Magé
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Município do Brasil | |||
Igreja Nossa Sra. da Piedade, no Centro de Magé. | |||
Símbolos | |||
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Hino | |||
Gentílico | mageense[1][2][3] | ||
Localização | |||
Localização de Magé no Rio de Janeiro | |||
Localização de Magé no Brasil | |||
Mapa de Magé | |||
Coordenadas | |||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | Rio de Janeiro | ||
Região metropolitana | Rio de Janeiro | ||
Municípios limítrofes | Duque de Caxias, Guapimirim e Petrópolis | ||
Distância até a capital | 50 km | ||
História | |||
Emancipação | 9 de junho de 1789 (233 anos) | ||
Administração | |||
Prefeito(a) | Renato Cozzolino (PP, 2021 – 2024) | ||
Características geográficas | |||
Área total [4] | 385,696 km² | ||
População total (Estimativa IBGE/2019 [5]) | 245 071 hab. | ||
Densidade | 635,4 hab./km² | ||
Clima | tropical (Aw) | ||
Altitude | entre -3 e 5 m | ||
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
CEP | 25900-000 até 25938-360 | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2010[6]) | 0,709 — alto | ||
• Posição | RJ: 57º | ||
PIB (IBGE/2016[7]) | R$ 3 688 341,34 mil | ||
PIB per capita (IBGE/2016[7]) | R$ 15 607,47 | ||
Sítio | Prefeitura Municipal de Magé (Prefeitura) Câmara Municipal de Magé (Câmara) |
Magé é um município da Baixada Fluminense, situado na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Seu ponto turístico mais famoso é a 1ª Estrada de Ferro do Brasil, construída em 1854 ( No antigo Município de Estrela) por Irineu Evangelista de Souza, o Barão e depois Visconde de Mauá. Em 1892 ( Com a extinção do município de Estrela) a 1° Ferrovia do Brasil passou a integrar o território Mageense.
Fica ao norte da capital do estado, distando desta cerca de 50 quilômetros. Localiza-se a 22º39'10" de latitude sul e 43º02'26" de longitude oeste, a uma altitude de cinco metros. Ocupa uma área de 385,7 quilômetros quadrados. Sua população, em 2017, foi estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 245 071 habitantes,[5] sendo, assim, o 11º município mais populoso do estado do Rio de Janeiro.[8]
O Arco Metropolitano do Rio de Janeiro (BR-493 Trechos Rio-Magé e Magé-Manilha) é o principal meio de acesso à cidade. É também atendida pelos trens urbanos da SuperVia, nos ramais de Guapimirim e de Vila Inhomirim.
Foi elevado a condição de município no dia 9 de junho de 1789 com o nome de Magé. Em 2 de Outubro de 1857 foi elevada a categoria de Cidade.
História[editar | editar código-fonte]
Por volta do ano 1000, os índios tapuias que habitavam a região foram expulsos para o interior do continente devido à chegada de povos tupis procedentes da Amazônia. Quando os primeiros colonizadores portugueses chegaram à região, no século XVI, a mesma era ocupada pela tribo tupi dos tupinambás, também conhecidos como tamoios.[9]
O atual município tem origem no povoado de Magepemirim, fundado em 1566 por colonos portugueses.[10] Possuía um dos principais portos da região, onde muitos navios negreiros descarregavam os escravos. Em 1696, foi criada a freguesia de Magé.[11] Em 1789, Magé foi convertida em vila pelo Vice-Rei do Brasil, Dom Luís de Vasconcelos e Sousa. A vila foi elevada a cidade em 1857. Durante a monarquia, foi criado o baronato de Magé em 1810. Este foi elevado a viscondado em 1811.[12][13]
Subdivisões[editar | editar código-fonte]

A freguesia foi criada, com a denominação de Magé, por alvará, no dia 18 de janeiro de 1696; e também pelos decretos estaduais 1, de 8 de maio de 1892, e 1A, de 6 de março de 1892.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Magé, por força do ato de 9 de junho de 1789, o seu território foi constituído com terras desmembradas do município de Santana de Macacu e da cidade do Rio de Janeiro, inclusive ilhas do pequeno arquipélago de Paquetá. Era constituído de cinco distritos: Magé, Guapimirim, Suruí, Inhomirim e Guia de Pacobaíba. Instalado em 12 de junho de 1789.
