Ciganos: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Trollmanngross.jpg|thumb|x302px|direita|[[Johann Trollmann]] (1907-1943): alemão cigano sintti campeão nacional de boxe da Alemanha, morto no [[campo de concentração]] de [[Neuengamme (campo de concentração)|Neuengamme]].]]
Durante as perseguições do {{séc|XV}}, contra [[judeus]] e [[muçulmanos]], começa também a caça aos ciganos. Segundo o [[antropólogo]] José Pereira Bastos, professor da [[Universidade Nova de Lisboa]], "eram considerados vagabundos e delinquentes. Na [[Alemanha]] e nos [[Países Baixos]], eram exterminados a tiros por caçadores pagos por cabeça. Na Europa, o propósito de extermínio dos ciganos sempre foi muito claro".<ref name="Dez" /> Os anos de 1555 e 1780 são particularmente marcados por atos de violência contra os ciganos, em vários países.
Durante as perseguições do {{séc|XV}}, contra [[judeus]] e [[muçulmanos]], começa também a caça aos ciganos. Segundo o [[antropólogo]] José Pereira Bastos, professor da [[Universidade Nova de Lisboa]], "eram considerados vagabundos e delinquentes. Na [[Alemanha]] e nos [[Países Baixos]], eram exterminados a tiros por [[caçador]]es pagos por cabeça. Na Europa, o propósito de extermínio dos ciganos sempre foi muito claro".<ref name="Dez" /> Os anos de 1555 e 1780 são particularmente marcados por atos de violência contra os ciganos, em vários países.


A falta de uma ligação histórica precisa a uma pátria definida ou a uma origem segura não permitia que fossem reconhecidos como [[grupo étnico]] bem individualizado, ainda que por longo tempo tenham sido qualificados como [[Egito|egípcios]]. O clima de suspeitas e preconceitos se percebe no florescimento de lendas e provérbios tendendo a pôr os ''roma'' sob mau prisma, a ponto de recorrer-se à [[Bíblia]] para considerá-los descendentes de [[Caim]], e portanto, malditos.<ref>[http://www.pernambuco.com/ultimas/nota.asp?materia=20120228192709&assunto=81&onde=Brasil Editora e Instituto contestam ação do MPF contra dicionário Houaiss]</ref><ref>Gênesis 9:25</ref> Difundiu-se, também, a lenda de que eles teriam fabricado os pregos que serviram para crucificar [[Jesus]] (ou, segundo outra versão, que eles teriam roubado o quarto prego, tornando, assim, mais dolorosa a [[crucificação]]). Caracterizados pelo nomadismo, o modo de vida dos ciganos e suas condições de subsistência são sempre determinados pelo país em que se encontram: os mais ricos são os ciganos [[Suécia|suecos]] e os mais pobres encontram-se nos [[Bálcãs]] e no sul da [[Espanha]].
A falta de uma ligação histórica precisa a uma pátria definida ou a uma origem segura não permitia que fossem reconhecidos como [[grupo étnico]] bem individualizado, ainda que por longo tempo tenham sido qualificados como [[Egito|egípcios]]. O clima de suspeitas e [[preconceito]]s se percebe no florescimento de lendas e provérbios tendendo a pôr os ''roma'' sob mau prisma, a ponto de recorrer-se à [[Bíblia]] para considerá-los descendentes de [[Caim]], e portanto, malditos.<ref>[http://www.pernambuco.com/ultimas/nota.asp?materia=20120228192709&assunto=81&onde=Brasil Editora e Instituto contestam ação do MPF contra dicionário Houaiss]</ref><ref>Gênesis 9:25</ref> Difundiu-se, também, a lenda de que eles teriam fabricado [[Pregos da cruz|os pregos]] que serviram para [[Crucificação de Jesus|crucificar Jesus]] (ou, segundo outra versão, que eles teriam roubado o quarto prego, tornando, assim, mais dolorosa a [[crucificação]]). Caracterizados pelo [[nomadismo]], o modo de vida dos ciganos e suas condições de subsistência são sempre determinados pelo país em que se encontram: os mais ricos são os ciganos [[Suécia|suecos]] e os mais pobres encontram-se nos [[Bálcãs]] e no sul da [[Espanha]].


