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Platão: diferenças entre revisões

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===Velhice e morte===
===Velhice e morte===
Ao regressar em 360, Platão voltou a ensina e escrever na Academia permanecendo como um autor ativo até o fim da vida<ref name="RussellAlves2004"/> em 348/347 a.C. aos oitenta anos de idade;<ref name="PAVIANI" /> conta-se que fora sepultado no terreno da Academia, para dentro do muro de demarcação da propriedade.<ref>{{cite book|title=Diálogos|url=http://books.google.com/books?id=-2JYAAAAMAAJ|year=1980|publisher=Universidade Federal do Pará|page=9}}</ref> Com sua morte a academia passou a ser dirigida por [[Espeusipo]] forte simpatizante do aspecto matemático da filosofia de Platão.<ref name="RussellAlves2004" />
Ao regressar em 360, Platão voltou a ensina e escrever na Academia permanecendo como um autor ativo até o fim da vida<ref name="RussellAlves2004"/> em 348/347 a.C. aos oitenta anos de idade;<ref name="PAVIANI" /> conta-se que fora sepultado no terreno da Academia, para dentro do muro de demarcação da propriedade.<ref>{{cite book|title=Diálogos|url=http://books.google.com/books?id=-2JYAAAAMAAJ|year=1980|publisher=Universidade Federal do Pará|page=9}}</ref> Com sua morte a academia passou a ser dirigida por [[Espeusipo]] forte simpatizante do aspecto matemático da filosofia de Platão.<ref name="RussellAlves2004" />

==Obra==
Houve um período na [[Idade Média]] em que quase todas as suas obras eram desconhecidas, mas, antes disso e depois da redescoberta de seus textos (Petrarca no ´seculo [[XIV]] tinha um manuscrito de Platão), ele foi lido e tomado como ponto de referência.<ref name="Williams2000">{{cite book|author=Bernard Arthur Owen Williams|title=Platão|url=http://books.google.com/books?id=w7AoYGx0yKIC&pg=PA8|year=2000|publisher=Unesp|isbn=978-85-7139-279-3|page=8}}</ref>

===Tradição e autenticidade===
[[Ficheiro:POxy3679 Parts Plato Republic.jpg|thumb|Parte de [[P.Oxy]]. LII 3679, com trecho da ''República'', de Platão.]]
Todas as obras de Platão que eram conhecidos na antiguidade foram preservadas, com exceção da palestra sobre o bem, a partir do qual houve um pós-escrito de Aristóteles, se encontra perdida. Há também obras que foram distribuídas sob o nome de Platão, mas possivelmente ou definitivamente não são genuínas, elas também pertencem ao ''Corpus Platonicum'' (o conjunto das obras tradicionalmente atribuída a Platão), apesar de sua falsidade ser reconhecida mesmo nos tempos antigos. Um total de 47 obras são reconhecidas por terem sido escritas por Platão ou para o qual ele tomado como o autor.<ref name="HornMüller2009">{{cite book|author1=Christoph Horn|author2=Jörn Müller|author3=Joachim Roland Söder|title=Platon-Handbuch: Leben, Werk, Wirkung|url=http://books.google.com/books?id=ZmsxAQAAIAAJ|year=2009|publisher=Metzler|isbn=978-3-476-02193-9|pages=19–59}} {{de}}</ref>

O ''Corpus platonicum'' é constituído de diálogos (incluindo ''[[Crítias]]'' de final inacabado), a ''[[Apologia de Sócrates]]'', uma coleção de 13 cartas<ref name="Williams2000"/> e uma coleção de definições, o ''Horoi''. Fora do ''corpus'' há uma coleção de ''dieresis'', mais duas cartas, 32 epigramas e um fragmento de poema (7 hexâmetros) que com exceção de uma parte desses poemas, não são obras de Platão.<ref>Der Neue Pauly Bd. 9, Stuttgart 2000, Sp. 1097–1100. {{de}}</ref>

É importante notar que na Antiguidade, vários diálogos considerados como falsamente atribuídos a Platão eram considerados genuínos, e alguns desses fazem parte do ''Canon'' de Trásilo, um filósofo e astrólogo alexandrino que serviu na corte de Tibério. Trásilo organizou os Diálogos de modo sistemático em nove grupos, chamados de Tetralogias,<ref>Diógenes Laércio, "A vida dos filósofos", 3,56,7</ref>, cujos escritos foram aceitos como de Platão.<ref name="Moore2007">{{cite book|author=Edward Moore|title=Plato|url=http://books.google.com/books?id=RAwoZNBRNdQC&pg=PA46|date=1 January 2007|publisher=Humanities-Ebooks|page=46|id=GGKEY:EGRH91XZFLA}} {{en}}</ref> Segundo Diógenes Laércio(III, 61), se encontravam na nona tetralogia "uma carta a Aristodemo [def ato a Aritodoro]" (X), duas a Arquitas (IX, XII), quatro a Dionísio II (I, II, III, IV), uma a Hérmias, Erastos e Coriscos (VI), uma a Leodamas (XI), uma a Dion (IV), uma a Perdicas (V) e duas aos parentes de Dion (VII, VIII)". <ref name="Brentano2004">{{cite book|author=Telmo Brentano|title=Leituras de Platão|url=http://books.google.com/books?id=NzqodL8sCGcC&pg=PA23|year=2004|publisher=EDIPUCRS|isbn=978-85-7430-398-7|page=23}}</ref>Trásilo criou a seguinte organização:<ref name="Carvalho2008">{{cite book|author=José Mauricio de Carvalho|title=Estudos de Filosofia Clínica|url=http://books.google.com/books?id=zEGTE5Rkk1QC&pg=PA69|year=2008|publisher=IBPEX|isbn=978-85-7838-056-4|page=69}}</ref>

