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João Lopes Soares: diferenças entre revisões

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No decurso da sua vida política, tomou parte em diversas movimentações oposicionistas, logo após a [[Revolução de 28 de Maio de 1926]], tendo estado preso e exilado nos [[Açores]] e em [[Restauração Bourbon em Espanha|Espanha]].<ref name="GEPB2A"/>
No decurso da sua vida política, tomou parte em diversas movimentações oposicionistas, logo após a [[Revolução de 28 de Maio de 1926]], tendo estado preso e exilado nos [[Açores]] e em [[Restauração Bourbon em Espanha|Espanha]].<ref name="GEPB2A"/>


Na década de [[1930]] foi votado ao ostracismo por [[Oliveira Salazar]], procurando no ensino um meio de subsistência. Professor e pedagogo, fundará em [[Lisboa]], e dedicou-se, desde o ano de [[1935]], à Direcção<ref name="GEPB"/><ref name="GEPB2A"/> do [[Colégio Moderno]], na Rua que hoje tem o seu nome, e que superintendeu até quase ao fim da vida<ref name="GEPB2A"/> (depois dirigido pelo seu filho Mário Soares, pela sua nora [[Maria Barroso]] e pela sua neta Isabel Barroso Soares), que integra como professores nomes da oposição ao regime, como [[Álvaro Cunhal]], [[David Mourão-Ferreira]], [[Mário Soares]], [[Agostinho da Silva]], [[Álvaro Salema]], [[João Bénard da Costa]] ou [[Mário Dionísio]]. Neste período é também autor de diversos manuais escolares, sendo de salientar o ''Novo Atlas Escolar Português'', com quatro edições em 1943, e que teve uma edição especial para o [[Era Vargas|Brasil]], com [[prefácio]] do Dr. [[João de Barros (1881)|João de Barros]]. Publicou, também, vários livros didácticos, entre os quais se salientam: ''História Universal'', em três volumes, ''Portugal nossa Terra'', de [[educação cívica]], em colaboração com [[Elísio de Campos]], ''Quadros de História de Portugal'', de colaboração com [[Chagas Franco]], ilustrado por [[Roque Gameiro]] e [[Alberto de Sousa]].<ref name="GEPB"/>
Na década de [[1930]] foi votado ao ostracismo por [[Oliveira Salazar]], procurando no ensino um meio de subsistência. Professor e pedagogo, fundará em [[Lisboa]], e dedicou-se, desde o ano de [[1935]], à Direcção<ref name="GEPB"/><ref name="GEPB2A"/> do [[Colégio Moderno]], na Rua que hoje tem o seu nome, e que superintendeu até quase ao fim da vida<ref name="GEPB2A"/> (depois dirigido pelo seu filho Mário Soares, pela sua nora [[Maria Barroso]] e pela sua neta Isabel Barroso Soares), que integra como professores nomes da oposição ao regime, como [[Álvaro Cunhal]], [[David Mourão-Ferreira]], [[Mário Soares]], [[Agostinho da Silva]], [[Álvaro Salema]], [[João Bénard da Costa]] ou [[Mário Dionísio]]. Neste período é também autor de diversos manuais escolares, sendo de salientar o ''Novo Atlas Escolar Português'', com quatro edições em 1943, e que teve uma edição especial para o [[Era Vargas|Brasil]], com [[prefácio]] do Dr. [[João de Barros (1881)|João de Barros]]. Publicou, também, vários livros didácticos, entre os quais se salientam: ''História Universal'', em três volumes, ''Portugal nossa Terra'', de [[educação cívica]], em colaboração com [[Elísio de Campos]], ''Quadros de História de Portugal'', de colaboração com [[Chagas Franco]], ilustrado por [[Roque Gameiro]] e [[Alberto de Souza]].<ref name="GEPB"/>