Embora mantendo sua identidade, em alguns aspectos os ''roma'' revelam grande capacidade de integração cultural: sempre professam a religião local dominante, da mesma forma que suas danças, músicas, narrativas e provérbios manifestam a assimilação da cultura no meio em que vivem. Sua capacidade de assimilar a música folclórica permitiu que muitas peças fossem salvas do esquecimento, principalmente as do [[Oeste Europeu]]. Excluindo as publicações [[soviética]]s sobre o assunto, existem apenas nove livros escritos em romani.
Embora mantendo sua identidade, em alguns aspectos os ''roma'' revelam grande capacidade de [[Integracionismo|integração cultural]]: sempre professam a religião local dominante, da mesma forma que suas [[danças]], [[música]]s, narrativas e provérbios manifestam a [[assimilação cultural]] no meio em que vivem. Sua capacidade de assimilar a música folclórica permitiu que muitas peças fossem salvas do esquecimento, principalmente as do [[Oeste Europeu]]. Excluindo as publicações [[soviética]]s sobre o assunto, existem apenas nove livros escritos em romani.


Durante a [[Segunda Guerra Mundial]] (1939-1945), entre 200 000 e 500 000 ciganos europeus teriam sido exterminados nos [[campos de concentração]] [[nazista]]s. Entre os ''roma'', o massacre é denominado de ''[[porajmos]]'' e começou a ser recuperado pela [[historiografia]] apenas a partir dos anos 1970.<ref>ARAD, Yitzhak [http://remember.org/witness/wit.vic.gyp1.html ''Belzec, Sobibor, Treblinka - the Operation Reinhard Death Camps'']. Indiana University Press, 1987, pp. 150-153. ISBN 0-253-3429-7</ref>
Durante a [[Segunda Guerra Mundial]] (1939-1945), entre 200 000 e 500 000 ciganos europeus teriam sido exterminados nos [[Lista dos campos de concentração nazistas|campos de concentração nazistas]]. Entre os ''roma'', o massacre é denominado de ''[[porajmos]]'' e começou a ser recuperado pela [[historiografia]] apenas a partir dos anos 1970.<ref>ARAD, Yitzhak [http://remember.org/witness/wit.vic.gyp1.html ''Belzec, Sobibor, Treblinka - the Operation Reinhard Death Camps'']. Indiana University Press, 1987, pp. 150-153. ISBN 0-253-3429-7</ref>


No dia 2 de abril de 2009, o presidente do [[Parlamento Europeu]], [[Hans-Gert Pöttering]], recebeu um prêmio pelo trabalho desenvolvido pelo [[Parlamento Europeu]] na defesa dos direitos da comunidade ''rom'' na Europa. O prêmio foi entregue por representantes das principais organizações europeias, em nome da comunidade rom, antes do Dia Internacional dos Roma, que se celebra no dia 8 de abril.<ref>[http://www.europarl.europa.eu/news/public/story_page/015-52830-089-03-14-902-20090326STO52728-2009-30-03-2009/default_pt.htm Parlamento Europeu e Comunidade Roma]</ref> Dos 12 a 15 milhões de roma que vivem na [[Europa]], 10 milhões vivem em Estados-Membros da [[União Europeia]], a maioria dos quais adquiriu a cidadania europeia com o alargamento de 2004 e a adesão da [[Romênia]] e da [[Bulgária]] em 2007.
No dia 2 de abril de 2009, o presidente do [[Parlamento Europeu]], [[Hans-Gert Pöttering]], recebeu um prêmio pelo trabalho desenvolvido pelo [[Parlamento Europeu]] na defesa dos direitos da comunidade ''rom'' na Europa. O prêmio foi entregue por representantes das principais organizações europeias, em nome da comunidade rom, antes do Dia Internacional dos Roma, que se celebra no dia 8 de abril.<ref>[http://www.europarl.europa.eu/news/public/story_page/015-52830-089-03-14-902-20090326STO52728-2009-30-03-2009/default_pt.htm Parlamento Europeu e Comunidade Roma]</ref> Dos 12 a 15 milhões de roma que vivem na [[Europa]], 10 milhões vivem em Estados-Membros da [[União Europeia]], a maioria dos quais adquiriu a cidadania europeia com o alargamento de 2004 e a adesão da [[Romênia]] e da [[Bulgária]] em 2007.

