Festival Folclórico de Parintins: diferenças entre revisões
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O festival possui um total de 22 quesitos, sendo que a maioria não possui ordem pré-determinada de apresentação.<ref name="Maria Laura"/> As exceções são os três primeiros (apresentador, levantador de toadas e batucadas), além do último (encenação).<ref name="Maria Laura"/> |
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Os quesitos são: apresentador; levantador de toadas; batucada; ritual; porta-estandarte; amo do boi; sinhazinha da fazenda; rainha do folclore; cunhã poranga; boi bumbá (evolução); toada (letra e música); pajé; tribos masculinas; tribos femininas; tuxaua luxo; tuxaua originalidade; figuras típicas regionais; alegorias; lenda amazônica; vaqueirada; galera; coreografia, organização/animação/conjunto folclórico.<ref name="Maria Laura"/> |
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No apogeu da apresentação, acontece o Ritual, uma dramatização teatral comovente, culminando sempre com a mágica e misteriosa intervenção do [[Pajé]], o poderoso curandeiro e temido feiticeiro, que faz a dança da pajelança. Foi o último dos quesitos atuais a ser criado, tendo sido instituído em 1995.<ref name="Maria Laura"/> |
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=== Torcida === |
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Os jurados, em número de seis, são sorteados na véspera do Festival e todos vêm de estados que façam parte de outras regiões do país, que não a Região Norte.<ref name="Maria Laura"/> requisito é ser estudioso da arte, da cultura e do folclore brasileiro. Também não podem ser originários dos mesmos estados dos jurados do ano anterior.<ref name="Maria Laura"/> |
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== Resultados == |
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Revisão das 23h56min de 15 de agosto de 2013
Festival Folclórico de Parintins é uma festa popular realizada anualmente no último fim de semana de junho na cidade de Parintins, Amazonas.[1]
O festival é uma apresentação a céu aberto de diversas associações folclóricas, sendo o ponto mais importante do evento atualmente a disputa entre dois bois folclóricos, o Boi Garantido, de cor vermelha, e o Boi Caprichoso, de cor azul. A apresentação ocorre no Bumbódromo.[1] O Festival de Parintins se tornou um dos maiores divulgadores da cultura local. Durante as três noites de apresentação, os dois bois exploram as temáticas regionais como lendas, rituais indígenas e costumes dos ribeirinhos através de alegorias e encenações.[1]
História
Em 1965 aconteceu o primeiro Festival Folclórico de Parintins, criado por um grupo de amigos ligados à Juventude Alegre Católica (JAC), entre os quais Xisto Pereira, Lucenor Barros e Raimundo Muniz, então presidente da entidade, além do padre Augusto.[1] No primeiro ano, 22 duas quadrilhas se apresentaram, além dos dois bois, sem competição entre estes. A primeira disputa veio no segundo Festival, vencido pelo Garantido. A partir de então, houve o acirramento da rivalidade entre os dois bois.[1]
Em 1982, o Caprichoso, em protesto contra notas recebidas, não disputou o festival, que teve a participação do Campineiro, vice-campeão daquele ano.
Com o tempo, o festival ganhou relevância nacional e passou a ser objeto de atenção da mídia e considerado uma atração turística da cidade. Após a transmissão de em rede de televisão nacional, profissionais que trabalhavam na festa passaram a ser contratados a partir da década de 2000 para trabalhar no Carnaval de São Paulo.
Até 2005, o evento era realizado sempre nos dias 28, 29 e 30 de junho. Uma lei municipal mudou a data para o último fim de semana desse mesmo mês.
Componentes do festival
O festival possui um total de 22 quesitos, sendo que a maioria não possui ordem pré-determinada de apresentação.[1] As exceções são os três primeiros (apresentador, levantador de toadas e batucadas), além do último (encenação).[1]
Os quesitos são: apresentador; levantador de toadas; batucada; ritual; porta-estandarte; amo do boi; sinhazinha da fazenda; rainha do folclore; cunhã poranga; boi bumbá (evolução); toada (letra e música); pajé; tribos masculinas; tribos femininas; tuxaua luxo; tuxaua originalidade; figuras típicas regionais; alegorias; lenda amazônica; vaqueirada; galera; coreografia, organização/animação/conjunto folclórico.[1]
Música
A música, que acompanha durante todo o tempo, é a toada[1], acompanhada por um grupo de mais de 400 ritmistas.
