Dióxido de carbono: diferenças entre revisões

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Este acréscimo na concentração de CO<sub>2</sub> implica o aumento da capacidade da atmosfera em reter calor e, consequentemente, da temperatura do planeta. Dados na seção de Warming Climate do National Climatic Data Center mostram uma clara tendência no aumento da temperatura, acompanhando de modo palpável o aumento na taxa de CO<sub>2</sub>. Em um artigo do Earth Observatory da Nasa são revelados registros que mostram que a temperatura atualmente é a mais alta em um período de, pelo menos, 1 000 anos, e em páginas subsequentes é demonstrado que, embora as emissões de CO<sub>2</sub> pelos vulcões e o ciclo de máximo e mínimo solar continuem a atuar no processo natural de aquecimento, eles não são os responsáveis pelo aquecimento atual, pois, segundo dados coletados, eles têm influência muito pequena no anômalo crescimento da temperatura que vem acontecendo nos últimos 100 anos, e que as emissões de CO<sub>2</sub> resultante das atividades humanas são 100 vezes maiores do que as emissões vulcânicas.
Este acréscimo na concentração de CO<sub>2</sub> implica o aumento da capacidade da atmosfera em reter calor e, consequentemente, da temperatura do planeta. Dados na seção de Warming Climate do National Climatic Data Center mostram uma clara tendência no aumento da temperatura, acompanhando de modo palpável o aumento na taxa de CO<sub>2</sub>. Em um artigo do Earth Observatory da Nasa são revelados registros que mostram que a temperatura atualmente é a mais alta em um período de, pelo menos, 1 000 anos, e em páginas subsequentes é demonstrado que, embora as emissões de CO<sub>2</sub> pelos vulcões e o ciclo de máximo e mínimo solar continuem a atuar no processo natural de aquecimento, eles não são os responsáveis pelo aquecimento atual, pois, segundo dados coletados, eles têm influência muito pequena no anômalo crescimento da temperatura que vem acontecendo nos últimos 100 anos, e que as emissões de CO<sub>2</sub> resultante das atividades humanas são 100 vezes maiores do que as emissões vulcânicas.


== Usos ==
== Usos comerciais ==
O dióxido de carbono é usado pelas [[Indústria alimentar|indústrias alimentícia]], petrolífera e [[Indústria química|química]].<ref name="kirk" /> O composto tem vários usos comerciais, mas um de seus maiores usos como [[Composto químico|produto químico]] é na produção de bebidas carbonatadas; fornece o brilho em bebidas carbonatadas, como água com gás, cerveja e [[Vinho espumante|espumante]].
[[Imagem:Carbon dioxide pressure-temperature phase diagram.svg||esquerda|thumb|240px|Diagrama de fase pressão-temperatura do dióxido de carbono, mostrando o [[ponto triplo]] e o [[ponto crítico (termodinâmica)|ponto crítico]].]]
O CO<sub>2</sub> é utilizado:
* em [[bebida]]s (bebidas carbonatadas) para dar-lhes [[efervescência]].
* em [[extintor]]es durante os [[incêndio]]s para isolar o [[oxigénio]] do [[combustível]].
* em cilindros para a prática de [[Paintball]].
* em aquariofilia na regulação do [[pH]] da água.


=== Precursor de produtos químicos ===
Pode ser utilizado numa concentração de 30 a 40% com gás [[oxigênio]] para produzir efeito [[anestésico]] em pequenos [[animais]].
Na indústria química, o dióxido de carbono é consumido principalmente como [[ingrediente]] na produção de [[ureia]], sendo uma fração menor utilizada para produzir [[metanol]] e uma série de outros [[Produto (química)|produtos]].<ref>{{cite web|url=https://www.ipcc.ch/pdf/special-reports/srccs/srccs_chapter7.pdf|title=IPCC Special Report on Carbon dioxide Capture and Storage|publisher=The Intergovernmental Panel on Climate Change|access-date=4 September 2015|archive-url=https://web.archive.org/web/20150924115331/http://www.ipcc.ch/pdf/special-reports/srccs/srccs_chapter7.pdf|archive-date=24 September 2015|url-status=dead}}</ref> Alguns [[Derivado (química)|derivados]] de [[ácido carboxílico]], como o [[salicilato de sódio]], são preparados usando CO<sub>2</sub> pela [[reação de Kolbe-Schmitt]].<ref>{{cite book | vauthors = Morrison RT, Boyd RN |title= Organic Chemistry |edition=4th |publisher=Allyn and Bacon |year=1983 |isbn=978-0-205-05838-9 |pages=[https://archive.org/details/organicchemistry04morr/page/976 976–977] |url=https://archive.org/details/organicchemistry04morr/page/976 }}</ref>