Revisão das 02h43min de 1 de abril de 2018

Povo Rom
Bandeira do povo rom
População total

Europa 15 milhões ou mais porque muitos roma não têm documentos [1]
ou
ninguém sabe na realidade a quantidade total de população roma [2]

Regiões com população significativa
 Estados Unidos 1 000 000
(0,32%)
[3]
 Brasil 800 000
(0,41%)
[4]
Portugal Portugal 30 737
(0,3%)
[5]
Espanha 650 000
(1,62%)
[6]
Roménia 535 140
(2,46%)
[7]
 França 500 000
(0,79%)
[8]
 Bulgária 370 908
(4,67%)
[9]
 Hungria 205 720
(2,02%)
[10]
 Grécia 200 000
(1,82%)
[11]
 Sérvia 108 193
(1,44%)
[12]
 Reino Unido 90 000
(0,15%)
[13]
 Eslováquia 89 920
(1,71%)
[14]
Macedónia do Norte Macedônia do Norte 53 879
(2,85%)
[15]
Línguas
Romani, línguas da região nativa
Religiões
cristianismo
(ortodoxo, catolicismo, protestantismo),
islã,
shaktismo[16]
Grupos étnicos relacionados
Indo-áricos

Ciganos é um exônimo para roma (em singular: rom, termo que, traduzido para o português, significa "homem") e designa um conjunto de populações nômades que têm, em comum, a origem indiana e uma língua (o romani) originária do noroeste do subcontinente indiano. Também são conhecidos pelos termos boêmios, gitanos, calons (no Brasil), judeus (em Minas Gerais), quicos (em Minas Gerais e São Paulo),[17] calés e calós.

Essas populações constituem minorias étnicas em numerosos países e são conhecidas por vários exônimos. O endônimo "rom" foi adotado pela "União Romani Internacional" (em romani: Romano Internacionalno Jekhetanipe) e pela Organização das Nações Unidas.[18]

Na Europa, esses povos, de origem indiana e língua romani, são subdivididos em diversos grupos étnicos:

  • Rom (singular) ou roma (plural) propriamente ditos, presentes na Europa centro-oriental e, a partir do século XIX, também em outros países europeus e nas Américas;
  • Sinti, encontrados na Alemanha, bem como em áreas germanófonas da Itália e da França, onde também são chamados manoush;
  • Caló, os ciganos da Península Ibérica, embora também presentes em outros países da Europa e na América, incluído o Brasil.
  • Romnichals, principalmente presentes no Reino Unido, inclusive colônias britânicas, nos Estados Unidos e na Austrália.

Além de migrarem voluntariamente, esses grupos também foram historicamente submetidos a processos de deportação, subdividindo-se vários clãs, denominados segundo antigas profissões e procedência geográfica, que falam línguas ou dialetos diferentes.[19]

Segundo um estudo feito pela revista Current Biology, a diáspora dos ciganos começou há 1500 anos no Noroeste da Índia.[20][21]

Etimologia

"Cigano" provém do termo grego bizantino athígganos.[17] "Gitano" provém do termo castelhano gitano.[22] "Judeu" provém do termo latino judaeu.[23] "Boêmio" é uma referência à antiga crença de a etnia ser originária da Boêmia, região da atual República Tcheca.[24]

História

Rotas migratórias do povo cigano pela Europa
Ver artigo principal: História do povo cigano

Em razão da ausência de uma história escrita, a origem e a história inicial dos povos roma foram um mistério por muito tempo. Até meados do século XVIII, teorias da origem dos roma se limitavam a especulações. No final do século, antropólogos culturais levantaram a hipótese da origem indiana dos roma, baseada na evidência linguística - o que foi posteriormente confirmado pelos dados genéticos.

Em 1777, Johann Christian Cristoph Rüdiger, professor da Universidade de Halle, na Alemanha, em carta ao linguista Hartwig Bacmeister, sugere uma possível ligação entre o romani e as línguas da Índia. Rüdiger baseava suas conjecturas em pistas fornecidas pelo próprio Bacmeister e por seu professor, Christian Büttner, mas também na sua própria pesquisa, realizada com a ajuda de uma falante de romani, Barbara Makelin, e apoiada em gramáticas hindustani. A hipótese teve ampla circulação entre seus colegas acadêmicos. Em 1782, Rüdiger publicou um artigo intitulado "Sobre o idioma indiano e a origem dos ciganos",[25] no qual compara as estruturas gramaticais do romani com as do hindustani. Trabalhos seguintes deram apoio à hipótese de que a língua romani possuía a mesma origem das línguas indo-arianas do norte da Índia. Baseado no dialeto sinti, este é o primeiro esboço gramatical acerca de uma variedade do romani, e é também a primeira comparação sistemática do romani com outra língua indo-ariana.[26]

