Ayahuasca: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
→‎Interações neurofisiológicas: correção de informação
PauloEduardo (discussão | contribs)
Foram revertidas as edições de 179.253.154.74 (usando Huggle)
Linha 55: Linha 55:


Semelhantemente, o [[Cinco preceitos (budismo)|quinto preceito]] do [[Buda]] também é impreciso ao não permitir que budistas ingiram substâncias que causem negligência: é debatido entre os budistas se psicodélicos como a ayahuasca se enquadrariam sob este preceito.<ref>{{citar web|URL = http://www.chezpaul.org.uk/buddhism/MSt_dissertation.htm|título = Avoiding pamāda: An analysis of the Fifth Precept as Social Protection in Contemporary Contexts with reference to the early Buddhist teachings|data = |acessadoem = |autor = Paul Trafford|publicado = }}</ref>
Semelhantemente, o [[Cinco preceitos (budismo)|quinto preceito]] do [[Buda]] também é impreciso ao não permitir que budistas ingiram substâncias que causem negligência: é debatido entre os budistas se psicodélicos como a ayahuasca se enquadrariam sob este preceito.<ref>{{citar web|URL = http://www.chezpaul.org.uk/buddhism/MSt_dissertation.htm|título = Avoiding pamāda: An analysis of the Fifth Precept as Social Protection in Contemporary Contexts with reference to the early Buddhist teachings|data = |acessadoem = |autor = Paul Trafford|publicado = }}</ref>

Para [[Rudolf Steiner]], fundador da [[Antroposofia]], o uso de plantas [[Xamanismo|xamânicas]] é uma forma de [[clarividência]] [[Atavismo|atávica]], significando que pertence ao passado da humanidade, pois se tornou inadequado com as mudanças que ocorreram na constituição do corpo, alma e espírito do homem: e, portanto, passou a oferecer um alto risco de criar ilusões na consciência.<ref>{{citar web|URL = http://www.breakingopenthehead.com/forum/showthread.php?t=502|título = "A long correction about Steiner's anthroposophy"|data = |acessadoem = |autor = |publicado = Breaking Open the Head Forum}}</ref><ref>{{citar web|URL = http://philosophyoffreedom.org/node/4276|título = Rudolf Steiner and Atavistic Clairvoyance|data = |acessadoem = |autor = |publicado = The Philosophy of Freedom}}</ref>


A [[Fraternidade Rosacruz]] afirma que psicodélicos não conduzem à evolução espiritual, expõem o aspirante ao risco de ser controlado por espíritos indesejáveis, enfraquecem o corpo físico e os corpos espirituais, podendo causar danos que levarão muitas vidas para serem reparados.<ref>{{citar web|URL = http://www.rosicrucian.com/zineen/pamen002.htm|título = "Effects of Alcohol, Drugs, and Tobacco"|data = |acessadoem = |autor = |publicado = Rosicrucian Fellowship}}</ref> A [[Sociedade Teosófica]] considera os psicodélicos como sendo mais prejudiciais à evolução espiritual do que o próprio [[álcool]].<ref>{{citar livro|título = The Key to Theosophy|sobrenome = BLAVATSKY|nome = Helena|edição = |local = |editora = |ano = |página = |isbn = |url = http://www.theosociety.org/pasadena/key/key-13.htm}}</ref><ref>{{citar web|URL = http://blavatskytheosophy.com/the-theosophical-view-of-meat-and-alcohol/|título = The Theosophical View of Meat and Alcohol|data = |acessadoem = |autor = |publicado = Blavatsky Theosophy Group UK}}</ref>
A [[Fraternidade Rosacruz]] afirma que psicodélicos não conduzem à evolução espiritual, expõem o aspirante ao risco de ser controlado por espíritos indesejáveis, enfraquecem o corpo físico e os corpos espirituais, podendo causar danos que levarão muitas vidas para serem reparados.<ref>{{citar web|URL = http://www.rosicrucian.com/zineen/pamen002.htm|título = "Effects of Alcohol, Drugs, and Tobacco"|data = |acessadoem = |autor = |publicado = Rosicrucian Fellowship}}</ref> A [[Sociedade Teosófica]] considera os psicodélicos como sendo mais prejudiciais à evolução espiritual do que o próprio [[álcool]].<ref>{{citar livro|título = The Key to Theosophy|sobrenome = BLAVATSKY|nome = Helena|edição = |local = |editora = |ano = |página = |isbn = |url = http://www.theosociety.org/pasadena/key/key-13.htm}}</ref><ref>{{citar web|URL = http://blavatskytheosophy.com/the-theosophical-view-of-meat-and-alcohol/|título = The Theosophical View of Meat and Alcohol|data = |acessadoem = |autor = |publicado = Blavatsky Theosophy Group UK}}</ref>
Linha 62: Linha 60:
Semelhantemente, o [[Espiritismo]] aponta que, embora drogas tenham sido utilizadas "para abrir as comportas do entendimento para as viagens místicas", elas "liberam componentes tóxicos que impregnam as delicadas engrenagens do perispírito, atingindo-o por largo tempo. Muitas vezes, esse modelador de formas imprime nas futuras organizações fisiológicas lesões e mutilações que são o resultado dos tóxicos de que se encharcou em existência pregressa".<ref>{{citar livro|título = Nas fronteiras da loucura|sobrenome = FRANCO|nome = Divaldo|edição = |local = |editora = |ano = |página = |isbn = |url = http://bvespirita.com/Nas%20Fronteiras%20da%20Loucura%20(psicografia%20Divaldo%20Pereira%20Franco%20-%20esp%C3%ADrito%20Manoel%20Philomeno%20de%20Miranda).pdf|autor = }}</ref>
Semelhantemente, o [[Espiritismo]] aponta que, embora drogas tenham sido utilizadas "para abrir as comportas do entendimento para as viagens místicas", elas "liberam componentes tóxicos que impregnam as delicadas engrenagens do perispírito, atingindo-o por largo tempo. Muitas vezes, esse modelador de formas imprime nas futuras organizações fisiológicas lesões e mutilações que são o resultado dos tóxicos de que se encharcou em existência pregressa".<ref>{{citar livro|título = Nas fronteiras da loucura|sobrenome = FRANCO|nome = Divaldo|edição = |local = |editora = |ano = |página = |isbn = |url = http://bvespirita.com/Nas%20Fronteiras%20da%20Loucura%20(psicografia%20Divaldo%20Pereira%20Franco%20-%20esp%C3%ADrito%20Manoel%20Philomeno%20de%20Miranda).pdf|autor = }}</ref>


Entretanto, para [[Samael Aun Weor]], fundador da [[Igreja Gnóstica Cristã Universal]], nem todas as plantas e substâncias psicodélicas são iguais em valor. Segundo sua visão, enquanto a [[cannabis]] e a [[LSD]] são degenerativas, a ayahuasca, a [[Brugmansia suaveolens|trombeta]], as [[erythroxylum coca|folhas de coca]], o [[óxido nitroso]], os [[Psilocybe cubensis|cogumelos]] e o [[peiote]], embora não sejam imprescindíveis à evolução, levam aos mundos superiores e facilitam viagens astrais, mas devem ser utilizados apenas por aqueles que são celibatários ou que praticam a [[magia sexual]] gnóstica: fora disto, o uso é considerado como abuso.<ref>"Samael Aun Weor e os psicoativos", no blog Imagens Ocultas. ( Estas informações também constam dos próprios livros e cartas deste autor. ).</ref>
Para a [[Igreja Gnóstica Cristã Universal]], entretanto, as substâncias e plantas psicodélicas não são todas iguais em valor. Na visão de seu mestre fundador, [[Samael Aun Weor]], enquanto a [[cannabis]] e a [[LSD]] são degenerativas, a ayahuasca, os [[Psilocybe cubensis|cogumelos]] e o [[peiote]], embora não sejam imprescindíveis à evolução, levam aos mundos superiores e facilitam viagens astrais, mas devem ser utilizados apenas por aqueles que são castos ( o que na definição gnóstica inclui aqueles que praticam a [[magia sexual]], conforme é ensinada nesta Igreja ): fora disto, o uso é considerado como abuso.<ref>"Resposta aos inimigos da Ayahuasca" - Samael Aun Weor e os psicoativos, no blog Imagens Ocultas.</ref>