Além dos processos convencionais que utilizam CO<sub>2</sub> para produção química, métodos [[Eletroquímica|eletroquímicos]] também estão sendo explorados em nível de [[pesquisa]]. Em particular, o uso de energia renovável para produção de combustíveis a partir de CO<sub>2</sub> (como o metanol) é atraente, pois pode resultar em combustíveis que podem ser facilmente transportados e usados ​​em tecnologias de combustão convencionais, mas sem emissões líquidas de CO<sub>2</sub>.<ref>{{cite journal | vauthors = Badwal SP, Giddey SS, Munnings C, Bhatt AI, Hollenkamp AF | title = Emerging electrochemical energy conversion and storage technologies | journal = Frontiers in Chemistry | volume = 2 | pages = 79 | date = 24 September 2014 | pmid = 25309898 | pmc = 4174133 | doi = 10.3389/fchem.2014.00079 | bibcode = 2014FrCh....2...79B | doi-access = free }}</ref>
Pode ser usado para a reforma seca do metano.<ref>{{Citar periódico|ultimo=García|primeiro=Rafael|ultimo2=Soto|primeiro2=Gabriela|ultimo3=Escalona|primeiro3=Néstor|ultimo4=Sepúlveda|primeiro4=Catherine|ultimo5=Orellana|primeiro5=María José|ultimo6=Morales|primeiro6=Natalia|ultimo7=Radovic|primeiro7=Ljubisa R.|ultimo8=Buitrago-Sierra|primeiro8=Robison|ultimo9=Rodriguez-Reinoso|primeiro9=Francisco|titulo=METHANE DRY REFORMING OVER Ni SUPPORTED ON PINE SAWDUST ACTIVATED CARBON: EFFECTS OF SUPPORT SURFACE PROPERTIES AND METAL LOADING|jornal=Química Nova|doi=10.5935/0100-4042.20150058|url=http://dx.doi.org/10.5935/0100-4042.20150058}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1516-14392014000400031&lng=en&nrm=iso&tlng=en |titulo=Dry reforming of methane at moderate temperatures over modified Co-Al Co-precipitated catalysts |data=8-2014 |jornal=Materials Research |numero=4 |ultimo=Souza |primeiro=Guilherme de |ultimo2=Marcilio |primeiro2=Nilson Romeu |paginas=1047–1055 |doi=10.1590/1516-1439.269614 |issn=1516-1439 |ultimo3=Perez-Lopez |primeiro3=Oscar William |volume=17}}</ref>