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== Pensamento platônico ==
== Pensamento platônico ==
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[[Ficheiro:Plato-raphael.jpg|thumb|esquerda|Platão, em detalhe da ''[[Escola de Atenas]]'', de [[Rafael Sanzio]] ([[c.]] [[1510]]). ''Satanza della Segnatura''. [[Palácio Apostólico]], [[Vaticano]].]]
[[Ficheiro:Plato-raphael.jpg|thumb|esquerda|Platão, em detalhe da ''[[Escola de Atenas]]'', de [[Rafael Sanzio]] ([[c.]] [[1510]]). ''Satanza della Segnatura''. [[Palácio Apostólico]], [[Vaticano]].]]


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Platão também elaborou uma teoria [[Gnosiologia|gnosiológica]], ou seja, uma teoria que explica como se pode conhecer as coisas, ou ainda, uma teoria do conhecimento. Segundo ele, ao ver um objeto repetidas vezes, uma pessoa se lembra, aos poucos, da Ideia daquele objeto que viu no mundo das Ideias. Para explicar como se dá isso, Platão recorre a um [[mito]] (ou uma [[metáfora]]) segundo a qual, antes de nascer, a alma de cada [[Pessoa (biologia)|pessoa]] vivia em uma estrela, onde se localizam as Ideias. Quando uma pessoa nasce, sua alma é "''jogada''" para a Terra, e o impacto que ocorre faz com que esqueça o que viu na estrela. Mas, ao ver um objeto aparecer de diferentes formas (como as diferentes árvores que se pode ver), a alma se recorda da Ideia daquele objeto que foi visto na estrela. Tal recordação, em Platão, chama-se ''anamnesis''.
Platão também elaborou uma teoria [[Gnosiologia|gnosiológica]], ou seja, uma teoria que explica como se pode conhecer as coisas, ou ainda, uma teoria do conhecimento. Segundo ele, ao ver um objeto repetidas vezes, uma pessoa se lembra, aos poucos, da Ideia daquele objeto que viu no mundo das Ideias. Para explicar como se dá isso, Platão recorre a um [[mito]] (ou uma [[metáfora]]) segundo a qual, antes de nascer, a alma de cada [[Pessoa (biologia)|pessoa]] vivia em uma estrela, onde se localizam as Ideias. Quando uma pessoa nasce, sua alma é "''jogada''" para a Terra, e o impacto que ocorre faz com que esqueça o que viu na estrela. Mas, ao ver um objeto aparecer de diferentes formas (como as diferentes árvores que se pode ver), a alma se recorda da Ideia daquele objeto que foi visto na estrela. Tal recordação, em Platão, chama-se ''anamnesis''.

;A reminiscência

Uma das condições para a indagação ou investigação acerca das Ideias é que não estamos em estado de completa ignorância sobre elas. Do contrário, não teríamos nem o desejo nem o poder de procurá-las. Em vista disso, é uma condição necessária, para tal investigação, que tenhamos em nossa alma alguma espécie de conhecimento ou lembrança de nosso contato com as Ideias (contato esse ocorrido antes do nosso próprio nascimento) e nos recordemos das Ideias ao vê-las reproduzidas palidamente nas coisas.

Deste modo, toda a ciência platônica é uma reminiscência.<ref>[http://www.fflch.usp.br/df/site/publicacoes/discurso/pdf/D02_A_reminiscencia_em_Platao.pdf A reminiscência em Platão] Por José Cavalcante de Souza. Revista ''Discurso''. Ano I, nº 2 - 1971.</ref> A investigação das Ideias supõe que as almas preexistiram em uma região divina onde contemplavam as Ideias. Podemos tomar como exemplo o Mito da Parelha Alada, localizado no diálogo [[Fedro (diálogo)|Fedro]], de Platão. Neste diálogo, Platão compara a raça humana a carros alados. Tudo o que fazemos de bom, dá forças às nossas asas. Tudo o que fazemos de errado, tira força das nossas asas. Ao longo do tempo fizemos tantas coisas erradas que nossas asas perderam as forças e, sem elas para nos sustentarmos, caímos no Mundo Sensível, onde vivemos até hoje. A partir deste momento, fomos condenados a vermos apenas as sombras do Mundo das Ideias.


;Amor
;Amor
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Por meio da relação de sua alma com a Alma do Mundo, o homem tem acesso ao mundo das Ideias e aspira ao conhecimento e às ideias do Bem e da Justiça. A partir da contemplação do mundo das Ideias, o [[Demiurgo]], tal como Platão descreveu no ''[[Timeu]]'', organizou o mundo sensível. Não se trata de uma criação ''ex nihilo'', isto é, do nada, como no caso do Deus [[Judaísmo|judaico]]-[[Cristianismo|cristão]], pois o Demiurgo não criou a matéria (''Timeu'', 53b) nem é a fonte da racionalidade das Ideias por ele contempladas. A ação do homem se restringe ao mundo material; no mundo das Ideias o homem não pode transformar nada. Pois o que é perfeito, não pode ser mais perfeito.
Por meio da relação de sua alma com a Alma do Mundo, o homem tem acesso ao mundo das Ideias e aspira ao conhecimento e às ideias do Bem e da Justiça. A partir da contemplação do mundo das Ideias, o [[Demiurgo]], tal como Platão descreveu no ''[[Timeu]]'', organizou o mundo sensível. Não se trata de uma criação ''ex nihilo'', isto é, do nada, como no caso do Deus [[Judaísmo|judaico]]-[[Cristianismo|cristão]], pois o Demiurgo não criou a matéria (''Timeu'', 53b) nem é a fonte da racionalidade das Ideias por ele contempladas. A ação do homem se restringe ao mundo material; no mundo das Ideias o homem não pode transformar nada. Pois o que é perfeito, não pode ser mais perfeito.