== Legalidade ==
== Legalidade ==
Linha 183: Linha 181:
O consumo da bebida pode também desencadear quadros [[psicose|psicóticos]] em pessoas predispostas a essas doenças, ou desencadear novas crises em indivíduos portadores de doenças psiquiátricas tais como [[transtorno bipolar]] e [[esquizofrenia]].<ref>SANTOS, R.G. & STRASSMAN, R.J. [http://www.trnres.com/ebook/uploads/rafael/T_12998353067%20Rafael.pdf Ayahuasca and Psychosis.] ''British Journal of Psychiatry'', 3 de dezembro de 2008. [http://bjp.rcpsych.org/letters/?first-index=561&hits=80#bjrcpsych_el_22556]</ref> Um estudo realizado ao longo de 5 anos com 951 usuários de 3 cidades brasileiras registrou 20 eventos psiquiátricos ( 2,1% ) sendo que 7 eram reações psicóticas ( 0,73% ).<ref>{{citar periódico|ultimo = Lima, F., Naves, M., Motta, J., Migueli, J., Brito, G., et cols.|primeiro = |titulo = Rev. Bras. Psiquiatr., 24 (2 Suppl.).|jornal = |doi = |url = |acessadoem = |ano = 2002}}</ref><ref>{{citar periódico|ultimo = Lima, F., Naves, M., Motta, J., Migueli, J., Brito, G., et. cols.|primeiro = |titulo = XVI Congresso Brasileiro de Psiquiatria, São Paulo|jornal = |doi = |url = |acessadoem = |data = 1997}}</ref>
O consumo da bebida pode também desencadear quadros [[psicose|psicóticos]] em pessoas predispostas a essas doenças, ou desencadear novas crises em indivíduos portadores de doenças psiquiátricas tais como [[transtorno bipolar]] e [[esquizofrenia]].<ref>SANTOS, R.G. & STRASSMAN, R.J. [http://www.trnres.com/ebook/uploads/rafael/T_12998353067%20Rafael.pdf Ayahuasca and Psychosis.] ''British Journal of Psychiatry'', 3 de dezembro de 2008. [http://bjp.rcpsych.org/letters/?first-index=561&hits=80#bjrcpsych_el_22556]</ref> Um estudo realizado ao longo de 5 anos com 951 usuários de 3 cidades brasileiras registrou 20 eventos psiquiátricos ( 2,1% ) sendo que 7 eram reações psicóticas ( 0,73% ).<ref>{{citar periódico|ultimo = Lima, F., Naves, M., Motta, J., Migueli, J., Brito, G., et cols.|primeiro = |titulo = Rev. Bras. Psiquiatr., 24 (2 Suppl.).|jornal = |doi = |url = |acessadoem = |ano = 2002}}</ref><ref>{{citar periódico|ultimo = Lima, F., Naves, M., Motta, J., Migueli, J., Brito, G., et. cols.|primeiro = |titulo = XVI Congresso Brasileiro de Psiquiatria, São Paulo|jornal = |doi = |url = |acessadoem = |data = 1997}}</ref>


A ayahuasca é contraindicada para pessoas com [[transtorno bipolar]] (antes referida como psicose maníaco-depressiva). Os [[alcalóides]] inibidores de [[monoamina oxidase]] presentes na bebida, como a [[harmina]] e [[harmalina]], têm efeito análogo a alguns [[antidepressivo]]s, como a [[moclobemida]] (Aurorix). Importante observar que antidepressivos, sejam eles [[inibidor da monoamina oxidase|inibidores de monoamino oxidase]], sejam [[inibidor selectivo de recaptação de serotonina|inibidores seletivos de recaptação de serotonina]] ou ainda de outras classes, são associados a maior risco de episódios de [[mania]] nos casos de transtorno bipolar.<ref>{{citar web|URL = http://www.webmd.com/bipolar-disorder/news/20070315/antidepressants-risky-for-biopolar-disorder?query=|título = Antidepressants Risky for Bipolar II? Researcher Says Doctors Often Give Wrong Treatment for a Type of Bipolar Disorder|data = |acessadoem = |autor = |publicado = WebMD}}</ref>
Pessoas com [[transtorno bipolar]] (antes referida como psicose maníaco-depressiva) devem merecer atenção especial. Os [[alcalóides]] inibidores de [[monoamina oxidase]] presentes na bebida, como a [[harmina]] e [[harmalina]], têm efeito análogo a alguns [[antidepressivo]]s, como a [[moclobemida]] (Aurorix). Importante observar que antidepressivos, sejam eles [[inibidor da monoamina oxidase|inibidores de monoamino oxidase]], sejam [[inibidor selectivo de recaptação de serotonina|inibidores seletivos de recaptação de serotonina]] ou ainda de outras classes, são associados a maior risco de episódios de [[mania]] nos casos de transtorno bipolar.<ref>{{citar web|URL = http://www.webmd.com/bipolar-disorder/news/20070315/antidepressants-risky-for-biopolar-disorder?query=|título = Antidepressants Risky for Bipolar II? Researcher Says Doctors Often Give Wrong Treatment for a Type of Bipolar Disorder|data = |acessadoem = |autor = |publicado = WebMD}}</ref>


{{Referências|col=2}}
{{Referências|col=2}}

Revisão das 23h27min de 22 de outubro de 2014

Os dois componentes da bebida
Ayahuasca sendo preparada na Região de Iquitos, no Peru

Ayahuasca[1] (do quíchua ayáwaskha: 'cipó do morto' ou 'cipó do espírito'; de aya, 'morto, defunto, espírito', e waska, 'cipó'[2] ), também chamada hoasca, daime ou iagê,[3] é uma bebida produzida mais frequentemente a partir de duas plantas amazônicas (Banisteriopsis caapi, de onde se retira o cipó e/ou a raíz, e Psychotria viridis, de onde se retira a folha) para fins rituais e utilizada na medicina tradicional dos povos da Amazônia. Atualmente seu uso acha-se difundido entre os adeptos de diversos cultos praticados também fora da Amazônia.

Sinonímia

O nome ayahuasca pode designar tanto o cipó Banisteriopsis spp. quanto a bebida. Entre as traduções para esse nome, estão "cipó do homem morto" (aya significando "espírito, morto ou ancestral" e huasca significa "vinha ou corda"), "liana das almas", "cipó dos espíritos", "cipó da pequena morte", "vinho da alma". Os nomes além do significado literal referem-se a elementos de significação cultural, a exemplo de "professor dos professores", "planta professora", entre outros.

Na União do Vegetal, o cipó é conhecido como mariri, a folha como chacrona e a bebida como Vegetal; no CEFLURIS, o cipó como jagube, a folha como rainha e a bebida como Santo Daime; no CICLU - Alto Santo, o cipó como jagube, a folha como chacrona e a bebida como Daime, apenas, sem o título de "santo".[4]

História

História do uso indígena

Era utilizada pelos incas ou, melhor, pelo complexo histórico cultural assim denominado. Segundo Darcy Ribeiro[5], apesar das diferenciações linguísticas e das variantes culturais e nacionais, o bloco inteiro deve ser encarado como uma só macro-etnia: a neo-incaica. Numa avaliação que fez em 1960, publicada no livro "As Américas e a civilização", encontrou-se uma população de 15,5 milhões de habitantes, na área montanhosa de 3 000 km de extensão que vai do Norte do Chile ao Sul da Colômbia, cobrindo os atuais territórios da Bolívia, Peru e Equador. Destes, 7,5 milhões são considerados indígenas, 3 milhões, brancos por autodefinição e 5 milhões de mestiços.

A ayahuasca é utilizada tradicionalmente em países como Peru, Equador, Colômbia, Bolívia e Brasil e ainda por pelo menos 72 diferentes tribos indígenas da Amazônia.[6][7]. Há estimativas do início da sua utilização e dispersão entre as tribos ameríndias entre 1500 e 2000 a.C., estando, entre os principais estudos dessa datação, os realizados pelo etnógrafo equatoriano Plutarco Naranjo, que sumariou a pouca informação disponível sobre a pré-história da ayahuasca a partir de evidências arqueológicas abundantes em vasos de cerâmica, estatuetas antropomórficas e outros artefatos.[8]

Atualmente, já se observa um cuidado das autoridades sanitárias, governamentais e das próprias etnias que fazem uso da bebida em reconhecê-la como patrimônio cultural e de padronizar sua utilização, como é o caso da UMIYAC - Unión de Médicos Yageceros de la Amazonía Colombiana, que reúne representantes das etnias: inga, cofán, siona, kamsá, coreguaje, tatuyo e carijona.

História do uso pelos grupos neo-ayahuasqueiros

O uso da ayahuasca se expandiu pela América do Sul e outras partes do mundo com o crescimento de movimentos religiosos organizados, sendo os mais significativos a União do Vegetal, o Santo Daime e A Barquinha, além de dissidências destas e grupos (centros, núcleos ou igrejas) independentes que o consagram em seus rituais.[9]

Entre as comunidades ayahuasqueiras, os grupos e organizações religiosas de formação mais recente têm sido denominados como ecléticos ou neo-ayahuasqueiros. Ainda estão para ser realizados estudos mais aprofundados sobre a dimensão quantitativa, sócioantropológica e jurídica dessa extensão, como proposto pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional [10]. Segundo Labate [11] os grupos neo-ayahuasqueiros formam uma interseção entre os que compõem o universo da "Nova Era" e suas matrizes (de inspiração nas religiões orientais, neoxamanismo e holismo) e o universo das religiões ayahuasqueiras tradicionais. Entre esses grupos, podemos citar: Centro espiritual Estrela de Salomão, Centro Espírita Beneficente União do Vegetal, Centro Terapêutico Caminho do Coração, Céu Nossa Senhora da Conceição, Natureza Divina, Templo Mãe d'Água, Escola da Rainha - Reino do Sol, entre outros.

Ayahuasca sendo cozida na Região de Iquitos, no Peru

Visão religiosa da ayahuasca

Visão entre grupos neo-ayahuasqueiros

Adeptos religiosos frequentemente desaprovam o uso do termo alucinógeno para descrever a ayahuasca.[12] Estes adeptos preferem utilizar o termo enteógeno (grego en- = dentro/interno, -theo- = deus/divindade, -genos = gerador), ou "gerador da divindade interna" uma vez que seu uso se dá em contextos ritualísticos específicos. Contudo, a categorização científica da ayahuasca, enquanto substância, sem levar em consideração qualquer contexto de uso, é de um alucinógeno psicodélico. Para a ciência, essa categorização não possui qualquer juízo de valor, e simplesmente denota a substância como um alterador da percepção e da cognição que age sobre os receptores de serotonina: a controvérsia ocorre devido à conotação negativa que este termo adquiriu em seu uso nos meios sociais e nos meios de comunicação. O etnofarmacologista Dennis McKenna, tendo em vista essa controvérsia, considera tanto o termo alucinógeno quanto o termo enteógeno como inadequados para descrever a ayahuasca, e diz preferir o termo "shamanic medicine".[13]

Embora alguns grupos religiosos afirmem que o chá é "comprovadamente inofensivo à saúde"[14], na comunidade científica não há consenso formado sobre o assunto. As investigações são ainda preliminares, e ainda não existem estudos aprofundados, realizados em seres humanos, de vários aspectos básicos dos possíveis efeitos da ayahuasca sobre o organismo. Ademais, o modo de vida das populações urbanas é bastante distinto das populações indígenas tradicionais, bem como o modo de uso e de preparo da bebida, acrescentando novas variáveis a serem consideradas e pesquisadas na avaliação de riscos.

