Robert Schumann

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Robert Schumann (daguerreótipo de 1850).

Robert Alexander Schumann (Zwickau, 8 de junho de 1810 — Endenich, Bona, 29 de julho de 1856) foi um compositor alemão.[1] Era casado com a pianista (e também compositora) Clara Wieck Schumann.


Biografia

Robert Schumann nasceu na Saxônia em 8 de junho de 1810, o quinto e último filho de um livreiro e romancista, August Schumann e Johanna Schumann.[1][2] Schumann começou a compor antes da idade de sete anos, mas sua infância foi gasto no cultivo da literatura tanto quanto a música.[3]

Como o seu pai era bibliotecário, Schumann, pode descobrir com facilidade a obra de Shakespeare, verdadeiro emblema para os jovens que se rebelavam contra a ortodoxia do Classicismo.Lendo também á obra mais atual de Lord Byron e também outros autores como Walter Scott e Jean Paul, escritor que Robert admirava ao ponto de em 1828, empreender uma peregrinação a Bayreuth para visitar o seu túmulo.[1]

Em 1826 o seu pai morreu, fato que Robert jamais superou em razão do enorme sofrimento da sua perda. Pouco depois viajou até Leipzig, a cidade de Johann Sebastian Bach, a fim de matricular-se na faculdade de Direito. Mais tarde em Heidelberg, retomou o estudo das leis, inscrevendo-se na cátedra de Justus Thibaut. Todavia, os verdadeiros ensinamentos deste grande filósofo começariam após o horário escolar, quando este se reunia com o aluno para lhe confessar que era a música a sua verdadeira paixão. O facto de ter conhecido a pianista Ignaz Moscheles e o fascínio por Niccoló Paganini acabaram por lhe determinar o destino.[1]

Em 1830, em Leipzig passou a dedicar-se exclusivamente à música, com auxílio de seu professor Friedrich Wieck e Heinrich Dorn, mestre de capela da catedral daquela cidade.

Schumann, 1839

Enquanto este último lhe ensinou composição e harmonia, o primeiro transmitiu-lhe o amor pelo piano. Porém, em casa de Wieck, Schumann descobriu um outro importante foco de afeto: Clara, consumidora entusiasta de poesia e prometedora do piano. Robert apaixonou-se perdidamente por ela, sendo algumas das suas obras dedicadas a ela. Somente a activa oposição do velho Wieck conseguiu adiar o casamento até 1840.

Tendo o sonho de se tornar um solista, viu-se incapacitado devido a seu interesse pela composição, atividade que apreciava bastante.

A sua tendência era revolucionária na época, não gostava das - usando suas próprias palavras - áridas escolas do contraponto e da harmonia. Teve na análise das obras de Mozart, Schubert e Beethoven, dentre outros, sua principal influência composicional.

Em conjunto com amigos e intelectuais da época fundou o Neue Zeitschrift für Musik (Nova Revista para a Música). Um jornal voltado para a música, em 1834. Nos dez anos em que esteve à frente deste, teve uma rica produção artística.

Foi diretor musical na cidade de Düsseldorf em 1850. Foi forçado a renunciar o cargo em 1854, devido ao seu estado avançado de doença mental. Na verdade, Schumann teve um longo histórico de transtorno mental, com suas primeiras manifestações em 1833 como um episódio depressivo melancólico grave, que se repetiu várias vezes, alternando com fases de "exaltação" e idéias cada vez mais delirantes de ser envenenado ou ameaçados com itens metálicos. Depois de uma tentativa de suicídio em 1854, Schumann foi internado em um asilo para doentes mentais em Endenich, perto de Bonn, Alemanha. Foi diagnosticado com "melancolia psicótica". Ele morreu em 29 de julho de 1856 em Endenich sem ter se recuperado de sua doença mental.[4]

Diagnósticos hipotéticos das doenças Schumann variam de paralisia geral progressiva (ou sífilis terciária) a encefalopatia hipertensiva, com evidências mais convincentes de ter sido ou esquizofrenia ("demência precoce", "catatonia periódica") ou transtorno bipolar. Ideias delirantes, ideias de referência, bem como alucinações auditivas(ele estaria escutando a nota Lá em todos os lugares, o que o perturbou profundamente) apoiam um diagnóstico no espectro esquizofrênico. No entanto, a noção de que Schumann tinha um transtorno bipolar, possivelmente com características psicóticas, é fundamentada pelo curso ondulante de sua doença com fases depressiva e hipomaníacas distintas, bem como sua recuperação desses episódios individuais com restauração plena de suas habilidades musicais e de composição.[5]

As composições de Schumann

Piano solo

  • Tema no nome de "ABEGG" com Variações, Opus 1. (1830)
  • Papillons, Opus 2. (1829-1831)
  • Intermezzi, Opus 3. (1832)
  • Toccata em Dó maior, Opus 7. (1830)
  • Carnaval. Scènes mignonnes sur quatre notes, Opus 9. (1834-1835)
  • Davidsbündlertänze, Opus 6. (1837, revised 1850)
  • Fantasiestücke, Opus 12. (1847)
  • Fantasiestücke, Opus 111. (1851)
  • Etudes en forme de variations, Opus 13. (doze Estudos sinfônicos) (1834, rev. 1852)
  • Kinderszenen, Opus 15. (1838)
  • Kreisleriana. Fantasien, Opus 16. (1838, revised 1850)
  • Fantasia em Dó maior, Opus 17. (1836)
  • Arabesque em Dó maior, Opus 18. (1838-39)
  • Humoreske em Si bemol maior, Opus 20. (1839)
  • Novelletten, Opus 21. (1838):
  • No.1, Fá maior.
  • No.2, Ré maior.
  • No.3, Ré maior.
  • No.4, Ré maior.
  • No.5, Ré maior.
  • No.6, Lá maior.
  • No.7, Mi maior.
  • No.8, Fá sustenido menor-Ré maior.
  • Faschingsschwank aus Wien. Fantasiebilder, Opus 26. (1839)
  • Waldszenen, Op. 82. (1848-49)

