Othon Luiz Pinheiro da Silva: diferenças entre revisões

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|nome_completo = Othon Luiz Pinheiro da Silva
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| conhecido_por = Desenvolvimento do [[programa nuclear paralelo]] brasileiro
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|cargo = [[Vice-almirante]] do [[Corpo de Engenheiros e Técnicos Navais]] da [[Marinha do Brasil]], Responsável pelo Programa Nuclear Paralelo do Brasil, ex-Presidente da [[Eletronuclear]]
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'''Othon Luiz Pinheiro da Silva''' ([[Sumidouro (Rio de Janeiro)]], {{dni|25|02|1939}}) é um [[engenheiro naval]], [[engenheiro mecânico|mecânico]] e [[engenheiro nuclear]], [[vice-almirante]] do [[Corpo de Engenheiros e Técnicos Navais]] da [[Marinha do Brasil]].
'''Othon Luiz Pinheiro da Silva''' ([[Sumidouro (Rio de Janeiro)]], {{dni|25|02|1939}}) é um [[engenheiro naval]], [[engenheiro mecânico|mecânico]] e [[engenheiro nuclear]], [[vice-almirante]] do [[Corpo de Engenheiros e Técnicos Navais]] da [[Marinha do Brasil]].


A biografia de Othon está intimamente relacionada ao [[programa nuclear brasileiro]]". Ele é reconhecido e recebeu inúmeras homenagens por ter sido um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento de uma tecnologia para [[Urânio enriquecido|enriquecimento de urânio]] denominada [[ultracentrifugação de urânio|ultracentrifugação]]. Isso permitiu que o país se tornasse independente por dominar toda a [[cadeia produtiva]] da [[energia nuclear]], garantindo a construção do [[Submarino nuclear|submarino]] de propulsão nuclear [[SN Álvaro Alberto (SN-10)]] e o abastecimento das [[:categoria:Usinas nucleares do Brasil|usinas nucleares do país]].<ref>{{Citar periódico|titulo=Quem é o militar que recebeu a maior pena da Lava Jato até agora|jornal=Nexo Jornal|url=https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/08/05/Quem-%C3%A9-o-militar-que-recebeu-a-maior-pena-da-Lava-Jato-at%C3%A9-agora|idioma=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=-ILZBAAAQBAJ&pg=PA364|título=Routledge Handbook of Latin America in the World|ultimo=Dominguez|primeiro=Jorge I.|ultimo2=Covarrubias|primeiro2=Ana|data=2014-10-17|editora=Routledge|lingua=en|isbn=9781317621850}}</ref>
A biografia de Othon está intimamente relacionada ao [[programa nuclear brasileiro]]". Ele é reconhecido e recebeu inúmeras homenagens por ter sido um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento de uma tecnologia para [[Urânio enriquecido|enriquecimento de urânio]] denominada [[ultracentrifugação de urânio|ultracentrifugação]]. Isso permitiu que o país se tornasse independente por dominar toda a [[cadeia produtiva]] da [[energia nuclear]], garantindo a construção do [[Submarino nuclear|submarino]] de propulsão nuclear [[SN Álvaro Alberto (SN-10)]] e o abastecimento das [[:categoria:Usinas nucleares do Brasil|usinas nucleares do país]].<ref>{{Citar periódico|titulo=Quem é o militar que recebeu a maior pena da Lava Jato até agora|jornal=Nexo Jornal|url=https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/08/05/Quem-%C3%A9-o-militar-que-recebeu-a-maior-pena-da-Lava-Jato-at%C3%A9-agora}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=-ILZBAAAQBAJ&pg=PA364|título=Routledge Handbook of Latin America in the World|ultimo=Dominguez|primeiro=Jorge I.|ultimo2=Covarrubias|primeiro2=Ana|data=2014-10-17|editora=Routledge|lingua=en|isbn=9781317621850}}</ref>


O vice-almirante foi preso pela primeira vez na [[Operação Radiotividade]], 16ª fase da [[Operação Lava Jato]] desencadeada pelas delações de Dalton Avancini, um ex-executivo da empreiteira [[Camargo Corrêa]]. Posteriormente voltou a ser preso na [[Operação Pripyat]], desdobramento da anterior que investigou denúncias de corrupção na Eletronuclear.
O vice-almirante foi preso pela primeira vez na [[Operação Radiotividade]], 16ª fase da [[Operação Lava Jato]] desencadeada pelas delações de Dalton Avancini, um ex-executivo da empreiteira [[Camargo Corrêa]]. Posteriormente voltou a ser preso na [[Operação Pripyat]], desdobramento da anterior que investigou denúncias de corrupção na Eletronuclear.
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== Biografia ==
== Biografia ==
{{Programa nuclear brasileiro}}
{{Programa nuclear brasileiro}}
Othon se graduou em 1960 na [[Escola Naval (Brasil)|Escola Naval]] e em [[Engenharia Naval]] pela [[Escola Politécnica de São Paulo]] em 1966, com [[mestrado]] no [[Instituto de Tecnologia de Massachusetts]] (MIT) em 1978, concomitantemente com uma graduação em [[engenharia nuclear]].<ref name=istoe>{{citar web |url=http://www.istoe.com.br/reportagens/30749_ESPIONAGEM%20A%20BRASILEIRA|título=Espionagem à brasileira |acessodata=1 de junho de 2015 |autor= Contreiras, Hélio|coautores= |data=5 de maio de 1999 |formato= |obra=Istoé |publicado= |páginas= |língua= |língua2= |língua3= |lang= |citação= }}</ref><ref name=zh/>
Othon se graduou em 1960 na [[Escola Naval (Brasil)|Escola Naval]] e em [[Engenharia Naval]] pela [[Escola Politécnica de São Paulo]] em 1966, com [[mestrado]] no [[Instituto de Tecnologia de Massachusetts]] (MIT) em 1978, concomitantemente com uma graduação em [[engenharia nuclear]].<ref name=istoe>{{citar web |url=http://www.istoe.com.br/reportagens/30749_ESPIONAGEM%20A%20BRASILEIRA|título=Espionagem à brasileira |acessodata=1 de junho de 2015 |autor= Contreiras, Hélio|coautores= |data=5 de maio de 1999 |formato= |obra=Istoé |publicado= |páginas= |língua= |citação= }}</ref><ref name=zh/>