== Obras ==
== Obras ==
Platão escreveu, principalmente, na forma de '''diálogos'''. Esses escritos, considerados autênticos, são, provavelmente em ordem cronológica :
Platão escreveu, principalmente, na forma de '''diálogos'''. Esses escritos, considerados autênticos, são, provavelmente em ordem cronológica :

{{Colunas-lista|3|
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#''[[Hípias menor]]'': trata do agir humano;
#''[[Hípias menor]]'': trata do agir humano;
#''[[Primeiro Alcibíades]]'': trata da doutrina socrática do auto-conhecimento;
#''[[Primeiro Alcibíades]]'': trata da doutrina socrática do auto-conhecimento;
#''[[Segundo Alcibíades]]'' : trata do conhecimento;
#''[[Segundo Alcibíades]]'' : trata do conhecimento;
#''[[Apologia de Sócrates]]'': relata o discurso de defesa de Sócrates no tribunal de Atenas;
#''[[Apologia de Sócrates|Apologia]]'': relata o discurso de defesa de Sócrates no tribunal de Atenas;
#''[[Eutífron]]'': trata dos conceitos de piedade e impiedade;
#''[[Eutífron]]'': trata dos conceitos de piedade e impiedade;
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=== Tetralogias ===
=== Tetralogias ===
[[Ficheiro:POxy3679 Parts Plato Republic.jpg|thumb|Parte de [[P.Oxy]]. LII 3679, com trecho da ''República'', de Platão.]]
Há, na Antiguidade, duas classificações das obras de Platão: a trilógica, de Aristófanes de Bizâncio, e a tetralógica, de Trasilo. Segundo [[Diógenes Laércio]], as 9 tetralogias são:
Há, na Antiguidade, duas classificações das obras de Platão: a trilógica, de Aristófanes de Bizâncio, e a tetralógica, de Trasilo. Segundo [[Diógenes Laércio]], as 9 tetralogias são:


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* {{cite book|last=Taylor|first=Alfred Edward|title=Plato: The Man and his Work |year=2001 | publisher=Courier Dover Publications| isbn=0-486-41605-4}}
* {{cite book|last=Wilamowitz-Moellendorff|first=Ulrich von|title=Plato: his Life and Work (traduzido do grego por Xenophon Armyros |year=2005 (first edition 1917) | publisher=Kaktos| isbn=960-382-664-2}}
}}
}}



Revisão das 04h58min de 14 de junho de 2013

 Nota: Para outros significados, veja Platão (desambiguação).
Platão
Πλωτῖνος
Platão
Busto de Platão
Cópia em mármore do busto de Platão feito por Silanião ca. 370
Nome completo Πλάτων
Nascimento 428/427 a.C.
Atenas, Grécia Antiga
Morte 348/347 a.C.
Atenas
Escola/tradição Platonismo
Principais interesses Retórica, Arte, Literatura, Epistemologia, Justiça, Virtude, Política, Educação, Militarismo, Filosofia
Portal da Filosofia

Platão (em grego clássico: Πλάτων, transl. Plátōn, "amplo",[1] Atenas,[nota 1] 428/427[nota 2] – Atenas, 348/347 a.C.) foi um filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental. Juntamente com seu mentor, Sócrates, e seu pupilo, Aristóteles, Platão ajudou a construir os alicerces da filosofia natural, da ciência e da filosofia ocidental.[10] Acredita-se que seu nome verdadeiro tenha sido Arístocles[11].

Vida

Origem

A mãe de Platão era Perictione, cuja família gabava-se de um relacionamento com o famoso ateniense legislador e poeta lírico Sólon[12]. Perictione era irmã de Cármides e sobrinha de Crítias, ambas as figuras proeminentes na época da Tirania dos Trinta, a breve oligarquia, que se seguiu sobre o colapso de Atenas no final da Guerra do Peloponeso (404–403 BC).[13] Além do próprio Platão, Aristão e Perictione tiveram outros três filhos, estes foram Adimanto e Glaucão, e uma filha Potone, a mãe de Espeusipo (então o sobrinho e sucessor de Platão como chefe de sua Academia filosófica).[13] De acordo com A República, Adimanto e Glaucão eram mais velhos que Platão.[14] No entanto, nas suas Memorabilia, Xenofonte apresenta Glaucão como sendo mais jovem do que Platão.[15]

Ariston parece ter morrido na infância de Platão, embora a data exata de sua morte é desconhecida[16], Perictione então casou-se com Perilampes, irmão de sua mãe[17] que tinha servido muitas vezes como embaixador para o corte persa e era um amigo de Péricles, líder da facção democrática em Atenas.[18]

Em contraste com a sua reticência sobre si mesmo, Platão muitas vezes introduziu seus ilustres parentes em seus diálogos, ou a eles referenciou com alguma precisão: Cármides tem um diálogo com o seu nome; Crítias fala tanto em Cármides quanto em Protágoras e Adimanto e Glaucão têm trechos importantes em A República[19] Estas e outras referências sugerem uma quantidade considerável de orgulho da família e nos permitem reconstruir Platão árvore genealógica. De acordo com Burnet, "a cena de abertura do Cármides é uma glorificação de toda [família] ligação... osdiálogos de Platão não são apenas um memorial para Sócrates, mas também dos dias mais felizes de sua própria família."[20].