=== Agricultura ===
Pode ser usado para a síntese de carbonato de dimetilo, um composto versátil na indústria de polímeros, farmacêuticos e químicos.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Souto|primeiro=Renata C. de|ultimo2=Jr.|primeiro2=Nilton Rosenbach|ultimo3=Mota|primeiro3=Claudio J. A.|titulo=A DFT Study of the Conversion of CO2in Dimethylcarbonate Catalyzed by Sn(IV) Alkoxides|jornal=Journal of the Brazilian Chemical Society|doi=10.5935/0103-5053.20140240|url=http://dx.doi.org/10.5935/0103-5053.20140240}}</ref>
As plantas requerem dióxido de carbono para realizar a fotossíntese. As atmosferas das estufas podem (se forem grandes, devem) ser enriquecidas com CO<sub>2</sub> adicional para sustentar e aumentar a taxa de crescimento das plantas.<ref>{{cite web |url=http://www.ext.colostate.edu/mg/gardennotes/141.html |title=Plant Growth Factors: Photosynthesis, Respiration, and Transpiration |website=CMG GardenNotes | vauthors = Whiting D, Roll M, Vickerman L |publisher=Colorado Master Gardener Program |date=August 2010 |access-date=10 October 2011 |archive-url=https://web.archive.org/web/20140902192633/http://www.ext.colostate.edu/mg/gardennotes/141.html |archive-date=2 September 2014}}</ref><ref>{{cite book |chapter-url=http://www-formal.stanford.edu/jmc/nature/node21.html |chapter=Carbon dioxide |url=http://www-formal.stanford.edu/jmc/nature/nature.html |title=How Much Land Can Ten Billion People Spare for Nature? | vauthors = Waggoner PE |date=February 1994 |access-date=10 October 2011 |archive-date=12 October 2011 |archive-url=https://web.archive.org/web/20111012165809/http://www-formal.stanford.edu/jmc/nature/nature.html |url-status=live }}</ref> Em concentrações muito altas (100 vezes a concentração atmosférica ou superior), o dióxido de carbono pode ser tóxico para a vida animal, portanto, aumentar a concentração para 10.000 ppm (1%) ou mais por várias horas eliminará pragas como [[Aleyrodidae|moscas-brancas]] e [[Ácaro|ácaros]] em uma estufa.<ref>{{cite journal | vauthors = Stafford N | title = Future crops: the other greenhouse effect | journal = Nature | volume = 448 | issue = 7153 | pages = 526–528 | date = August 2007 | pmid = 17671477 | doi = 10.1038/448526a | bibcode = 2007Natur.448..526S | s2cid = 9845813 | doi-access = free }}</ref>


=== Alimentos ===
A [[reação de mudança do vapor de água]] é um processo que gera compostos para uso industrial e combustíveis (''ver: [[gás de síntese]] e [[gasogênio]]''). Tanto o CO (monóxido de carbono) quanto o CO<sub>2</sub> estão, obrigatoriamente, presentes nesta reação. {{clr}}
[[File:Soda bubbles macro.jpg|thumb|Bolhas de dióxido de carbono em um refrigerante]]

O dióxido de carbono é um aditivo alimentar utilizado como propulsor e regulador de acidez na indústria alimentícia. É aprovado para uso na [[União Europeia|UE]]<ref>UK Food Standards Agency: {{cite web |url=http://www.food.gov.uk/safereating/chemsafe/additivesbranch/enumberlist |title=Current EU approved additives and their E Numbers |access-date=27 October 2011 |archive-date=7 October 2010 |archive-url=https://web.archive.org/web/20101007124435/http://www.food.gov.uk/safereating/chemsafe/additivesbranch/enumberlist |url-status=live }}</ref> (listado como [[número E]] E290), [[Estados Unidos|EUA]]<ref>US Food and Drug Administration: {{cite web |url=https://www.fda.gov/food/ingredientspackaginglabeling/foodadditivesingredients/ucm091048.htm |title=Food Additive Status List |website=[[Food and Drug Administration]] |access-date=13 June 2015 |archive-date=4 November 2017 |archive-url=https://web.archive.org/web/20171104061606/https://www.fda.gov/Food/IngredientsPackagingLabeling/FoodAdditivesIngredients/ucm091048.htm |url-status=live }}</ref> e [[Austrália]] e [[Nova Zelândia]]<ref>Australia New Zealand Food Standards Code{{cite web |url=http://www.comlaw.gov.au/Details/F2011C00827 |title=Standard 1.2.4 – Labelling of ingredients |access-date=27 October 2011 |archive-date=19 January 2012 |archive-url=https://web.archive.org/web/20120119082034/http://www.comlaw.gov.au/Details/F2011C00827 |url-status=live }}</ref> (listado por seu [[Sistema Internacional de Numeração|número SIN]] 290).

Um [[Doce (alimento)|doce]] chamado [[Peta Zetas|Pop Rocks]] é pressurizado com dióxido de carbono<ref>{{Cite book |url=https://books.google.com/books?id=0XeSJLflq90C&q=Pop+Rocks+is+pressurized+with+carbon+dioxide+gas&pg=PA7-IA3 |title=Futurific Leading Indicators Magazine |volume=1 |publisher=CRAES LLC |isbn=978-0-9847670-1-4 |access-date=9 November 2020 |archive-date=15 August 2021 |archive-url=https://web.archive.org/web/20210815224429/https://books.google.com/books?id=0XeSJLflq90C&q=Pop+Rocks+is+pressurized+with+carbon+dioxide+gas&pg=PA7-IA3 |url-status=live}}</ref> a cerca de quatro mil [[Pascal (unidade)|kPa]]. Quando colocado na boca, ele se dissolve (como qualquer outro [[Bala (doce)|rebuçado]]) e libera as bolhas de gás com um estalo audível.

