Autismo no Brasil

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Congresso Nacional, durante o Dia Mundial da Conscientização do Autismo em 2019.

O autismo no Brasil é um conjunto de manifestações em torno do autismo no país sul-americano desde o século XX. Foi introduzido por meio da psiquiatria infantil com influência predominante da psicanálise no atendimento médico, em meados da década de 1950. O desenvolvimento de uma comunidade com base no autismo foi tardio, com a fundação da Associação de Amigos do Autista (AMA) em 1983. Desde então, o autismo se tornou um tema de interesse de familiares, profissionais da saúde e de pessoas autistas.

Antes de existirem iniciativas voltadas ao diagnóstico, o autismo surgiu em pautas de jornais traduzidas por agências de notícias. Na década de 1970, surgiram alguns dos primeiros congressos e instituições voltadas ao autismo. Na década de 1980, o transtorno começa a ganhar maior visibilidade pública com o surgimento de associações fundadas por mães e pais, como a AMA e, mais tarde, a Associação Brasileira de Autismo (Abra). Nas décadas de 1990 e 2000, a popularização do autismo se desenvolve em diferentes estados do país, ao passo que as primeiras legislações foram desenvolvidas. No final dos anos 2000, começou-se a discutir a criação de uma lei nacional sobre autismo. Nos anos 2010, foi sancionada a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, ao passo que pessoas autistas passaram a participar com maior ênfase do ativismo institucional, além da criação de mídias sobre o autismo.

O cenário do autismo no Brasil também é caracterizado por tensões e conflitos entre ativistas e organizações em temas como intervenções em saúde, educação especial e representação do autismo. Em declarações públicas, também é comum o uso da expressão "autista" como insulto por pessoas públicas. Até a década de 2020, não existiam prevalências de autismo na população brasileira. Por isso, estimativas com base nos números do Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, eram comuns em manifestos, textos oficiais e jornalísticos.

Descrições e estatísticas[editar | editar código-fonte]

Ao observarem o panorama histórico, os pesquisadores Francisco Ortega, Rafaela Zorzanelli e Clarice Rios afirmam que o autismo no Brasil representa um cenário de "guerras" que se inserem na definição do que é o autismo, nas políticas de saúde mental e nas narrativas midiáticas. Os autores também destacam que, historicamente, a psicanálise foi perdendo espaço, ao passo que abordagens comportamentais foram se tornando as principais no meio.[1] Em 2022, o Ministério da Saúde descrevia o autismo como "um distúrbio caracterizado pela alteração das funções do neurodesenvolvimento do indivíduo, interferindo na capacidade de comunicação, linguagem, interação social e comportamento", com ênfase em diagnóstico precoce e "desenvolvimento de estímulos".[2]

Números da Abra em 1997 estimavam 600 mil pessoas com o chamado "autismo clássico" no Brasil.[3] Em fevereiro de 2011, foi publicado o primeiro estudo de epidemiologia de autismo da América Latina,[4][5] com dados de 2010, liderado pelo psiquiatra da infância Marcos Tomanik Mercadante. Os números se basearam num projeto-piloto com amostragem de 20 mil pessoas[6] num bairro da cidade paulista de Atibaia,[7] e aferiu a prevalência de um caso de autismo para cada 368 crianças de 7 a 12 anos.[4][5] Nos anos seguintes, diferentes estimativas sobre o autismo no Brasil foram apresentadas com base nos números do Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos. Em 2014, estimava-se 2 milhões de brasileiros autistas,[8] enquanto em 2023 o número subiu para quase 6 milhões.[9]

Em 2019, para cobrir a lacuna do número de autistas no Brasil, foi sancionada a Lei 13.861/19, que visava prover dados oficiais sobre o país.[10] Por isso, o Censo demográfico do Brasil de 2022 foi o primeiro a conter informações sobre o autismo.[11]

História[editar | editar código-fonte]

1950–1980: Antecedentes[editar | editar código-fonte]

De acordo com a historiadora Bruna Alves Lopes, há poucos registros sobre autismo no Brasil até a década de 1980. Durante a década de 1940, quando o trabalho do psiquiatra Leo Kanner inseriu o autismo enquanto diagnóstico independente, o Brasil já contava com uma influência significativa da psicanálise no atendimento infantil. O campo psicanalítico iniciou sua penetração no país nos anos 1920 e alcançou uma hegemonia dentro da própria psiquiatria em meados de 1950.[12] Ao mesmo tempo, a ideia de que a causa do autismo era a falta de vínculo dos pais (especialmente mães) com a criança surgiu com Kanner em 1948, mas foi o psicanalista Bruno Bettelheim quem desenvolveu-a ao longo das décadas de 1950 e 1960.[13][14]