Infância e juventude

Platão nasceu em Atenas[21], provavelmente em 427/428 a.C.[22], no sétimo dia do mês Thargêliốn[23]), cerca de um ano após a morte do estadista Péricles[22], e morreu em 348 a.C.[22] (no primeiro ano da 108a Olimpíada[24]).

A data tradicional do nascimento de Platão (428/427) é baseada em uma interpretação dúbia de Diógenes Laércio que diz "Quando Sócrates foi embora, Platão se juntou a Crátilo e Hermógenes, que filosofou a maneira de Parmênides. Então, aos vinte e oito anos, Hermodoro diz, Platão foi para Euclides em Megara."[25].Em sua Sétima Carta, Platão observa que a sua idade coincidiu com a tomada do poder pelos Trinta Tiranos, comentando: "Mas um jovem com idade inferior a vinte seria motivo de chacota se tentasse entrar na arena política". Assim, a data de nascimento de Platão seria 424/423[25].

De acordo com Diógenes Laércio, o filósofo foi nomeado Aristócles como seu avô, mas seu treinador de luta, Aristão de Argos, o apelidou de Platon, que significa "grande", por conta de sua figura robusta.[26] De acordo com as fontes mencionadas por Diógenes (todos datam do período alexandrino), Platão derivou seu nome a partir da "amplitude" (platytês) de sua eloquencia, ou então, porque possuía a fronte (platýs) larga.[27] Estudiosos recentes têm argumentado que a lenda sobre seu nome ser Aristocles originou-se no período helenístico.[28]Platão era um nome comum, dos quais 31 casos são conhecidos apenas em Atenas.[29] A juventude de Platão transcorre em meio a agitações políticas e a desordens devido à Guerra do Peloponeso, a instabilidade política reina na cidade de Atenas que é tomada pela Oligarquia dos Quatrocentos e assim submete-se ao governo dos Trinta Tiranos.[30]

Apuleio nos informa que Espeusipo elogiou a rapidez mental e a modéstia de Platão como os "primeiros frutos de sua juventude infundidos com muito trabalho e amor ao estudo".[31] Platão deve ter sido instruído em gramática, música e ginástica pelos professores mais ilustres do seu tempo.[32] Dicearco foi mais longe a ponto de dizer que Platão lutou nos jogos de Jogos Ístmicos.[33] Platão também tinha frequentado cursos de filosofia, antes de conhecer Sócrates, primeiro ele se familiarizou com Crátilo (um discípulo de Heráclito, um proeminente filósofo grego pré-socrático) e as doutrinas de Heráclito.[34]


Afastamento da política e primeira viagem

A execução de Sócrates em 399 abalou Platão profundamente, ele avaliou essa ação do Estado como uma depravação moral e evidência de um sistema político defeituoso.
Platão e Sócrates, representação medieval

Após o término da guerra em Atenas, cerca de 404, auxiliado pelo reinado espartano vitorioso, o terror da Tirania dos Trinta começou, o que incluía parentes de Platão: o primo e o irmão de sua mãe, Crítias e Cármides, participaram do governo,[30] ele foi convidado a participar da vida política, mas recusou porque considerou o então regime criminoso.[35] Mas, a situação política após a restauração da democracia ateniense em 403 também o desagradou, um ponto de viragem na vida de Platão foi a execução de Sócrates em 399, que o abalou profundamente, ele avaliou a ação do Estado contra seu professor, como uma expressão de depravação moral e evidência de um defeito fundamental no sistema político. Ele viu em Atenas a possibilidade e a necessidade de uma maior participação filosófica na vida política e tornou-se um crítico agudo. Essas experiências levaram-no a aprovar a demanda por um estado governado por filósofos.[36]

Depois de 399, Platão foi para Megara com alguns outros socráticos, como hóspedes de Euclides (provavelmente para evitar possíveis perseguições que lhe poderiam sobrevir pelo fato de ter feito parte do círculo socrático). Diógenes Laércio conta "foi a Cirene, juntar-se a Teodoro, o matemático, depois à Itália, com os pitagóricos Filolau e Eurito. E daí para o Egito, avistar-se com os profetas, ele tinha decidido encontrar-se também com os magos, mas a guerras da Ásia o fez renunciar a isso", [37] é posto em dúvida se Platão foi mesmo ao Egito, há evidências de que a estadia foi inventada no Egito, para aproximar Platão à tradição de sabedoria egípcia.[38][39]


Primeira viagem à Sicília

Por volta de 388 Platão empreendeu sua primeira viagem para a Sicília.[40] Em Taranto, Platão conheceu os pitagóricos, e o mais proeminentes e politicamente bem sucedido entre eles o estadista Arquitas que o hospedou e protegeu, a mais famosa fonte da história do resgate de Platão por Arquitas está na Sétima Carta, onde Platão descreve seu envolvimento nos incidentes de seu amigo Dion de Siracusa e Dionísio I, o tirano de Siracusa,[41] Platão esperava influenciar o tirano sobre o ideal do rei-filósofo (exposto em Górgias, anterior à sua viagem), mas logo entrou em conflito com o tirano e sua corte, mesmo assim cultivou grande amizade com Díon[42], parente do tirano, a quem pensou que este pudesse ser um discípulo capaz de se tornar um rei-filósofo.[43] Dionísio I se irritou tanto com Platão a ponto de vendê-lo como escravo[nota 3] a um embaixador espartano de Egina, felizmente tendo sido resgatado por Anicérides de Cirene, que estava em Egina[44], ou ainda, o navio em retornava foi capturado por espartanos o que o fez se mantido como um escravo.[45]

