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Leptospirose: diferenças entre revisões

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Revisão das 21h57min de 11 de junho de 2013


A leptospirose, Mal de Adolf Weil ou Síndrome de Weil.
Leptospirose
Leptospira
Especialidade infecciologia
Classificação e recursos externos
CID-10 A27
CID-9 100, 100.0, 100.9
CID-11 751399056
OMIM 607948
DiseasesDB 7403
MedlinePlus 001376
eMedicine med/1283 emerg/856 ped/1298
MeSH D007922
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A leptospirose, também chamada de Mal de Adolf Weil ou, na sua forma mais grave, Síndrome de Weil. É uma doença bacteriana que afeta seres humanos e animais e que pode ser fatal. Foi classificada em 1907, graças a um exame post mortem realizado com uma amostra de rim infectado - mas vale lembrar que a doença já havia sido identificada em 1886, pelo patologista alemão Adolf Weil (em sua "homenagem", a doença recebeu o nome de "Mal de Weil").

Pode ser classificada em:

  • Forma anictérica (sem amarelamento da pele) ou com poucos sintomas. É a forma mais benigna e presente em 90% dos doentes.
  • Forma ictérica (pele amarelada) ou Doença de Weil. Forma mais grave que acomete 10% dos doentes, podendo levar à morte.

É uma zoonose causada por uma bactéria do tipo Leptospira que, eliminada principalmente na urina de roedores, permanece em coleções de água a espera da pessoa que nela adentre. Assim, as pessoas podem contaminar-se não apenas ao entrar em áreas urbanas alagadas pela chuva, como também em coleções de águas rurais de lagoas, represas e riachos.[1] A bactéria invade por pequenas lesões de pele ou pelas mucosas em contato com a água (oral, nasal e ocular).

Diagnóstico

O diagnóstico da doença não é fácil, dada a variedade de sintomas, comuns em outros quadros clínicos. O diagnóstico final é confirmado por meio de testes sorológicos como o Ensaio Detector de Anticorpos de Enzimas (ELISA, no acrônimo em inglês) e o PCR (sigla em inglês para Reação em Cadeia da Polimerase = Polymerase Chain Reaction).

Sintomas

Como ocorre em várias outras doenças infecciosas, o quadro clínico da leptospirose varia muito de indivíduo para indivíduo. O paciente pode apresentar desde quase nenhum sintoma, o que é o mais comum, até um quadro grave com risco de vida.Entre alguns sintomas estão a dor de cabeça e dores musculares

O período de incubação pode variar de 2 a 45 dias. A média é 10 dias de intervalo entre a contaminação e o início dos sintomas da leptospirose.

Mais de 75% dos pacientes apresentam febre alta com calafrios, dor de cabeça e dor muscular principalmente nos membros inferiores e panturrilha que, às vezes, atrapalha inclusive a locomoção do paciente tamanha a intensidade da dor. 50% apresentam náuseas, vômitos e diarréia. Um achado típico da leptospirose é a hiperemia conjuntival (olhos acentuadamente avermelhados).

Outros sintomas possíveis incluem tosse, faringite, dor articular, dor abdominal, sinais de meningite, manchas pelo corpo e aumento dos linfonodos, baço e fígado.

Como os sintomas da leptospirose são semelhantes às de várias outras doenças febris, o dado mais importante para o seu diagnóstico é a exposição recente a situações de risco como enchentes ou contato com água de poços, fossas, bueiros e esgoto.

A maioria dos pacientes melhora em uma semana. Algumas vezes a evolução da doença é bifásica, com alguma melhora por 10 a 15 dias seguido de nova piora dos sintomas.

A maioria dos casos de leptospirose apresenta evolução benigna, porém, em cerca de 10% a evolução é mais grave, complicando com insuficiência renal aguda , hemorragias, insuficiência hepática e insuficiência respiratória.

Os pacientes que complicam costumam apresentar sinais de icterícia (pele amarelada) após o terceiro dia de doença. Um sinal muito característico da forma grave é a icterícia bilirrubínica (icterícia mais vaso dilatação, uma mistura de pele amarelada e vermelha, muitas vezes de especto alaranjado)

O diagnóstico do final é normalmente feito através da sorologia sanguínea. Conhecida também como doença do rato.

Contágio A doença é transmitida pela água e urina dos animais, principalmente ratos. Em caso de enchente pode ser mais perigoso, já que as pessoas passam pela água suja sem proteção, correndo mais risco de pegar a doença, por restos de urina seca pode ser transmitida pelo ar. Se não for tratada corretamente a situação pode se agravar e pode levar a morte, apesar de ser raro.

A bacteria leptospirose vive nos rins do Rato

Fisiopatologia

A Leptospira penetra ativamente por mucosas ou lesões na pele. Principais órgãos alvos são rim, fígado, cérebro e pulmões. A síndrome da angústia respiratória do adulto (SARA) é a principal causa de morte em pacientes com leptospirose grave. A liberação de componentes bacterianos como LPS e fração glicolipoprotéica causam ativação da resposta imune com agravamento do quadro clínico do paciente. O LPS da Leptospira difere das demais bactérias Gram(-) ativando TLR2 ao invés do TLR4 em humanos. A fração glicolipoprotéica (GLP) é capaz de inibir a Na+/KATPase contribuindo para o agravamento da doença, como insuficiência renal, hepatite e SARA. Além destes componentes bacterianos a bactéria apresenta moléculas de superfície celular (OMPs) como a lipoproteína LIPL32, também reconhecida pelo TLR2, encontra-se aumentada durante o curso da infecção [2]. Na leptospirose também foi descrito um aumento nos ácidos graxos não esterificados (NEFA) no plasma concomitante com diminuição do nível de albumina. Esta relação: aumento dos NEFA com diminuição da albumina está diretamente relacionada à gravidade da disfunção hepática e renal [3].

Tratamento

A leptospirose é tratada com antibióticos, como a doxiciclina ou a penicilina e principalmente com estreptomicina ou dihidroestreptomicina que elimina a bactéria dos rins e, conseqüentemente, a transmissão desta doença. Em animais a recomendação por lei é de que, uma vez confirmado o diagnóstico, o animal seja internado em uma clínica veterinária e sejam tomados os cuidados sanitários.

Referências

  1. Perigos Ocultos nas Paisagens Brasileiras: Como evitar doenças infecciosas. Stefan Cunha Ujvari - Editora Senac, 2010
  2. Goncalves-de-Albuquerque CF, Burth P, Silva AR, Younes-Ibrahim M, Castro-Faria-Neto HC, Castro-Faria MV. 2012. Leptospira and inflammation. Mediators Inflamm 2012:317950.
  3. Burth P, Younes-Ibrahim M, Santos MC, Castro-Faria Neto HC, de Castro Faria MV. 2005. Role of nonesterified unsaturated fatty acids in the pathophysiological processes of leptospiral infection. J Infect Dis 191:51-57.

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Ligações externas