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Como ler uma infocaixa de taxonomiaTatu-bola-da-caatinga

Estado de conservação
Espécie vulnerável
Vulnerável (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Superordem: Xenarthra
Ordem: Cingulata
Família: Dasypodidae
Género: Tolypeutes
Espécie: T. tricinctus
Nome binomial
Tolypeutes tricinctus
(Lineu, 1758)
Distribuição geográfica

O tatu-bola-da-caatinga (Tolypeutes tricinctus) também é conhecido por ser a menor e menos conhecida espécie de tatu do Brasil. De todas as espécies de tatu existentes no país, o tatu é a única endêmica, são espécies que ocorrem exclusivamente em uma determinada região geográfica. [2]

O tatu quando nasce tem a couraça bastante mole. Ao passar do tempo, a pele vai engrossando acabando ficando como uma armadura. A cor da couraça é amarelo-avermelhada, com a pele fina que une as peças de cor enegrecida, mas como está sempre coberta de terra parece de cor parda assim como os pêlos. Os escudos dorsais, são compostos de múltiplas peças pequenas soldadas, esses escudos são separados uns dos outros por 5 ou 6, sendo assim, fileiras (cintas) separadas por pele, que se faz de elástico quando é preciso, a pele se estica e as fileiras se mexem, dessa forma consegue virar e dobrar o corpo. Os bordos laterais da couraça são denteados como pontas agudas como serra. Sua cabeça é triangular e o escudo que a cobre é composto de muitas escamas ósseas, estão assim de fora o focinho, os olhos pequenos e as orelhas que não são muito compridas. A cauda é curta, cônica e coberta por fortes escamas. As patas são curtas e armadas com 5 fortes unhas. [3]

Características[editar | editar código-fonte]

Os tatus-bola medem um equivalente 40 cm do focinho à cauda e pesam em média 1,5 kg. Como os outros tatus, esse animal possui uma armadura feita de ossos dérmicos que cobre o corpo. Esses têm dois grandes segmentos de armadura, um anterior e um posterior, ligados por três cintas flexíveis. Possuem uma coloração marrom e são as únicas espécies de tatus capazes de se enrolar dentro da carapaça, ficando com o formato de uma bola. Esse animal, entre suas características a capacidade de se fechar na forma de uma bola ao se sentir assustado, o que lhe protege as partes moles de seu corpo contra o ataque dos predadores, tendo essa capacidade lhe deram a origem ao seu nome popular. Possuindo também pela presença de cinco unhas nas patas anteriores. [4]

Hábitos[editar | editar código-fonte]

Os tatus-bola vivem em buracos feitos por outros animais e se cobrem com folhas. No cerrado, sua principal alimentação são os cupins, e também podem comer outros insetos e vegetais. Têm hábitos diurnos e noturnos, com dois picos de atividade. No período de reprodução, é perceptível ver mais de um macho acompanhando a mesma fêmea.[carece de fontes?]

Sistemática[editar | editar código-fonte]

Sistemática interna dos tatus, segundo Delsuc et al. 2003[5]
 Dasypodidae 

 Dasypodinae

 Tolypeutinae 

 Tolypeutes

 Priodontes

 Cabassous

 Euphractinae 

 Zaedyus

 Chaetophractus

 Euphractus

O tatu-bola-da-caatinga é uma espécie do gênero dos tatus-bola, Tolypeutes, à qual também pertence o mataco (Tolypeutes matacus). Uma principal característica deste gênero é a sua capacidade de, de perceber algum tipo de um perigo,sendo assim enrolar-se completamente dentro da carapaça, se formando em uma de bola.[1] Ambas as espécies estão subordinadas à família dos tatus (Dasypodidae). Dentro desta, o gênero Tolypeutes forma também a sua própria subfamília, a Tolypeutinae, à qual o tatuaçu (Priodontes) e o tatu-de-rabo-mole (Cabassous) também pertencem. Esta subfamília forma o táxon-irmão da subfamília Euphractinae, à qual pertencem, entre outras espécies, os pichiciegos-menores.[5] Segundo algumas investigações com biológico-moleculares, ambas as subfamílias já haviam divergido há mais de 33 milhões de anos, no oligoceno, sendo que os tolypeutinae iniciaram a diferenciar-se mais fortemente no início do mioceno.[6] O fóssil mais antigo do gênero Tolypeutes de que se tem conhecimento é um Tolypeutes pampaeus do pleistoceno inferior.[7]

Distribuição geográfica[editar | editar código-fonte]

A sua distribuição geográfica ocorre basicamente na Caatinga e no Cerrado. O animal já foi registrada em 12 estados brasileiros diferentes - Bahia, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Piauí, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Paraíba e Rio Grande do Norte. [8]