Origem e migrações

Os roma originaram-se de populações do noroeste do subcontinente indiano, das regiões do Punjab e do Rajastão, obrigadas a emigrar em direção ao ocidente, possivelmente em ondas, entre c. 500 e 1000 d.C. Iniciaram a sua migração para a Europa e África do Norte, pelo planalto Iraniano, no século XI, por volta de 1050. A saída da Índia provavelmente ocorreu no contexto das invasões do sultão Mahmud de Ghazni (região do atual Afeganistão).[27] Mahmud fez várias incursões no norte da Índia, capturando os povos que ali viviam. Segundo o antropólogo José Pereira Bastos, professor da Universidade Nova de Lisboa, no inverno de 1019-1020, o sultão saqueou a cidade sagrada de Kannauj, que era então "uma das mais antigas e letradas da Índia, capturando milhares de pessoas, e vendendo-as em seguida aos persas". Estes, por sua vez, venderam os prisioneiros como escravos na Europa. No Leste Europeu, cerca de 2300 deles foram para a zona dos principados cristãos ortodoxos da Transilvânia e da Moldávia, onde foram convertidos em escravos do príncipe, dos conventos e dos latifundiários.[28]

Por volta do século XI, a língua romani já apresenta claros traços de línguas indo-arianas modernas.[29]

Já no século XIV, devido à conquista territorial e política de estados indianos, muitas caravanas rom partiram para a Europa, Oriente Médio e Norte da África. É a segunda onda migratória que os roma denominam Aresajipe. Um primeiro grupo tomou rumo oeste e atingiu a Europa através da Grécia; o segundo partiu para o sul, adentrando o Império Bizantino e chegando à Síria, Egito e Palestina.

Na Europa, em razão de clivagens internas e da interação com as várias populações europeias, os roma emergiram como um conjunto de grupos étnicos distintos, dentro de um conjunto maior. Alguns desses grupos foram escravizados nos Bálcãs, no território da atual Romênia, enquanto outros puderam se movimentar, espalhando-se principalmente pela Hungria, Áustria e Boêmia, chegando à Alemanha em 1417. Em 1422, chegaram a Bolonha. Em 1428, já havia ciganos na França e na Suíça. Em 1500, surgiram os primeiros ciganos ingleses.

A terceira onda migratória deu-se entre o século XIX e início do século XX, da Europa para as Américas, após a abolição da servidão na Europa Oriental, entre 1856 e 1864. Alguns estudiosos apontam, ainda, a ocorrência de uma outra grande migração, proveniente da Europa Oriental, desde a queda do Muro de Berlim em 1989.[30]

A migração dos ciganos para o Brasil é antiga: a documentação conhecida indica que sua história no Brasil iniciou em 1574, quando o cigano João Torres, sua mulher e filhos foram degredados para o Brasil.[31] Em Minas Gerais, a presença cigana é nitidamente notada a partir de 1718, quando chegam ciganos vindos da Bahia, para onde haviam sido deportados de Portugal.[31] No Brasil, estudos demonstraram a existência de ciganos de pelo menos dois grupos: os Calon que migraram para o país desde o século XVI, e os Rom que, de acordo com as indicações, migraram para o Brasil somente a partir de meados do século XIX.[31]

Perseguições

Johann Trollmann (1907-1943): alemão cigano sintti campeão nacional de boxe da Alemanha, morto no campo de concentração de Neuengamme.

Durante as perseguições do século XV, contra judeus e muçulmanos, começa também a caça aos ciganos. Segundo o antropólogo José Pereira Bastos, professor da Universidade Nova de Lisboa, "eram considerados vagabundos e delinquentes. Na Alemanha e nos Países Baixos, eram exterminados a tiros por caçadores pagos por cabeça. Na Europa, o propósito de extermínio dos ciganos sempre foi muito claro".[28] Os anos de 1555 e 1780 são particularmente marcados por atos de violência contra os ciganos, em vários países.