Este relatos sobre a primeira estadia em Siracusa são em grande parte controversos, os historiadores tradicionais consideram os detalhes do encontro entre Platão e o tirano e posterior ruptura com ceticismo.[46] Em todo caso, Platão teve contato com Dionísio e o resultado foi desfavorável para o filósofo já que sua sinceridade parece ter irritado o governante.[47]


Fundação da escola e ensino

A Academia de Platão em Atenas
Mosaico em Pompéia, ca. séc. I
Ver artigo principal: Academia de Platão

Depois de sua primeira viagem à Sicília, por volta de 388 a.C, aos 40 anos, decepcionado com o luxo e os costumes da corte de Dionísio I de Siracusa e de lá é expulso, Platão compra um ginásio perto de Colona, a nordeste de Atenas, nas vizinhanças de um bosque de oliveiras em homenagem ao heroi Academo. Ele amplia a propriedade e constrói alojamentos para os estudantes.[48]

Os membros da Academia não eram estudantes no sentido moderno da palavra, aos jovens, juntavam-se também anciãos; provavelmente todos deviam contribuir oara o financiamento das despesas; ademais, o objetivo último da Academia era o saber pelo seu valor ético-político.[49]

Durantes duas décadas, Platão assumiu suas funções na Academia e escreveu, nesse período, os diálogos chamados "da maturidade": Fédon, Fedro, Banquete, Menêxeno, Eutidemo, Crátilo; começou também a redação de República.[50]


Segunda viagem à Sicília

Em 366/367, com a morte de Dionísio e encorajado por Dion, Platão transmite a direção da Academia a Eudóxio e retorna à Sicília. [50] O velho Dionísio morrera em 367, logo após ter sabido que sua peça O resgate de Heitor, tinha recebido o primeiro prêmio no festival das Lenaias em Atenas. Seu filho Dionísio II sucedeu-lhe o trono e Dion era seu conselheiro. Dion teve trabalho em convencer Platão a voltar para Siracusa, ele insistiu com argumentos como a paixão do jovem tirano pela filosofia e educação e que a morte do velho tirano poderia ser o "destino divino" necessário para que enfim se realizasse a felicidade de um povo livre sob boas leis. Platão por fim, embarcou em 366, para sua segunda viagem à Sicília.[51]

No início a influência de Platão sobre Dionísio II teve algum progresso, mas pouco durou, o jovem era um pouco rude e não possuía o vigor mental para aguentar um prolongado tratamento educacional, além de ser, pessoalmente desagradável. Invejoso da influência de Dion e de sua amizade com Platão, o obrigou a se exiliar, Platão então regressou a Atenas.[22]


Terceira viagem à Sicília

Em 361 a.C, Platão viaja novamente para Siracusa com seus alunos Espeusipo e Xenócrates em um navio enviado por Dionísio II,[52] numa tentativa final de pôr ordem as coisas. Passou quase um ano tentando elaborar algumas medidas práticas para unir os gregos da Sicília em face do perigo cartaginês. No final, a má vontade da facção conservadora provou ser um obstáculo insuperável.[53] Platão conseguiu partir para Atenas em 360, não sem antes correr algum perigo de vida. Em seguida, Dion recuperou sua posição à força, mas apesar de advertências de Platão, mostrou-se um governante imprudente e acabou assassinado. Ainda assim, Platão incitou os seguidores de Dion a prosseguirem com a antiga política, mas os seus conselhos não foram ouvidos. O destino final da Sicília foi ser conquistada pelos estrangeiros, como Platão previra.[22]

Platão escreveu sobre a morte de seu amigo comparando-o a um navegante que antecipa corretamente uma tempestade mas subestima sua força de destruição: "que eram perversos os homens que o puseram por terra, ele sabia, mas não a extensão de sua ignorância, de sua depravação e avidez"[54][22]


Velhice e morte

Ao regressar em 360, Platão voltou a ensina e escrever na Academia permanecendo como um autor ativo até o fim da vida[22] em 348/347 a.C. aos oitenta anos de idade;[30] conta-se que fora sepultado no terreno da Academia, para dentro do muro de demarcação da propriedade.[55] Com sua morte a academia passou a ser dirigida por Espeusipo forte simpatizante do aspecto matemático da filosofia de Platão.[22]

Obra

Houve um período na Idade Média em que quase todas as suas obras eram desconhecidas, mas, antes disso e depois da redescoberta de seus textos (Petrarca no ´seculo XIV tinha um manuscrito de Platão), ele foi lido e tomado como ponto de referência.[56]

Tradição e autenticidade

Parte de P.Oxy. LII 3679, com trecho da República, de Platão.