Acasalamento[editar | editar código-fonte]

A variação no tamanho corporal entre machos e fêmeas de tatubola (Tolypeutes tricinctus) é um dimorfismo sexual e tem conseqüências no comportamento reprodutivo destes animais. Os machos são maiores e tem uma vida mai longa que as fêmeas, podendo cruzar com diversas fêmeas ao longo da vida, com pouca sobreposição entre elas.[9]

A partir de questionários feitos com habitantes do interior da Caatinga, foi contatado que tatusbola formam filas de mais de dez indivíduos na época de acasalamento, é uma espécie que habita prioritariamente a Caatinga[10]. O tatu–bola também foi descoberto ao norte de Goiás, próximo à fronteira com a Bahia, na Fazenda Pratudão localizada no município de CorrentinaBA, após vários anos sem registros desse animal.[11]

Foi observado em uma pesquisa, uma grupo composto por uma fêmea que andava recurvada e dois machos que estavam com comportamento alterado, estando eles agitados. A fêmea andava devagar pela estrada e os dois machos atrás dela, sendo que um dos machos permanecia logo atrás dela. [12]Quando o outro macho tentava se aproximar da fêmea,o macho mais próximo barrava–o com o se corpo, e se ele tentasse se aproximar mais, os dois brigavam entre si até um deles ter sucesso com a fêmea e conseguir copular com ela. Eventualmente enquanto o macho vencedor tentava montar na fêmea, ela continuava andando, sempre recurvada, e macho sempre fazia investidas até conseguir se acasalar. Seu pênis ficava distante da vagina. Podia–se observar, no entanto, que o pênis ereto tinha anatomia adequada a esta situação, pois esta anatomia provavelmente se deve à pouca flexibilidade do corpo do tatu–bola o que permitia que o macho copulasse com a fêmea apenas quando esta estivesse parada e, mesmo assim, com alguma dificuldade.[13]

A evidências que permitem afirmar que o tatu–bola apresenta territorialidade associada ao seu comportamento social no período reprodutivo. Tal comportamento provavelmente está associado à defesa da fêmea para garantia da prioridade de cópula e fertilização por machos. No entanto, devido ao número amostral ser bastante reduzido e à eventualidade desta situação ser bem rara, tem- se poucos dados sobre essa informação.[14]

Conservação[editar | editar código-fonte]

Os tatus-bola estão indefesos a caça, porque para se defender, tem como sua única estratégia para a defesa o ato de se enrolar no formato de uma bola. A caça pode ser motivada pelo consumo da carne ou pelo fato de serem exóticos. Mais preocupante, entretanto, é a destruição do habitat dos tatus. O que pode ser explicado pelo fato de o tatu-bola-da-caatinga ser muito mais ameaçado do que o macaco é destruição do cerrado pela expansão da monocultura extensiva e a redução da Caatinga em metade de sua área original, de acordo com o Mapa de Cobertura Vegetal do Bioma Caatinga. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) confirma sobre o tatu-bola-da-caatinga que “o registro recorrente de extinções em municípios do Estado de Pernambuco, infere-se que nos últimos 27 anos, a espécie tenha sofrido uma redução de sua população em pelo menos 50%. [carece de fontes?]

Tatu-bola no seu habitat

Curiosidades[editar | editar código-fonte]

O tatu ficou especialmente conhecido em 2014 por ser o mascote da copa do mundo no Brasil. Em 2012 a ONG Associação Caatinga lançou a campanha “Tatu-bola para mascote da Copa do Mundo de 2014”.[carece de fontes?]

O T. tricinctus tem vários nomes, e todos são referências por poder se enrolar. Além de tatu-bola, ele também é chamado de tatu-apara, bola, bolinha e apara. Esses nomes vêm do termo tupi “tatua’para”, que significa literalmente tatu vergado.[carece de fontes?]

Programa Tatu-bola[editar | editar código-fonte]

Com a escolha do Tatu­-bola para mascote da Copa do Mundo 2014, o animal ganhou visibilidade e atraiu a atenção da sociedade e do Poder Público para que fossem incrementados esforços para salvá-­lo da extinção. Contudo, o maior desafio para a realização do projeto de conservação da espécie continua sendo a dificuldade de conseguir apoios e patrocínios para a iniciativa. Toda a visibilidade não se concretizou em ações de conservação, mas contribuiu para a elaboração do Plano de Ação Nacional para a Conservação do Tatu-bola (PAN), elaborado pelo Instituto Chico Mendes para a Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Associação Caatinga e PROBIO II.[15]