Foi, ainda, proprietário do [[Colégio Bairro Escolar do Estoril]], no [[Monte Estoril]], em sociedade com Dr. [[Américo Limpo de Negrão Buisel]], [[João de Deus Ramos]] e Dr. [[José Dias Valente]], em Agosto de 1935. A sociedade viria a dissolver-se ficando só o Dr. [[Dias Valente]] que, aproveitando o edifício do Bairro Escolar, fundou o [[Colégio de João de Deus]] no Monte Estoril.
Foi, ainda, proprietário do [[Colégio Bairro Escolar do Estoril]], no [[Monte Estoril]], em sociedade com Dr. [[Américo Limpo de Negrão Buisel]], [[João de Deus Ramos]] e Dr. [[José Dias Valente]], em Agosto de 1935. A sociedade viria a dissolver-se ficando só o Dr. [[Dias Valente]] que, aproveitando o edifício do Bairro Escolar, fundou o [[Colégio de João de Deus]] no Monte Estoril.

Revisão das 21h11min de 6 de fevereiro de 2017

João Soares.

João Lopes Soares (Leiria, Arrabal, 17 de novembro de 1878Lisboa, Campo Grande, 31 de julho de 1970), conhecido como João Soares, foi um professor, político e pedagogo que, entre outras funções, foi deputado, governador civil e Ministro das Colónias durante a Primeira República Portuguesa. Fundou o Colégio Moderno, do qual foi proprietário, e foi pai de Mário Soares.[1][2]

Família

Filho de Simão Pires Soares (Montemor-o-Velho, Meãs do Campo, 27 de Novembro de 1826 - ?) e de sua mulher Cristina de Jesus Lopes (Leiria, Arrabal, Cabeças, bap. 8 de Agosto de 1838 - 30 de Outubro de 1926), neto paterno de João Pires Soares (Montemor-o-Velho, Arazede, 26 de Janeiro de 1782 - ?) e de sua mulher Josefa Rama Cardoso (Montemor-o-Velho, Meãs do Campo, 9 de Março de 1783 - ?) e neto materno de Manuel Lopes da Cruz (Leiria, Arrabal, Cabeças, bap. 18 de Abril de 1791) e de sua mulher Maria de Jesus (Leiria, Arrabal, Martinela, bap. 9 de Abril de 1805 - ?).

Biografia

Após iniciar os estudos secundários em Leiria, no Liceu de Leiria, foi estudar para Coimbra, onde concluiu o Curso Teológico e se formou em Teologia, na Faculdade de Teologia da Universidade de Coimbra, em 1900. Ordenado presbítero, concorreu em 1902 a Capelão Militar, ficando colocado, nesse mesmo ano, no Regimento de Artilharia N.° 2, em Alcobaça, com a patente de Alferes. A sua transferência para a capital, para o Regimento de Infantaria N.° 16, em Lisboa, despertá-lo-á para a ação política. Interessado pelos ideais republicanos, torna-se um ativo propagandista pela República, motivo da sua prisão, em 1908. Depois de sair da prisão será transferido para Vila Viçosa.[3]

A Implantação da República Portuguesa, a 5 de Outubro de 1910, proclamado o novo Regime, trouxe-lhe a ascensão política. Foi, de novo, colocado no Regimento de Infantaria N.° 16, e nomeado Professor no Instituto Militar dos Pupilos do Exército, a sua formação religiosa vem a tornar-se um trunfo para a República, carente de Republicanos que despertassem a confiança das populações nos distritos mais Católicos. Como tal assume funções, em 1912 como Administrador do Concelho da Guarda, e, seguidamente, desempenhou os lugares de Governador Civil do Distrito da Guarda, tendo transitado, depois, para o Distrito de Braga, em 1913.[4]

Regressando a Lisboa em 1914, foi nomeado Vogal do Conselho Superior de Finanças, onde esteve até 1926.[4]

Depois da Revolução de 14 de Maio de 1915, foi nomeado Governador Civil do Distrito de Santarém.[4]

Entre 1916 e 1926, foi Deputado pelos círculos eleitorais de Guimarães e de Leiria. Em 1919 desempenha funções como Ministro das Colónias, no Governo do Dr. Domingos Pereira,[4] batendo-se pela sua manutenção.

