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[[Image:IPod Nano 4G black.jpg|thumb|[[iPod]], reconhecido pelo ''design'' de alta qualidade.]]
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O '''design''' [dezaine]<ref name=":0" />''', desenho industrial''' ou '''projetismo''' é a idealização, criação, desenvolvimento, configuração, concepção, elaboração e especificação de [[Artefacto cultural|artefatos]], normalmente produzidos industrialmente ou por meio de sistema de produção seriada que demanda padronização dos componentes e desenho normalizado. Essa é uma atividade estratégica, técnica e criativa, normalmente orientada por uma intenção ou objetivo, ou para a solução de um problema.
O '''design''' [dezaine],<ref name="Breve história e análise crítica do ensino do design no Brasil">{{citar web|URL = https://www.researchgate.net/publication/282614043_Breve_historia_e_analise_critica_do_ensino_do_design_no_Brasil|título = Breve história e análise crítica do ensino do design no Brasil|data = |acessadoem = |autor = |publicado = }}</ref> '''desenho industrial''' ou '''projetismo''' é a idealização, criação, desenvolvimento, configuração, concepção, elaboração e especificação de [[Produto (indústria)|Produto]]s, normalmente produzidos industrialmente ou por meio de sistema de [[produção em série]] que demanda padronização dos componentes e desenho normalizado. Essa é uma atividade estratégica, técnica e criativa, normalmente orientada por uma intenção ou objetivo, ou para a solução de um problema.


Exemplos de coisas que se podem projetar incluem muitos tipos de [[objeto]]s, como utensílios domésticos, vestimentas, máquinas, ambientes, serviços, marcas e também [[imagem|imagens]], como em peças gráficas, famílias de letras ([[tipografia]]), livros e interfaces digitais de ''softwares'' ou de páginas da [[Internet]], entre outros.
Exemplos de coisas que se podem projetar incluem muitos tipos de [[objeto]]s, como utensílios domésticos, vestimentas, máquinas, ambientes, serviços, marcas e também [[imagem|imagens]], como em peças gráficas, famílias de letras ([[tipografia]]), livros e [[interface]]s digitais de ''[[software]]s'' ou de páginas da [[Internet]], entre outros.


O design recorre a algumas disciplinas como por exemplo a [[antropometria]], a [[economia]], a [[biônica]] e a [[ecologia]], entre outras.
O design recorre a algumas [[disciplina]]s como por exemplo a [[antropometria]], a [[economia]], a [[biônica]] e a [[ecologia]], entre outras.


O ''design'' é também uma [[profissão]], cujo profissional é o ''[[designer]]''. Os ''designers'' normalmente se especializam em uma determinada área ou atividade. Atualmente as especializações mais comuns são o [[design de produto|''design'' de produto]], [[design visual|''design'' visual]], [[design de moda|''design'' de moda]], [[design de interiores|''design'' de interiores]] e o ''[[design gráfico]].''
O ''design'' é também uma [[profissão]], cujo profissional é o ''[[designer]]''. Os ''designers'' normalmente se especializam em uma determinada área ou atividade. Atualmente as especializações mais comuns são o [[design de produto|''design'' de produto]], [[design visual|''design'' visual]], [[design de moda|''design'' de moda]], [[design de interiores|''design'' de interiores]] e o ''[[design gráfico]].''


== História ==
== História ==

{{Artigo principal|[[História do design]]}}
{{Principal|História do design}}
Mesmo estando presente em vários momentos da história da civilização, como busca da união da estética dos objetos às suas funcionalidades, as práticas que caracterizam o design moderno tomaram corpo na [[Revolução Industrial]]. Posteriormente, no meio cultural e industrial alemão da primeira década do século vinte, o design passou a ser tomado como um objeto de estudo e seus conhecimentos organizados em uma disciplina.

Mesmo estando presente em vários momentos da [[História do mundo|história da civilização]], como busca da união da [[estética]] dos objetos às suas funcionalidades, as práticas que caracterizam o design moderno tomaram corpo na [[Revolução Industrial]]. Posteriormente, no meio cultural e industrial alemão da primeira década do século vinte, o design passou a ser tomado como um objeto de estudo e seus conhecimentos organizados em uma disciplina.