No Brasil, as primeiras publicações jornalísticas sobre autismo eram formadas de matérias traduzidas por agências de notícias de países como os Estados Unidos e Reino Unido e caracterizavam o diagnóstico enquanto doença. Uma parte delas era influenciada por um viés psicanalítico, ao considerar crianças autistas como pertencentes a pais frios e distantes, outra parte abordava-o como um dos sintomas da esquizofrenia. O pensamento de Bettelheim teve influência significativa no conteúdo jornalístico destes períodos, com raras exceções que citam o trabalho de Kanner e até abordagens comportamentalistas. A maioria delas não cita papéis relevantes e positivos em relação aos familiares de autistas.[12]

Ao mesmo tempo, o campo profissional em torno do autismo estava alinhado ao atendimento da psiquiatria infantil e da deficiência infantil, de forma geral. Em 1956, era criada a Associação Paulista de Psiquiatria Infantil e Higiene Mental, e em 1965 a Associação Brasileira de Deficiência Mental. Na cidade de Porto Alegre (RS), surgiu em 1963 a Comunidade Terapêutica Leo Kanner.[15] Para grande parte da população, o atendimento de autistas ocorria em instituições não especializadas, como a Sociedade Pestalozzi, fundada em 1932, e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), com unidades em todo o país, e organizada em 1962.[12]

Durante a década de 1970, as discussões sobre o autismo no Brasil começam a se intensificar, o que culminaria, anos depois, na formação de uma comunidade. Ainda em junho de 1970, o Centro de Estudos da Casa de Saúde Dr. Eiras, no Rio de Janeiro, promoveu um debate sobre o diagnóstico a partir de um filme. Eventos similares começaram a ocorrer ao longo dos anos em instituições pelo país, como rodas de conversas baseadas em filmes sobre o autismo, palestras, congressos e cursos promovidos por profissionais nacionais e internacionais da psiquiatria e de outros campos do conhecimento, bem como a publicação das primeiras pesquisas nacionais sobre o autismo. As publicações jornalísticas deste período passaram a mencionar mais frequentemente a contribuição familiar no tratamento do autismo. No Rio de Janeiro, em 1978, foi fundada a Casa Azul, provavelmente a primeira organização de atendimento terapêutico exclusivo à crianças autistas no Brasil, com influência psicanalítica. No mesmo ano e na mesma cidade, também foi fundado o Centro de Educação Especial Casarão por uma mãe de uma criança autista.[12]

1980–1993: Primeiras associações e movimentos de familiares[editar | editar código-fonte]

O autismo, enquanto movimento, começa a se consolidar no Brasil a partir da década de 1980. Foi neste período que familiares, especialmente mães, descontentes com a culpa recebida pela condição dos filhos, começaram a se organizar para conseguir acesso a serviços de saúde. Especialmente em grandes capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, familiares passaram a escrever cartas para grandes jornais, como o Jornal do Brasil, e chamar a atenção do poder público para a causa do autismo.[12]

Em abril de 1980, a Rede Globo exibiu o filme Son-Rise: a Miracle of Love, que foi um sucesso de audiência e motivou a emissora a reprisá-lo várias vezes ao longo da década. Alguns familiares de autistas chegaram a afirmar que o filme teria sido um marco para o conhecimento do autismo na década.[12] O filme, no entanto, destaca um programa terapêutico chamado Son-Rise, que ao longo dos anos foi demonstrado como ineficaz no tratamento do autismo.[16][17]

Marisa Furia (em foto de 2013) foi uma das fundadoras da AMA.