Tendo recebido as ordens eclesiásticas contrariadamente, pôs em Roma, na Santa Sé, uma acção canónica pedindo a sua anulação, o que lhe foi concedido por sentença confirmada pelo Papa Pio XI, em Agosto de 1927,[4] o que o desobriga das ordens eclesiásticas, deixando, então, na prática de ser padre.

No decurso da sua vida política, tomou parte em diversas movimentações oposicionistas, logo após a Revolução de 28 de Maio de 1926, tendo estado preso e exilado nos Açores e em Espanha.[2]

Na década de 1930 foi votado ao ostracismo por Oliveira Salazar, procurando no ensino um meio de subsistência. Professor e pedagogo, fundará em Lisboa, e dedicou-se, desde o ano de 1935, à Direcção[4][2] do Colégio Moderno, na Rua que hoje tem o seu nome, e que superintendeu até quase ao fim da vida[2] (depois dirigido pelo seu filho Mário Soares, pela sua nora Maria Barroso e pela sua neta Isabel Barroso Soares), que integra como professores nomes da oposição ao regime, como Álvaro Cunhal, David Mourão-Ferreira, Mário Soares, Agostinho da Silva, Álvaro Salema, João Bénard da Costa ou Mário Dionísio. Neste período é também autor de diversos manuais escolares, sendo de salientar o Novo Atlas Escolar Português, com quatro edições em 1943, e que teve uma edição especial para o Brasil, com prefácio do Dr. João de Barros. Publicou, também, vários livros didácticos, entre os quais se salientam: História Universal, em três volumes, Portugal nossa Terra, de educação cívica, em colaboração com Elísio de Campos, Quadros de História de Portugal, de colaboração com Chagas Franco, ilustrado por Roque Gameiro e Alberto de Souza.[4]

Foi, ainda, proprietário do Colégio Bairro Escolar do Estoril, no Monte Estoril, em sociedade com Dr. Américo Limpo de Negrão Buisel, João de Deus Ramos e Dr. José Dias Valente, em Agosto de 1935. A sociedade viria a dissolver-se ficando só o Dr. Dias Valente que, aproveitando o edifício do Bairro Escolar, fundou o Colégio de João de Deus no Monte Estoril.

Anos depois, integrando o Movimento de 10 de Abril de 1949, com o Almirante José Mendes Cabeçadas e outros, foi preso e julgado no Tribunal Militar de Santa Clara.[2]

A Rua onde se localiza o Colégio Moderno foi renomeada como Rua Dr. João Soares.

Em 1976, a memória de João Lopes Soares, pai do futuro Presidente da República, Mário Soares, foi alvo duma homenagem em Abadia, Leiria, onde, no Largo que tomou o seu nome, foi descerrado um busto deste Democrata. Mais tarde, pelo primeiro Centenário do seu nascimento, de novo o seu nome entrou na toponímia da cidade de Leiria.[2]

Casamento e descendência

Casou em Lisboa, na 7.ª Conservatória do Registo Civil, em virtude de não poder casar catolicamente por ter sido previamente ordenado e de sua mulher ser divorciada dum primeiro casamento, a 5 de Setembro de 1934, com Elisa Nobre Baptista (Santarém, Pernes, 8 de Setembro de 1887 - Lisboa, Campo Grande, 28 de Fevereiro de 1955), professora da instrução primária, filha de José Maria Nobre (Santarém, Casével, 13 de Maio de 1850 - ?) e de sua mulher Maria da Piedade Baptista (Santarém, Pernes - ?), mãe do seu filho já então nascido Mário Soares. De relações anteriores teve dois filhos, Rogério Lopes Soares de mãe desconhecida e Tertuliano Lopes Soares (Alcobaça, Alcobaça, 30 de Dezembro de 1906 - ?) de Joaquina Ribeiro da Silva, o qual foi médico-cirurgião, casado com Maria da Conceição Gaudêncio, filha de Amadeu Gaudêncio e de sua mulher Claudina. Do primeiro casamento de sua mulher teve dois enteados, J. Nobre Baptista e Cândido Nobre Baptista.

Notas

  1. Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume 29. 324 
  2. a b c d e f Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume 10 2.ª Actualização. 271 
  3. Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume 29. 324-5 
  4. a b c d e f g Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume 29. 325