Os dois Bois dançam e cantam por um período de duas horas e meia, com ordem de entrada na arena alternada em cada dia. As letras das canções resgatam o passado de mitos e lendas da floresta amazônica. Muitas das toadas incluem também sons da floresta e canto de pássaros.
Ritual
O ritual dos Bumbás mostra a lenda de Pai Francisco e Mãe Catirina que conseguem, com a ajuda do Pajé, fazer renascer o boi do patrão.[1]
Apresentador
Marca o centro do espetáculo, conduzindo o tema com sua voz.[1] Precisa ter afinação, dicção, timbre e técnica de canto. Em Parintins, a figura do apresentador é rapidamente remetida à imagem de Paulinho Faria, que foi apresentador do Boi-Garantido por 26 anos.
Levantador de toadas
Após o apresentador, o elemento seguinte é o levantador de toadas[1], que precede à batucada.[1] Todas as músicas que fazem a trilha sonora das apresentações são interpretadas pelo levantador de toadas. Trata-se de uma figura importante, já que a técnica, a força e a beleza de sua interpretação não só valem pontos como ajudam a trazer à tona a emoção dos brincantes. David Assayag e o mais reconhecido levantador do festival, que participou do Boi Garantido do ano de 1994 até o ano de 2009, passando no ano de 2010 para o Boi Caprichoso, sendo substituído por Sebastião Júnior, de apenas 23 anos que foi considerado a maior revelação do Festival de Parintins, por sua belíssima voz e empatia imediata com a galera vermelha.
Amo do Boi
O Amo do Boi, com seu jeito caboclo, exalta a originalidade e a tradição do nosso folclore, fazendo soar o berrante e tirando o verso em grande estilo. É a chamada do Boi, que vem para bailar. No Garantido o Amo é Tony Medeiros e no Caprichoso Edílson Santana.
Sinhazinha da Fazenda
É a filha do dono da fazenda. Precisa ter graça, desenvoltura, simplicidade, alegria, saudando o boi e do público. Ana Luiza Faria no Garantido e Thainá Valente no Caprichoso.
Figuras Típicas Regionais e Lendas Amazônicas
Fazem aflorar os sentimentos de amor e paixão. Alegorias gigantes se movimentam. Coreografias e fantasias originais, com luz teatral e fogos, dão um brilho especial ao espetáculo. Ficção que retrata e ilustra a cultura e o folclore de um povo. Imaginação, envolvimento e encenação são importantes neste item.
Porta Estandarte
Representa o símbolo do Boi em movimento. Ela deverá ter garra, desenvoltura, elegância, alegria, sincronia de movimentos entre o bailado e o estandarte. Rayssa Muniz defende o item no Caprichoso e Verena Ferreira no Garantido.
Cunhã Poranga
Representa a moça bonita, uma sacerdotisa, guerreira e guardiã. Expressa a força através da beleza. Deve possuir desenvoltura e incorporar a personagem. No Garantido a moça mais bela é Tatiane Barros e no Caprichoso Maria Azêdo.
Rainha do Folclore
Representa a expressão do poder, pela manifestação popular. Deve possuir graça, movimentos com desenvoltura, incorporação, indumentária. Defendem este item Patrícia de Góes no Garantido e Brenna Dianná no Caprichoso.
Boi Bumbá Evolução
É o símbolo da manifestação popular. Motivo e razão de ser do festival. Deve ter geometria idêntica, leveza, alegria, evolução, encenação, coreografia e movimentos de um boi real. O ser que comanda estes movimentos é chamado de tripa do boi, e é o mesmo que confecciona o mesmo, sendo Denildo Piçanã no Garantido e Markinho Azevedo no Caprichoso.