O [[design no Brasil|''design'' no Brasil]] foi bastante influenciado, principalmente no seu ensino, pela tradição alemã da ''[[Deutscher Werkbund]]'' (Federação Alemã do Trabalho), da [[Bauhaus]] e da [[Escola de Ulm]].
O [[design no Brasil|''design'' no Brasil]] foi bastante influenciado, principalmente no seu ensino, pela tradição alemã da ''[[Deutscher Werkbund]]'' (Federação Alemã do Trabalho), da [[Bauhaus]] e da [[Escola de Ulm]].


A primeira instituição a oferecer um curso superior em design no Brasil foi a [[Escola Superior de Desenho Industrial]] - [[ESDI]]. Fundada no ano de 1962 como uma entidade autônoma, seu modelo de ensino foi fortemente influenciado pelo modelo alemão da [[Escola de Ulm]].<ref name=":0">{{citar web|URL = http://convergencias.esart.ipcb.pt/artigo/78|título = Breve história e análise crítica do ensino do design no Brasil|data = |acessadoem = |autor = |publicado = }}</ref> No ano de [[1975]] ela foi incorporada ao Centro de Tecnologias e Ciências da [[UERJ]], passando a fazer parte da mesma.
A primeira instituição a oferecer um curso superior em design no Brasil foi a [[Escola Superior de Desenho Industrial]] - [[ESDI]]. Fundada no ano de 1962 como uma entidade autônoma, seu modelo de ensino foi fortemente influenciado pelo modelo alemão da [[Escola de Ulm]].<ref name="Breve história e análise crítica do ensino do design no Brasil"/> No ano de [[1975]] ela foi incorporada ao Centro de Tecnologias e Ciências da [[UERJ]], passando a fazer parte da mesma.


== Profissão ==
== Profissão ==

O senso comum costuma perceber o [[desenho industrial]] apenas pelas suas intervenções estéticas. Entretanto, uma importante preocupação do ''design'' é unir a forma e a função desse objeto, e como ele se relaciona com o usuário. E, em um processo de retroalimentação, as intervenções do desenho industrial no produto acabam, inclusive, por otimizar suas funções.
{{Principal|Designer}}

O senso comum costuma perceber o [[desenho industrial]] apenas pelas suas intervenções estéticas. Entretanto, uma importante preocupação do ''design'' é [[Forma segue a função|unir a forma e a função desse objeto]], e como ele se relaciona com o usuário. E, em um processo de retroalimentação, as intervenções do desenho industrial no produto acabam, inclusive, por otimizar suas funções.


O crescimento e aperfeiçoamento da produção industrial contemporânea aumenta a importância da concepção e acabamento formal dos produtos. Na construção de um produto, os ''designers'' levam em conta valores estéticos que possam ser aliados aos aspectos de funcionalidade do mesmo, permitindo seu melhor posicionamento no mercado. Bens podem se tornar mais desejados apenas com alterações em sua abordagem de desenho industrial.
O crescimento e aperfeiçoamento da produção industrial contemporânea aumenta a importância da concepção e acabamento formal dos produtos. Na construção de um produto, os ''designers'' levam em conta valores estéticos que possam ser aliados aos aspectos de funcionalidade do mesmo, permitindo seu melhor posicionamento no mercado. Bens podem se tornar mais desejados apenas com alterações em sua abordagem de desenho industrial.


Esse mesmo processo tem tornado os requisitos de projeto cada vez mais complexos, e por isso incentivado o aparecimento de muitas especializações dos ''designers''. Dentre mais comuns na actualidade se encontram:
Esse mesmo processo tem tornado os requisitos de projeto cada vez mais complexos, e por isso incentivado o aparecimento de muitas especializações dos ''designers''. Dentre mais comuns na actualidade se encontram:

* [[Design estratégico|''Design'' estratégico]]
* [[Design estratégico|''Design'' estratégico]]
* [[Design de comunicação|''Design'' de comunicação]]
* [[Design de comunicação|''Design'' de comunicação]]
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== Estudo ==
== Estudo ==