A falta de uma ligação histórica precisa a uma pátria definida ou a uma origem segura não permitia que fossem reconhecidos como grupo étnico bem individualizado, ainda que por longo tempo tenham sido qualificados como egípcios. O clima de suspeitas e preconceitos se percebe no florescimento de lendas e provérbios tendendo a pôr os roma sob mau prisma, a ponto de recorrer-se à Bíblia para considerá-los descendentes de Caim, e portanto, malditos.[32][33] Difundiu-se, também, a lenda de que eles teriam fabricado os pregos que serviram para crucificar Jesus (ou, segundo outra versão, que eles teriam roubado o quarto prego, tornando, assim, mais dolorosa a crucificação). Caracterizados pelo nomadismo, o modo de vida dos ciganos e suas condições de subsistência são sempre determinados pelo país em que se encontram: os mais ricos são os ciganos suecos e os mais pobres encontram-se nos Bálcãs e no sul da Espanha.

Embora mantendo sua identidade, em alguns aspectos os roma revelam grande capacidade de integração cultural: sempre professam a religião local dominante, da mesma forma que suas danças, músicas, narrativas e provérbios manifestam a assimilação cultural no meio em que vivem. Sua capacidade de assimilar a música folclórica permitiu que muitas peças fossem salvas do esquecimento, principalmente as do Oeste Europeu. Excluindo as publicações soviéticas sobre o assunto, existem apenas nove livros escritos em romani.

Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), entre 200 000 e 500 000 ciganos europeus teriam sido exterminados nos campos de concentração nazistas. Entre os roma, o massacre é denominado de porajmos e começou a ser recuperado pela historiografia apenas a partir dos anos 1970.[34]

No dia 2 de abril de 2009, o presidente do Parlamento Europeu, Hans-Gert Pöttering, recebeu um prêmio pelo trabalho desenvolvido pelo Parlamento Europeu na defesa dos direitos da comunidade rom na Europa. O prêmio foi entregue por representantes das principais organizações europeias, em nome da comunidade rom, antes do Dia Internacional dos Roma, que se celebra no dia 8 de abril.[35] Dos 12 a 15 milhões de roma que vivem na Europa, 10 milhões vivem em Estados-Membros da União Europeia, a maioria dos quais adquiriu a cidadania europeia com o alargamento de 2004 e a adesão da Romênia e da Bulgária em 2007.

Deportação de ciganos da França em 2010

Em fins de julho de 2010, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, decidiu, após dois incidentes envolvendo membros franceses da comunidade cigana, promover o retorno em massa dos roma à Romênia e Bulgária,[36] o que suscitou uma grande polêmica.[37]

Polêmica envolvendo o termo

Em 2012, o Ministério Público Federal (MPF) do Brasil ajuizou, no dia 22 de fevereiro uma ação civil pública contra a Editora Objetiva e o Instituto Houaiss, solicitando a imediata retirada de circulação, suspensão de tiragem, venda e distribuição das edições do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, sob a alegação de que a publicação é discriminatória e preconceituosa em relação à etnia cigana.[38][39][40][41][42][43] A palavra "cigano" tem, no dicionário, como um de seus significados, "que ou aquele que trapaceia; velhaco, burlador" e "que ou aquele que faz barganha, que é apegado ao dinheiro; agiota, sovina". Estes termos são expressos para uso da palavra cigano de forma pejorativa, ou seja, de forma depreciativa.[44][45][46][47][48]

Genética

Estudos genéticos confirmam a Índia como sendo o local de origem dos ciganos. De acordo com um estudo genético, a análise de linhagens uniparentais revela com consistência o Noroeste da Índia como sendo a região de origem dos ciganos.[49]

Um estudo genético de 2012 também chegou à mesma conclusão, tendo inferido que a origem dos ciganos teria se dado por volta de 1500 anos atrás, sendo que após rápida migração os ciganos teriam alcançado a Europa aproximadamente 900 anos atrás.[50]

Um estudo genético de 2011, focado no estudo de linhagens maternas (DNA mitocondrial), também verificou a origem indiana dos ciganos, tendo apontado o estado do Punjab como a fonte de origem deles.[51]

Assim, tanto no sentido cultural, como a sua associação genética aos demais grupos indo-europeus, desqualifica todos os argumentos defendidos pelos nazistas no século XX de que os ciganos não fossem reconhecidos como "arianos". Cabe lembrar também que o próprio termo "ariano", vulgarmente usado para se referir aos caucasianos do ramo indo-europeu, deve ser evitado.