Elevado à condição de cidade com a denominação de Magé, por efeito da Lei ou Decreto Provincial 965, de 2 de outubro de 1857.
Pelos decretos estaduais Um, de 8 de maio de 1892 e Um-A, de 3 de junho de 1892, foram criados os distritos de Inhomirim e de Santo Aleixo e anexados ao município de Magé. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município aparece constituído de seis distritos: Magé, Guapimirim, Guia de Pacobaíba, Inhomirim (esse distrito foi cedido por Nova Iguaçu), Santo Aleixo e Suruí. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1º de julho de 1960.
A Lei Estadual nº 1 772, de 21 de dezembro de 1990, desmembrou, do município de Magé, o distrito de Guapimirim, o qual foi elevado à categoria de município.
Geografia[editar | editar código-fonte]
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a área do município é de 385,7 km², sendo que 215,941 km² constituem a zona urbana e os 120,209 km² restantes constituem a zona rural.
Juntamente com os municípios de Guapimirim, Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo, São José do Vale do Rio Preto, Três Rios, Comendador Levy Gasparian, Areal e Cachoeiras de Macacu, Magé compõe a região turística do Rio de Janeiro chamada Serra Verde Imperial.
Hidrografia[editar | editar código-fonte]
Magé é cortado por 5 rios principais e seus afluentes. Todos deságuam na Baía de Guanabara.
- Rio Roncador
- Rio Inhomirim
- Rio Suruí
- Rio Magé-mirim
- Rio Saracuruna
As praias e manguezais de Magé fazem parte da Área de Proteção Ambiental de Guapimirim (APA Guapi-Mirim), que tem como intuito preservar a única área intocada pela degradação humana da Baía de Guanabara.
Relevo[editar | editar código-fonte]
O município encontra-se localizado num vale formado pela base da Serra dos Órgãos. Magé faz limites com os municípios de Petrópolis, ao norte, Duque de Caxias, ao oeste, e Guapimirim, ao leste e é banhado pela Baía de Guanabara ao sul.
Clima[editar | editar código-fonte]
Gráfico climático para Magé, Rio de Janeiro | |||||||||||
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J | F | M | A | M | J | J | A | S | O | N | D |
190
31
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171
31
22
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187
30
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110
28
20
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71
26
17
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46
25
16
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44
25
15
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46
24
16
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74
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118
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144
28
20
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191
29
21
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Temperaturas em °C • Precipitações em mm Fonte: Climate-Data.org |
O clima em Magé é tropical em quase todo o município, exceto em áreas próximas ou na Serra dos Órgãos, como por exemplo Meio da Serra (um bairro bimunicipal, que também faz parte de Petrópolis) onde o clima predominante é o Tropical de Altitude.
A média de temperaturas mínimas é de 22 °C.[14] Em Inhomirim, no entanto, a temperatura pode chegar a uma média mínima de 14,4 °C durante o mês de Julho, podendo causar temperaturas abaixo de 10 °C.
A menor temperatura já registrada no município foi de 2,4 °C no dia 2 de agosto de 1955 em Pau Grande, acompanhada de uma geada fraca.
Em contraste os meses mais quentes são: Janeiro e Fevereiro com média de temperaturas máximas superiores a 35 °C.
Economia[editar | editar código-fonte]
No município há fábricas de bebidas no distrito de Inhomirim, onde se concentra a maior parte da população de Magé - cerca de 100 mil habitantes - com destaque para os bairros de Piabetá e Fragoso, onde também se encontra os maiores números de estabelecimentos comerciais.
Ferrovias[editar | editar código-fonte]
Magé é a segunda cidade com o maior número de estações em operação no estado do Rio de Janeiro, perdendo apenas da capital fluminense, com um total de 12 estações em funcionamento, operadas pela SuperVia. A cidade é cortada por cinco ferrovias, mas apenas duas encontram-se em operação, sendo elas: o Ramal de Guapimirim e o Ramal de Vila Inhomirim.