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O estudo do ''design'' sempre esteve ligado a outras áreas do conhecimento como a [[psicologia]], a teoria da [[arte]], a [[comunicação]] e a [[ciência cognitiva|ciência da cognição]]. No entanto, o ''design'' possui um conhecimento próprio que se desenvolveu através da [[história do design|sua história]], mas tem se tornado mais evidente nos últimos anos. Isso pode ser percebido pela criação de cursos de doutorado e mestrado específicos sobre ''design'', em todo o mundo.<ref>MONAT, André Soares; CAMPOS, Jorge Lucio de; LIMA, Ricardo Cunha. Metaconhecimento - Um esboço para o design e seu conhecimento próprio. BOCC. Biblioteca On-line de Ciências da Comunicação, v. 03, p. 01-12, 2008.</ref>
O estudo do ''design'' sempre esteve ligado a outras áreas do conhecimento como a [[psicologia]], a teoria da [[arte]], a [[comunicação]] e a [[ciência cognitiva|ciência da cognição]]. No entanto, o ''design'' possui um conhecimento próprio que se desenvolveu através da [[história do design|sua história]], mas tem se tornado mais evidente nos últimos anos. Isso pode ser percebido pela criação de cursos de doutorado e mestrado específicos sobre ''design'', em todo o mundo.<ref>MONAT, André Soares; CAMPOS, Jorge Lucio de; LIMA, Ricardo Cunha. Metaconhecimento - Um esboço para o design e seu conhecimento próprio. BOCC. Biblioteca On-line de Ciências da Comunicação, v. 03, p. 01-12, 2008.</ref>


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== Problema etimológico ==
== Problema etimológico ==

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O termo deriva, originalmente, de ''designare'', palavra em [[latim]], sendo mais tarde adaptado para o inglês ''design''. Houve uma série de tentativas de tradução do termo, mas os possíveis nomes como ''projética industrial'' acabaram em desuso.
O termo deriva, originalmente, de ''designare'', palavra em [[latim]], sendo mais tarde adaptado para o inglês ''design''. Houve uma série de tentativas de tradução do termo, mas os possíveis nomes como ''projética industrial'' acabaram em desuso.


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O termo inglês é bastante abrangente, mas quando os profissionais o absorveram para o português, queriam designar somente a prática profissional do ''design'', ou seja, [[projeto|projetar]]. Era preciso, então, diferenciar ''design'' de ''drawing'' (ou seja, o ''projeto'' diferente do ''desenho''), enfatizando que a profissão envolvia mais do que a mera representação das coisas projetadas. Na [[língua castelhana|língua espanhola]] também existe essa distinção (sem uso do [[anglicismo]]): existem as palavras ''diseño'' (que se refere ao ''design'') e ''dibujo'' (que se refere ao desenho).
O termo inglês é bastante abrangente, mas quando os profissionais o absorveram para o português, queriam designar somente a prática profissional do ''design'', ou seja, [[projeto|projetar]]. Era preciso, então, diferenciar ''design'' de ''drawing'' (ou seja, o ''projeto'' diferente do ''desenho''), enfatizando que a profissão envolvia mais do que a mera representação das coisas projetadas. Na [[língua castelhana|língua espanhola]] também existe essa distinção (sem uso do [[anglicismo]]): existem as palavras ''diseño'' (que se refere ao ''design'') e ''dibujo'' (que se refere ao desenho).


Estudos etimológicos de [[Luis Vidal Negreiros Gomes]] indicam que também no português existem essas nuances de significado, com as palavras ''debuxo'' como traçado e ''desenho'' como projeto, comportanto toda a riqueza de significados do ''diseño''. A questão do pouco uso das variantes linguísticas do desenhar (desenhador, desenhismo, desenhante, desenhística, desenhamentos) e do debuxar (debuxos técnicos) no Brasil reflete na verdade a atrofia que as áreas criativas e técnicas sofreram na educação. O arquiteto brasileiro [[João Batista Vilanova Artigas]], em um ensaio intitulado ''O desenho'', faz referências ao uso durante o período colonial da palavra ''desenho'' com significado de ''desejo'' ou ''plano''.
Estudos etimológicos de [[Luis Vidal Negreiros Gomes]] indicam que também no português existem essas nuances de significado, com as palavras ''debuxo'' como traçado e ''desenho'' como projeto, comportanto toda a riqueza de significados do ''diseño''. A questão do pouco uso das variantes linguísticas do desenhar (desenhador, desenhismo, desenhante, desenhística, desenhamentos) e do debuxar (debuxos técnicos) no Brasil reflete na verdade a atrofia que as áreas criativas e técnicas sofreram na educação. O arquiteto brasileiro [[João Batista Vilanova Artigas]], em um ensaio intitulado ''O desenho'', faz referências ao uso durante o [[Colonização do Brasil|período colonial]] da palavra ''desenho'' com significado de ''desejo'' ou ''plano''.