Os [[Agente de fermentação|agentes de fermentação]] fazem a massa crescer produzindo dióxido de carbono.<ref>{{Cite book |url=https://books.google.com/books?id=2bmaCgAAQBAJ&q=Leavening+agents+cause+dough+to+rise+by+producing+carbon+dioxide&pg=PT29 |title=Indian Breads: A Comprehensive Guide to Traditional and Innovative Indian Breads | vauthors = Vijay GP |date=25 September 2015 |publisher=Westland |isbn=978-93-85724-46-6}}</ref> A [[levedura de padeiro]] produz dióxido de carbono por fermentação de açúcares dentro da massa, enquanto [[Levedura química|fermentos químicos]], como fermento em pó e [[bicarbonato de sódio]], liberam dióxido de carbono quando aquecidos ou se expostos a ácidos.

==== Bebidas ====
O dióxido de carbono é usado para produzir refrigerantes carbonatados e água com gás. Tradicionalmente, a carbonatação da cerveja e do espumante acontecia por meio da fermentação natural, mas muitos fabricantes carbonatam essas bebidas com o dióxido de carbono recuperado do processo de fermentação. No caso da cerveja engarrafada e barril, o método mais comum utilizado é a carbonatação com dióxido de carbono reciclado. Com exceção da [[cerveja real]] britânica , o [[chope]] geralmente é transferido de barris em uma sala fria ou porão para torneiras de distribuição no bar usando dióxido de carbono pressurizado, às vezes misturado com [[Azoto|nitrogênio]].

O sabor da água com gás (e as sensações gustativas relacionadas em outras bebidas carbonatadas) é um efeito do dióxido de carbono dissolvido, e não das bolhas estouradas do gás. A [[Anidrase carbónica|anidrase carbônica]] 4 converte-se em ácido carbônico levando a um sabor [[Ácido (gosto)|azedo]], e também o dióxido de carbono dissolvido induz uma resposta [[Sistema somatossensorial|somatossensorial]].<ref>{{cite web |url= https://www.sciencedaily.com/releases/2009/10/091015141510.htm |title= Scientists Discover Protein Receptor For Carbonation Taste |website= [[ScienceDaily]] |date= 16 October 2009 |access-date= 29 March 2020 |archive-date= 29 March 2020 |archive-url= https://web.archive.org/web/20200329042900/https://www.sciencedaily.com/releases/2009/10/091015141510.htm |url-status= live }}</ref>


== Ver também ==
== Ver também ==

Revisão das 15h40min de 13 de fevereiro de 2023

Dióxido de carbono
Alerta sobre risco à saúde
Identificadores
Número CAS 124-38-9
PubChem 280
Número EINECS 204-696-9
ChemSpider 274
Número RTECS FF6400000
SMILES
InChI
1/CO2/c2-1-3
Propriedades
Fórmula molecular CO2
Massa molar 44,010 g/mol
Aparência gás incolor e inodoro
Densidade 1,98 kg·m-3 (0 °C, 1013 hPa)[1] 1 562 g/mL (sólido a 1 atm e a −78,5 °C)
0,770 g/mL (líquido a 56 atm e a 20 °C)
1 976 g/L (gás a 1 atm e a 0 °C)[2]
849,6 g/L (fluido supercrítico a 150 atm e a 30 °C
Ponto de fusão

-56,57 °C (0,53 MPa)[1]
194,7 K (sublimação)