A primeira associação de autismo do Brasil legalizada foi a Associação de Amigos do Autista (AMA), fundada em 1983[18] por Marisa Fúria e Ana Maria Ros de Melo[12] e formada por clientes do médico Raymond Rosenberg, que tinham em comum a angústia de não ter informações mais aprofundadas sobre o diagnóstico e tratamento de seus filhos. As primeiras reuniões se deram no consultório de Rosenberg e, pouco tempo depois, a organização mantinha uma escola cujo funcionamento se dava no quintal de uma Igreja Batista.[19][20] Também há relatos de familiares ativistas de que, no mesmo período, em cidades como Belo Horizonte e Rio de Janeiro já existiam associações de autismo sem registro legal.[21]

A partir da segunda década de 1980, as organizações pioneiras de autismo tinham, como característica em comum, uma busca pela internacionalização e também pela divulgação do autismo em território nacional. A AMA conseguiu o apoio do ator Antônio Fagundes, que gravou gratuitamente em 1987 um comercial televisivo de circulação nacional sobre o diagnóstico. Neste período, familiares ativistas viajavam para países do exterior para aprenderem novas formas de tratamento e buscar recursos. Os pais tinham vários pesquisadores referenciais. Um deles era Bernard Rimland. Além disso, o trabalho de Ole Ivar Lovaas com a Análise do comportamento aplicada também começou a ser disseminado.[21][20][12] Originalmente, o movimento do autismo esteve concentrado na figura de mães e pais de autistas, uma tendência que se seguiu ao longo das décadas.[22] Outros fenômenos também começaram a contribuir para a fomentação do cenário do autismo no Brasil durante a criação da Nova República, como a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) com a Constituição brasileira de 1988 e a reforma psiquiátrica.[23]

Em 1988, era fundada em Belo Horizonte a Associação Brasileira de Autismo (Abra), com a adesão inicial de pequenas organizações de outros estados do Brasil com o objetivo de consolidar um movimento de representação nacional. Sob este mesmo caráter unificador, a Associação Terapêutica Educacional para Crianças Autistas (Asteca) promoveu em 1989 o I Congresso Nacional de Autismo juntamente com outras organizações[21][12] (com um público de cerca de 1300 pessoas).[24] Naquele ano, já existiam 23 associações de autismo no país. Em 1991, a segunda edição do congresso contou com mais de 2000 pessoas, palestrantes nacionais e figuras internacionais como o psiquiatra e psicanalista René Diatkine e também Eric Schopler, criador do programa em inglês Treatment and Education of Autistic and Related Communication Handicapped Children (TEACCH). Durante o evento, Schopler, com base nas pesquisas da época, promoveu críticas ao uso da psicanálise para tratamento de autismo. A AMA implantou TEACCH pelos anos subsequentes, com a supervisão de profissionais estrangeiros.[21][12]

Além das associações de autismo, familiares começaram a produzir materiais diversos para conscientização do autismo. No Rio, a Associação de Pais de Autistas do Rio de Janeiro (Aparj) lançou em 1989 a Autismo em Revista, a primeira publicação do gênero no Brasil. Além disso, eram frequentes a disseminação de artigos e livros estrangeiros traduzidos, bem como palestras para auxiliar as famílias. No período, o pediatra Christian Gauderer lançou o livro Autismo, década de 80, um referencial frequente para pesquisadores e pais daquela época. A AMA, por sua vez, passou a ter núcleos em vários estados do Brasil em todas as regiões.[21][12]

1994–2008: Expansão e reconhecimento nacional[editar | editar código-fonte]

Fernando Cotta (2013) foi o fundador do Movimento Orgulho Autista Brasil.

Na história global do autismo, a década de 1990 foi caracterizada pelas mudanças de classificação de diagnóstico do autismo,[25] e pelo papel central da internet no ativismo[12] e, no Brasil, o período é marcado pelo desenvolvimento de políticas educacionais.[26] Durante o governo de Itamar Franco, a educação especial foi reestrurada, o que coincidiu com a Declaração de Salamanca.[27] As organizações pioneiras seguiram suas atividades, ora com problemas financeiros, ora com a adesão de novos membros. Neste contexto, a AMA ganhou em 1998, por meio do então presidente Fernando Henrique Cardoso, o Prêmio Direitos Humanos da Unesco daquele ano.[19][28]

Em 13 de dezembro de 1998, era inaugurada uma lista de discussão sobre o autismo no Yahoo!.[29] Durante certo período, foi o mais influente espaço de interação virtual no Brasil acerca do autismo, em que pais compartilhavam histórias e dúvidas sobre o diagnóstico.[30] Uma das características destas interações virtuais, segundo a historiadora Bruna Alves Lopes, era a solidariedade entre mães, a interação com pessoas de todo o país e uma nova caracterização do ativismo do autismo, apesar da precariedade da conexão à internet na época, marcada pela conexão de linha discada.[12] O grupo permaneceu ativo e produtivo durante anos, até com a distribuição de materiais informativos sobre autismo. Em 2006, membros do grupo chegaram a lançar uma versão traduzida de um manual de treinamento em ABA[31] e parte de seus membros fundaram várias associações pelo Brasil, entre elas a Associação de Familiares e Amigos da Gente Autista (Afaga).[32]