Demografia

Os roma na Europa

Religião

Os roma não têm uma religião própria, um deus próprio, sacerdotes ou cultos originais. Parece singular o fato de que um povo não tenha cultivado, no decorrer dos séculos, crenças em uma divindade particular, nem mesmo primitiva, do tipo antropomórfico ou totêmico. O mundo do sobrenatural é constituído pela presença de uma força benéfica, Del ou Devél, e de uma força maléfica, Beng, contrapostas, numa espécie de zoroastrismo, provável resíduo de influências que esta crença teve sobre grupos que, em época remota, atravessaram o Irã. Ademais, as crenças ciganas incluem uma série de entidades, cuja presença se manifesta sobretudo à noite. Mas, em geral, os roma parecem ter-se adaptado, ao longo da história, às confissões vigentes nos países que os hospedaram, embora sua adesão pareça ser exterior e superficial, com maior atenção aos aspectos coreográficos das cerimônias, como as procissões e as peregrinações, próprias de uma religiosidade popular, sobretudo católica.

Um sinal de mudança se dá pela difusão do movimento pentecostal, ocorrida a partir dos anos 1950, através da Missão Evangélica Cigana, surgida na França. Em seguida a isso, registram-se, todavia, profundas lacerações no interior de muitas famílias, devido às radicais mudanças de costume que a adesão a essa religião impõe, dada a natureza fundamentalista do movimento religioso em questão. Tais imposições, muitas vezes, acabam por induzir os roma a uma recusa de suas peculiaridades culturais. Os ciganos são também uma linha cultuada e praticada na umbanda brasileira,[52] que apropria-se assim de simbolismos e práticas exógenas à cultura africana original, dentro do que possa ser entendido como um sincretismo religioso.

Idiomas

Distribuição histórica dos povos de Língua romani na Europa

A maioria dos roma fala algum dialeto do romani, língua muito próxima das modernas línguas indo-europeias do norte da Índia e do Paquistão, tais como o prácrito, o marati e o punjabi.

Tanto o sistema fonológico como a morfologia podem ter sua evolução facilmente reconstruída a partir do sânscrito. O sistema numeral também reflete parcialmente o vocabulário sânscrito. Com as migrações, os roma levaram sua língua a várias regiões da Ásia, da Europa e das Américas, modificando-a. De acordo com as influências recebidas, distinguem-se dialetos asiáticos de europeus. Entre as línguas que mais influenciaram nas formas modernas do romani estão o grego, o húngaro e o espanhol.[carece de fontes?]

Educação

Segundo o relatório de Ofsted de 1999, os alunos ciganos de famílias itinerantes apresentam resultados mais baixos que os de qualquer grupo étnico minoritário e são o grupo de maior risco no sistema de ensino no Reino Unido. O relatório Swann revela diversos factores que influenciam a formação de crianças ciganas da mesma forma que influenciam outros grupos minoritários étnicos. Entre estes factores, os que têm maior peso foram identificados como o racismo e discriminação, mitos, estereótipos e a necessidade de uma maior ligação das escolas com os pais das crianças ciganas.[53][54][55][56][57]

No Brasil, Mirian Stanescon foi a primeira cigana a se formar num curso superior. Formou-se em direito na Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, em 1973.[58]

Maiores concentrações rom no mundo

Os ciganos representam a maior minoria da Europa, cerca de 11 milhões.[59]

País População rom (est.) Referência
Albânia 70 000 [60]
Alemanha 110 000 – 130 000 [61]
Argentina 300 000 [62]
Brasil 678 000 (est. do governo) – 1 000 000 [63][64]
Bulgária 370 908 (censo) ou 700 000 – 800 000 [65][66]
Canadá 80 000 [67]
Espanha 600 000 – 800 000 [68]
Estados Unidos 1 000 000 [69]
França 280 000 – 340 000 [61]
Grécia 300 000 - 350 000 [70][71]
Hungria 189 984 ou 450 000 – 600 000 [72]
Índia 2 274 000 [73][74]
Irã 110 000 [75]
Itália 90 000 – 110 000 [61]
Portugal 30 000 - 50 000
República da Macedônia 53 879 - 260 000 [76][77]
República Tcheca 11 746 (censo) ou 220 000 [78][79]
Turquia 5 000 000 [80]

Cultura

Debret, "Interior de casa cigana" (c. 1820)

Os roma não representam, como já se salientou, um povo compacto e homogêneo. Mesmo pertencendo a uma única etnia, existe a hipótese de que a migração desde a Índia tenha sido fracionada no tempo e que, desde a origem, eles fossem divididos em grupos e subgrupos, falando dialetos diferentes, ainda que afins entre si. O acréscimo de componentes léxicos e sintáticos das línguas faladas nos países que atravessaram no decorrer dos séculos acentuou fortemente tal diversificação, a tal ponto que podem ser tranquilamente definidos como dois grupos separados, que reúnem subgrupos muitas vezes em evidente contraste social entre si.

