Universidade de Coimbra

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Universidade de Coimbra
Universidade de Coimbra
UC
Fundação 1290
Tipo de instituição Pública
Localização Coimbra
Funcionários técnico-administrativos 1.040 [1]
Reitor(a) João Gabriel Silva
Vice-reitor(a) Henrique Madeira, Helena Freitas, Amílcar Falcão, Madalena Alarcão, Vítor Murtinho, Joaquim Ramos de Carvalho, Margarida Mano, Clara Almeida Santos
Docentes 1.506 [1]
Total de estudantes 20.271 [1]
Graduação 9.046 [1]
Pós-graduação 11.225 [1]
Orçamento anual 198 milhões (45% do OE) [1]
Página oficial http://www.uc.pt

A Universidade de Coimbra GCSE (sigla: UC) é uma universidade localizada na cidade de Coimbra, em Portugal. É uma das universidades mais antigas ainda em operação na Europa e no mundo, a mais antiga de seu País e uma de suas maiores instituições de ensino superior e de pesquisa.

Sua história remonta ao século seguinte ao da própria fundação da nação portuguesa, dado que foi criada no século XIII, em 1290, mais especificamente a 1 de março, quando foi assinado em Leiria, por D. Dinis, o documento Scientiae thesaurus mirabilis, o qual criou a própria Universidade e pediu ao Papa a confirmação.

Organizada em oito faculdades diferentes, de acordo com uma variedade de campos de conhecimento, a Universidade oferece todos os graus académicos em arquitetura, educação, engenharia, humanidades, direito, matemática, medicina, ciências naturais, psicologia, ciências sociais e desportos.

A Universidade de Coimbra possui aproximadamente 20 mil estudantes, abrigando uma das maiores comunidades de estudantes internacionais em Portugal, sendo a sua universidade mais cosmopolita[2].

Além disso, é o membro-criador do chamado Grupo Coimbra, uma rede de universidades europeias cujo objetivo é a colaboração académica entre elas.

História

A bula do Papa Nicolau IV, datada de 9 de agosto de 1290, reconheceu o Estudo Geral, com as faculdades de Artes, Direito Canónico, Direito Civil e Medicina, reservando-se a Teologia aos conventos Dominicanos e Franciscanos.

A universidade, inicialmente instalada na zona do actual Largo do Carmo, em Lisboa, foi transferida para Coimbra, para o Paço Real da Alcáçova, em 1308. Voltou em 1338 para Lisboa, onde permaneceu até 1354, ano em que regressou para Coimbra. Ficou nesta cidade até 1377 e voltou de novo para Lisboa neste ano.

Permaneceu na Capital portuguesa até 1537, data em que foi transferida definitivamente para Coimbra, por ordem de D. João III.

A Universidade recebeu os seus primeiros estatutos em 1309, com o nome Charta magna privilegiorum. Os segundos estatutos foram outorgados no ano de 1431, durante o reinado de D. João I, com disposições sobre a frequência, exames, graus, propinas e ainda sobre o traje académico.

O histórico pátio da Universidade de Coimbra.

Já no reinado de D. Manuel I, em 1503, a Universidade recebeu os seus terceiros estatutos, desta vez com considerações sobre o reitor, disciplinas, salários dos mestres, provas académicas e cerimónia do ato solene de doutoramento.

Desde o reinado de D. Manuel I, todos os Reis de Portugal passaram a ter o título de «Protectores» da Universidade, podendo nomear os professores e emitir estatutos.

O poder real, bastante mais centralizado a partir de D. João II, criava uma dependência da Universidade em relação ao Estado e à Política, pelo que a preponderância dos Estudos Jurídicos se estabeleceu em Portugal.

A 27 de Dezembro de 1559, no reinado de D. Sebastião), Baltazar de Faria fez a entrega dos Quartos Estatutos, nos quais se determinou que o reitor fosse eleito pelo Claustro, disposição essa nem sempre foi cumprida pelo poder régio. Nesse mesmo ano, a 1 de Novembro, tinha sido solenemente aberta a Universidade de Évora, entregue aos Jesuítas.

Em 1591, de Madrid, vieram os Sextos Estatutos (os quintos foram deixados de lado, nunca tendo entrado em vigor) e foram apresentados em Claustro no ano seguinte. Determinava-se que a Universidade indicasse três nomes para o cargo reitoral, escolhendo o rei um deles.

Estátua de D. Dinis em frente à Faculdade de Medicina.