Na [[Bauhaus]], adotou-se a palavra ''Gestaltung'', que significa o ato de praticar a ''[[Gestalt]]'', ou seja, lidar com as formas, ou formatação. Quando traduzida para o inglês, adotou-se ''design'', já usada para se referir a projetos.
Na [[Bauhaus]], adotou-se a palavra ''Gestaltung'', que significa o ato de praticar a ''[[Gestalt]]'', ou seja, lidar com as formas, ou formatação. Quando traduzida para o inglês, adotou-se ''design'', já usada para se referir a projetos.


No [[Brasil]], com a implementação do primeiro curso superior de ''design'', por volta da década de [[década de 1950|50]], adotou-se a expressão ''desenho industrial'', pois à época era proibido o uso de palavras estrangeiras para designar cursos em universidades nacionais. O nome ''desenho industrial'' foi assim pensado porque refere-se à prática de desenhar, esboçar e projetar algo que será reproduzido posteriormente em escala industrial. Antes disso, em 1934, [[Eliseu Visconti]], um pioneiro do ''design'' brasileiro, ministrou curso de extensão universitária em "arte decorativa aplicada à indústria", na Escola Politécnica da Universidade do Rio de Janeiro. A disputa por uma nomenclatura para a profissão se estenderia por décadas. Atualmente tanto a legislação do MEC para cursos superiores, quanto várias associações profissionais usam o termo ''design'', por entenderem que este sintetize melhor a essência da prática profissional, além se ser uma palavra menor e que já faz parte do saber popular.
No [[Brasil]], com a implementação do primeiro curso superior de ''design'', por volta da década de [[década de 1950|50]], adotou-se a expressão ''desenho industrial'', pois à época era proibido o uso de palavras estrangeiras para designar cursos em universidades nacionais. O nome ''desenho industrial'' foi assim pensado porque refere-se à prática de desenhar, esboçar e projetar algo que será reproduzido posteriormente em escala industrial. Antes disso, em 1934, [[Eliseu Visconti]], um pioneiro do ''design'' brasileiro, ministrou curso de [[extensão universitária]] em "arte decorativa aplicada à indústria", na Escola Politécnica da Universidade do Rio de Janeiro. A disputa por uma nomenclatura para a profissão se estenderia por décadas. Atualmente tanto a legislação do [[Ministério da Educação (Brasil)|MEC]] para cursos superiores, quanto várias associações profissionais usam o termo ''design'', por entenderem que este sintetize melhor a essência da prática profissional, além se ser uma palavra menor e que já faz parte do saber popular.


Contudo, no Brasil, a nomenclatura ''desenho industrial'' mantém-se em uso atualmente, sobretudo entre os cursos de ''design'' em instituições públicas de ensino superior. O termo ''desenhista industrial'', porém, já não segue o mesmo rumo, pois cada vez mais cai no desuso, dando lugar ao termo inglês ''[[designer]]''.
Contudo, no Brasil, a nomenclatura ''desenho industrial'' mantém-se em uso atualmente, sobretudo entre os cursos de ''design'' em instituições públicas de ensino superior. O termo ''desenhista industrial'', porém, já não segue o mesmo rumo, pois cada vez mais cai no desuso, dando lugar ao termo inglês ''[[designer]]''.
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O já citado Vilanova Artigas tentou resolver a questão propondo a palavra ''desígnio'' como sendo a tradução correta de ''design'', pois dessa forma, este apresentaria diferenças do simples "desenho". Apesar de ser desenho, o design possuiria algo mais: uma intenção (ou desígnio). Entretanto, apesar das pesquisas realizadas pelo arquiteto, sua proposta não foi adotada. Porém, Artigas considera legítimo também o uso da palavra ''desenho'' como tradução de ''design'', devido ao seu contexto histórico: Artigas explora os significados da palavra ''desenho'' e vai até o [[Renascimento]], quando o desenho possuía um conteúdo mais abrangente que o mero ato de rabiscar.
O já citado Vilanova Artigas tentou resolver a questão propondo a palavra ''desígnio'' como sendo a tradução correta de ''design'', pois dessa forma, este apresentaria diferenças do simples "desenho". Apesar de ser desenho, o design possuiria algo mais: uma intenção (ou desígnio). Entretanto, apesar das pesquisas realizadas pelo arquiteto, sua proposta não foi adotada. Porém, Artigas considera legítimo também o uso da palavra ''desenho'' como tradução de ''design'', devido ao seu contexto histórico: Artigas explora os significados da palavra ''desenho'' e vai até o [[Renascimento]], quando o desenho possuía um conteúdo mais abrangente que o mero ato de rabiscar.