Ponto de ebulição

216,6 K a 5,185 bar

Solubilidade em água 1,45 g·l-1 a 25 °C e 1013 hPa[3] 1,7 g·l-1 a 20 °C e 1 013 hPa[3]
Pressão de vapor 5,73 MPa[1] (20 °C)
Acidez (pKa) 6,35; 10,33
Índice de refracção (nD) 1,1120
Viscosidade 0,07 cP a −78 °C
Momento dipolar zero
Estrutura
Forma molecular linear
Termoquímica
Entalpia padrão
de formação
ΔfHo298
-393,5 kJ·mol-1[4]
Entropia molar
padrão
So298
213,79 J·mol-1·K-1 (gás)
Riscos associados
Principais riscos
associados
Ingestão: Pode causar náusea, vómitos, hemorragia gastro-intestinal
Inalação: Asfixia (sufocamento), causa hiperventilação
Pele: Gelo seco pode ocasionar ulcerações
Olhos: Pode levar a cegueira
NFPA 704
0
2
0
 
Frases R -
Frases S S9, S23
Potencial de aquecimento global 1 (por definição)
Compostos relacionados
Outros aniões/ânions Dissulfeto de carbono
Tetrafluorometano
Nitreto de carbono (teórico)
Outros catiões/cátions Dióxido de silício
Dióxido de germânio
Dióxido de estanho
Dióxido de chumbo
Anidrido nítrico
Óxidos de carbono relacionados Monóxido de carbono
Subóxido de carbono
Monóxido de dicarbono
Trióxido de carbono
Compostos relacionados Ácido carbônico
Sulfeto de carbonila
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

Dióxido de carbono (fórmula química CO2) é um composto químico formado por moléculas, cada uma com um átomo de carbono ligado covalentemente a dois átomos de oxigênio. Encontra-se no estado gasoso à temperatura ambiente. No ar, o dióxido de carbono é transparente à luz visível, mas absorve a radiação infravermelha, agindo como um gás de efeito estufa. É um gás traço na atmosfera da Terra em 421 partes por milhão (ppm), ou cerca de 0,04% em volume (em maio de 2022), tendo subido dos níveis pré-industriais de 280 ppm.[5][6] A queima de combustíveis fósseis é a principal causa dessas concentrações aumentadas de CO2 e também a principal causa da mudança climática.[7] O dióxido de carbono é solúvel em água e é encontrado em águas subterrâneas, lagos, calotas polares e água do mar. Quando o dióxido de carbono se dissolve na água, forma carbonato e principalmente bicarbonato (HCO
3
), que causa a acidificação oceânica à medida que os níveis de CO2 atmosférico aumentam.[8]

Como fonte de carbono disponível no ciclo do carbono, o CO2 atmosférico é a principal fonte de carbono para a vida terrestre. Sua concentração na atmosfera pré-industrial da Terra desde o final do Pré-Cambriano foi regulada por organismos e fenômenos geológicos. Plantas, algas e cianobactérias usam energia da luz solar para sintetizar carboidratos a partir de dióxido de carbono e água em um processo chamado fotossíntese, que produz oxigênio como produto residual.[9] Por sua vez, o oxigênio é consumido e o CO2 é liberado como resíduo por todos os organismos aeróbicos quando eles metabolizam compostos orgânicos para produzir energia pela respiração.[10] O CO2 é liberado de materiais orgânicos quando eles se decompõem ou entram em combustão, como em incêndios florestais. Uma vez que as plantas requerem CO2 para a fotossíntese, e os humanos e os animais dependem das plantas para se alimentar, o CO2 é necessário para a sobrevivência da vida na Terra.

O dióxido de carbono é 53% mais denso que o ar seco, mas tem vida longa e se mistura completamente na atmosfera. Cerca de metade das emissões de CO2 em excesso para a atmosfera são absorvidas pelos sequestros de carbono terrestres e oceânicos.[11] Esses sequestros podem ficar saturados e são voláteis, pois a decomposição e os incêndios florestais resultam na liberação de CO2 de volta à atmosfera.[12] O CO2 é eventualmente sequestrado (armazenado por longo prazo) em rochas e depósitos orgânicos como carvão, petróleo e gás natural. O CO2 sequestrado é liberado na atmosfera através da queima de combustíveis fósseis ou naturalmente por vulcões, fontes termais, gêiseres e quando rochas carbonáticas se dissolvem na água ou reagem com ácidos.