Todas as obras de Platão que eram conhecidos na antiguidade foram preservadas, com exceção da palestra sobre o bem, a partir do qual houve um pós-escrito de Aristóteles, se encontra perdida. Há também obras que foram distribuídas sob o nome de Platão, mas possivelmente ou definitivamente não são genuínas, elas também pertencem ao Corpus Platonicum (o conjunto das obras tradicionalmente atribuída a Platão), apesar de sua falsidade ser reconhecida mesmo nos tempos antigos. Um total de 47 obras são reconhecidas por terem sido escritas por Platão ou para o qual ele tomado como o autor.[57]

O Corpus platonicum é constituído de diálogos (incluindo Crítias de final inacabado), a Apologia de Sócrates, uma coleção de 13 cartas[56] e uma coleção de definições, o Horoi. Fora do corpus há uma coleção de dieresis, mais duas cartas, 32 epigramas e um fragmento de poema (7 hexâmetros) que com exceção de uma parte desses poemas, não são obras de Platão.[58]

É importante notar que na Antiguidade, vários diálogos considerados como falsamente atribuídos a Platão eram considerados genuínos, e alguns desses fazem parte do Canon de Trásilo, um filósofo e astrólogo alexandrino que serviu na corte de Tibério. Trásilo organizou os Diálogos de modo sistemático em nove grupos, chamados de Tetralogias,[59], cujos escritos foram aceitos como de Platão.[60] Segundo Diógenes Laércio(III, 61), se encontravam na nona tetralogia "uma carta a Aristodemo [def ato a Aritodoro]" (X), duas a Arquitas (IX, XII), quatro a Dionísio II (I, II, III, IV), uma a Hérmias, Erastos e Coriscos (VI), uma a Leodamas (XI), uma a Dion (IV), uma a Perdicas (V) e duas aos parentes de Dion (VII, VIII)". [61]Trásilo criou a seguinte organização:[62]

Pensamento platônico

Platão, em detalhe da Escola de Atenas, de Rafael Sanzio (c. 1510). Satanza della Segnatura. Palácio Apostólico, Vaticano.

Em linhas gerais, Platão desenvolveu a noção de que o homem está em contato permanente com dois tipos de realidade: a inteligível e a sensível. A primeira é a realidade imutável, igual a si mesma. A segunda são todas as coisas que nos afetam os sentidos, são realidades dependentes, mutáveis e são imagens da realidade inteligível.

Tal concepção de Platão também é conhecida por Teoria das Ideias ou Teoria das Formas. Foi desenvolvida como hipótese no diálogo Fédon e constitui uma maneira de garantir a possibilidade do conhecimento e fornecer uma inteligibilidade relativa aos fenômenos.

Para Platão, uma determinada caneta, por exemplo, terá determinados atributos (cor, formato, tamanho etc). Outra caneta terá outros atributos, sendo ela também uma caneta, tanto quanto a outra. Aquilo que faz com que as duas sejam canetas é, para Platão, a Ideia de Caneta, perfeita, que esgota todas as possibilidades de ser caneta. A ontologia de Platão diz, então, que algo é na medida em que participa da Ideia desse objeto. No caso da caneta é irrelevante, mas o foco de Platão são coisas como o ser humano, o bem ou a justiça, por exemplo.

O problema que Platão propõe-se a resolver é a tensão entre Heráclito e Parmênides: para o primeiro, o ser é a mudança, tudo está em constante movimento e é uma ilusão a estaticidade, ou a permanência de qualquer coisa; para o segundo, o movimento é que é uma ilusão, pois algo que é não pode deixar de ser e algo que não é, não pode passar a ser; assim, não há mudança.

Por exemplo, o que faz com que determinada árvore seja ela mesma desde o estágio de semente até morrer, e o que faz com que ela seja tão árvore quanto outra de outra espécie, com características tão diferentes? Há aqui uma mudança, tanto da árvore em relação a si mesma (com o passar do tempo ela cresce) quanto da árvore em relação a outra. Para Heráclito, a árvore está sempre mudando e nunca é a mesma, e para Parmênides, ela nunca muda, é sempre a mesma e sua mudança é uma ilusão .

Platão resolve esse problema com sua Teoria das Ideias. O que há de permanente em um objeto é a Ideia; mais precisamente, a participação desse objeto na sua Ideia correspondente. E a mudança ocorre porque esse objeto não é uma Idéia, mas uma incompleta representação da Ideia desse objeto. No exemplo da árvore, o que faz com que ela seja ela mesma e seja uma árvore (e não outra coisa), a despeito de sua diferença daquilo que era quando mais jovem e de outras árvores de outras espécies (e mesmo das árvores da mesma espécie) é a sua participação na Ideia de Árvore; e sua mudança deve-se ao fato de ser uma pálida representação da Ideia de Árvore.

Platão também elaborou uma teoria gnosiológica, ou seja, uma teoria que explica como se pode conhecer as coisas, ou ainda, uma teoria do conhecimento. Segundo ele, ao ver um objeto repetidas vezes, uma pessoa se lembra, aos poucos, da Ideia daquele objeto que viu no mundo das Ideias. Para explicar como se dá isso, Platão recorre a um mito (ou uma metáfora) segundo a qual, antes de nascer, a alma de cada pessoa vivia em uma estrela, onde se localizam as Ideias. Quando uma pessoa nasce, sua alma é "jogada" para a Terra, e o impacto que ocorre faz com que esqueça o que viu na estrela. Mas, ao ver um objeto aparecer de diferentes formas (como as diferentes árvores que se pode ver), a alma se recorda da Ideia daquele objeto que foi visto na estrela. Tal recordação, em Platão, chama-se anamnesis.

Amor

No Simpósio (também conhecido como O Banquete), de Platão, Sócrates revela que foi a sacerdotisa Diotima de Mantinea que o iniciou nos conhecimentos e na genealogia do amor. As ideias de Diotima estão na origem do conceito socrático-platônico do amor.

Conhecimento

Platão não buscava as verdadeiras essências da forma física como buscavam Demócrito e seus seguidores. Sob a influência de Sócrates, ele buscava a verdade essencial das coisas. Platão não poderia buscar a essência do conhecimento nas coisas, pois estas são corruptíveis, ou seja, variam, mudam, surgem e se vão. Como o filósofo busca a verdade plena, deve buscá-la em algo estável, nas verdadeiras causas, pois logicamente a verdade não pode variar e, se há uma verdade essencial para os homens, esta verdade deve valer para todas as pessoas. Logo, a verdade deve ser buscada em algo superior.