Muitos adeptos religiosos atribuem à substância propriedades curativas, como reativar órgãos danificados e melhoras em quadros de dependência química, por exemplo. O Mestre Irineu, fundador do primeiro grupo neo-ayahuasqueiro, o CICLU - Alto Santo, dizia que o seu Daime podia curar todas as doenças, exceto aquelas que vieram por sentença divina.[15] Entretanto, ele também dizia que "o Daime é para todos, mas nem todos são para o Daime"[16], e proibiu o proselitismo da bebida para os seus seguidores.

A proibição do proselitismo é observada quase que universalmente entre os grupos neo-ayahuasqueiros. Há divergências, porém, na permissão ou condenação da venda das plantas que compõem o chá, ou do próprio chá, entre grupos organizados ou indivíduos a eles coligados, e também há divergências sobre a permissão da posse individual da bebida aos membros de grupos. Os grupos variam entre si largamente na frequência de uso, indo de quinzenal a diário ou quase diário, na potência da bebida e quantidade ingerida por sessão, no nível de preparo pessoal necessário, como na exigência ou não, nos dias mais próximos aos rituais, da dieta, que pode incluir abstinência sexual e/ou jejuns ou alimentação controlada.

A Barquinha não desenvolve exegeses, paralelos rituais ou míticos associados a significados atribuídos à ayahuasca ou as plantas com as quais ela é produzida na mesma intensidade que o Santo Daime ou a União do Vegetal, nem atribui aspectos divinos ao seu mestre fundador. Também é o único grupo destes três no qual a ayahuasca não é bebida em todos os rituais, e que conta com frequentadores assíduos que não consomem o chá e nem são membros do grupo.[17] No Santo Daime, Mestre Irineu é tido como a reencarnação de Jesus Cristo[18], e existe a compreensão de que ele é o próprio Daime[19]. Na União do Vegetal, o Mestre Gabriel é tido, conforme deixou gravado, como sendo o próprio efeito da bebida ( chamado de burracheira ), e que em encarnação passada ( como Caiano ) esteve envolvido na origem mítica das duas plantas que a compõem, que nasceram de duas sepulturas[20].

Visão indígena

O mito fundador dos Kaxinawás demonstra a sua visão da bebida como dissipadora de ilusões, como também um agente curativo.

Visão de religiões e grupos não-ayahuasqueiros

Os primeiros relatos do uso indígena de ayahuasca, no Ocidente, são dos missionários jesuítas Pablo Maroni em 1737 e Franz Xaver Veigl em 1768, que descreveram um cipó ( liana ) conhecido como ayahuasca, "usado para adivinhação, mistificação e enfeitiçamento", enquanto estiveram no Rio Napo.[21] A Igreja é categórica em afirmar que o uso de qualquer psicotrópico é uma ofensa grave, a não ser por prescrições estritamente terapêuticas.[22]

Existe uma ordem Sufi que consome a ayahuasca.[23] Como no Alcorão só há proibição ( haram ) explícita ao vinho, o assunto do uso de psicoativos sempre foi controverso entre muçulmanos, como no caso do haxixe.[24]

Semelhantemente, o quinto preceito do Buda também é impreciso ao não permitir que budistas ingiram substâncias que causem negligência: é debatido entre os budistas se psicodélicos como a ayahuasca se enquadrariam sob este preceito.[25]

A Fraternidade Rosacruz afirma que psicodélicos não conduzem à evolução espiritual, expõem o aspirante ao risco de ser controlado por espíritos indesejáveis, enfraquecem o corpo físico e os corpos espirituais, podendo causar danos que levarão muitas vidas para serem reparados.[26] A Sociedade Teosófica considera os psicodélicos como sendo mais prejudiciais à evolução espiritual do que o próprio álcool.[27][28]

Semelhantemente, o Espiritismo aponta que, embora drogas tenham sido utilizadas "para abrir as comportas do entendimento para as viagens místicas", elas "liberam componentes tóxicos que impregnam as delicadas engrenagens do perispírito, atingindo-o por largo tempo. Muitas vezes, esse modelador de formas imprime nas futuras organizações fisiológicas lesões e mutilações que são o resultado dos tóxicos de que se encharcou em existência pregressa".[29]

Para a Igreja Gnóstica Cristã Universal, entretanto, as substâncias e plantas psicodélicas não são todas iguais em valor. Na visão de seu mestre fundador, Samael Aun Weor, enquanto a cannabis e a LSD são degenerativas, a ayahuasca, os cogumelos e o peiote, embora não sejam imprescindíveis à evolução, levam aos mundos superiores e facilitam viagens astrais, mas devem ser utilizados apenas por aqueles que são castos ( o que na definição gnóstica inclui aqueles que praticam a magia sexual, conforme é ensinada nesta Igreja ): fora disto, o uso é considerado como abuso.[30]

Legalidade

  • Após 18 anos de estudos, o Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas[31] do Brasil retirou, em 23 de novembro de 2006, a ayahuasca da lista de drogas alucinógenas definitivamente. A ayahuasca já havia sido excluída desta lista em caráter provisório desde setembro de 1987.[32] Em 26 de janeiro de 2010, o Governo Brasileiro dispôs a regulamentação de seu uso para fins religiosos, tendo vetado o seu comércio e propagandas além de coibir seu uso em conjunto com outras drogas e em eventos de turismo. O cadastramento das entidades que utilizam a ayahuasca é facultativo.[33][34] A legalização da ayahuasca no Brasil ocorreu devido à ausência de prejuízo social e à liberdade de culto religioso, e não devido à ausência de efeitos neuropsiquiátricos negativos percebidos cientificamente.[35]
  • A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu (em 20 de fevereiro de 2006) que o governo estadunidense não pode impedir a filial da União do Vegetal no Estado do Novo México de utilizar o chá ayahuasca em seus rituais religiosos. O veredicto atesta que o grupo religioso está protegido pelo Religious Freedom Restoration Act, aprovado pelo congresso em 1993, e que foi peça jurídica fundamental no processo que legalizou o uso ritual do cacto peiote (cujo princípio ativo é a mescalina) pela Native American Church — congregação que reúne descendentes de algumas etnias indígenas norte-americanas.
  • A ONU emitiu um parecer favorável recomendando a flexibilização das leis em todos os países do mundo no que se refere à ayahuasca.
  • O IPHAN analisa transformar a ayahuasca em patrimônio imaterial da cultura brasileira, a pedido do então ministro Gilberto Gil e das religiões que comungam da bebida. No Peru, a bebida já foi declarada patrimônio cultural da nação.

Farmacologia

Cientificamente, a propriedade psicoativa da ayahuasca se deve à presença, nas folhas da chacrona, de uma substância denominada N,N-dimetiltriptamina (DMT), produzido naturalmente (em doses menores) no organismo humano. O DMT é metabolizado pelo organismo por meio da enzima monoamina oxidase (MAO). O caapi possui alcalóides capazes de inibir os efeitos da MAO e assim evitar a oxidação da molécula de DMT, que a tornaria inativa. Desse modo, o DMT fica ativo quando administrado por via oral e tem sua ação prolongada.[36][37][38]

Os harmanos são as betacarbolinas inibidoras de MAO. A harmina e a harmalina tem preferência pela inibição da enzima MAO-A, e em altas doses podem passar a inibir a MAO-B, enquanto a tetraidroarmina (THH) é, além de um MAOI, um inibidor da recaptação de serotonina de baixa intensidade, prolongando assim a meia-vida da molécula de DMT.[39] Estes compostos permitem que as moléculas de DMT não sejam metabolizadas, e assim atravessem a mucosa do estômago e do intestino para que, então atravessando a barreira hematoencefálica, possam chegar aos seus receptores correspondentes no cérebro.[40] Polimorfismos na enzima citocromo P450-2D6 podem afetar a capacidade de um indivíduo de metabolizar a harmina.[41]

A ayahuasca provoca alucinações entópticas ( fosfenos ), originadas entre o nervo óptico e o córtex cerebral, que se encaixam em padrões geométricos previsíveis, como mandalas, podendo também lembrar formas do mundo natural, como flores. Isto ocorre porque o agonismo de receptores 5-HT2A abaixa a pressão ocular, naturalmente produzindo fosfenos. Ela também provoca alucinações eidéticas, as chamadas visões, originadas no hipocampo e no lobo temporal mesial, associadas à alta neuromodelação de acetilcolina. Sob o efeito da ayahuasca, um ambiente escuro e o repouso corporal potencializam alucinações eidéticas porque auxiliam as betacarbolinas ( que são hipnóticos ) na indução do estado hipnagógico, aquele estado transitório entre a vigília e o sono, no qual aumenta a atividade colinérgica. Conforme a dose se eleva, há maior tendência de ocorrerem alucinações erráticas, estas definidas como alterações na percepção do espaço, principalmente do contorno e tamanho de formas, e da passagem do tempo.