Tribos Indígenas
Apresentação de um agrupamento nativo da Amazônia. Considera-se: sincronia de movimentos, fidelidade às raízes, cores, expressões cênicas, formas de dançar e movimentos originais.
Ritual
No apogeu da apresentação, acontece o Ritual, uma dramatização teatral comovente, culminando sempre com a mágica e misteriosa intervenção do Pajé, o poderoso curandeiro e temido feiticeiro, que faz a dança da pajelança. Foi o último dos quesitos atuais a ser criado, tendo sido instituído em 1995.[1]
Torcida
A torcida dá um show à parte. Enquanto um Boi se apresenta, sua galera participa com todo entusiasmo. Seu desempenho também é julgado. Do outro lado, a galera do contrário (adversário) não se manifesta, ficando no mais absoluto silêncio. Um torcedor jamais fala o nome do outro Boi, e usa apenas a palavra "contrário" quando quer se referir ao opositor. São proibidas vaias, palmas, gritos ou qualquer outra demonstração de expressão quando o "contrário" se apresenta.
Jurados
Os jurados, em número de seis, são sorteados na véspera do Festival e todos vêm de estados que façam parte de outras regiões do país, que não a Região Norte.[1] requisito é ser estudioso da arte, da cultura e do folclore brasileiro. Também não podem ser originários dos mesmos estados dos jurados do ano anterior.[1]
Resultados
Ano | Campeão | Vice-Campeão |
---|---|---|
1966 | Garantido | Caprichoso |
1967 | Garantido | Caprichoso |
1968 | Garantido | Caprichoso |
1969 | Caprichoso | Garantido |
1970 | Garantido | Caprichoso |
1971 | Garantido | Caprichoso |
1972 | Caprichoso | Garantido |
1973 | Garantido | Caprichoso |
1974 | Caprichoso | Garantido |
1975 | Garantido | Caprichoso |
1976 | Caprichoso | Garantido |
1977 | Caprichoso | Garantido |
1978 | Garantido | Caprichoso |
1979 | Caprichoso | Garantido |
1980 | Garantido | Caprichoso |
1981 | Garantido | Caprichoso |
1982 | Garantido | Campineiro |
1983 | Garantido | Caprichoso |
1984 | Garantido | Caprichoso |
1985 | Caprichoso | Garantido |
1986 | Garantido | Caprichoso |
1987 | Caprichoso | Garantido |
1988 | Garantido | Caprichoso |
1989 | Garantido | Caprichoso |
1990 | Caprichoso | Garantido |
1991 | Garantido | Caprichoso |
1992 | Caprichoso | Garantido |
1993 | Garantido | Caprichoso |
1994 | Caprichoso | Garantido |
1995 | Caprichoso | Garantido |
1996 | Caprichoso | Garantido |
1997 | Garantido | Caprichoso |
1998 | Caprichoso | Garantido |
1999 | Garantido | Caprichoso |
2000 | Garantido | (empate) |
Caprichoso | (empate) | |
2002 | Garantido | Caprichoso |
2003 | Caprichoso | Garantido |
2004 | Garantido | Caprichoso |
2005 | Garantido | Caprichoso |
2006 | Garantido | Caprichoso |
2007 | Caprichoso | Garantido |
2008 | Caprichoso | Garantido |
2009 | Garantido | Caprichoso |
2010 | Caprichoso | Garantido |
2011 | Garantido [2] | Caprichoso |
2012 | Caprichoso[3] | Garantido |
2013 | Garantido[4] | Caprichoso |
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti (agosto de 1999). «O Boi-Bumbá de Parintins, Amazonas: breve história e etnografia da festa». Consultado em 15 de junho de 2013
- ↑ Garantido vence a 46ª edição do Festival de Parintins
- ↑ Caprichoso é o campeão do 47º Festival folclórico de Parintins
- ↑ Portal G1 - 01/07/2013 - Garantido supera incidentes e vence 48º Festival Folclórico de Parintins