Outra proposta de nomenclatura era o neologismo ''projética'', proposto por [[Houaiss]], que também não foi adotada.
Outra proposta de nomenclatura era o [[neologismo]] ''projética'', proposto por [[Houaiss]], que também não foi adotada.


Em todas as propostas de nomenclatura está implícito o conceito "[[projeto]]".
Em todas as propostas de nomenclatura está implícito o conceito "[[projeto]]".


== Outras acepções ==
== Outras acepções ==

Na [[filosofia]] o substantivo abstrato ''design'' refere-se a objetividade, propósito, ou [[teleologia]]. O conceito é bastante moderno, e se interpõe entre ideias clássicas de sujeito e objeto. O ''design'' é então oposto a criação arbitrária, sem objetivo ou de baixa [[complexidade]].
Na [[filosofia]] o substantivo abstrato ''design'' refere-se a objetividade, propósito, ou [[teleologia]]. O conceito é bastante moderno, e se interpõe entre ideias clássicas de sujeito e objeto. O ''design'' é então oposto a criação arbitrária, sem objetivo ou de baixa [[complexidade]].


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* [[Design no Brasil|''Design'' no Brasil]]
* [[Design no Brasil|''Design'' no Brasil]]
* [[Ergonomia]]
* [[Ergonomia]]

{{Referências}}
{{Referências}}


== Ligações externas ==
== Ligações externas ==

=== Portugal ===
=== Portugal ===
* {{Link||2=http://www.cpd.pt/ |3=Centro Português de Design}}
* {{Link||2=http://www.cpd.pt/ |3=Centro Português de Design}}

Revisão das 16h33min de 9 de junho de 2018

iPod, reconhecido pelo design de alta qualidade.

O design [dezaine],[1] desenho industrial ou projetismo é a idealização, criação, desenvolvimento, configuração, concepção, elaboração e especificação de Produtos, normalmente produzidos industrialmente ou por meio de sistema de produção em série que demanda padronização dos componentes e desenho normalizado. Essa é uma atividade estratégica, técnica e criativa, normalmente orientada por uma intenção ou objetivo, ou para a solução de um problema.

Exemplos de coisas que se podem projetar incluem muitos tipos de objetos, como utensílios domésticos, vestimentas, máquinas, ambientes, serviços, marcas e também imagens, como em peças gráficas, famílias de letras (tipografia), livros e interfaces digitais de softwares ou de páginas da Internet, entre outros.

O design recorre a algumas disciplinas como por exemplo a antropometria, a economia, a biônica e a ecologia, entre outras.

O design é também uma profissão, cujo profissional é o designer. Os designers normalmente se especializam em uma determinada área ou atividade. Atualmente as especializações mais comuns são o design de produto, design visual, design de moda, design de interiores e o design gráfico.

História

Ver artigo principal: História do design

Mesmo estando presente em vários momentos da história da civilização, como busca da união da estética dos objetos às suas funcionalidades, as práticas que caracterizam o design moderno tomaram corpo na Revolução Industrial. Posteriormente, no meio cultural e industrial alemão da primeira década do século vinte, o design passou a ser tomado como um objeto de estudo e seus conhecimentos organizados em uma disciplina.

O design no Brasil foi bastante influenciado, principalmente no seu ensino, pela tradição alemã da Deutscher Werkbund (Federação Alemã do Trabalho), da Bauhaus e da Escola de Ulm.

A primeira instituição a oferecer um curso superior em design no Brasil foi a Escola Superior de Desenho Industrial - ESDI. Fundada no ano de 1962 como uma entidade autônoma, seu modelo de ensino foi fortemente influenciado pelo modelo alemão da Escola de Ulm.[1] No ano de 1975 ela foi incorporada ao Centro de Tecnologias e Ciências da UERJ, passando a fazer parte da mesma.

Profissão

Ver artigo principal: Designer

O senso comum costuma perceber o desenho industrial apenas pelas suas intervenções estéticas. Entretanto, uma importante preocupação do design é unir a forma e a função desse objeto, e como ele se relaciona com o usuário. E, em um processo de retroalimentação, as intervenções do desenho industrial no produto acabam, inclusive, por otimizar suas funções.