O caapi e a chacrona potencializam-se reciprocamente. As betacarbolinas, por seus efeitos hipnóticos, induzem ondas cerebrais que favorecem as alucinações eidéticas, produzidas em maior potencial pela DMT, e as ondas induzidas pela DMT favorecem as alucinações entópicas, produzidas em maior potencial pelas betacarbolinas. Estas alucinações são bastante fluídas: uma alucinação eidética pode formar-se gradualmente a partir de elementos de uma entópica, e pode facilmente esvair-se, transformar-se em outra.[42][43]

A Jurema funciona através de método análogo à ayahuasca. Ela contém N,N-DMT e Juremamina, a qual atua como inibidor de MAO.[44]

Formas de preparação

Banisteriopsis caapi

Segundo Strassman,[45], e outros autores [46] [47] a ayahuasca é uma das várias infusões ou decocções psicoativas preparada a partir de Banisteriopsis spp. As bebidas resultantes são farmacologicamente complexas e utilizadas com propósitos xamânicos, etnomédicos e religiosos. Etnobiólogos ocidentais, como Jonathan Ott, já registraram uma variedade de 200 a 300 plantas diferentes utilizadas no seu preparo.[48]

Embora a ayahuasca seja produzida a partir do cipó Banisteriopsis caapi e das folhas do arbusto Psychotria viridis, em alguns grupos indígenas e neo-ayahuasqueiros, outras plantas psicoativas, junto a outras psiquicamente inativas, podem ser adicionadas à mistura. Em alguns contextos indígenas, por exemplo, pode ser adicionadas folhas de tabaco, coca ou guaraná; cactos como peiote ou São Pedro, a chaliponga (Diplopterys cabrerana), que além da N,N-DMT, contém 5-MeO-DMT, ou até mesmo a trombeta (Brugmansia suaveolens) conhecida pelos indígenas como Toé. O cipó exibe várias variedades: são conhecidas mais de 40, sendo as mais famosas a tucunacá e a caupuri.[49] As variedades de cipó variam tanto em aspecto quanto na natureza dos seus efeitos cognitivos, e a sua proporção junto à folha varia conforme o contexto cultural. Os métodos para preparo, portanto, diferem muito em relação à ocasião ou a cultura local. [50]

A chacrona precisa do caapi para ser oralmente ativa, mas o caapi não precisa da chacrona, e exerce efeitos psicoativos por si próprio. A bebida preparada apenas a partir do cipó também é chamada de ayahuasca. Ela é utilizada deste modo em algumas culturas, como entre os Piaroa na Venezuela.[51]

As proporções entre a DMT e as betacarbolinas variam largamente na bebida final. Embora o cipó apresente apenas traços de harmalina[52], com proporção de 1:200 entre harmina e harmalina, um estudo que realizou a cromatografia da bebida chegou a encontrar proporções de quase 2 para 1 para 1 para 1 entre, respectivamente, THH, DMT, harmalina e harmina, em bebida preparada na União do Vegetal.[53] Bebidas coletadas de indígenas e outros centros exibem proporções como 1:32 ou 1:490 entre harmina e harmalina. O modo de preparo, portanto, é o que parece determinar a concentração dos componentes na bebida final. O momento da colheita das folhas de chacrona também é um fator determinante: a concentração de DMT nas folhas atinge o ápice durante o pôr-do-sol e começo da noite, decai à metade deste ápice até a meia-noite, atinge novamente altos níveis durante a madrugada e retorna a baixos níveis durante os trechos mais quentes do dia.[54]

Efeitos

Efeitos fisiológicos

Durante a sua ação, a bebida provoca aumento do diâmetro pupilar, da frequência respiratória, da pressão arterial, tanto diastólica quanto sistólica; e aumenta drasticamente as respostas neuroendócrinas para prolactina,cortisol e hormônio do crescimento plasmático. Estas são ações típicas da N,N-DMT, ou de qualquer outro psicoativo que também atue sobre os receptores 5-HT,[55] tal como a LSD ou a psilocina. Esta ação pode gerar sensações de queda de pressão, de súbito frio ou de calor, e ainda, tremores.

A ocorrência de náuseas, vômitos e diarréias pode estar associada à ação da bebida sobre o receptor 5-HT2.[56] Outros efeitos específicos são o aumento da empatia, a diminuição da fome e um aumento na acuidade da visão noturna.[57]

Devido à presença da harmina no caapi, a ayahuasca tem ação afrodisíaca, provocando um aumento do vigor e do desejo sexual em seus usuários.[58][59] A N,N-DMT, presente na chacrona, também pode ter um papel nesta ação: estudos com 5-MeO-DMT apontaram efeitos de estimulante sexual quando agia sobre receptores 5-HT2 e de inibidor sexual quando agia sobre receptores 5-HT1. A ação inibitória desta triptamina foi potencializada com a elevação da sua dose.[60][61]

A bebida altera a natureza dos sonhos, que podem alterar em conteúdo, modo de apresentação e intensidade, causando um aumento no realismo das sensações oníricas.[62][63]

Podem ocorrer sensações de liberação dos limites normais de espaço-tempo. Em alguns casos, sob altas doses, podem ocorrer episódios de distorção sonora. Entretanto, por razões desconhecidas, não é normalmente relatado que os usuários escutem vozes, experiência comum quando ingeridas substâncias bem próximas à N,N-DMT presente na ayahuasca, como a 4-HO-DMT ou psilocina, presente nos cogumelos mágicos.[64] Os cogumelos também se diferenciam da ayahuasca na natureza das visões, por induzirem ao riso e por alterarem a clareza dos pensamentos,[65] características que também podem ocorrer sob altas doses de cannabis.

Os usuários de ayahuasca costumam relatar fenômenos parapsíquicos com seu uso, como a clarividência. Quando tomada em grupo, os usuários relatam experiências telepáticas. Por este motivo, o primeiro nome que foi dado à harmina, presente no caapi, foi Telepathine.[66]

Em estudo realizado com desenho duplo-cego controlado com placebo, a ayahuasca, administrada de forma aguda para consumidores com larga experiência com a bebida, reduziu sinais relacionados ao pânico, diminuiu a desesperança e não alterou os sinais relacionados com a ansiedade.[67] Entretanto, outros estudos apontam episódios de ansiedade e paranóia mesmo em ambientes controlados[68][69], e estudos dos efeitos da harmalina em ratos apontaram alterações na ansiedade, na reatividade emocional e no processo de tomada de decisão.[70]

Ao contrário de outras triptaminas, como a LSD e os cogumelos mágicos, os efeitos da ayahuasca não diminuem em intensidade com o uso frequente ou diário: é possível passar meses a fio, ininterruptamente, sob o efeito da bebida. Após cessado o uso, podem acontecer flashbacks, isto é, alguns dos efeitos voltarem, muitas horas após terem cessado.[71]

Efeitos cognitivos

Segundo os relatos dos usuários, a hoasca produz uma ampliação da percepção que faz com que se veja nitidamente a imaginação e acesse níveis psíquicos subconscientes e outras percepções da realidade, estando sempre consciente do que acontece — as chamadas mirações. Os adeptos consideram esse estado como supramental "desalucinado" e de "hiperlucidez" ou êxtase. O estado alterado pode se dar por visões interiores. Em doses baixas ou moderadas, o usuário consegue distinguir tais visões ou "mirações" pessoais do que vê externamente com seus olhos; em altas doses, estas visões podem se sobrepôr e se misturar ao que vê com olhos abertos, e a percepção de objetos externos também pode se alterar: é comum nestas doses, por exemplo, ver os dedos das mãos em tamanho diferente do real. A ayahuasca, entretanto, não é uma bebida delirante, como são os anticolinérgicos: o usuário sempre sabe que o que está vendo não é de sua realidade comum. Num contexto religioso, tais fenômenos são atribuídos à clarividência, projeção da consciência, acesso a registros etéricos (arquivos akáshicos) ou contatos espirituais.

Segundo algumas linhas tradicionais de uso, a ingestão dessa bebida pode provocar a absorção ou contato com o "Espírito da Planta" ou com uma "Planta Professora".[72][73] Usuários relatam, dentre outras sensações, ter os sentidos expandidos, os processos mentais e as emoções tornarem-se mais profundos. A experiência vivenciada é a de poder mover-se em muitas dimensões: "o vôo da alma", uma sensação de partida do espírito do corpo físico, para partir rumo a viagens astrais.[74] Nestas viagens, ocorre a exploração tanto de novos aspectos do mundo ordinário como de "mundos paralelos", que estariam além da percepção corrente. O usuário pode experienciar a sensação de ser colocado na situação de espectador externo de seus próprios atos, de tal modo que é chamado a um exame de consciência. Esta experiência pode ser bastante súbita e violenta, sendo chamada pelos adeptos religiosos de "apanhar","peia"[75], "cacete"[76],"chicote", dentre outros termos.

A experiência pode em algum ponto revelar visões notáveis, insights, produzir catarses e conseqüentes experiências de renovação e de renascimento; visões arquetípicas, de animais, plantas e flores, mandalas, cidades, de espíritos elementais, de cenas que podem ser interpretadas como lembranças de vidas passadas, ou de divindades. É possível que a experiência induza a lembrança de memórias esquecidas ou muito recuadas no tempo, como aquelas da primeira infância. Entretanto, também é possível que produza visões de aspectos desagradáveis ou reprimidos do subconsciente, ou de entidades de aspecto perturbador, como demônios. Abre-se o portal para outras formas de realidade, do acesso ao inconsciente numa perspectiva psicanalítica e da criatividade do ponto de vista da neuropsicologia e da estética.[77][78][79][80][81][82][83]

Os efeitos cognitivos da bebida pode variar drasticamente de acordo com o modo de preparo, a proporção e a natureza dos seus componentes, o estado físico e psíquico do usuário, e dos estímulos que recebe das pessoas a sua volta e do ambiente onde transcorre a experiência. Eles são bastante sensíveis à ação de canções e icaros, que são utilizados para estabilização mental e emocional, além de favorecerem a concentração nos conteúdos das visões. Eles também tendem a transformar-se e aprofundar-se conforme o tempo e a regularidade de uso: nem todos recebem visões na primeira vez que experimentam.