Concertos

  • Concerto para Piano e Orquestra em Lá menor, Opus 54. (1841 e 1845)
  • Concerto para Violoncelo e Orquestra em Lá menor, Opus 129. (1850)
  • Fantasia para Violino e Orquestra em Dó maior, Opus 131. (1853)

Concerto para Quatro Trompas e Orquestra

Lieder

  • Liederkreis, Opus 24. (1840), sobre texto de Heine.
  • Myrthen, Opus 25. Ciclo de 26 canções. (1840)
  • 1. Widmung.
  • Liederkreis, Opus 39. (1840), sobre texto de Eichendorff.
  • Frauenliebe und Leben, Opus Ciclo (1840), sobre texto de Chamisso.
  • Dichterliebe, Opus 48. Ciclo (1840), sobre texto de Heine.

Orquestral

  • Sinfonia No.1 em Si bemol maior, Opus 38. "Primavera." (1841)
  • Sinfonia No.2 em Dó maior, Opus 61. (1845-1846)
  • Sinfonia No.3 em Mi bemol maior, Opus 97. "Renana." (1850)
  • Sinfonia No.4 em ré menor, Opus 120. (1841, revista em 1851)
  • Abertura para "Manfred" de Byron, Opus 115. (1848-1849)
  • Abertura para o Festival de Rheinweinlied, Opus 123. (1853)

Música de câmara

  • Três Quartetos de Cordas, Opus 41. (1842):
  • No.1, Lá menor
  • No.2, Fá maior
  • No.3, Lá maior
  • Quinteto para Piano em Mi bemol maior, Opus 44. (1842)
  • Quarteto para Piano em Mi bemol maior, Opus 47. (1842)
  • Fantasiestücke para Clarineta (ou Violino, ou Violoncelo) e Piano, Opus 73. (1849)
  • Drei Romanzen para Oboé (ou Violino, ou Clarineta) e Piano, Opus 94. (1849)

Coral

  • Das Paradies und die Peri para Vozes solistas, Coro, e Orquestra, Opus 50. (1843)
  • Missa, Opus 147. (1852)
  • Réquiem, Opus 148. (1852)

Piano de pedal

  • Studien für den Pedal-Flügel, Opus 56. (1845):
  • No.1, Dó menor.
  • No.2, Lá menor.
  • No.3, Mi maior.
  • No.4, Lá bemol maior.
  • No.5, Si menor.
  • No.6, Si maior
  • Skizzen für den Pedal-Flügel, Opus 58. (1845):
  • No.1, Dó menor.
  • No.2, Dó maior.
  • No.3, Fá menor.
  • No.4 Ré bemol maior.

Órgão

  • Seis Fugas Sobre o nome de "BACH", Opus 60. (1845)
  • No.1, Si bemol maior.
  • No.2, Si bemol maior.
  • No.3, Sol menor.
  • No.4, Si bemol maior.
  • No.5, Fá maior.
  • No.6, Si bemol maior

Ópera

Referências

  1. a b c d «Robert Schumann». Porto Editora. Infopédia. Consultado em 28 de julho de 2012 
  2. Ostwald, page 11
  3. Robert Schumann (1982). On Music and Musicians (em inglês). [S.l.]: University of California Press. ISBN 978-0-520-04685-6 
  4. Domschke K. Robert Schumann's contribution to the genetics of psychosis - psychiatry in music. Br J Psychiatry. 2010 Apr;196(4):325.
  5. Domschke K. Robert Schumann's contribution to the genetics of psychosis - psychiatry in music. Br J Psychiatry. 2010 Apr;196(4):325.

Bibliografia

  • Daverio, J, "Robert Schumann," Grove music online, L Macy (ed), accessed 24 June 2007 (subscription access)
  • Ostwald, Peter, Schumann – The inner voices of a musical genius, Northeastern University Press, Boston, 1985 ISBN 1-55553-014-1.
  • Scholes, Percy A, The Oxford Companion to Music, Tenth Edition, Oxford University Press, Oxford, 1970 ISBN 01931130661.
  • Fuller-Maitland, John Alexander. (1884). Schumann. S. Low, Marston, Searle & Rivington (reissued by Cambridge University Press, 2009; ISBN 978-1-108-00481-7)
  • Ostwald, Peter (1985). Schumann, The Inner Voices of a Musical Genius. [S.l.]: Northeastern University Press. ISBN 1-55553-014-1 
  • Perrey, Beate (ed.) (2007). The Cambridge Companion to Schumann. [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 0-521-78950-8 
  • Rice-See, Lynn (2008). The Piano Teaching of Walter Hautzig with 613 Examples from the Works of Beethoven, Schubert, Schumann, and Chopin, Edwin Mellen Press. ISBN 0-7734-4981-7
  • Domschke K. Robert Schumann's contribution to the genetics of psychosis - psychiatry in music. Br J Psychiatry. 2010 Apr;196(4):325.
  • Tunbridge, Laura (2007). Schumann's Late Style. [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-87168-6 
  • Worthen, John (2007). Robert Schumann: Life and Death of a Musician. [S.l.]: Yale University Press. ISBN 0-300-11160-6  The author argues that the composer was mentally normal all his life, until the sudden onset of insanity near the end resulting from tertiary syphilis.

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