Como seu mestre Sócrates, Platão busca descobrir as verdades essenciais das coisas. As coisas devem ter um outro fundamento, além do físico, e a forma de buscar estas realidades vem do conhecimento, não das coisas mas do além das coisas. Esta busca racional é contemplativa. Isto significa buscar a verdade no interior do próprio homem, não meramente como sujeito particular, mas como participante das verdades essenciais do ser.

O conhecimento era o conhecimento do próprio homem, mas sempre ressaltando o homem não enquanto corpo, mas enquanto alma. O conhecimento contido na alma era a essência daquilo que existia no mundo sensível. Portanto, em Platão, também a técnica e o mundo sensível eram secundários. A alma humana enquanto perfeita participa do mundo perfeito das ideias, porém este formalismo só é reconhecível na experiência sensível.

Também o conhecimento tinha fins morais, isto é, levar o homem à bondade e à felicidade. Assim a forma de conhecimento era um reconhecimento, que faria o homem dar-se conta das verdades que sempre possuíra e que o levavam a discernir melhor dentre as aparências de verdades e as verdades. A obtenção do autoconhecimento era um caminho árduo e metódico.

Quanto ao mundo material, o homem poderia ter somente a doxa (opinião) e téchne (técnica), que permitia a sua sobrevivência, ao passo que, no mundo das ideias, o homem pode ter a épisthéme, o conhecimento verdadeiro, o conhecimento filosófico,.

Platão não defendia que todas as pessoas tivessem igual acesso à razão. Apesar de todos terem a alma perfeita, nem todos chegavam à contemplação absoluta do mundo das ideias.

Política

"Os males não cessarão para os humanos antes que a raça dos puros e autênticos filósofos chegue ao poder, ou antes, que os chefes das cidades, por uma divina graça, ponham-se a filosofar verdadeiramente." (Platão, Carta Sétima, 326b).

Esta afirmação de Platão deve ser compreendida com base na teoria do conhecimento, e lembrando que o conhecimento para Platão tem fins morais.

Todo o projecto político platónico foi traçado a partir da convicção de que a Cidade-Estado ideal deveria ser obrigatoriamente governada por alguém dotado de uma rigorosa formação filosófica.

Platão acreditava que existiam três espécies de virtudes baseadas na alma, que corresponderiam aos estamentos da pólis:

  • A primeira virtude era a da sabedoria, deveria ser a cabeça do Estado, ou seja, o governante, pois possui caráter de ouro e utiliza a razão.
  • A segunda espécie de virtude é a coragem, deveria ser o peito do Estado, isto é, os soldados ou guardiões da pólis, pois sua alma de prata é imbuída de vontade. E, por fim,
  • A terceira virtude, a temperança, que deveria ser o baixo-ventre do Estado, ou os trabalhadores, pois sua alma de bronze orienta-se pelo desejo das coisas sensíveis.
O homem e a alma

O homem para Platão era dividido em corpo e alma. O corpo era a matéria e a alma era o imaterial e o divino que o homem possuía. Enquanto o corpo está em constante mudança de aparência, a alma não muda nunca. Desde quando nascemos, temos a alma perfeita, porém não sabemos. As verdades essenciais estão inscritas na alma eternamente, porém, ao nascermos, nós as esquecemos, pois a alma é aprisionada no corpo.

Para Platão a alma é divida em três partes:

  • 1 Racional: cabeça; esta tem que controlar as outras duas partes. Sua virtude é a sabedoria ou prudência (phrónesis).
  • 2 Irascível: tórax; parte da impetuosidade, dos sentimentos. Sua virtude é a coragem (andreía).
  • 3 Concupiscente: baixo ventre; apetite, desejo, mesmo carnal (sexual), ligado ao libido. Sua virtude é a moderação ou temperança (sophrosýne).

Platão acreditava que a alma depois da morte reencarnava em outro corpo, mas a alma que se ocupava com a filosofia e com o Bem, esta era privilegiada com a morte do corpo. A ela era concedida o privilégio de passar o resto dos seus tempos em companhia dos deuses.

Por meio da relação de sua alma com a Alma do Mundo, o homem tem acesso ao mundo das Ideias e aspira ao conhecimento e às ideias do Bem e da Justiça. A partir da contemplação do mundo das Ideias, o Demiurgo, tal como Platão descreveu no Timeu, organizou o mundo sensível. Não se trata de uma criação ex nihilo, isto é, do nada, como no caso do Deus judaico-cristão, pois o Demiurgo não criou a matéria (Timeu, 53b) nem é a fonte da racionalidade das Ideias por ele contempladas. A ação do homem se restringe ao mundo material; no mundo das Ideias o homem não pode transformar nada. Pois o que é perfeito, não pode ser mais perfeito.