Potencial terapêutico

Pesquisadores estão encontrando indicativos de que a ayahuasca talvez auxilie no tratamento do câncer.[84][85][86], como também tem efeitos contrários aos agentes da malária e doença de Chagas, e auxilia na reversão de quadros de alcoolismo e comportamento suicida, na recuperação de quadros de ansiedade fóbica, autismo, esquizofrenia, desordem de déficit de atenção por hiperatividade e demência senil.[39]

Embora todos os grupos ofereçam auxílio aos dependentes químicos, existem grupos especificamente voltados para o uso da ayahuaca na superação da dependência química, como a Associação Beneficente Luz de Salomão.[87] Dependentes em tratamento que optaram pela ayahuasca ao invés dos medicamentos tradicionais, como antidepressivos ou a metadona, relatam que a bebida é mais eficaz por não provocar dependência e efeitos colaterais pesados, tal como fazem estes remédios.[88] Apesar disso, ainda não existem estudos científicos que determinem de modo conclusivo a existência ou não de indução de tolerância, síndrome de abstinência ou desejo compulsivo advindos do consumo da ayahuasca, ou que ela não seja uma terapia de substituição.[89]

Estudos indicam que o potencial de auxílio no tratamento da depressão e da dependência química se concentra na harmina, presente no caapi.[90] Enquanto os antidepressivos (SSRIs) funcionam inibindo a recaptação de neurotransmissores, a ayahuasca funciona inibindo a destruição dos neurotransmissores por enzimas.[91] Assim, teoricamente, é possível uma modalidade de tratamento que utilize uma bebida preparada apenas a partir do caapi, para aqueles pacientes que queiram se tratar sem participar das intensas experiências visionárias proporcionadas pela N,N-DMT, presente na chacrona.

Riscos para a saúde

Saúde física

São comuns, após a ingestão da ayahuasca, relatos de vômitos, sudorese e diarréia em uma proporção não muito bem estabelecida, entre os que a experimentam, podendo resultar em quadros de desidratação e descompensação eletrolítica, de modo mais agravado em organismos sensíveis, como os de crianças. As razões pelas quais alguns indivíduos apresentam distúrbios eméticos e outros não, permanecem obscuras.[92] Os grupos religiosos, entretanto, defendem que a bebida não é prejudicial à saúde digestiva, pois, em sua visão, os vômitos atuam como instrumento de purificação e limpeza das impurezas físicas e espirituais presentes no organismo. [93] Sabe-se que diversas condições clínicas e digestivas podem eliciar o vômito. [94] Observe-se que um dos nomes da bebida ayahuasca no Peru e outras regiões da América do Sul é "la purga" [95] [96] [97]

A ayahuasca altera parâmetros cardiovasculares, podendo trazer efeitos nocivos para pessoas com problemas cardíacos. [98] A imprensa brasileira relatou, por exemplo, o caso de um jovem que tinha Síndrome de Marfan, doença que provoca alterações cardiológicas, e morreu após ter ingerido a bebida.[99]

Não existem ainda estudos sobre o uso da ayahuasca por gestantes e mulheres em idade fértil: entretanto, o uso do chá por gestantes pode ser prejudicial ao feto em desenvolvimento, pois certas β-carbolinas possuem ação co-mutagênica[100], inclusive a harmina[101], que está presente na bebida. Experimentos conduzidos em ratas grávidas, com doses de ayahuasca equivalentes e também acima das humanas, apontam a possibilidade de toxicidade ao feto, que varia conforme a dose e frequência do uso.[102][103]

As estimativas da dose letal da infusão variam entre 20[104] a 50[105] vezes a dose usada nas cerimônias. Entretanto, doses diárias de 4 a 8 vezes acima da dose usada nas cerimônias da União do Vegetal resultaram na morte de 40% da população em teste.

Saúde mental

Não há estudos científicos conclusivos que comprovem que a ayahuasca não cause, a longo prazo, danos à saúde mental. Pesquisadores apontam que os poucos estudos preliminares existentes cometeram o erro metodológico de examinar somente membros veteranos de grupos religiosos que consomem a bebida, e que portanto, se mostraram tolerantes aos seus efeitos: não foram inclusos ex-membros que interromperam o uso por terem sentido consequências neuropsiquiátricas negativas.[106]

Interações com medicamentos e psicoativos

A ayahuasca contém em sua composição inibidores da monoamina oxidase ( MAOIs) como a harmina, que resultam na maior parte de suas contraindicações. Tomar um MAOI em menos de cinco semanas após ter deixado de usar um SSRI, tal como o Prozac, pode levar ao coma e à morte. A ayahuasca é contraindicada, por este critério científico, para quem tenha doenças graves no fígado ou nos rins[107], dor de cabeça frequente ou severa, hipertensão descontrolada, doenças cardiovasculares e doenças cerebrovasculares, além de, obviamente, pessoas com histórico de problemas psiquiátricos, especialmente de surtos psicóticos. Também é contraindicado que a ayahuasca, por conter MAOI, seja combinada com mescalina ( como peiote ou wachuma ), 5-MeO-DMT, álcool, erva-de-são-joão, sal de lítio, kava, kratom, anfetaminas ( como ecstasy ), cocaína, opiáceos ( como heroína ), barbitúricos, descongestionantes e remédios para problemas respiratórios, petidina, levodopa, dopamina, carbamazepina, dextrometorfano, alguns medicamentos anti-hipertensivos, aminas simpaticomiméticas tais como a efedrina e a pseudoefedrina, dentre outros compostos. Pelo menos 48 horas antes e depois da experiência, devem ser evitados camomila, erva mate, curcumina, cúrcuma, ginseng, funcho, noz-moscada, alcaçuz, dentre outras ervas. [108][109][110][111]

Estudos apontam que os MAOIs presentes na ayahuasca são seguros se for ingerida tiramina anteriormente ao uso[112][113], sem que exista perigo de crises hipertensivas. Recomenda-se, entretanto, que alimentos contendo tiramina não sejam ingeridos 12h antes e 24h depois do uso.[114]

Pessoas que estejam tomando antidepressivos de qualquer classe não devem tomar ayahuasca, e devem consultar um médico para saber quando poderão tomá-la, após interrompido o uso do medicamento. Talvez o maior perigo na interação de antidepressivos com ayahuasca seja a ocorrência de um quadro de síndrome serotoninérgica, ainda que num grau leve a moderado.[115]

Pode haver interação também com anti-histamínicos: calmantes, como benzodiazepínicos, podem potencializar os efeitos sedativos, como também podem os anestésicos. Diuréticos potencializam as alterações na pressão sanguínea. A combinação com vasodilatadores resulta em risco de crises de pânico e desmaios.[116]

Após o transporte da ayahuasca a contextos urbanos, ela passou a ser utilizada por alguns grupos junto a psicoativos desconhecidos em seu contexto tradicional, sendo mais frequente o uso da planta Cannabis sativa. Os impactos destas combinações sobre o organismo são pouco conhecidos, quando não completamente desconhecidos pelos estudos científicos; mas pesquisadores apontam que a interação entre a ayahuasca e a maconha apresenta maior riscos de produzir problemas cardíacos, surtos psicóticos, ataques de pânico e crises de ansiedade, do que quando estas substâncias são consumidas isoladamente.[117]

Interações neurofisiológicas

Em alguns casos, a ingestão pode levar a sensação de medo e perda do controle, levando a reações de pânico. A hipótese sobre o desencadeamento de um quadro de ansiedade crônica ou síndrome do pânico vem sido discutida.[118]

O consumo da bebida pode também desencadear quadros psicóticos em pessoas predispostas a essas doenças, ou desencadear novas crises em indivíduos portadores de doenças psiquiátricas tais como transtorno bipolar e esquizofrenia.[119] Um estudo realizado ao longo de 5 anos com 951 usuários de 3 cidades brasileiras registrou 20 eventos psiquiátricos ( 2,1% ) sendo que 7 eram reações psicóticas ( 0,73% ).[120][121]

Pessoas com transtorno bipolar (antes referida como psicose maníaco-depressiva) devem merecer atenção especial. Os alcalóides inibidores de monoamina oxidase presentes na bebida, como a harmina e harmalina, têm efeito análogo a alguns antidepressivos, como a moclobemida (Aurorix). Importante observar que antidepressivos, sejam eles inibidores de monoamino oxidase, sejam inibidores seletivos de recaptação de serotonina ou ainda de outras classes, são associados a maior risco de episódios de mania nos casos de transtorno bipolar.[122]