As diferenças de vida, a forte vocação ao nomadismo de alguns, contra a tendência à sedentarização de outros pode gerar uma série de contrastes que não se limitam a uma simples incapacidade de conviver pacificamente. Em linhas gerais, poder-se-ia afirmar que os sintos são menos conservadores e tendem a esquecer com maior rapidez a cultura ancestral. Talvez este fato não seja recente, mas, de qualquer modo, é atribuído às condições socioculturais nas quais por longo tempo viveram.

Em comunicação apresentada durante o encontro "Ciganos no século XXI", realizado em Lisboa, em setembro de 2010, o espanhol Santiago González Avión, diretor da Fundação Secretariado Cigano, na Galiza,[81] apontou as divisões entre as próprias comunidades ciganas. "Entre os ciganos de nacionalidade espanhola, a fragmentação é forte. Galegos e castelhanos dividem-se. E há discriminação também entre os ciganos transmontamos, de nacionalidade portuguesa, e os espanhóis", apontou González. O documento também denuncia a situação de pobreza e exclusão social destes grupos.[28]

Uma jovem cigana húngara executa uma dança típica

Quanto aos roma de imigração mais recente, nota-se, ao invés, uma maior tendência à conservação das tradições, da língua e dos costumes próprios dos diversos subgrupos. Sua origem, de países essencialmente agrícolas do leste europeu, favoreceu certamente a conservação de modos de vida tradicionais. Antigamente, era muito respeitado o período da gravidez e o tempo sucessivo ao nascimento do herdeiro; havia o conceito da impureza ligada ao nascimento, com várias proibições para a parturiente. O aleitamento ainda dura muito tempo, às vezes se prolongando por alguns anos.

No casamento, tende-se a escolher o cônjuge dentro do próprio grupo ou subgrupo, com notáveis vantagens econômicas. É possível a um rom casar-se com uma gadjí, isto é, uma mulher não-rom, a qual deverá porém submeter-se às regras e às tradições rom. Vige naturalmente o dote. No grupo dos sintos, geralmente o casamento é precedido pela fuga do casal. Aos filhos é dada uma grande liberdade, mesmo porque logo deverão contribuir com o sustento da família e com o cuidado dos menores. No que se refere à morte e aos ritos a ela conexos, o luto pelo desaparecimento de um companheiro dura em geral muito tempo. Entre os sintos parece prevalecer o costume de se queimar a kampína (o trailer) e os objetos pertencentes ao morto. Entre os ritos fúnebres praticados pelos roma está a pomána, banquete fúnebre no qual se celebra o aniversário da morte de uma pessoa. A abundância de alimento e bebidas exprime o desejo de paz e felicidade para o defunto.

As Caravanas - Acampamento cigano em Arles, na França, pelo pintor Vincent van Gogh

Além da família extensa, entre os roma encontramos a kumpánia, ou seja, o conjunto de várias famílias (não necessariamente unidas entre si por laços de parentesco) mas todas pertencentes ao mesmo grupo, ao mesmo subgrupo ou a subgrupos afins.

O nômade é, por sua própria natureza, individualista, e mal suporta a presença de um chefe: se tal figura não existe entre os roma, é entretanto devido ao respeito para com os mais velhos, que sempre são solicitados a dirimir eventuais controvérsias.

Entre os roma, a máxima autoridade judiciária é constituída pelo krisnitóri, isto é, por aquele que preside a kris. A kris é um verdadeiro tribunal rom, constituído pelos membros mais velhos do grupo, que se reúne em casos especiais, para resolver problemas delicados, envolvendo controvérsias matrimoniais ou ações que resultem em danos a membros do grupo. Na kris podem participar também as mulheres, que são admitidas para falar. A decisão cabe aos anciãos designados, presididos pelo krisnitóri. Ouvidas as partes litigantes, é punida a parte culpada.

Em tempos recentes, a controvérsia se resolve, em geral, com o pagamento de uma soma proporcional ao tamanho da culpa. No passado, se a culpa era particularmente grave, a punição podia consistir no afastamento do grupo ou, às vezes, em castigos corporais.

Ver também

Referências

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