O Programa de Conservação do Tatu-bola, realizado pela Associação Caatinga com o apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, tem como objetivo identificar áreas prioritárias para a conservação do Tolypeutes tricinctus e promover a criação de Unidades de Conservação (UCs) em regiões no Piauí, onde se verifica a ocorrência da espécie, identificar novas áreas de ocorrência e contribuir para a atualização de sua distribuição no Brasil.[16]

Como o resultado do programa do tatu bola, tem que ser estudado a área em que o animal habita, com propriedades de terra com potencial para a criação de RPPN e serão organizadas oficinas e projetos de sensibilização junto com o proprietário. Espera-se com essas ações, identificar novas áreas prioritárias para criação de Unidades de Conservação públicas e privadas. Estas áreas deverão contribuir para a redução da taxa de perda de habitat do Tatu-bola nos próximos cinco anos.[17] Isso contribui também para estudos de corredores ecológico, conservação da fauna e flora da área, ajuda a proteger nascentes de rios e outros recursos hídricos, além de contribuir para a mitigação de efeitos potencializadores do aquecimento global e enfrentamento do processo de degradação e desertificação na Caatinga.[18]

O Programa buscará sensibilizar as comunidades localizadas entorno da área de estudo e a sociedade em geral sobre a importância das ações promovidas para a conservação da espécie e do bioma Caatinga. Através da renovação e ampliação da Campanha permanente “Eu Protejo o Tatu-­bola”.[19]

Referências

  1. a b Superina, M. Abba, A.M. (2010). Tolypeutes tricinctus (em inglês). IUCN 2012. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2012. Página visitada em 24 de novembro de 2012..
  2. «Tatu-bola. Conheça o tatu-bola». Mundo Educação. Consultado em 27 de janeiro de 2020 
  3. «O tatu». Consultado em 29 de janeiro de 2020 
  4. «Tatu-bola. Conheça o tatu-bola». Mundo Educação. Consultado em 27 de janeiro de 2020 
  5. a b Delsuc, F.; Stanhope, M.J. e Douzery, E.J.P. (2003). «Molecular systematics of armadillos (Xenarthra, Dasypodidae): contribution of maximum likelihood and Bayesian analyses of mitochondrial and nuclear genes». Molecular Phylogenetics and Evolution (em inglês). 28: 261–275 
  6. Delsuc, F.; Vizcaíno, S.F. e Douzery, E.J.P. (2004). «Influence of Tertiary paleoenvironmental changes on the diversification of South American mammals: a relaxed molecular clock study within xenarthrans». BMC Evolutionary Biology (em inglês). 4 (11): 1–13 
  7. Nabel, Paulina E.; Cione, A. e Tonni, E.P. (2000). «Environmental changes in the Pampean area of Argentina at the Matuyama–Brunhes (C1r–C1n) Chrons boundary». Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology (em inglês). 162: 403–412 
  8. «Tatu-bola. Conheça o tatu-bola». Mundo Educação. Consultado em 27 de janeiro de 2020 
  9. Marini-Filho, Onildo João; Guimarães, Marília Marques (6 de novembro de 2010). «Comportamento Sexual de Tatu-Bola (Tolypeutes tricinctus, Dasypodidae)». Edentata. 11 (1): 76–77. ISSN 1413-4411. doi:10.1896/020.011.0114. Consultado em 29 de janeiro de 2019 
  10. Coimbra–Filho, A. F. (1972). Mamíferos ameaçados de extinção no Brasil. Rio de Janeiro: An. Acad. Bras. Ciên. pp. 13–98 
  11. «Google Acadêmico». scholar.google.com. Consultado em 29 de janeiro de 2020 
  12. Guimrães, M.M. (2 de novembro de 1997). «Área de vida, territorialidade e dieta do tatu–bola». Tese de Mestrado, Universidade de Brasília, Brasília. Consultado em 29 de janeiro de 2019 
  13. «Google Acadêmico». scholar.google.com. Consultado em 29 de janeiro de 2020 
  14. Marini-Filho, Onildo João; Guimarães, Marília Marques (1 de novembro de 2010). «Comportamento Sexual de Tatu-Bola (Tolypeutes tricinctus, Dasypodidae)». Edentata. 11 (1): 76–77. ISSN 1413-4411. doi:10.1896/020.011.0114 
  15. «Programa Tatu-Bola». tatubola.org.br. Consultado em 29 de janeiro de 2020 
  16. «Programa Tatu-Bola». tatubola.org.br. Consultado em 29 de janeiro de 2020 
  17. «Programa Tatu-Bola». tatubola.org.br. Consultado em 29 de janeiro de 2020 
  18. «Programa Tatu-Bola». tatubola.org.br. Consultado em 29 de janeiro de 2020 
  19. «Programa Tatu-Bola». tatubola.org.br. Consultado em 29 de janeiro de 2020 
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