No dia 18 de junho de 2005, o Dia do Orgulho Autista, ativistas familiares de autistas no Distrito Federal promoveram uma blitz informativa sobre o autismo na BR-040/050, na saída para Belo Horizonte.[33] Esse grupo se tornaria, mais tarde, a organização Movimento Orgulho Autista Brasil (Moab).[34] Por meio do MOAB, foi a primeira vez que o tema neurodiversidade adentrou as discussões sobre autismo no Brasil.[35] Em 2008, em Fortaleza (CE), surgiu a Associação Brasileira para a Ação por Direitos das Pessoas com Autismo (Abraça), fundada pelos responsáveis da instituição terapêutica Casa da Esperança com a colaboração de ativistas de outras organizações, como o Moab e a Afaga.[36][37]

2009–atualmente: Legislações e ativismo autista[editar | editar código-fonte]

Evento relacionado ao Dia Mundial da Conscientização do Autismo de 2014, em Rio Branco.

No final de 2009, um grupo de familiares de autistas, pertencentes a organizações como o Moab, começou a se articular com deputados federais e senadores em Brasília.[38] Segundo Berenice Piana, o ativista Ulisses Batista estava em comunicação com Cristovam Buarque, solicitando uma audiência pública sobre autismo. Ela, por sua vez, conheceu Paulo Paim, responsável por encaminhar à Comissão de Direitos Humanos a realização de uma audiência. O evento ocorreu em 24 de novembro de 2009, e se desenvolveu ao longo dos anos em direção a se tornar uma política pública. O texto da lei começou a ser escrito com a participação de vários ativistas. Segundo Piana, o texto estava pronto em março de 2010, e desta forma protocolado. A aprovação na comissão se deu em 2011, indo à plenário em junho daquele ano.[39]

Em 27 de dezembro de 2012, durante o governo de Dilma Rousseff, foi instituída a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, pela qual autistas foram classificados como pessoas com deficiência.[40] A política também ficou conhecida como Lei Berenice Piana, por sugestão do então senador Paulo Paim.[12] A legislação teve um impacto significativo sobre o autismo no Brasil e na maior discussão sobre o transtorno no país.[41][42] Por outro lado, a legislação também causou polêmicas por vetos da presidenta em trechos relacionados a educação especial e concessão de horário especial a servidores com filhos autistas.[43] Além disso, o tratamento de autistas no Centros de Atenção Psicossocial, uma pauta defendida por algumas associações e movimentos, foi alvo de discordâncias de outros ativistas. O tema chegou a se tornar parte de audiências públicas nos anos seguintes na Câmara dos Deputados.[44]

Durante a década de 2010, a participação de pessoas diagnosticadas com o autismo no ativismo cresceu, com o surgimento de blogs, canais de vídeos e livros escritos por autistas, bem como também um ativismo associativo formado por pessoas no espectro. Neste período, temáticas como o autismo em mulheres, sexualidade e inclusão no mercado de trabalho se tornaram mais frequentes.[45][46] Em 2016, a Abraça promoveu o 1º Encontro Brasileiro de Pessoas Autistas (EBA), evento inédito em Fortaleza organizado e dedicado apenas para autistas[47] e, na mesma época, a associação se tornou a primeira organização de autismo do país com uma presidente autista, Fernanda Santana.[46] O ativismo solo de familiares de autistas também cresceu, com a ascensão de nomes como a jornalista Andréa Werner[48] e o apresentador de televisão Marcos Mion.[49][50]

A partir da década de 2020, a legislação voltada ao autismo no Brasil passou a se expandir para além do âmbito federal, com estados como Rio Grande do Sul[51] e Pará promovendo políticas estaduais voltadas para o autismo.[52] Diferentes estados do país, de forma independente, também começaram a aprovar legislações que estendiam o prazo de validade de laudos de autismo, com ativistas justificando de que o processo de atualizações dos laudos era desgastante e sem sentido, visto que o autismo é uma condição sem cura.[53][54] Em 2021, o debate sobre laudos ganhou visibilidade nacional a partir de um projeto de lei voltado a todas as deficiências permanentes.[55] Em 2023, o Governo Federal sancionou o uso do cordão de girassol como símbolo de identificação de pessoas com deficiências invisíveis, o que inclui o autismo.[56]