No reinado de D. João V, João Frederico Ludovice terá feito o risco para a Torre da Universidade de Coimbra e portal da Biblioteca . Xavier da Costa ao citar os monumentos da era joanina, falando da Biblioteca (1716 - 1725 ), e da Torre ( 1728 - 1733 ), diz que não será injustificado atribuírem-se os seus projectos a Ludovice . Aludindo o parentesco que encontramos entre o Pórtico da mesma Biblioteca e o Portal da Capela Octogonal do Senhor das Barrocas em Aveiro . As mísulas laterais em que se apoiam os arcos, as colunas jónicas, os frisos têm um ar de parentesco nos dois pórticos, muito diferentes, porem no coroamento, pois o de Aveiro, com os seus frontões, um entrecortado outro partido, reúne uma decoração escultórica que prova grande influencia dos artistas entalhadores e dos lavrantes da pedra e ourivesaria. Não será despropositado lembrar também o nome ou a influência de Ludovice, ao citar a porta do Antigo colégio de São Jerónimo, em Coimbra, de frontão muito ondulado e partido, apoiado sobre “ gaines” - uma espécie de scabellum ou de pedestais esguios que substituem as colunas - esteios que Borromini já empregara e que o arquitecto de Mafra também aplicou na janela central do segundo andar do seu palácio de Lisboa em S.Pedro de Alcântara, concluído em 1747 . ( História de Portugal - Edição Monumental da Portucalense Editora, - Damião Peres - de Eleutério Cerdeira ) .

A Torre da Universidade de Coimbra, tem 33,5 metros de altura, constitui o emblema tradicional de Coimbra . Começou a construir-se em 1728 e foi terminada em 1733 . No topo sobre o relógio, abre-se um miradouro do qual se desfruta uma panorâmica esplendorosa da cidade e do vale do Mondego . Nesta Torre está colocada, entre outros sinos, a célebre « cabra », que marcava as horas do despertar e do recolher dos estudantes .

No reinado de D. José I, a Universidade sofreu uma profunda alteração. Em 28 de Junho de 1772 o rei ratifica os novos estatutos (Estatutos Pombalinos), que marcam o início da Reforma. Esta manifestava, sobretudo, um grande interesse pelas ciências da natureza e pelas ciências do rigor, que tão afastadas se encontravam do ensino universitário.

Em 1836 dá-se a fusão da Faculdade de Cânones e de Leis na Faculdade de Direito, e que veio a contribuir fortemente para a construção do novo aparelho legal liberalista.

Em 1911, a Universidade recebe novos estatutos com o objectivo de criar uma certa autonomia administrativa e financeira e criava também um sistema de bolsas para fazer aumentar o número de alunos no ensino superior.

Foi criada a Faculdade de Letras, que herdou as instalações da extinta Faculdade de Teologia, enquanto as Faculdades de Matemática e de Filosofia (criadas na Reforma Pombalina) eram convertidas na Faculdade de Ciências.

Com o 25 de Abril de 1974 inicia-se um novo período da vida portuguesa e universitária, que foi alvo de várias reformas para acompanhar a nova dinâmico política. Em 1989 são publicados os estatutos que estão actualmente em vigor.

Durante os seus mais de sete séculos de existência, a Universidade, hoje uma instituição de referência, foi crescendo, primeiro por toda a Alta de Coimbra e depois um pouco por toda a cidade, encontrando-se actualmente ligada a gestação de ciência e tecnologia e à difusão de cultura portuguesa no mundo.

Continuando a manter o renome de outros tempos, é, de um modo geral, indiscutível a qualidade do ensino na Universidade de Coimbra dentro do muito fragmentado panorama nacional de ensino superior. No que toca, por exemplo à Faculdade de direito (FDUC), é de notar o relatório de avaliação externa das Faculdades de Direito Portuguesas, tendo a FDUC ficado no mais alto lugar do pódium no que toca ao ensino das leis (ex-equo com a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa). Todas as 8 faculdades têm cursos e departamentos geralmente considerados de excelência a nível nacional, e nalguns casos internacional. A UC tem consistentemente ficado classificada entre as 3 melhores universidades de língua portuguesa.

Faculdades

Torre da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, da autoria de Antonio Canevari.

Hoje, a Universidade de Coimbra conta com oito Faculdades (Letras, Direito, Medicina, Ciências e Tecnologia, Farmácia, Economia, Psicologia e Ciências da Educação, Ciências do Desporto e Educação Física) e cerca de 22 mil alunos.

Actualmente, a Universidade espalha-se por três grandes pólos:

A Faculdade de Economia, situada num palacete da Avenida Dias da Silva, está afastada dos outros 3 pólos, e foi criada em 1972.


Estudantes e professores notáveis

Referências

  1. a b c d e f "A UC em Números" Reitoria da Universidade de Coimbra (2009), acesso em 28/11/2010
  2. Estudantes e Investigadores Internacionais

Ver também

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Ligações externas