Retornado ao Brasil, foi incumbido de iniciar os primeiros estudos para um [[submarino nuclear]] brasileiro e liderou o [[Programa Nuclear Paralelo]] entre 1979 e 1994.<ref name="globo2"/> Executado sigilosamente pela Marinha, o projeto resultou no desenvolvimento de uma tecnologia nacional para [[enriquecimento de urânio]] através do método de [[ultracentrifugação de urânio|ultracentrifugação]], que atualmente produz parte do [[combustível nuclear|combustível]] das usinas nucleares de [[Angra dos Reis]], no Rio de Janeiro.<ref name=globo1>{{Citar periódico |ultimo=Salomão |primeiro= Lucas|autorlink= |coautores= |ano=2015 |mes=julho |titulo=Executivo preso na Lava Jato é vice-almirante da Marinha |jornal=G1 - Política |volume= |numero= |paginas= |id= |url=http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/2015/07/executivo-preso-na-lava-jato-e-vice-almirante-da-marinha.html |acessadoem=1 de junho de 2015}}</ref>
Retornado ao Brasil, foi incumbido de iniciar os primeiros estudos para um [[submarino nuclear]] brasileiro e liderou o [[Programa Nuclear Paralelo]] entre 1979 e 1994.<ref name="globo2"/> Executado sigilosamente pela Marinha, o projeto resultou no desenvolvimento de uma tecnologia nacional para [[enriquecimento de urânio]] através do método de [[ultracentrifugação de urânio|ultracentrifugação]], que atualmente produz parte do [[combustível nuclear|combustível]] das usinas nucleares de [[Angra dos Reis]], no Rio de Janeiro.<ref name=globo1>{{Citar periódico |ultimo=Salomão |primeiro= Lucas|autorlink= |coautores= |ano=2015 |mes=julho |titulo=Executivo preso na Lava Jato é vice-almirante da Marinha |jornal=G1 - Política |volume= |numero= |paginas= |id= |url=http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/2015/07/executivo-preso-na-lava-jato-e-vice-almirante-da-marinha.html |acessadoem=1 de junho de 2015}}</ref>


Othon foi diretor de pesquisas de reatores do [[Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares]] (IPEN) entre 1982 e 1984.<ref name=zh>{{citar web |url=http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/07/saiba-quem-e-o-presidente-licenciado-da-eletronuclear-preso-na-lava-jato-4811529.html |título= Saiba quem é o presidente licenciado da Eletronuclear preso na Lava-Jato|acessodata=1 de junho de 2015 |autor= |coautores= |data= |formato= |obra= |publicado= ZH Notícias |páginas= |língua= |língua2= |língua3= |lang= |citação= }}</ref> Durante esta época foi ativamente vigiado pela [[CIA]] que mantinha um agente, Ray H. Allar, morando no apartamento ao lado daquele do almirante em São Paulo.<ref name=istoe/> Junto com Marcos Honauser, Othon controlava contas secretas pela qual eram aplicadas verbas em programas nucleares paralelos.<ref name=folha>{{citar web |url=http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/07/1662194-diretor-da-eletrobras-controlou-conta-secreta-de-programa-nuclear.shtml |título=Presidente da Eletronuclear controlou conta secreta de programa nos anos 80 |acessodata=1 de junho de 2015 |autor= |coautores= |data=29 de julho de 2015 |formato= |obra= |publicado= Folha de S.Paulo|páginas= |língua= |língua2= |língua3= |lang= |citação= }}</ref> Descoberto pela jornalista [[Tânia Malheiros]], que publicou o livro "''Brasil, a Bomba Oculta''", o caso foi alvo de inquérito, arquivado em 1988 pelo procurador [[Sepúlveda Pertence]].<ref name=folha/>
Othon foi diretor de pesquisas de reatores do [[Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares]] (IPEN) entre 1982 e 1984.<ref name=zh>{{citar web |url=http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/07/saiba-quem-e-o-presidente-licenciado-da-eletronuclear-preso-na-lava-jato-4811529.html |título= Saiba quem é o presidente licenciado da Eletronuclear preso na Lava-Jato|acessodata=1 de junho de 2015 |autor= |coautores= |data= |formato= |obra= |publicado= ZH Notícias |páginas= |língua= |citação= }}</ref> Durante esta época foi ativamente vigiado pela [[CIA]] que mantinha um agente, Ray H. Allar, morando no apartamento ao lado daquele do almirante em São Paulo.<ref name=istoe/> Junto com Marcos Honauser, Othon controlava contas secretas pela qual eram aplicadas verbas em programas nucleares paralelos.<ref name=folha>{{citar web |url=http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/07/1662194-diretor-da-eletrobras-controlou-conta-secreta-de-programa-nuclear.shtml |título=Presidente da Eletronuclear controlou conta secreta de programa nos anos 80 |acessodata=1 de junho de 2015 |autor= |coautores= |data=29 de julho de 2015 |formato= |obra= |publicado= Folha de S.Paulo|páginas= |língua= |citação= }}</ref> Descoberto pela jornalista [[Tânia Malheiros]], que publicou o livro "''Brasil, a Bomba Oculta''", o caso foi alvo de inquérito, arquivado em 1988 pelo procurador [[Sepúlveda Pertence]].<ref name=folha/>