O CO2 é um material industrial versátil, utilizado, por exemplo, como gás inerte em soldagem e extintores de incêndio, como gás pressurizador em pistolas de ar e recuperação de óleo e como solvente fluido supercrítico na descafeinação de café e secagem supercrítica.[13] É um subproduto da fermentação de açúcares na produção de pão, cerveja e vinho, e é adicionado a bebidas carbonatadas como água com gás e cerveja para efervescência. Tem um odor forte e ácido e gera um gosto de água com gás na boca,[14] mas em concentrações normalmente encontradas é inodoro.[15]

Papel biológico

O dióxido de carbono é essencial à vida no planeta, visto que é um dos compostos essenciais para a realização da fotossíntese - processo pelo qual os organismos fotossintetizantes transformam a energia solar em energia química. Esta energia química, por sua vez é distribuída para todos os seres vivos por meio da teia alimentar. Este processo é uma das fases do ciclo do carbono e é vital para a manutenção dos seres vivos.

O carbono é um elemento básico na composição dos organismos, tornando-o indispensável para a vida no planeta. Este elemento é estocado na atmosfera, nos oceanos, solos rochas sedimentares e está presente nos combustíveis fósseis. Contudo, o carbono não fica fixo em nenhum desses estoques. Existe uma série de interações por meio das quais ocorre a transferência de carbono de um estoque para outro. Muitos organismos nos ecossistemas terrestres e nos oceanos, como as plantas, absorvem o carbono encontrado na atmosfera na forma de dióxido de carbono (CO2). Esta absorção se dá através do processo de fotossíntese. Por outro lado, os vários organismos, tanto plantas como animais, libertam dióxido de carbono para a atmosfera mediante o processo de respiração. Existe ainda o intercâmbio de dióxido de carbono entre os oceanos e a atmosfera por meio da difusão.

Na atmosfera da terra

A libertação de dióxido de carbono vinda da queima de combustíveis fósseis e mudanças no uso da terra (desmatamentos e queimadas, principalmente) impostas pelo homem constituem importantes alterações nos estoques naturais de carbono e tem um papel fundamental na mudança do clima do planeta.[16] Outros grandes emissores são a produção de cimento e aço, refinaria de petróleo[17] e indústria petroquímica. Por exemplo, o ácido acrílico, um importante monómero é produzido em uma quantidade de mais de 5 milhões de toneladas/ano. O desafio é o desenvolvimento desses processos é encontrar um catalisador adequado e condições de processo que maximizem a formação do produto e minimizem a produção de CO2.[18][19][20][21]

O excesso de dióxido de carbono que atualmente é lançado para a atmosfera resulta da queima de combustíveis fósseis principalmente pelo setor industrial e de transporte. Além disso, reservatórios naturais de carbono e os sumidouros (ecossistemas com a capacidade de absorver CO2) também estão sendo afetados por ações antrópicas. Devido o solo possuir um estoque 2 a 3 vezes maior que a atmosfera, mudanças no uso do solo podem ser importante fonte de carbono para a atmosfera.

Nas últimas décadas, devido à enorme queima de combustíveis fósseis, a quantidade de gás carbônico na atmosfera tem aumentado muito. Há evidência científica de que o aquecimento global tem íntima relação com o aumento de CO2.

A concentração de CO2 na atmosfera começou a aumentar no final do século XVIII, quando ocorreu a revolução industrial, a qual demandou a utilização de grandes quantidades de carvão mineral e petróleo como fontes de energia. Desde então, a concentração de CO2 passou de 280 ppm (partes por milhão) no ano de 1750, para os 403 ppm atuais,[22] representando um incremento de aproximadamente 44%.

Este acréscimo na concentração de CO2 implica o aumento da capacidade da atmosfera em reter calor e, consequentemente, da temperatura do planeta. Dados na seção de Warming Climate do National Climatic Data Center mostram uma clara tendência no aumento da temperatura, acompanhando de modo palpável o aumento na taxa de CO2. Em um artigo do Earth Observatory da Nasa são revelados registros que mostram que a temperatura atualmente é a mais alta em um período de, pelo menos, 1 000 anos, e em páginas subsequentes é demonstrado que, embora as emissões de CO2 pelos vulcões e o ciclo de máximo e mínimo solar continuem a atuar no processo natural de aquecimento, eles não são os responsáveis pelo aquecimento atual, pois, segundo dados coletados, eles têm influência muito pequena no anômalo crescimento da temperatura que vem acontecendo nos últimos 100 anos, e que as emissões de CO2 resultante das atividades humanas são 100 vezes maiores do que as emissões vulcânicas.