- Ramal de Guapimirim - Atualmente operado pela SuperVia com trens a diesel e, anteriormente, pela CENTRAL, liga a Estação de Saracuruna ao município de Guapimirim.
- Ramal de Vila Inhomirim - Operado pela SuperVia com trens a diesel, liga a Estação de Saracuruna ao distrito de Vila Inhomirim.
- Ramal de Visconde de Itaboraí.
- Estrada de Ferro Leopoldina.
- Estrada de Ferro Mauá.
Rodovias[editar | editar código-fonte]
- BR-493 — Faz a ligação entre a BR-116 e a BR-101.
- BR-116 — Liga a BR-040 ao município de Teresópolis.
- RJ-107 — Liga o Município de Duque de Caxias à Petrópolis, passando pelos bairros de Jardim Nazareno, Fragoso, Raiz da Serra e Meio da Serra.
Turismo[editar | editar código-fonte]
Dentre os seus pontos turísticos, podemos citar o Poço Bento, com água benta pelo jesuíta José de Anchieta. Outro atrativo é a Estrada de Ferro Mauá, hoje desativada, mas que, outrora, fazia a ligação com a cidade de Petrópolis. A família imperial tomava uma barca na cidade do Rio de Janeiro em direção a Guia de Pacobaíba e, de lá, tomava o trem para Petrópolis, a "cidade imperial". Tal ferrovia é, por exemplo, citada por Machado de Assis em seu livro Memorial de Aires. Foi a primeira estrada de ferro do país. Hoje, essa ferrovia histórica encontra-se abandonada em sua grande parte, embora um trecho desta que liga Piabetá a Vila Inhomirim, encontra-se em operação até hoje como parte do Ramal Vila Inhomirim da SuperVia.
Palácio Anchieta[editar | editar código-fonte]
Inaugurado em 22 de outubro de 1949, com características do período do Estado Novo, o palácio, situado à praça Nilo Peçanha, foi construído para ser a sede da Prefeitura Municipal de Magé pelo então prefeito José Ullmann Junior (1947-1951), na presença do Governador Edmundo de Macedo Soares. O prédio está localizado em uma praça arborizada, cercada de prédios de várias épocas. O local é um ponto tradicional e de referência de moradores e visitantes do Centro de Magé.
Capela de Nosso Senhor do Bonfim e Mirindiba[editar | editar código-fonte]
No Morro da Figueira (conhecido atualmente como Morro do Bonfim), no Centro, está situada a Capela do Nosso Senhor do Bonfim, construída em 1883 pela Sociedade de Música Recreio Mageense em terreno doado pelo sócio Manuel Gonçalves da Costa, no local também se encontra a famosa Mirindiba, uma árvore centenária que, segundo a lenda, seria uma índia, de linhagem Tupinambá, que foi encantada pelo pajé de sua tribo. A construção religiosa elementar conserva as características de outras capelas filiais em Magé, apesar de ter alvenaria de tijolos. Mesmo moderna, a fachada possui forma triangular e cunhais clássico, sendo o campanário com desenho mais leve e delicado. Erguida em 8 de setembro de 1876, observa a cidade aos seus pés do cume da maior elevação do centro de Magé, e de lá é possível visualizar, não só para os pontos da cidade, como o Rio de Janeiro, a Baía de Guanabara com suas ilhas, como: o pequeno arquipélago de Paquetá e Ilha do Governador, a Serra dos Órgãos e a Baixada Fluminense e seu verde.
Caminho do Ouro[editar | editar código-fonte]
Inaugurado em 1723 em Vila Inhomirim que um dia pertencia a Nova Iguaçu e hoje é o 6º distrito de Magé, o Caminho do Ouro é uma trilha antiga construída por escravos que ligava o Rio de Janeiro à Minas Gerais.[15]
Ao longo da subida é possível notar uma região pouco explora da Mata Atlântica, protegida pelo Parque Nacional da Serra dos Órgãos, onde encontramos cachoeiras quase desertas e antigas construções em ruínas da época da escravidão e ruínas da antiga Linha do Norte da Estrada de Ferro Leopoldina, que ligava Vila Inhomirim à Petrópolis. Davi Taveira é um campista figura carimbada e o mais antigo dos Monjolos atualmente, desde a adolêscencia já são 16 anos frequentando e preservando o local da degradação.
