uso político deveria ser abandonado parcialmente de novo.

Fonologia

Em muitos aspectos fonológicos, o português de Moçambique assemelha-se ao português falado no Brasil, como por exemplo no final das palavras terminadas em 'e' passa para 'i' em vez de 'ɨ' como em Portugal (por exemplo [felisidádi] em vez de [fɨlisidádɨ]). Outros aspectos da pronúncia das palavras do português moçambicano é a supressão da letra «r» final (exemplificando, estar lê-se [eʃ'tá] em vez de [eʃ'táɾ]) e a supressão de vogais não acentuadas não é tão forte como em Portugal.

Ortografia

Moçambique participou nos trabalhos de elaboração do Acordo Ortográfico de 1990 — com uma delegação constituída por João Pontífice e Maria Eugénia Cruz e firmado pelo ministro da Cultura, o escritor Luís Bernardo Honwana —, bem como nas reuniões da CPLP onde os dois protocolos modificativos foram aprovados. No entanto, o governo moçambicano ainda não ratificou nenhum destes documentos.[3]

Em abril de 2008, o presidente da República Armando Guebuza afirmou: "Moçambique está a analisar o acordo ortográfico e, como é óbvio, um dia vai assiná-lo" e, em novembro, o governo moçambicano reafirmou o desejo de ratificar o acordo, assim que estivesse concluída a avaliação técnica que, entretanto, decidiu levar a cabo.[4] Até ao momento, no país continuam a vigorar as normas do Acordo Ortográfico de 1945. cocozão cheiroso*-*

Percentagem de utilização do português

De acordo com o censo de 1997:[5]

  • 39,6% - sabe falar português.
    • Em termos de género: 50,4% são homens e 20,7% são mulheres.
    • Em termos geográficos: 72,4% urbano e 36,6% rural.
    • 8,8% - usa o idioma português em casa.
    • 6,5% - considera o português sua língua materna.
      • Sendo que esta percentagem em Maputo chega a 25%.

Já em 2007, altura do último recenseamento geral, a percentagem da população com 5 ou mais anos que declarava falar português tinha subido para 50,4%, e os falantes nativos ultrapassavam os 10%, enquanto que mais de 12% dos recenseados declarava que o português era a língua falada com mais frequência em casa. Também de acordo com o último censo, 80,8% da população urbana sabe falar português, mas esta percentagem desce para apenas 36,3% nas áreas rurais. A vasta maioria das pessoas que têm a língua portuguesa como língua materna reside nas áreas urbanas do país, e são os cidadãos urbanos, principalmente, que adoptam o português como língua de uso em casa. No país como um todo, a maioria da população fala línguas do grupo bantu. A língua materna mais frequente é o macua (26,3%); em segundo lugar está o xichangana (11,4%) e em terceiro, o elomwe (7,9%).[6]

Uso em termos estatais e de imprensa do português

Todas as instituições estatais servem-se exclusivamente da língua portuguesa, esta vale para as autoridades, tribunais, polícia e forças armadas. Todas as publicações são redigidas sem excepção em português. Uma outra prática é apenas imaginável em contactos orais com funcionários públicos individuais.

A imprensa está concentrada na capital do país Maputo, à excepção de um diário de tiragem modesta na Beira. Essencialmente trata-se dos diários Notícias e O País, do semanário dominical Domingo e dos semanários Zambeze, Magazine Independente, Canal de Moçambique e Savana, todos estes periódicos são publicados em português e são acessíveis sobretudo aos leitores da capital.

A televisão é difundida apenas nas aglomerações urbanas e em língua portuguesa, os filmes de produção estrangeira são projectados na voz original com legendas em português. Enquanto que a rádio é transmitida em português a par com as seis línguas regionais mais importantes, neste contexto cabe um papel destacado à língua changana entre estas línguas autóctones.

Em suma, conclui-se que, exceptuando a rádio, a língua portuguesa detém uma posição dominante[7] no quadro dos meios de comunicação social moçambicanos.

Léxico do português moçambicano

Algumas palavras e verbos que foram adicionadas ao português moçambicano, atribuindo características próprias:

Moçambique Significado
agorinha agora mesmo
babalaza ressaca
bichar formar fila
chima papa de farinha de milho, mapira, mexoeira, mandioca
cronicar fazer/escrever crónicas
desconseguir não conseguir
depressar ir depressa
estrutura autoridade, responsável governamental
machamba campo agrícola
machimbombo autocarro (Portugal), ônibus (Brasil)
madala pessoa idosa, pessoa prestigiada
matabicho pequeno-almoço (Portugal), café-da-manhã (Brasil)
pasta mala (saco) de mão
situação problema, crise, guerra

Referências

Ver também

Ligações externas

Ícone de esboço Este artigo sobre linguística ou um linguista é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.