Usos comerciais

O dióxido de carbono é usado pelas indústrias alimentícia, petrolífera e química.[23] O composto tem vários usos comerciais, mas um de seus maiores usos como produto químico é na produção de bebidas carbonatadas; fornece o brilho em bebidas carbonatadas, como água com gás, cerveja e espumante.

Precursor de produtos químicos

Na indústria química, o dióxido de carbono é consumido principalmente como ingrediente na produção de ureia, sendo uma fração menor utilizada para produzir metanol e uma série de outros produtos.[24] Alguns derivados de ácido carboxílico, como o salicilato de sódio, são preparados usando CO2 pela reação de Kolbe-Schmitt.[25]

Além dos processos convencionais que utilizam CO2 para produção química, métodos eletroquímicos também estão sendo explorados em nível de pesquisa. Em particular, o uso de energia renovável para produção de combustíveis a partir de CO2 (como o metanol) é atraente, pois pode resultar em combustíveis que podem ser facilmente transportados e usados ​​em tecnologias de combustão convencionais, mas sem emissões líquidas de CO2.[26]

Agricultura

As plantas requerem dióxido de carbono para realizar a fotossíntese. As atmosferas das estufas podem (se forem grandes, devem) ser enriquecidas com CO2 adicional para sustentar e aumentar a taxa de crescimento das plantas.[27][28] Em concentrações muito altas (100 vezes a concentração atmosférica ou superior), o dióxido de carbono pode ser tóxico para a vida animal, portanto, aumentar a concentração para 10.000 ppm (1%) ou mais por várias horas eliminará pragas como moscas-brancas e ácaros em uma estufa.[29]

Alimentos

Bolhas de dióxido de carbono em um refrigerante

O dióxido de carbono é um aditivo alimentar utilizado como propulsor e regulador de acidez na indústria alimentícia. É aprovado para uso na UE[30] (listado como número E E290), EUA[31] e Austrália e Nova Zelândia[32] (listado por seu número SIN 290).

Um doce chamado Pop Rocks é pressurizado com dióxido de carbono[33] a cerca de quatro mil kPa. Quando colocado na boca, ele se dissolve (como qualquer outro rebuçado) e libera as bolhas de gás com um estalo audível.

Os agentes de fermentação fazem a massa crescer produzindo dióxido de carbono.[34] A levedura de padeiro produz dióxido de carbono por fermentação de açúcares dentro da massa, enquanto fermentos químicos, como fermento em pó e bicarbonato de sódio, liberam dióxido de carbono quando aquecidos ou se expostos a ácidos.

Bebidas

O dióxido de carbono é usado para produzir refrigerantes carbonatados e água com gás. Tradicionalmente, a carbonatação da cerveja e do espumante acontecia por meio da fermentação natural, mas muitos fabricantes carbonatam essas bebidas com o dióxido de carbono recuperado do processo de fermentação. No caso da cerveja engarrafada e barril, o método mais comum utilizado é a carbonatação com dióxido de carbono reciclado. Com exceção da cerveja real britânica , o chope geralmente é transferido de barris em uma sala fria ou porão para torneiras de distribuição no bar usando dióxido de carbono pressurizado, às vezes misturado com nitrogênio.

O sabor da água com gás (e as sensações gustativas relacionadas em outras bebidas carbonatadas) é um efeito do dióxido de carbono dissolvido, e não das bolhas estouradas do gás. A anidrase carbônica 4 converte-se em ácido carbônico levando a um sabor azedo, e também o dióxido de carbono dissolvido induz uma resposta somatossensorial.[35]

Ver também

Referências

  1. a b c Registo de Kohlenstoffdioxid na Base de Dados de Substâncias GESTIS do IFA.
  2. «HSDB: CARBON DIOXIDE». TOXNET (em inglês). U.S. National Library of Medicine. Consultado em 23 de maio de 2018 
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