O crescimento e aperfeiçoamento da produção industrial contemporânea aumenta a importância da concepção e acabamento formal dos produtos. Na construção de um produto, os designers levam em conta valores estéticos que possam ser aliados aos aspectos de funcionalidade do mesmo, permitindo seu melhor posicionamento no mercado. Bens podem se tornar mais desejados apenas com alterações em sua abordagem de desenho industrial.

Esse mesmo processo tem tornado os requisitos de projeto cada vez mais complexos, e por isso incentivado o aparecimento de muitas especializações dos designers. Dentre mais comuns na actualidade se encontram:

Existem ainda actividades que se auto-identificam com a expressão designer mas sem qualquer relação com a actividade de projecto propriamente dita. Exemplos incluem hair designer (para cabeleireiro), cake designer (para confeiteiro) e body designer (para tatuador).

Estudo

O estudo do design sempre esteve ligado a outras áreas do conhecimento como a psicologia, a teoria da arte, a comunicação e a ciência da cognição. No entanto, o design possui um conhecimento próprio que se desenvolveu através da sua história, mas tem se tornado mais evidente nos últimos anos. Isso pode ser percebido pela criação de cursos de doutorado e mestrado específicos sobre design, em todo o mundo.[2]

Alguns pesquisadores vem buscando compreender melhor esse conhecimento próprio, que segundo alguns constitui uma filosofia do design.[3] Estudam as hipóteses, fundações, e implicações do design. O campo é definido por um interesse em um conjunto de problemas, ou interesse nas preocupações centrais ou fundamentais do design. Além desses problemas centrais para o design como um todo, muitos filósofos do design consideram que esses problemas como aplicados às disciplinas específicas (por exemplo, a filosofia da arte).

O filósofo tcheco naturalizado brasileiro Vilém Flusser estudou a relação entre os objetos e os seres humanos, com especial atenção a fotografia. Ele dava ao design uma importância central na criação da cultura, principalmente na cultura contemporânea.[4]

Um exemplo desse tipo de conhecimento é o estudo da tipografia, sua história e seu papel na estruturação do conhecimento humano.[5]

Entretanto, essas concepções do design ainda apresentam muitos conflitos, de forma que várias abordagens mais ou menos diferentes coexistem atualmente. Entre elas:

Problema etimológico

O termo deriva, originalmente, de designare, palavra em latim, sendo mais tarde adaptado para o inglês design. Houve uma série de tentativas de tradução do termo, mas os possíveis nomes como projética industrial acabaram em desuso.

No Brasil, o termo 'Design' foi adotado durante o 5º ENDI (Encontro Nacional de Desenhistas Industriais), que ocorreu em Curitiba em 1988. Desenhistas Industriais (hoje chamados Designers) do país todo reuniram-se e acordaram em utilizar os termos 'Design' e 'Designer'.

Em inglês, a palavra design pode ser usada tanto como um substantivo quanto como um verbo. O verbo refere-se a um processo de dar origem e então desenvolver um projeto de algo, que pode requerer muitas horas de trabalho intelectual, modelagem, ajustes interativos, e até mesmo processos de re-design, ou seja, o verbo é sinônimo em português de projetar. O substantivo se aplica tanto ao produto finalizado da ação (ou seja, o produto do design em si), ou o resultado de se seguir ao plano de ação, assim como também ao projeto de uma forma geral.

O termo inglês é bastante abrangente, mas quando os profissionais o absorveram para o português, queriam designar somente a prática profissional do design, ou seja, projetar. Era preciso, então, diferenciar design de drawing (ou seja, o projeto diferente do desenho), enfatizando que a profissão envolvia mais do que a mera representação das coisas projetadas. Na língua espanhola também existe essa distinção (sem uso do anglicismo): existem as palavras diseño (que se refere ao design) e dibujo (que se refere ao desenho).

Estudos etimológicos de Luis Vidal Negreiros Gomes indicam que também no português existem essas nuances de significado, com as palavras debuxo como traçado e desenho como projeto, comportanto toda a riqueza de significados do diseño. A questão do pouco uso das variantes linguísticas do desenhar (desenhador, desenhismo, desenhante, desenhística, desenhamentos) e do debuxar (debuxos técnicos) no Brasil reflete na verdade a atrofia que as áreas criativas e técnicas sofreram na educação. O arquiteto brasileiro João Batista Vilanova Artigas, em um ensaio intitulado O desenho, faz referências ao uso durante o período colonial da palavra desenho com significado de desejo ou plano.

