Sintaxe: diferenças entre revisões
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'''Sintaxe''' (pronúncia no {{AFI2|sí'tasɨ}}) (do [[grego clássico]] σύνταξις "estrutura", de σύν, [[Transliteração|transl.]] ''syn'', "mais", e τάξις, transl. ''táxis'', "classe") é o estudo das regras que regem a construção de [[frase]]s nas [[línguas naturais]].<ref>[http://www.priberam.pt/dlpo/firefox.aspx?pal=sintaxe Priberam]</ref> A sintaxe é a parte da [[gramática]] que estuda a disposição das [[palavra]]s na [[frase]] e das frases no [[discurso]], incluindo a sua relação lógica, entre as múltiplas combinações possíveis para transmitir um significado completo e compreensível. À inobservância das regras de sintaxe chama-se [[solecismo]].<ref>[http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/ O que é a sintaxe?]</ref> |
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Na [[linguística]], a sintaxe é o ramo que estuda os processos generativos ou combinatórios das frases das línguas naturais, tendo em vista especificar a sua estrutura interna e funcionamento. O termo "sintaxe" também é usado para referir o estudo das regras que regem o comportamento de sistemas matemáticos, como a [[Sintaxe (lógica)|lógica]], e as [[Linguagem de programação|linguagens de programação de computadores]]. |
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A sintaxe é importante pois a unidade falada é a [[oração (gramática)|oração]], não a palavra ou o som. Em termos práticos, o falante fala e o ouvinte ouve orações. Salvo o caso quando uma única palavra é portadora de sentido completo.<ref name="Borba">{{citar livro|autor =Borba, Francisco S. |autorlink = |coautor= |título=Introdução aos Estudos Linguísticos |data= 1975 |publicado=Companhia Editora Nacional |local= São Paulo | isbn= |página= 251}}</ref> |
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Os primeiros passos da tradição [[Europa|europeia]] no estudo da sintaxe foram dados pelos antigos [[Grécia|gregos]], começando com [[Aristóteles]], que foi o primeiro a dividir a frase em [[sujeito]]s e [[Predicado (gramática)|predicados]]. Um segundo contributo fundamental deve-se a [[Frege]] que critica a análise aristotélica, propondo uma divisão da frase em função e argumento. Deste trabalho fundador, deriva toda a lógica formal contemporânea, bem como a sintaxe formal. No [[século XIX]] a [[filologia]] dedicou-se sobretudo à investigação nas áreas da [[fonologia]] e [[Morfologia (linguística)|morfologia]], não tendo reconhecido o contributo fundamental de [[Frege]], que só em meados do século XX foi verdadeiramente apreciado. |
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== Análise Sintática == |
== Análise Sintática == |
Revisão das 03h31min de 18 de junho de 2020
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Sintaxe (pronúncia no AFI: /sí'tasɨ/) (do grego clássico σύνταξις "estrutura", de σύν, transl. syn, "mais", e τάξις, transl. táxis, "classe") é o estudo das regras que regem a construção de frases nas línguas naturais.[1] A sintaxe é a parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e das frases no discurso, incluindo a sua relação lógica, entre as múltiplas combinações possíveis para transmitir um significado completo e compreensível. À inobservância das regras de sintaxe chama-se solecismo.[2]
Na linguística, a sintaxe é o ramo que estuda os processos generativos ou combinatórios das frases das línguas naturais, tendo em vista especificar a sua estrutura interna e funcionamento. O termo "sintaxe" também é usado para referir o estudo das regras que regem o comportamento de sistemas matemáticos, como a lógica, e as linguagens de programação de computadores.
A sintaxe é importante pois a unidade falada é a oração, não a palavra ou o som. Em termos práticos, o falante fala e o ouvinte ouve orações. Salvo o caso quando uma única palavra é portadora de sentido completo.[3]
Os primeiros passos da tradição europeia no estudo da sintaxe foram dados pelos antigos gregos, começando com Aristóteles, que foi o primeiro a dividir a frase em sujeitos e predicados. Um segundo contributo fundamental deve-se a Frege que critica a análise aristotélica, propondo uma divisão da frase em função e argumento. Deste trabalho fundador, deriva toda a lógica formal contemporânea, bem como a sintaxe formal. No século XIX a filologia dedicou-se sobretudo à investigação nas áreas da fonologia e morfologia, não tendo reconhecido o contributo fundamental de Frege, que só em meados do século XX foi verdadeiramente apreciado.
Análise Sintática
A análise sintática pode ser dividida em dois estudos: na análise do período simples — constituída de uma oração, estuda termos e suas relações em uma oração; na análise do período composto — constituída de mais de uma oração, estuda a relação entre orações. [4]
Termos essenciais, integrantes, acessórios e vocativo
Função sintática | Definição | Classes gramaticais que exercem essa função (núcleos) |
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Sujeito | É a parte da oração da qual se declara alguma coisa.