Referências

  1. MOTTA, A. Acordo ortográfico: mudanças no alfabeto. 6 de janeiro de 2010. Disponível em http://conversadeportugues.com.br/2010/01/acordo-ortografico-mudancas-no-alfabeto/. Acesso em 3 de março de 2013.
  2. Ayahuasca : une synthèse interdisciplinaire. Por Frédérick Bois-Mariage. Psychotropes 1/2002 (Vol. 8), p. 79-113. DOI : 10.3917/psyt.081.0079.
  3. Dicionário Houaiss: ayahuasca.
  4. «Relato de Peregrina Gomes Serra, esposa do Mestre Irineu.». Daime foi o nome com o qual o Mestre Raimundo Irineu Serra batizou a ayahuasca, que outros posteriormente apelidaram de santo Daime. 
  5. RIBEIRO, D. Estudos de antropologia da civilização: As Américas e a civilização, processo de formação e causas do desenvolvimento desigual dos povos americanos. Petrópolis, RJ, Vozes, 1977
  6. LUNA apud LABATE, Beatriz C. A literatura brasileira sobre as religiões ayhuasqueiras. in: . in LABATE BEATRIZ C.;ARAUJO, WLADIMIR S. (org.) O uso ritual da ayahuasca. Campinas, SP, Mercado de Letras – FAPESP, 2002
  7. AYAHUASCA.COM (What indigenous groups traditionally use Ayahuasca? ayahuasca.com)
  8. NARANJO, P. 1979. "Hallucinogenic plant use and related indigenous belief systems in the Ecuadorian Amazon". Journal of Ethnopharmacology 1:121- 45. e Naranjo, P.. 1986. "EI ayahuasca in la arqueología ecuatoriana". America Indígena 46:117-28. apud: MCKENNA, Dennis J. “Ayahuasca: uma história etnofarmacológica”. In: Ayahuasca: alucinógenos, consciência e o espírito da natureza. Rio de Janeiro: Gryphus, 2002.
  9. MCKENNA, DENNIS J. “Ayahuasca: uma história etnofarmacológica”. In: Ayahuasca: alucinógenos, consciência e o espírito da natureza. Rio de Janeiro: Gryphus, 2002
  10. LODI, Edson. Inventário Cultural da Ayahuasca. Rio Branco, Acre, 31 de março de 2012 Página 20 On-Line Cons. 08-Out-2012
  11. LABATE, Beatriz Caiuby. A reinvenção do uso da ayahuasca nos centros urbanos. S. Paulo: Mercado das Letras / FAPESP, 2004.
  12. «União do Vegetal - Alucinógeno ou Iluminógeno?» 
  13. «Shamanic Medicines & Eco-Consciousness: A Conversation with Dennis McKenna, Ph.D.» (PDF)  line feed character character in |título= at position 41 (ajuda)
  14. União do Vegetal. «Pesquisas científicas confirmam: chá Hoasca é inofensivo à saúde.». União do Vegetal 
  15. «A Família Juramidam - Trabalho de Cura» 
  16. «Relato de Peregrina Gomes Serra.» 
  17. GOULART, Sandra Lúcia. «CONTRASTES E CONTINUIDADES EM UMA TRADIÇÃO AMAZÔNICA: AS RELIGIÕES DA AYAHUASCA». Tese de Doutorado em Ciências Sociais - IFCH/UNICAMP  line feed character character in |titulo= at position 44 (ajuda)
  18. «Relato: Sebastião Jaccoud» 
  19. DOS SANTOS, Júlia Otero. «Diferentes contextos, múltiplos objetos: reflexões acerca do pedido de patrimonialização da Ayahuasca» (PDF). (PPGAS DAN-UnB/Brasília: p. 9 rodapé 11 
  20. «União do Vegetal - "Oaska, o Misterioso chá da Amazônia" ( Matéria publicada no anuário cultural Humanus I, ano 2000 )»  line feed character character in |título= at position 40 (ajuda)
  21. DE MORI, Bernd Brabec. Beatriz Caiuby Labate,Henrik Jungaberle, ed. The Internationalization of Ayahuasca. [S.l.: s.n.] p. p. 32. ISBN http://books.google.com.br/books?id=49i8-CzmY_oC Verifique |isbn= (ajuda) 
  22. «DOMINICANA: Yes to Life: Popes on Drugs. By: Br. Nicholas Schneider, O.P.» 
  23. «Famitiya Sufi Order - Interview - Reality Sandwich» 
  24. «I'm a Muslim and I drink ayahuasca - By Michael Muhammad Knight» 
  25. Paul Trafford. «Avoiding pamāda: An analysis of the Fifth Precept as Social Protection in Contemporary Contexts with reference to the early Buddhist teachings» 
  26. «"Effects of Alcohol, Drugs, and Tobacco"». Rosicrucian Fellowship 
  27. BLAVATSKY, Helena. The Key to Theosophy. [S.l.: s.n.] 
  28. «The Theosophical View of Meat and Alcohol». Blavatsky Theosophy Group UK 
  29. FRANCO, Divaldo. Nas fronteiras da loucura (PDF). [S.l.: s.n.] 
  30. "Resposta aos inimigos da Ayahuasca" - Samael Aun Weor e os psicoativos, no blog Imagens Ocultas.
  31. «Site Oficial do CONAD» (html). Consultado em 16 de julho de 2010 
  32. CONAD - GRUPO MULTIDISCIPLINAR DE TRABALHO - GMT- AYAHUASCA
  33. Santo-daime é oficializado para uso religioso - vidae - estadao.com.br - 27 de janeiro de 2010
  34. DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. Governo brasileiro. 26 de janeiro de 2010, disponível na internet
  35. CONAD - GRUPO MULTIDISCIPLINAR DE TRABALHO - GMT- AYAHUASCA
  36. RIBA, J. Human Pharmacology of Ayahuasca. Doctoral Thesis: Universitat Autònoma de Barcelona, 2003.
  37. SANTOS, R.G. The pharmacology of ayahuasca: a review. Brasília Médica, 47 (2): 188-195. 2010.http://www.ambr.com.br/rb/arquivos/12.pdf.
  38. SCHULTES, Richard E.; HOFMANN, Albert. Plantas de los dioses: origenes del uso de los alucinógenos. México, Fundo de Cultura Económica, 2000 p.127
  39. a b DOS SANTOS, Rafael Guimarães. «Comentários sobre o parecer da ABP e da ABEAD sobre a ayahuasca». Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos 
  40. RIBA, Jordi (2003). Human Pharmacology of Ayahuasca. [S.l.: s.n.] 
  41. Callaway, JC. «Fast and slow metabolizers of Hoasca.». J Psychoactive Drugs. 2005 Jun;37(2):157-61. PMID 16149329 
  42. «Ebook: Psychedelic Information Theory - James L. Kent (2010)» 
  43. José Eliézer Mikosz. «ECOSSISTEMAS ENTÓPTICOS: O "INSCAPE" NA POÉTICA VISIONÁRIA E A MIMESE ESPIRITUAL» (PDF) 
  44. DE ALMEIDA, Luiz Sávio. Indios do Nordeste: etnia, política e história. [S.l.: s.n.] p. p. 22 
  45. STRASSMAN, Rick Pineal Gland DNA Activation and DMT JustGetThere.us Feb. 2010
  46. BEYER, Stephan V. Singing to the Plants: A Guide to Mestizo Shamanism in the Upper Amazon. USA, University of New Mexico Press, 2009 What is Ayahuasca? Fev. 2011
  47. LAWLER, Howard et al. A Working List of Confirmed Ayahuasca Admixture Plants in: Ayahuasca SpiritQuest El Tigre Journeys, 1997-2012 Fev. 2011
  48. SÉRPICO, Rosana Lucas. Ayahuasca: revisão teórica e considerações botânicas sobre as espécies Banisteriopsis caapi ( Griseb. in Mart. ) C.V. Morton e Psychotria viridis Ruíz & Pavón. Monografia, Ciências Biológicas. UnG, 2006.: Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos 
  49. «A General Introduction to Ayahuasca - Botany» 
  50. LUZ, Pedro. O uso ameríndio do caapi. In: LABATE, Beatriz Caiuby; ARAÚJO, Wladmir Sena. (Orgs). Uso ritual da ayahuasca. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2009.
  51. Rodd, R. (2008). «Reassessing the Cultural and Psychopharmacological Significance of Banisteriopsis caapi: preparation, classification, and use among the Piaroa of southern Venezuela.». Journal of Psychoactive Drugs. 40(3): 301-307 
  52. Keeper of the Trout ( org. ). «Ayahuasca: alkaloids, plants & analogs». Erowid 
  53. Callaway, J.C. «Various Alkaloid Profiles in Decoctions of Banisteriopsis Caapi» (PDF). Journal of Psychoactive Drugs; Jun 2005; 37, 2 
  54. J.C. Callaway, Ralph Metzner. «Psychotria viridis - DMT Contents and Dosages». Erowid 
  55. «"Ayahuasca: revisão da literatura científica" : 2) Avaliação dos efeitos fisiológicos agudos do hoasca em humanos» (PDF). Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas 
  56. CAZENAVE, S.O.S. «Ayahuasca: uma abordagem toxicológica do uso ritualístico». Rev. psiquiatr. clín. vol.32 no.6 São Paulo Nov./Dec. 2005 
  57. DE RIOS, Marlene Dobkin (2008). A Hallucinogenic Tea, Laced with Controversy: Ayahuasca in the Amazon and the United States. [S.l.]: ABC-CLIO. p. p. 6. ISBN 9780313345432 
  58. LOUIS, Lewis (1997). Banisteria caapi, ein neues Rauschgift und Heilmittel VWB ed. Berlin: [s.n.] 
  59. RÄTSCH, Christian (2013). The Encyclopedia of Aphrodisiacs: Psychoactive Substances for Use in Sexual Practices. [S.l.]: Inner Traditions / Bear & Co 
  60. MENDELSON, Scott Douglas. «Serotonin receptor subtypes and sexual behaviour in the female rat». University of British Columbia 
  61. MARSON, L. «A role for 5-hydroxytryptamine in descending inhibition of spinal sexual reflexes». Experimental Brain Research, Feb. 1992, Vol. 88, Issue 2, pp 313-320 
  62. «Do anyone notice differences in their dreams after using DMT?». DMT-Nexus Forum 
  63. Adália Gomes. «RELATO: ADÁLIA GOMES». mestreirineu.org 
  64. BEACH, Horace. «Listening for the Logos: a study of reports of audible voices at high doses of psilocybin». Newsletter of the Multidisciplinary Association for Psychedelic Studies  line feed character character in |titulo= at position 25 (ajuda)
  65. Erowid. «Erowid - Psilocybin Mushrooms Effects». Erowid 
  66. Steve Beyer. «The Telepathy Meme» 
  67. SANTOS, R.G., LANDEIRA-FERNANDEZ, J., STRASSMAN, R.J., MOTTA, V. & CRUZ, A.P.M. Effects of ayahuasca on psychometric measures of anxiety, panic-like and hopelessness in Santo Daime members. Journal of Ethnopharmacology, 112 (3): 507-513. 2007.
  68. Riba, J., and Barbanoj, M.J. (2006). «Tratado SET de Transtornos Adictivos» 
  69. Riba, J., Rodrigues-Fornells, A., Urbano, G., Morte, A., Antonijoan, R., Monteiro, M., Callaway, J.C., and Barbanoj, M.J. (2001). «Psychopharmacology (Berl), 154, 85.» 