Na Bauhaus, adotou-se a palavra Gestaltung, que significa o ato de praticar a Gestalt, ou seja, lidar com as formas, ou formatação. Quando traduzida para o inglês, adotou-se design, já usada para se referir a projetos.

No Brasil, com a implementação do primeiro curso superior de design, por volta da década de 50, adotou-se a expressão desenho industrial, pois à época era proibido o uso de palavras estrangeiras para designar cursos em universidades nacionais. O nome desenho industrial foi assim pensado porque refere-se à prática de desenhar, esboçar e projetar algo que será reproduzido posteriormente em escala industrial. Antes disso, em 1934, Eliseu Visconti, um pioneiro do design brasileiro, ministrou curso de extensão universitária em "arte decorativa aplicada à indústria", na Escola Politécnica da Universidade do Rio de Janeiro. A disputa por uma nomenclatura para a profissão se estenderia por décadas. Atualmente tanto a legislação do MEC para cursos superiores, quanto várias associações profissionais usam o termo design, por entenderem que este sintetize melhor a essência da prática profissional, além se ser uma palavra menor e que já faz parte do saber popular.

Contudo, no Brasil, a nomenclatura desenho industrial mantém-se em uso atualmente, sobretudo entre os cursos de design em instituições públicas de ensino superior. O termo desenhista industrial, porém, já não segue o mesmo rumo, pois cada vez mais cai no desuso, dando lugar ao termo inglês designer.

O já citado Vilanova Artigas tentou resolver a questão propondo a palavra desígnio como sendo a tradução correta de design, pois dessa forma, este apresentaria diferenças do simples "desenho". Apesar de ser desenho, o design possuiria algo mais: uma intenção (ou desígnio). Entretanto, apesar das pesquisas realizadas pelo arquiteto, sua proposta não foi adotada. Porém, Artigas considera legítimo também o uso da palavra desenho como tradução de design, devido ao seu contexto histórico: Artigas explora os significados da palavra desenho e vai até o Renascimento, quando o desenho possuía um conteúdo mais abrangente que o mero ato de rabiscar.

Outra proposta de nomenclatura era o neologismo projética, proposto por Houaiss, que também não foi adotada.

Em todas as propostas de nomenclatura está implícito o conceito "projeto".

Outras acepções

Na filosofia o substantivo abstrato design refere-se a objetividade, propósito, ou teleologia. O conceito é bastante moderno, e se interpõe entre ideias clássicas de sujeito e objeto. O design é então oposto a criação arbitrária, sem objetivo ou de baixa complexidade.

Recentemente o termo passou a ser empregado em discussões religiosas, quando foi proposta uma lei que obrigaria as escolas americanas a apresentar o argumento do design inteligente como uma alternativa à teoria da seleção natural de Darwin. O argumento sustenta que alguns aspectos do universo e da vida são complexos demais ou perfeitos demais para se originarem sem uma inteligência criadora.

No Brasil, desenho industrial é uma categoria de direito autoral passível de proteção regulamentada na Lei 9.279/96. É importante ressaltar que deve ser um resultado visual novo para que tenha a referida proteção na legislação brasileira. O registro de desenho industrial vigorará pelo prazo de 10 (dez) anos e admite 3 (três) prorrogações por períodos sucessivos de 5 (cinco) anos cada. O pedido de prorrogação deverá ser formulado durante o último ano de vigência do registro.

Ver também

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Wikcionário Definições no Wikcionário
Commons Categoria no Commons

Referências

  1. a b «Breve história e análise crítica do ensino do design no Brasil» 
  2. MONAT, André Soares; CAMPOS, Jorge Lucio de; LIMA, Ricardo Cunha. Metaconhecimento - Um esboço para o design e seu conhecimento próprio. BOCC. Biblioteca On-line de Ciências da Comunicação, v. 03, p. 01-12, 2008.
  3. Philosophy of Design: a meta-theoretical structure for design theory
  4. Vilém Flusser. A Filosofia do Design. Tradução Sandra Escobar. Portugal: RELOGIO D'AGUA, 2009.
  5. LUPTON, Ellen. Pensar com tipos. São Paulo: Cosac & Naify, 2006.

Ligações externas

Portugal

Brasil