Tecnobrega
Tecnobrega | |
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Origens estilísticas | |
Contexto cultural | Década de 2000 em Belém |
Instrumentos típicos | |
Popularidade | Final da década de 2000 |
Subgêneros | |
Tecnobrega (também conhecido como Tecnomelody) é um gênero musical popular surgida em Belém no estado do Pará nos anos 2000. O gênero mistura elementos de música internacionalmente comercial, como música eletrônica e música pop, com gêneros regionais paraenses, como Calypso, Brega, e elementos de Carimbó, baseando-se especialmente no uso de sintetizador e caixa de ritmos.
O mercado do tecnomelody gira em torno das festas de aparelhagens, que contam com modernos equipamentos de som, iluminação e efeitos visuais. As festas também servem como plataforma de difusão de novas músicas e possíveis sucessos - DJs recebem discos dos produtores e tocam as novas canções. Quando uma música ou um artista se torna um sucesso em uma festa de aparelhagem, a divulgação no mercado aumenta através da reprodução não-autorizada dos discos. A maioria dos artistas do mercado tecnobrega, porém, parece apoiar essa reprodução devido ao aumento da publicidade que ela proporciona.
Principais Artistas: Gaby Amarantos, Viviane Batidão, Fruto Sensual, Banda Tecno Show, Banda Xeiro Verde, Banda Ravely, Banda AR-15.
História[editar | editar código-fonte]
Década de 2000[editar | editar código-fonte]
Em 2002 a banda paraense Tecno Show, liderada por Gaby Amarantos, decidiu se aventurar a misturar os tradicional carimbó e calypso – também conhecido como brega pop – realizado na região Norte naquele momento com gêneros musicais internacionais que dominavam as rádios e as festas, como música pop, música eletrônica e forró eletrônico.[1] A mistura entre o que era bem visto e sofisticado com o que era considerado "brega" e regional foi intitulado como tecnobrega.[1] Nas músicas, eles passaram a mesclar riffs acelerados de guitarra da música brega tradicional com batidas eletrônicas e arranjos criados por programas de computadores, o que foi considerado como uma ruptura no mercado fonográfico paraense da época.
As temáticas das músicas, apesar de em geral serem românticas, possuem grande amplitude, podendo ter desde cunho humorístico até feministas. Com o sucesso do gênero, outras bandas surgiram dentro dele ou passaram a aderi-lo, incluindo Ravelly, Viviane Batidão, Xeiro Verde e Eletro Batidão, ganhando amplitude nacional.[1] Em 2009 a Banda Djavú, apesar de ter surgido na Bahia, se tornou conhecida como um expoente do gênero no sul e sudeste do país, repercutindo nas rádios e programas de televisão com canções como "Me Libera" e "Não Desligue o Telefone".[2] Apesar de ter disseminado o tecnobrega pelo resto do país, a banda foi acusada de não fazer parte do movimento e plagiar as bandas já conhecidas no Pará, utilizando o gênero para lucrar sem ter a representatividade da cultura paraense.[3]
Década de 2010[editar | editar código-fonte]

Em 2010, Gaby Amarantos já em carreira solo e com apelido de "Beyoncé do Pará" começou a atingir popularidade no restante do país, apresentando o gênero no Domingão do Faustão pela primeira vez.[4] Em 2011, em função da ampla divulgação do estado do Pará perante todo o Brasil, foi apresentada uma proposta de lei ao então governador do Estado, Simão Jatene, para que o estilo fosse reconhecido como Patrimônio Cultural do Pará.[1] Em 2011 a Banda Uó, originária de Goiás, despontou como o principal expoente do gênero nas rádios e na televisão ao investir na produção de videoclipes com grandes diretores e alta verba, conquistando um contrato com a Deckdisc, chegando a vencer o MTV Video Music Brasil 2011.[5]

Nos anos seguintes a banda disseminou o tecnobrega com os álbuns Me Emoldurei de Presente Pra Te Ter (2011), Motel (2012) e Veneno (2015).[6] Paralelamente, Gaby colocou a faixa "Ex Mai Love" como tema de abertura da telenovela "Cheias de Charme", sendo a primeira vez que um tecnobrega atingia tal posto.[7] Já em 2013, foi reconhecido como patrimônio imaterial artístico e cultural do Pará, o governador do Estado, Simão Jatene, sancionou Lei 7.708 que foi aprovada por unanimidade na sessão do dia 10 de abril na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa).[8][9] Em 2017 Pabllo Vittar passou a também utilizar o gênero em seu álbum Vai Passar Mal.[10][11]
A faixa "Corpo Sensual" conquistou boas posições dentro da Billboard Brasil e foi certificado como diamante pelo Pro-Música Brasil.[12][13]
Referências
- ↑ a b c d «Resumo no Cravo Albin». dicionariompb.com.br. Consultado em 26 de janeiro de 2014
- ↑ «Banda Djavú canta "Me Libera"». UOL. Consultado em 8 de outubro de 2018
- ↑ «Banda Djavú é acusada de ser plágio de banda paraense de tecnobrega». Correio 24 Horas. Consultado em 8 de outubro de 2018
- ↑ «Conheça Gaby Amarantos, a Beyoncé do Pará». Clic RBS. Consultado em 8 de outubro de 2018
- ↑ Andrade, Junior (20 de setembro de 2012). «Banda Uó - Fenômeno Nacional». Plus Entrevista. Meio Norte. Consultado em 12 de maio de 2014. Cópia arquivada em 12 de maio de 2014
- ↑ «MTV anuncia programação enxuta de verão e nova leva de "enlatados"». Vírgula Diversão. Universo Online. 23 de dezembro de 2013. Consultado em 12 de maio de 2014
- ↑ «Compositor de 'Ex My Love' comemora 'pé na bunda'». Diário do Pará. 6 de Maio de 2012. Consultado em 16 de Dezembro de 2012
- ↑ Natália Mello (30 de maio de 2013). «Tecnomelody é reconhecido como patrimônio artístico e cultural do PA». G1. Consultado em 26 de janeiro de 2014
- ↑ «Tecnomelody agora é patrimônio». Diário do Pará. 25 de maio de 2013. Consultado em 26 de janeiro de 2014
- ↑ «Pabllo Vittar - "Corpo Sensual" (feat. Mateus Carrilho)». Spotify. Consultado em 27 de julho de 2017
- ↑ «Corpo Sensual - Single de Pabllo Vittar». iTunes Store. 7 de setembro de 2017. Consultado em 7 de setembro de 2017
- ↑ «Billboard Brasil: 8 de janeiro de 2018». Billboard Brasil. Consultado em 29 de junho de 2018
- ↑ «Billboard Brasil: 8 de janeiro de 2018». Billboard Brasil. Consultado em 8 de janeiro de 2018