  70. HILBER, P. «Effects of harmaline on anxiety-related behavior in mice.». Physiol Behav. 2005 Sep 15;86(1-2):164-7. 
  71. Tânia Soibelman. «"Meu pai e minha mãe, me mostra tua beleza" : uso ritual da ayahuasca no Rio de Janeiro» 
  72. SANTOS, Rafael G. Aspectos culturais e simbólicos do uso dos enteógenos UniCEUB NEIP - Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos Jun. 2011
  73. LUNA, Luis Eduardo. The Concept of Plants as Teachers among four Mestizo Shamans of Iquitos, Northeastern Perú. Symposium on Shamanism of Phase 2 of the XIth International Congress of Anthropological and Ethnological Sciences, Vancouver, August 20-23, 1983. Journal of Ethnopharmacology, 11 (1984) 135-156 PDF Jun. 2011
  74. HARNER, Michael J. Common Themes in South American Indian Yage Experiences Lycaeum Entheogenic Library Jun. 2011
  75. OKAMOTO da Silva, Leandro (2002). Marachimbé veio foi para apurar.Estudo sobre o castigo, ou peia, no ritual do Santo Daime. Dissertação de Mestrado em Ciências da Religião, PUC/SP. São Paulo: [s.n.] 
  76. Flamínio Araripe. «União do Vegetal: a Oasca e a Religião do Sentir - Revista Planeta - 07/1981». União do Vegetal 
  77. FONTANA, Alberto E. et al. Psicoterapia com LSD e outros alucinógenos. SP, Mestre Jou, 1969
  78. BAILLY, J.C.; GUIMARD, J.P. Mandala, a experiência alucinógena. RJ, Civilização Brasileira, 1972
  79. SESSA, B. Is it time to revisit the role of psychedelic drugs in enhancing human creativity? Journal of psychopharmacology Oxford. Volume: 22, Issue: 8, Pages: 821-7 England, 2008. PDF Jun. 2011
  80. COSTA, Rafael B. M. Ayahuasca: uma experiência estética Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal Fluminense / Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Departamento de Psicologia, 2009. PDF Jun. 2011
  81. MIKOSZ, José Eliezer A arte visionária e a Ayahuasca: Representações Visuais de Espirais e Vórtices Inspiradas nos Estados Não Ordinários de Consciência (ENOC). Tese (doutorado) – Universidade Federal de Santa Catarina – Doutorado em Ciências Humanas, 2009. Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH). Condição Humana na Modernidade. Modernidade e Globalização. PDF Jun. 2011
  82. NARBY, Jeremy. La serpiente cósmica, el DNA y los orígenes del saber. Lima, Peru, Takiwasi Y Racimos de Ungurahui, 1997
  83. SHANNON, Benny. «Os conteúdos das visões da ayahuasca». Mana vol.9 no.2 Rio de Janeiro Oct. 2003. ISSN 0104-9313 
  84. SCHENBERG, Eduardo E. «Ayahuasca and cancer treatment». Sage open medicine 
  85. Cao MR, Li Q, Liu ZL, Liu HH, Wang W, Liao XL, Pan YL, Jiang JW.Cao MR1, Li Q, Liu ZL, Liu HH, Wang W, Liao XL, Pan YL, Jiang JW., Department of General Surgery, First Affiliated Hospital, Jinan University, Guangzhou 510632, China. «Harmine induces apoptosis in HepG2 cells via mitochondrial signaling pathway». Hepatobiliary Pancreat Dis Int. 2011 Dec;10(6):599-604. doi:PMID: 22146623 Verifique |doi= (ajuda) 
  86. Liu E, Du X, Ge R, Liang T, Niu Q, Li Q., School of Pharmaceutical Science, Shanxi Medical University, No. 56, Xinjian Nan Road, Taiyuan 030001, Shanxi, People's Republic of China. «Comparative toxicity and apoptosis induced by diorganotins in rat pheochromocytoma (PC12) cells». Food Chem Toxicol. 2013 Oct;60:302-8. Epub 2013 Aug 6. doi:10.1016/j.fct.2013.07.072 
  87. Marcelo S. Mercante. «Ayahuasca, dependência química e alcoolismo». Revista do núcleo de antropologia urbana da USP. 
  88. «A ayahuasca e o tratamento da dependência». Marcelo S. Mercante. secção "Terapia de substituição" 
  89. Cazenave, S.O.S. «Banisteriopsis caapi: ação alucinógena e uso ritual». Revista de Psiquiatria Clínica 
  90. OSÓRIO, F.L. (2011). «The therapeutic potential of harmine and ayahuasca in depression: Evidence from exploratory animal and human studies». The Ethnopharmacology of Ayahuasca  line feed character character in |titulo= at position 42 (ajuda)
  91. «Cientistas brasileiros testam ayahuasca para depressão e parkinson». Folha Online 
  92. Cazenave, S.O.S. "Relação da utilização ritual com os efeitos tóxicos". «Ayahuasca: uma abordagem toxicológica do uso ritualístico». Revista de Psiquiatria Clínica 
  93. «União do Vegetal - UDV». [ O vômito ] ocorre como limpeza, purificação, libertação dos entulhos que ela acumulou durante toda a sua existência. 
  94. FRITZ FULLER, BS, PA-C, REMT-P AND GEOFF NORTH, BS, REMT-P. Nausea and Vomiting. CE Article, 2009 Acesso em Abril de 2014
  95. BEYER, Steve. Singing to the Plants (HTML) What is Ayahuasca? Acesso em Abril, 2014
  96. BOUMA, Hannah. Ayahuasca, Plant of the Gods. Amsterdam Drug Magazine, December 1996 /Acesso em Abril de 2014
  97. METZENER, Ralph. (ed.) Sacred Vine of Spirits: Ayahuasca, Rochester, Park Street Press, 2006 Google Books Acesso em Abril, 2014
  98. BOUSO, José Carlos; RIBA, Jordi (2011). "Final remarks", pp. 61-62.. «An overview of the literature on the pharmacology and neuropsychiatric long term effects of ayahuasca» (PDF). The Ethnopharmacology of Ayahuasca. Consultado em 17 de outubro de 2014 
  99. «O GLOBO: Polícia de Goiás investiga morte de universitário após tomar chá do Santo Daime». 18 de novembro de 2009 
  100. UMEZAWA, K. «Comutagenic effect of norharman and harman with 2-acetylaminofluorene derivatives.». Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America 
  101. PICADA, J.N. «Genotoxic effects of structurally related beta-carboline alkaloids.». Mutation Research 
  102. Oliveira, C. D. R., Moreira, C. Q., de Sá, L. R. M., de Souza Spinosa, H. and Yonamine, M. «Maternal and developmental toxicity of ayahuasca in Wistar rats.». Birth Defects Res B Dev Reprod Toxicol. 2010 Jun;89(3):207-12. 
  103. Luciana Soares Gueiros, TOXICIDADE AGUDA, NEUROTOXICIDADE, TOXICIDADE REPRODUTIVA E EMBRIOTOXICIDADE DO CHÁ AYAHUASCA (Banisteriopsis caapi e Psychotria viridis) EM RATAS WISTAR. DA MOTTA. Universidade de Brasília: [s.n.] p. http://www.toxicologia.unb.br/admin/ckeditor/kcfinder/upload/files/tese%20completa%20Luciana%20G.%20da%20Motta.pdf  line feed character character in |nome= at position 130 (ajuda)
  104. Robert S. Gable (janeiro de 2007). «Risk assessment of ritual use of oral dimethyltryptamine (DMT) and harmala alkaloids». Addiction. 102 (1): 24–34. doi:10.1111/j.1360-0443.2006.01652.x 
  105. Morais JA, Motta LSG, Tavares ACAM, Santos AFA, Lozzi SP, Pic–Taylor A, Dutra EC. «NEUROTOXICIDADE AGUDA DO CHÁ DE AYAHUASCA EM RATAS WISTAR» (PDF). Laboratório de Toxicologia, Faculdade de Ciências da Saúde; Laboratório de Embriologia e Biologia do Desenvolvimento, Instituto de Biologia, Universidade de Brasília, Brasília, DF. 
  106. BOUSO, José Carlos; RIBA, Jordi (2011). "Final remarks", pp. 61-62.. «An overview of the literature on the pharmacology and neuropsychiatric long term effects of ayahuasca» (PDF). The Ethnopharmacology of Ayahuasca. Consultado em 17 de outubro de 2014 
  107. Machado F R, Siéssere S, Regalo S C H, Hallak J E C. «EFEITOS DA INGESTÃO DO CHÁ DA AYAHUASCA SOBRE O VOLUME RENAL EM RATOS». Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, USP, SP 
  108. SAVINELLI, Alfred. «MAOI Contraindications». Newsletter of the Multidisciplinary Association for Psychedelic Studies MAPS - Volume 6 Number 1 Autumn 1995 - p. 58 
  109. «Drugs to avoid with MAOIs - Erowid» 
  110. Callaway, J.C. «Tryptamines, Beta-carbolines and You». Newsletter of the Multidisciplinary Association for Psychedelic Studies MAPS - Volume 4 Number 2 
  111. «Meds to avoid with Ayahuasca - Ayahuasca Safety Council» 
  112. OTT, Jonathan. «Pharmahuasca: On Phenethylamines and Potentiation». Newsletter of the Multidisciplinary Association for Psychedelic Studies, Volume 6 Number 3 Summer 1996 - pp 32-34 
  113. «MAO-Inhibitors, a discussion - Lycaeum» 
  114. YOUDIM M B, WEINSTOCK M (2004). «Therapeutic applications of selective and non-selective inhibitors of monoamine oxidase A and B that do not cause significant tyramine potentiation». Neurotoxicology. 25 (1–2). pp. 243–50. PMID 14697899. doi:10.1016/S0161-813X(03)00103-7 
  115. SANTOS, Rafael Guimarães Ayahuasca: Neuroquímica farmacologia. SMAD. Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas 2007 v 3 , nº 1 PDF Cosulta Nov. 2013
  116. «Ayahuasca Safety Council» 
  117. DOS SANTOS, R.G. «6. Possible risks and interactions of the consumption of ayahuasca and cannabis in humans» (PDF). The Ethnopharmacology of Ayahuasca, 2011: 87-95 
  118. Rafael Guimarães dos Santos, ed. (2011). The Ethnopharmacology of Ayahuasca (PDF). [S.l.: s.n.] pp. 87–95. ISBN 978-81-7895-526-1 
  119. SANTOS, R.G. & STRASSMAN, R.J. Ayahuasca and Psychosis. British Journal of Psychiatry, 3 de dezembro de 2008. [1]
  120. Lima, F., Naves, M., Motta, J., Migueli, J., Brito, G., et cols. (2002). «Rev. Bras. Psiquiatr., 24 (2 Suppl.).» 
  121. Lima, F., Naves, M., Motta, J., Migueli, J., Brito, G., et. cols. (1997). «XVI Congresso Brasileiro de Psiquiatria, São Paulo» 
  122. «Antidepressants Risky for Bipolar II? Researcher Says Doctors Often Give Wrong Treatment for a Type of Bipolar Disorder». WebMD 