A partir de 2021, estudantes universitários autistas começaram a criar coletivos autistas em universidades públicas por todo o Brasil. O movimento teve, como primeiros expoentes, coletivos na Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).[57][58] No ano seguinte, pessoas envolvidas com os coletivos autistas se juntaram com outros ativistas e fundaram a Associação Nacional para Inclusão das Pessoas Autistas (Ania/BR).[59]

Referências na cultura popular[editar | editar código-fonte]

Pessoas autistas[editar | editar código-fonte]

Ao longo dos anos, pessoas públicas externas ao ativismo do autismo começaram a compartilhar que estavam no espectro autista, como a colorista digital Marina Amaral,[60][61] a jornalista e podcaster Amanda Ramalho,[62] a atriz Letícia Sabatella,[63] o geógrafo Elias Jabbour,[64] a desenhista Ana Mei,[65] a cantora de funk carioca MC Beth,[66] o ator Thiago Picchi,[67] a neurocientista Suzana Herculano-Houzel,[68] o paleontólogo Tito Aureliano[69] o comediante e apresentador Danilo Gentili,[70] e a jornalista Renata Simões.[71]

Sobre a descoberta do autismo, Simões chegou a dizer que "Autoconhecimento é a grande ferramenta para a liberdade. Porque na hora em que você entende o que é seu e o que você opera, [você diz] 'não, isso aqui não é meu, é algo que você quer jogar em cima de mim' (…) O que é meu, da minha personalidade, o que é meu diagnóstico e o que é das outras pessoas? A hora em que você descobre isso, fica muito mais fácil a sua existência".[71]

Outras figuras também afirmam serem autistas, como o youtuber e ativista anarcocapitalista Paulo Kogos,[72] comumente identificado como atuante em grupos de direita.[73] Apesar disso, Kogos não se autodeclarou autista ao concorrer as eleições brasileiras de 2022, quando se candidatou a deputado estadual.[74]

Imprensa[editar | editar código-fonte]

Historicamente, a pauta do autismo passou a ser divulgada por meio da imprensa, seja em cartas de leitores ou reportagens televisivas. Em termos de mídia impressa, o diagnóstico se tornou um tema de interesse crescente ao longo das décadas, com uma ênfase neurobiológica cada vez maior nos veículos tradicionais. Em um estudo baseado em matérias jornalísticas publicadas de 2000 a 2012, percebeu-se duas ênfases principais, segundo os autores, que seriam "a denúncia da falta de serviços especializados e a divulgação de estudos e metodologias estrangeiras". Os pesquisadores também afirmaram que esses dois pilares sustentam grande parte do ativismo de familiares de autistas.[75]

Na comunidade do autismo, membros da Associação de Pais de Autistas do Rio de Janeiro (Aparj) lançaram em 1989 a Autismo em Revista, que circulou de forma limitada ao longo dos anos.[12] Já em abril de 2010 foi criada[76][77][78] a Revista Autismo.[79] Gratuita e nos formatos impresso e digital, a revista não tinha uma periodicidade definida, porém, no início de 2019[80][81] passou a uma periodicidade trimestral, com distribuição nacional, em todos os estados do Brasil, sendo publicada nos meses de março, junho, setembro e dezembro. A partir de 2020, passou a realizar anualmente uma campanha nacional[82] com um tema definido para o Dia Mundial de Conscientização do Autismo (todo 2 de abril), com o primeiro tema sendo "#Respectro — Respeito para todo o espectro".[83] No mesmo ano foi criado o Canal Autismo, abrigando a revista e as demais iniciativas digitais da empresa, como o programa de Empreendedorismo Social com foco no Autismo (ESA).[84][85]

A partir da década de 2020, o autismo também se tornou tema de colunas em jornais de circulação nacional. Um desses casos foi o Dentro do Espectro, de Renata Simões, no O Estado de S. Paulo.[86][87] A jornalista Johanna Nublat publicou, na Folha de S.Paulo, a coluna Vidas Atípicas.[88]

Política[editar | editar código-fonte]

A jornalista Andréa Werner foi eleita deputada estadual mais de 10 anos depois da sua atuação no movimento do autismo.

