Brega funk
| Brega funk | |
|---|---|
| Origens estilísticas | Brega Tecnobrega Arrocha funk Ragga-funk |
| Contexto cultural | 2011–presente |
| Popularidade | Fim da década de 2010 e início da década de 2020 em todo o Brasil, principalmente na região Nordeste. |
| Subgêneros | |
| Batidão romântico | |
| Formas regionais | |
| Recife, Pernambuco, Brasil | |
O brega funk é um gênero musical, oriundo do brega em uma junção com o funk carioca, que surgiu em 2011 em Recife, Pernambuco.[1][2]
Características
[editar | editar código]O ritmo apresenta trilhas com batidas simples e envolventes, com a utilização na sua composição de praticamente apenas dispositivos digitais e softwares, sem a presença de quaisquer tipos de instrumentos musicais.
Muitos desses sons por vezes, são o reflexo direto do dia a dia das grandes cidades e ambientes urbanos que são representados nas músicas, como por exemplo sons metálicos de obras de construção civil, sirenes de veículos, etc, sempre aludidos a uma frequência de festa ou frenesi, conotando a busca ou realização do prazer e o escape do estresse inerente ao ambiente, e para o tal convergindo com o encontro desses nos temas mais substâncias da dinâmica relacional humana.
Histórico
[editar | editar código]O brega funk teve o seu início em Recife, Pernambuco, por volta do ano de 2011, quando MCs da região começaram a unir canções de funk com batidas do eletrobrega, tendo como principais expoentes Sheldon, Cego, Tocha, Dadá Boladão e Tróia.[3]
O gênero tornou-se conhecido nacionalmente em 2018 quando a faixa "Envolvimento", de MC Loma e as Gêmeas Lacração, tornou-se uma das mais tocadas em todo o país naquele ano.[4] Logo depois diversos artistas de brega funk ganharam repercussão nacional, como Jerry Smith, Mila e Thiaguinho MT, além de artistas de outros gêneros passarem a incorporar o estilo em suas músicas, como Pabllo Vittar, Psirico e Anitta.[5]
Em 2019, a música "Hit Contagiante" de Kevin o Chris e Felipe Original tornou-se a segunda música mais executada do Brasil na plataforma Spotify,[6] enquanto a canção "Vem me Satisfazer" de MC Ingryd, também uma canção original do brega funk, alcançou a quarta posição.[7] Superior a estas, "Surtada (Remix)", de Tati Zaqui e Dadá Boladão, tornou-se a primeira canção do gênero a ocupar o topo das paradas brasileiras da parada respectiva, tendo permanecido como a mais executada no país por trinta e cinco dias,[8] e logo após, foi sucedida por "Tudo Ok" de Thiaguinho MT e Mila, que ocupou o topo por três dias.[9]
O sucesso do brega funk fez com que o Spotify fizesse um documentário a respeito deste, em 2020, intitulado "O Brega Funk vai dominar o mundo", como parte da série "Música pelo Brasil".[10] Em 2020 o gênero se tornou o mais tocado no Carnaval em todo o Brasil, superando o axé, o pagode baiano, o samba e o funk carioca.[11] Além das músicas originais de brega funks, músicas nacionais e internacionais recebem remixes no estilo por parte de alguns produtores do gênero, como JS Mão de Ouro.[12] A plataforma de streaming Deezer afirmou que o crescimento do subgênero musical no início do ano de 2020 foi 680% superior ao do ano de 2019.[13]
Variações de estilo
[editar | editar código]Batidão romântico
[editar | editar código]O batidão romântico é o resultado da fusão do brega funk com a kizomba,[14] que surgiu por volta de 2018, com a expansão nacional do gênero vindo de Pernambuco. O ritmo é mais lento e os temas abordados são românticos ou sensuais.[15]
Scama tune
[editar | editar código]É um estilo musical underground que mistura brega funk com eletromelody, chiptune e cloud trap. O gênero chegou a chamar a atenção de artistas como Aretuza Lovi, MC Loma e Pabllo Vittar.[15][16]
Tranceira
[editar | editar código]É o resultado da fusão do trance com o brega funk, adicionando o uso de falsete. O gênero surgiu no início de 2020 por meio das produções das cantoras pop brasileiras Pabllo Vittar e Luísa Sonza.[15]
Trip It
[editar | editar código]Trip It, ou Tribeat, nasceu da fusão do trip hop com os gêneros musicais manguebeat e brega funk. O estilo baseia-se em ritmos metálicos, eletrônicos e minimalistas. Uma representante do gênero é a cantora brasileira Duda Beat.[17][18]
Referências
- ↑ «O sucesso de MC Loma. E o movimento brega-funk de Recife». Nexo Jornal. Consultado em 24 de dezembro de 2022
- ↑ «Após superar tragédia, trio Meninos da Net faz sucesso em Recife misturando funk e brega». UOL. Consultado em 26 de março de 2020
- ↑ «Como o brega-funk, que surgiu na periferia do Recife, emplacou hits nacionais no carnaval». Diário de Pernambuco. Consultado em 7 de abril de 2020
- ↑ «O sucesso de MC Loma. E o movimento brega-funk de Recife». Nexo Jornal. Consultado em 26 de março de 2020
- ↑ «CARNAVAL -"BREGA-FUNK, O NOVO REGGAETON, E BROTA NO BAILÃO", DIZ THIAGUINHO MT, AUTOR DO HIT 'TUDO OK'». Heloísa Tolipan. Consultado em 26 de março de 2020
- ↑ «Kevin o Chris e Felipe Original - Hit Contagiante». Kworb. Consultado em 7 de abril de 2020
- ↑ «MC Ingryd - Vem me Satisfazer». Kworb. Consultado em 7 de abril de 2020
- ↑ «Surtada (Remix) - Tati Zaqui e Dadá Boladão». Kworb. Consultado em 7 de abril de 2020
- ↑ «Tudo Ok - Thiaguinho MT e Mila». Kworb. Consultado em 7 de abril de 2020
- ↑ «Spotify lança documentário sobre o brega-funk». Correio Braziliense. Consultado em 7 de abril de 2020
- ↑ «Brega funk é o estilo musical que mais tocou no carnaval». Tribuna do Norte. Consultado em 26 de março de 2020
- ↑ «Remixes brega-funk são apostas do verão e vão de Pabllo Vittar a 'Baby shark'». Globo. Consultado em 7 de abril de 2020
- ↑ «Brega funk: a ascensão de um ídolo do ritmo que é a 'aposta' de 2020 no Brasil». Folha. Consultado em 7 de abril de 2020
- ↑ «Batidão romântico é a nova maneira de falar de amor». kondzilla.com. Consultado em 9 de novembro de 2025. Cópia arquivada em 7 de julho de 2022
- ↑ a b c OFuxico. «Pabllo Vittar lança clipe do single Disk Me». Consultado em 9 de novembro de 2025
- ↑ Querino, Rangel (8 de junho de 2018). «Pankadon lança clipe com Aretuza Lovi e MC Loma e as Gêmeas Lacração; assista Pac Pac». Observatório G. Consultado em 9 de novembro de 2025
- ↑ Continente, Revista. «Duda (Mangue)Beat». Revista Continente. Consultado em 9 de novembro de 2025
- ↑ Bá, Revista (19 de agosto de 2019). «Vamo dale: o manguebeat de Duda Beat em Porto Alegre». Revista Bá. Consultado em 9 de novembro de 2025