  • ASSIS, F.S.L. - Uso Ritual da Hoasca: Recomendações e Cuidados, The Newsletter of the Multidisciplinary Association pharmafor Psychedelic Studies MAPS 7(1); 25-6; 1996-7. [Links ]
  • CALLAWAY, J.C.; AIRAKSINEN, M.M.; MCKENNA, D.J. et al. - Platelet serotonin uptake sites increase in drinkers of ayahusca, Psychopharmacology 116:385-7, 1994. [Links ]
  • CALLAWAY, J.C.; GROB, C.S. - Ayahuasca preparations and serotonin re-uptake inhibitors: A potential combination for severe adverse interaction. J Psychoactive Drugs (in press) 1998. [Links ]
  • CALLAWAY, J.C.; MCKENNA, C.S.; GROB, G.S., et al. - Pharmacokinetics of Hoasca alkaloids in healthy humans. J Ethnopharmacology 65; 243-56, 1999. [Links ]
  • CAZENAVE, S.O.S. - Alucinógenos. In: Olga, S. Fundamentos de Toxicologia, Atheneu, São Paulo, 1996, pp 329–43. [Links ]
  • CAZENAVE, S.O.S. - Banisteriopsis caapi: ação alucinógena e uso ritual, Rev Psiq Clín 27;(1), 2000, pp. 1–6. [Links ]
  • KATSZUNG, B.G. - Farmacologia Básica e Clínica. 6ª edição, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1998, pp 204–6. [Links ]
  • LABATE, B.C.; ROSE, I.S. & SANTOS, R.G. Religiões ayahuasqueiras: um balanço bibliográfico. Campinas: Mercado de Letras/Fapesp. 2009. [Links ]
  • LABIGALINE, E.J. - O uso de Ayahuasca em um contexto religioso por ex-dependentes de álcool. São Paulo, 1998, Dissertação de mestrado, Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina, área de concetração Saúde Mental. [Links ]
  • MAYER-GROSS, W.; ROTH, M.; SLATER, E. - Clinical Psiquiatric. Grunner and Stratton. New York, 1969. [Links ]
  • NOBRE DE MELO, A.L. - Psiquiatria. Guanabara, Rio de Janeiro, 1981. [Links ]
  • REZA-BRAVA - Ana Vitória Vieira Monteiro. SP, Scortecci Editora, 2007
  • RIBA, J. & BARBANOJ, M.J. Bringing ayahuasca to the clinical research laboratory. Journal of Psychoactive Drugs, 37 (2): 219-230. 2005.
  • RIBA, J. & BARBANOJ, M.J. Ayahuasca. In: PERIS, J.C., ZURIÁN, J.C., MARTÍNEZ, G.C. & VALLADOLID, G.R. (eds.). Tratado SET de Transtornos Adictivos. Madrid: Ed. Médica Panamericana, 2006. pp. 321–324.
  • RIBA, J., RODRIGUEZ–FORNELLS, A., STRASSMAN, R.J. & BARBANOJ, M.J. Psychometric assessment of the Hallucinogen Rating Scale. Drug and Alcohol Dependence, 62 (3): 215-223. 2001a.
  • RIBA, J., RODRIGUEZ–FORNELLS, A., URBANO, G., MORTE, A., ANTONIJOAN, R., MONTEIRO, M., CALLAWAY, J.C. & BARBANOJ, M.J. Subjective effects and tolerability of the South American psychoactive beverage Ayahuasca in healthy volunteers. Psychopharmacology (Berl), 154 (1): 85-95. 2001b.
  • RIBA, J., ANDERER, P., MORTE, A., URBANO, G., JANE, F., SALETU, B. & BARBANOJ, M.J. Topographic pharmaco–EEG mapping of the effects of the South American beverage ayahuasca in healthy volunteers. British Journal of Clinical Pharmacology, 53 (6): 613-628. 2002a.
  • RIBA, J., RODRIGUEZ–FORNELLS, A., & BARBANOJ, M.J. Effects of ayahuasca sensory and sensorimotor gating in humans as measured by P50 suppression and prepulse inhibition of the startle reflex, respectively. Psychopharmacology (Berl), 165 (1): 18-28. 2002b.
  • RIBA, J., VALLE, M., URBANO, G., YRITIA, M., MORTE, A. & BARBANOJ, M.J. Human pharmacology of ayahuasca: subjective and cardiovascular effects, monoamine metabolite excretion, and pharmacokinetics. Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics, 306 (1): 73-83. 2003.
  • RIBA, J., ANDERER, P., JANÉ, F., SALETU, B. & BARBANOJ, M.J. Effects of the South American psychoactive beverage Ayahuasca on regional brain electrical activity in humans: a functional neuroimaging study using low–resolution electromagnetic tomography. Neuropsychobiology, 50 (1): 89-101. 2004.
  • RIBA, J., ROMERO, S., GRASA, E., MENA, E., CARRIÓ, I. & BARBANOJ, M.J. Increased frontal and paralimbic activation following ayahuasca, the pan-amazonian inebriant. Psychopharmacology (Berl), 186 (1): 93-98. 2006.
  • SANTOS, R.G. The Ethnopharmacology of Ayahuasca. Trivandrum: Transworld Research Network. 2011. [2]
  • SANTOS, R.G. Toxicity of chronic ayahuasca administration to the pregnant rat: how relevant it is regarding the human, ritual use of ayahuasca? Birth Defects Research Part B: Developmental and Reproductive Toxicology, 89 (6): 533–535. 2010. [3]
  • SANTOS, R.G. The pharmacology of ayahuasca: a review. Brasília Médica, 47 (2): 188-195. 2010. [4]
  • SANTOS, R.G., LANDEIRA-FERNANDEZ, J., STRASSMAN, R.J., MOTTA, V. & CRUZ, A.P.M. Effects of ayahuasca on psychometric measures of anxiety, panic-like and hopelessness in Santo Daime members. Journal of Ethnopharmacology, 112 (3): 507-513. 2007. [5]
  • SANTOS, R.G. AYAHUASCA: Neuroquímica e Farmacologia. SMAD - Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas, 3 (1). 2007. [6]
  • SANTOS, R.G., MORAES, C.C. & HOLANDA, A. Ayahuasca e redução do uso abusivo de psicoativos: eficácia terapêutica? Psicologia: Teoria e Pesquisa, 22 (3): 363-370. 2006. [7]
  • STRERNBACH, H. - The Serotonin Syndrome. Am J Psychiatry 148(6):705-13, 1991. [Links ]
  • UMEZAWA, K.; SHIRAI A. et al. - Comutagenic effect of norharman and harman with 2-acetylaminofluorene derivates. Proc. Natl. Acad. Sci. USA, 75(2) 928-30, 1978. [Links ]
  • WALLACE A.R. (ed) and SPRUCES R. Notes of a botanist on the Amazon and the Andes... during the years 1849-1864 by Richard Spruce PhD
  • WALLACE, ALFRED RUSSEL. A narrative of travels on the Amazon and Rio Negro: with an account of the native tribes, and observations of the climate, geology, and natural history of the Amazon Valley (1889)

Ver também

Xamã urarina, 1988

Ligações externas