Além das relações políticas ocorridas ao longo das décadas em torno da pauta do autismo, ativistas do cenário do autismo começaram a se inserir em candidaturas políticas a níveis municipais, estaduais e federais do Brasil. Segundo dados da Agência Pública, 19 candidatos a vereador(a) nas eleições municipais no Brasil em 2020 se autodeclararam autistas. Na ocasião, um candidato autista e pai de Guarulhos, que não era autodeclarada como pessoa com deficiência, chegou a ser eleito.[89] Já em 2022, depois de duas tentativas falhas em outros pleitos, a jornalista Andréa Werner conseguiu ser eleita deputada federal pelo estado de São Paulo. Meses após a eleição, Werner compartilhou publicamente ter recebido de autismo.[90] No ano seguinte, o deputado federal Amom Mandel revelou saber estar no espectro do autismo desde os 14 anos e disse que sua decisão de tornar o diagnóstico público ocorreu por ter recebido ataques.[91]

Com a popularidade da temática do autismo no Brasil, ativistas começaram a argumentar possíveis casos de oportunismo de políticos em torno da causa do autismo para atrair votos de pessoas ligadas a causa em processos de eleição[92] e na apresentação excessiva de projetos de lei.[93] Uma apuração do jornal O Estado de S. Paulo em 2023 identificou mais de 200 projetos de lei e Proposta de Emenda Constitucional (PECs) relacionados ao autismo.[94]

Segundo a Justiça Eleitoral, pessoas autistas têm preferência nos turnos eleitorais, sendo necessária a declaração do diagnóstico ao presidente da mesa da seção eleitoral.[95]

Esporte[editar | editar código-fonte]

Como em grande parte dos países, esportes também fazem parte da rotina e do cotidiano de autistas, seja no contexto da educação ou dos elementos culturais associados a atividades esportivas. No cenário educacional, a educação física tem sido apontada como uma forma de se atentar a aspectos como psicomotricidade, desenvolvimento cognitivo e corporal,[96] além da coordenação motora de autistas, geralmente considerada desajeitada.[97] Por outro lado, como uma atividade geralmente social, participar dessas atividades pode ser considerado um desafio para uma parte de autistas brasileiros.[98]

Na década de 2020, no contexto do futebol, autistas começaram a desenvolver torcidas voltadas ao autismo. O primeiro caso foram os Autistas Alvinegros, do Sport Club Corinthians Paulista, que fundaram uma torcida de autistas adultos em 2022.[99] A iniciativa ganhou espaço em vários clubes brasileiros,[100] tanto na criação das tais torcidas, na adaptação dos estádios com acessibilidade e cabines sensoriais e também com o uso de símbolos do autismo em uniformes de jogadores titulares.[101]

Em 2022, o Governo Federal lançou o programa TEAtivo, com foco em atividades físicas para crianças e adolescentes autistas.[102] O autismo ainda é tema de eventos, cursos e ações promovidas por instituições nacionais voltadas à deficiência, como o Comitê Paralímpico Brasileiro.[103]

Vídeos e podcasts[editar | editar código-fonte]

O primeiro canal sobre autismo produzido por uma pessoa autista no Brasil foi de Nelson Marra, ativo entre 2015 e 2016. A partir de 2015, surgiram canais protagonizados por figuras como Sophia Mendonça, Selma Sueli Silva, Marcos Petry, Leo Akira, Willian Chimura e Thais Cardoso.[104] Do âmbito de profissionais, destacaram-se nomes como Mayra Gaiato,[105] Clay Brites,[106] Lucelmo Lacerda[107][108] e Thiago Lopes.[109]

O primeiro podcast sobre autismo do Brasil foi lançado em 2007, chamado Rádio Autismo, produzido pela Casa da Esperança. Em 2014, a organização também criou o Autismo Brasil Podcast, ativo até 2017.[104] Em 2018 foi lançado o primeiro podcast feito somente por autistas: o Introvertendo.[110][111] Ao longo dos anos, também surgiram outras produções do gênero, como Lógica Autista e Atípicas.[104] Em 2023, o podcast Esquizofrenoias liberou uma temporada exclusiva sobre autismo chamada Amanda no Espectro.[112]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

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