Obras

Platão escreveu, principalmente, na forma de diálogos. Esses escritos, considerados autênticos, são, provavelmente em ordem cronológica :

  1. Hípias menor: trata do agir humano;
  2. Primeiro Alcibíades: trata da doutrina socrática do auto-conhecimento;
  3. Segundo Alcibíades : trata do conhecimento;
  4. Apologia: relata o discurso de defesa de Sócrates no tribunal de Atenas;
  5. Eutífron: trata dos conceitos de piedade e impiedade;
  6. Críton: trata da justiça;
  7. Hípias maior: discussão estética;
  8. Hiparco: ocupa-se com os conceitos de cobiça e avidez;
  9. Laques: trata da coragem;
  10. Lísis: trata da amizade/amor;
  11. Cármides: diálogo ético;
  12. Protágoras: trata do conceito e natureza da virtude;
  13. Górgias: trata do verdadeiro filósofo em oposição aos sofistas;
  14. Mênon: trata do ensino da virtude e da rememoração (anamnese);
  15. Fédon: relata o julgamento e morte de Sócrates e trata da imortalidade da alma;
  16. O Banquete: trata da origem, as diferentes manifestações e o significado do amor sensual;
  17. Fedro: trata da retórica e do amor sensual;
  18. Íon: trata de poesia;
  19. Menêxeno: elogio da morte no campo de batalha;
  20. Eutidemo: crítica aos sofistas;
  21. Crátilo: trata da natureza dos nomes;
  22. A República: aborda vários temas, mas todos subordinados à questão central da justiça;
  23. Parmênides: trata da ontologia. É neste diálogo que o jovem Sócrates, a personagem, defende a teoria das formas que é duramente criticada por Parmênides;
  24. Teeteto: trata exclusivamente da Teoria do Conhecimento;
  25. Sofista: diálogo de caráter ontológico, discute o problema da imagem, do falso e do não-ser;
  26. Político: trata do perfil do homem político;
  27. Filebo: versa sobre o bom e o belo e como o homem pode viver melhor;
  28. Timeu: trata da origem do universo.
  29. Crítias: Platão narra aqui mito de Atlântida através de Crítias (seu avô). É um diálogo inacabado;
  30. Leis: aborda vários temas da esfera política e jurídica. É o último (inacabado), mais longo e complexo diálogo de Platão;
  31. Epidômite
  32. Epístolas: Cartas (dentre as quais, somente a de número 7 (sete) é considerada realmente autêntica)

Tetralogias

Há, na Antiguidade, duas classificações das obras de Platão: a trilógica, de Aristófanes de Bizâncio, e a tetralógica, de Trasilo. Segundo Diógenes Laércio, as 9 tetralogias são:

Muitos diálogos não inclusos nas tetralogias de Trasilo circularam com o nome de Platão, ainda que fossem considerados espúrios (notheuomenoi) até mesmo na Antiguidade.

  • Axíocho (2), Definições (2), Demódoco (2), Epigramas, Eríxia (2), Halcyon (2), Da Justiça (2), Da Virtude (2), Sísifo (2).

Os diálogos que estão marcados com (1) nem sempre são atribuídos a Platão, e os marcado com (2) são considerados apócrifos. Os que não estão marcados são de autoria certa. O critério para a atribuição é variado, mas geralmente são consideradas obras de Platão as que são citadas por Cícero ou Aristóteles, ou referidas pelo próprio autor em outros textos.

Notas

  1. Diógenes Laércio menciona que Platão "nasceu, segundo alguns escritores, em Aegina, na casa de Fidíades, filho de Tales". Diógenes menciona como uma de suas fontes a História Universal de Favorinus. De acordo com Favorinus, Ariston, pai de Platão, e sua família foram enviados por Atenas para fixarem-se como clerúquios (colonos mantendo sua cidadania ateniense) na ilha de Aegina, de onde foram expulsos pelos espartanos após Platão nascer lá.[2] Nails indica, no entanto, que não há registro de qualquer expulsão de atenienses de Aegina por parte dos espartanos entre 431 e 411 a.C.[3] Por outro lado, no Tratado de Nicias, Egina foi silenciosamente deixada sob o controle de Atenas, e não foi até o verão de 411 a.C. que os espartanos invadiram a ilha. Egina é considerada como o local de nascimento de Platão também segunda a Suda.[4]
  2. O gramático Apolodoro argumenta, nas suas Crônicas, que Platão nasceu no primeiro ano da 88ª Olimpíada (427 a.C.), no sétimo dia do mês de Targélion; de acordo com esta tradição, o deus Apolo teria nascido neste dia.[5] De acordo com outro biógrafo seu, Neantes, Platão teria 84 anos de idade ao morrer.[5] De acordo com a versão de Neantes, Platão era seis anos mais novo que Isócrates, e teria portanto nascido no segundo ano da 87ª Olimpíada, ano da morte de Péricles (429 a.C.).[6] De acordo com a Suda, Platão teria nascido em Egina, na 88ª Olimpíada, em meio à fase preliminar da Guerra do Peloponeso, e teria vivido 82 anos.[4] Para o estudioso inglês do século XVI, sir Thomas Browne, Platão teria nascido de fato na 88ª Olimpíada;[7] o célebre platonista do Renascimento celebrava o nascimento de Platão no dia 7 de novembro.[8] Já para o filólogo alemão Ulrich von Wilamowitz-Moellendorff, Platão teria nascido quando Diótimos era arconte epônimo, mais especificamente entre 29 de julho de 428 a.C. e 24 de julho de 427 a.C.[9] O filólogo grego acredita que o filósofo teria nascido em 26 ou 27 de maio de 427 a.C., enquanto o filósofo britânico Jonathan Barnes estipula 428 a.C. como o ano de nascimento de Platão.[10] Já a filósofa americana Debra Nails alega que Platão teria nascido em 424/423 a.C.[8]
  3. Ou fora forçado a desembarcar em Egina que se encontrava em Guerra com Atenas e Platão tenha sido detido como escravo

Referências

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  23. Apolodoro, citado por Diógenes Laércio, Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres, Livro III, Vida de Platão, 2
  24. Hermippus, citado por Diógenes Laércio, Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres, Livro III, Vida de Platão, 2
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Referências bibliográficas

Em português

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Em inglês
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