Determinado • Simples (um só núcleo): Eu entrei. • Composto (mais de um núcleo): Eu e ela entramos. • Implícito na desinência verbal: Entramos. (sujeito: nós) Indeterminado • Com verbo na terceira pessoa do plural: Discutiram calorosamente a questão. • Com verbo intransitivo, transitivo indireto, de ligação ou transitivo direto com objeto direto preposicionado na terceira pessoa do singular + se: Trabalha-se durante o dia. Precisa-se de bons professores. Está-se feliz aqui. Estima-se a Paulo assim como a Júlio. Inexistente • Com verbos impessoais: Nevou em Santa Catarina. Não havia testemunhas. Oracional
É preciso que haja muita compreensão para com os amigos.
Dir-se-ia que ele deve receber o prêmio.
Importa que nós compareçamos à reunião. |
• Substantivo (ou expressão substantivada):
Aqueles irmãos são gêmeos. O anoitecer pegou-o de surpresa. • Pronome: Ela nadava muito. Aquilo foi inesperado. • Numeral: Dois terços dos alunos participaram do desfile. |
Predicado | É a parte da oração que contém o verbo e traz uma informação, geralmente sobre o sujeito.
• Verbal (com verbo significativo, sem predicativo): Eu entrei. • Nominal (com verbo de ligação + predicativo): Eu estou cansado. • Verbo-nominal (com verbo significativo + predicativo do sujeito ou do objeto): Eu entrei cansado. Predicação verbal • Verbo de ligação (com predicativo obrigatório, indica estado e liga o sujeito ao predicativo); • Verbo transitivo (significativo, necessita de complemento que se liga diretamente ou indiretamente); - transitivo direto (liga-se ao objeto sem a presença da preposição) - transitivo indireto (liga-se ao objeto por meio de preposição) - transitivo direto e indireto (tem dois objetos, um direto e um indireto) • Verbo intransitivo (tem sentido completo, não exige complemento). Predicativo Núcleo do predicado nominal, atribui qualidades ao sujeito ou ao objeto por intermédio de um verbo. |
• Verbo (ou locução verbal):
O garoto caiu da moto. • Substantivo ou expressão substantivada: Aquele professor parece um artista. A vida é um constante recomeçar. • Adjetivo ou locução adjetiva: Ela ficou doente. O menino ficou de castigo. • Pronome: Meu livro é aquele. • Numeral: Somos sete em casa. |
Objetos direto e indireto (complementos verbais) | São associados ao verbo e o complementam, indicando o alvo da ação verbal.
• Objeto direto (sem preposição): Contemplei o espetáculo. |
• |
Complemento nominal | É o termo que complementa o sentido de certos nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) dotados de transitividade, da qual o complemento nominal funciona como alvo.
• CN de substantivos (sempre abstratos, se forem concretos, serão adjuntos adnominais): O combate |
• Substantivo (ou termo equivalente): |
Agente da passiva | É o termo que indica o praticante da ação verbal em orações na voz passiva. Vem sempre associado a um verbo no particípio. É sempre preposicionado.
Observação: o agente da passiva é sempre precedido de preposição e, assim como o sujeito, pode estar implícito ou indeterminado na oração com voz passiva sintética, podendo vir expresso na voz passiva analítica. Às 15 horas, a aula de história foi iniciada pelo professor. Às 15 horas, iniciou-se a aula de história. |
• Substantivo (ou termo equivalente): |
Adjunto adnominal | É o termo que caracteriza um substantivo da oração sem o intermédio de verbo. Pode ser formado por artigos, numerais, adjetivos, locuções adjetivas, pronomes possessivos, demonstrativos, indefinidos e interrogativos, e o relativo cujo.
Observação: Os pronomes pessoais retos e oblíquos e os de tratamento têm valor de substantivo e exercem funções de sujeito e complemento verbal, não podendo ser AA. |
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Adjunto adverbial | É o termo associado a um verbo, a um adjetivo, a um outro advérbio ou uma oração inteira e expressa uma circunstância (tempo, modo, lugar, causa, finalidade, etc.), modificando o sentido do termo a que se refere:
Ela vive bem. Ela vive muito bem. Ontem, eles tinham uma vida proporcionalmente boa. |
Advérbio (ou locução adverbial):
Os bombeiros estão sempre atentos. Eles falam bem. A criança aprende aos poucos. |
Aposto | É o termo que explica, enumera, desenvolve, especifica ou resume um substantivo da oração, ao qual é equivalente. | • Substantivo (ou termo equivalente):
Maria, minha prima, não veio. |
Vocativo
(Termo independente) |
É um termo isolado dentro da oração e que é usado para chamar ou interpelar o interlocutor. | • Substantivo (ou termo equivalente): |
Referências
- ↑ Priberam
- ↑ O que é a sintaxe?
- ↑ Borba, Francisco S. (1975). Introdução aos Estudos Linguísticos. São Paulo: Companhia Editora Nacional. p. 251
- ↑
Renato Aquino. Português Para Concursos. [S.l.]: Elsevier Brasil. p. 140. ISBN 8535217983, 9788535217988 Verifique
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