Palácio do Freixo

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Palácio do Freixo
Palácio do Freixo
Tipo
Arquiteto Nicolau Nasoni
Início da construção século XVIII
Proprietário inicial Jerónimo de Távora
Função inicial Residencial
Proprietário atual Município do Porto (concessionado)
Função atual Pestana Palácio do Freixo
Património Nacional
Classificação  Monumento Nacional
Ano 1910
DGPC 70403
SIPA 5458
Geografia
País Portugal
Cidade Porto
Coordenadas 41° 8' 33" N 8° 34' 29" O
Mapa
Localização em mapa dinâmico

O Palácio do Freixo localiza-se na freguesia de Campanhã, cidade, município e distrito do Porto, em Portugal.[1] É um dos exemplares mais representativos do barroco civil no país.

O Palácio do Freixo está classificado como Monumento Nacional desde 1910.[2]

História[editar | editar código-fonte]

A Quinta do Freixo, num terreno em declive junto ao rio Douro, perto da desembocadura do rio Tinto, existe desde o século XVII.

O palácio foi erguido pelo cónego D. Jerónimo de Távora e Noronha, senhor abastado de Entre Douro e Minho, herdeiro do deão da Sé do Porto, D. João Freire. Responsável pela vinda do arquitecto italiano Nicolau Nasoni para a cidade do Porto em 1725, escolheu-o para o projeto, executado em meados do século XVIII.

A propriedade foi legada a seu irmão mais novo, Vicente Távora e Noronha, cavaleiro da Ordem de Malta. Um dos seus descendentes, Jorge António Salter de Mendonça (1804-1872), 2º Visconde de Azurara vendeu-a em 1850 a António Afonso Velado, rico comerciante do Porto, enriquecido no Brasil e que seria nobilitado em 1865 por Luís I de Portugal como Barão e Visconde do Freixo. Velado aqui estabeleceu residência, redecorando o palácio a seu gosto e estabelecendo-lhe uma fábrica de sabão em anexo. Fez substituir as antigas pedras de armas dos Távora pelo escudo partido de Afonso e Cunha.

Ainda no século XIX o palácio passou para a posse do alemão Gustavo Nicolau Alexandre Petres, que converteu a fábrica de sabão em uma destilaria de cereais, que viria a ser destruída por um violento incêndio.

Em meados da década de 1850, a propriedade foi retalhada em lotes, sendo a habitação e os jardins envolventes adquiridos pela Companhia de Moagens Harmonia, que fez erguer uma fábrica de moagem a escassos metros do palácio, agora transformado em sede da empresa, assim como um silo com cerca de quarenta e cinco metros de altura.

O palácio foi classificado como Monumento Nacional em 1910, embora, à época, na prática, sem qualquer zona de proteção. Caiu desde então em abandono.

Em 1986 o palácio e a envolvente foram adquiridos pela Câmara Municipal do Porto, à Moagens Harmonia, para aí instalar um Centro de Formação Profissional.

No âmbito do projecto "Metropólis" foi objeto de um minucioso projeto de restauro assinado pelo arquiteto Fernando Távora (1923-2005) e seu filho José Bernardo, descendentes dos primitivos proprietários. Os trabalhos de consolidação e restauro tiveram lugar de 2000 a 2003.

A partir de então o conjunto foi palco de inúmeros eventos.

Posteriormente, o palácio foi cedido pela Câmara Municipal ao Grupo Pestana para a instalação da maior das Pousadas de Portugal, a Pousada do Freixo, requalificada em 2009.

Características[editar | editar código-fonte]

O palácio foi erguido em estilo barroco, com influências portuguesas e traços pessoais de Nasoni. O acentuado declive do terreno não impediu Nasoni de tirar partido da riqueza cenográfica envolvente. Além de ter aproveitado este fator, também rodeou a casa com terraços dispostos em planos diferentes, constelados de jardins recheados de esculturas e fontanários.

O edifício apresenta planta retangular, enquadrada por quatro torreões salientes em cada ângulo, recobertos por telhados em pirâmide. Muros ondulantes e escadarias interiores e exteriores completam uma descrição genérica do edifício. O maior desafio residiu na disposição do palácio em quatro fachadas diferentes. Cada uma tem desenho distinto, sendo a que está voltada a leste a mais movimentada. Os frontões são decorados com grinaldas de flores, medalhões, máscaras, cachos de frutos e por uma pedra de armas. A balaustrada que corre sobre o andar nobre é ornamentada. São ainda vários os pináculos que se encontram ao longo da balaustrada das fachadas e nos torreões. Nasoni inspirou-se na escultura de elementos aquáticos típica do barroco, como algas, peixes, vieiras, líquenes e golfinhos (símbolo da família Távora e Noronha).

O interior do palácio é extremamente rico. Grande parte dos compartimentos têm frescos, assim como bem executados tectos de estuque, alguns de matriz oriental. A pintura ilusória com temas alegóricos é comum no interior do palácio, grande parte executada pelo próprio Nasoni.

O jardim foi claramente desenhado segundo a tradição italiana, com esculturas e com uma vista magnífica sobre o rio.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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