Estação Ferroviária de Guia de Pacobaíba[editar | editar código-fonte]
Inaugurada em 30 de abril de 1854, às margens da Baía de Guanabara, é a primeira estação de trens do Brasil. Construída por Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, se situa próxima a um antigo cais do Porto de Mauá, por onde saíam barcos à vapor em direção ao Rio de Janeiro. A estação fazia parte da Estrada de Ferro Mauá, que ligava Guia de Pacobaíba a Fragoso, se expandindo até Vila Inhomirim, em Magé. Após ser arrendada pela Estrada de Ferro Príncipe do Grão Pará (posteriormente Estrada de Ferro Leopoldina), a ferrovia chegou até Petrópolis. Dentre os frequentadores da simples estação, estavam os membros da Família Imperial Brasileira, que se direcionavam ao Palácio de Veraneio na cidade serrana (atual Museu Imperial).[16]
Por muitos anos operou como parte do Ramal de Pacobaíba, uma linha de subúrbio da EFL que ligava os bairros de Bongaba e de Pacobaíba. A primeira estação ferroviária do Brasil foi desativada no dia 19 de dezembro de 1962, juntamente com o ramal. Atualmente, é um dos pontos turísticos e históricos mais representativos da cidade e também do País, estando tombada pelo IPHAN desde 1954.[17]
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Lista de prefeitos de Magé
- Baixada Fluminense
- Região Metropolitana do Rio de Janeiro
- Mané Garrincha
- Lista de municípios do Brasil acima de cem mil habitantes
Referências
- ↑ http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=330250&search=rio-de-janeiro%7Cmage | IBGE - Cidades
- ↑ https://houaiss.uol.com.br/pub/apps/www/v3-0/html/index.htm#3 Grande Dicionário Houaiss
- ↑ http://www.aulete.com.br/mageense Dicionário Aulete
- ↑ IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010
- ↑ a b Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (30 de agosto de 2017). «Estimativas da população residente no Brasil e unidades da federação com data de referência em 1º de julho de 2017» (PDF). Consultado em 24 de setembro de 2017
- ↑ «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008
- ↑ a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2016». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 7 de março de 2019
- ↑ Lucas, Jorge Alexandre (1 de janeiro de 2014). «Somos todos cariocas: identidade e pertencimentos no mundo globalizado». Revista Científica Ciência em Curso (em francês). 3 (2): 111–123. ISSN 2317-0077
- ↑ BUENO, E. Brasil: uma história. 2ª edição. São Paulo. Ática. 2003. p. 19.
- ↑ «História». Câmara Municipal de Magê. Consultado em 24 de maio de 2021
- ↑ «IBGE | Cidades | Rio de Janeiro | Magé | Histórico». cidades.ibge.gov.br. Consultado em 30 de janeiro de 2017
- ↑ «ASPECTOS HISTÓRICOS». Câmara Municipal de Magê. Consultado em 9 de abril de 2013
- ↑ «Magé Rio de Janeiro - RJ Histórico» (PDF). IBGE. 13 de junho de 2008. Consultado em 9 de abril de 2013
- ↑ «Condições e previsões climáticas para Brasília - The Weather Channel | Weather.com». The Weather Channel. Consultado em 28 de abril de 2021
- ↑ «Estrada construída por escravos no século 18 vira trilha ecológica e religiosa na Baixada Fluminense». O Globo. Consultado em 8 de maio de 2016
- ↑ «AF Trilhos do Rio - Passado, presente e futuro: tudo na mesma linha !». www.trilhosdorio.com.br. Consultado em 22 de agosto de 2020
- ↑ «Guia de Pacobaíba -- Estações Ferroviárias do Estado do Rio de Janeiro». www.estacoesferroviarias.com.br. Consultado em 22 de agosto de 2020