Em 1994 se aposentou como [[vice-almirante]] e abriu uma empresa de [[consultoria]] para projetos na área de energia.<ref name=globo1/>
Em 1994 se aposentou como [[vice-almirante]] e abriu uma empresa de [[consultoria]] para projetos na área de energia.<ref name=globo1/>


=== Homenagens ===
=== Homenagens ===
Em 1994 recebeu do então presidente da República [[Itamar Franco]] a grã-cruz da [[Ordem Nacional do Mérito Científico]].<ref name=zh/> Em 2011, por iniciativa do deputado [[Gilberto Palmares]], recebeu o título de Benemérito do Estado do Rio de Janeiro.<ref name=alrj>{{citar web |url=http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/scpro1115.nsf/34d172ccdd9fa4c6832566ec0018d835/57caf56c468e91c78325788f0060430c?OpenDocument |título=Projeto de Resolução Num. 160/20111|acessodata=1 de junho de 2015 |autor= |coautores= |data=18 de maio de 2011 |formato= |obra= |publicado= |páginas= |língua= |língua2= |língua3= |lang= |citação= }}</ref>
Em 1994 recebeu do então presidente da República [[Itamar Franco]] a grã-cruz da [[Ordem Nacional do Mérito Científico]].<ref name=zh/> Em 2011, por iniciativa do deputado [[Gilberto Palmares]], recebeu o título de Benemérito do Estado do Rio de Janeiro.<ref name=alrj>{{citar web |url=http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/scpro1115.nsf/34d172ccdd9fa4c6832566ec0018d835/57caf56c468e91c78325788f0060430c?OpenDocument |título=Projeto de Resolução Num. 160/20111|acessodata=1 de junho de 2015 |autor= |coautores= |data=18 de maio de 2011 |formato= |obra= |publicado= |páginas= |língua= |citação= }}</ref>


Também recebeu a [[Ordem do Mérito Naval]] no grau de [[comendador]], a [[Ordem do Mérito Militar]] como comendador, [[Ordem do Mérito Aeronáutico]] como comendador, a [[Ordem do Mérito das Forças Armadas]] como comendador, a [[Medalha do Mérito Tamandaré]], [[Medalha do Pacificador]], [[Medalha do Mérito Santos-Dumont]] e [[Medalha Militar de Ouro]].<ref name=alrj/>
Também recebeu a [[Ordem do Mérito Naval]] no grau de [[comendador]], a [[Ordem do Mérito Militar]] como comendador, [[Ordem do Mérito Aeronáutico]] como comendador, a [[Ordem do Mérito das Forças Armadas]] como comendador, a [[Medalha do Mérito Tamandaré]], [[Medalha do Pacificador]], [[Medalha do Mérito Santos-Dumont]] e [[Medalha Militar de Ouro]].<ref name=alrj/>
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=== Prisões e condenação ===
=== Prisões e condenação ===
{{AP|Operação Radiotividade|Operação Pripyat}}
{{AP|Operação Radiotividade|Operação Pripyat}}
Em 2005, durante o primeiro mandato de [[Luiz Inácio Lula da Silva]], assumiu a presidência da [[Eletronuclear]], convidado pelo ministro de Minas e Energia, [[Silas Rondeau]].<ref name=jb>{{citar web |url=http://www.jb.com.br/pais/noticias/2015/07/28/stm-se-condenado-othon-pinheiro-pode-perder-patente-salario-e-cumprir-pena-em-penitenciaria/ |título=STM: se condenado, Othon Pinheiro pode perder patente, salário e cumprir pena em penitenciária |acessodata=1 de junho de 2015 |autor=Freitas, Cláudia |coautores= |data=28 de julho de 2015 |formato= |obra= Jornal do Brasil|publicado= |páginas= |língua= |língua2= |língua3= |lang= |citação= }}</ref> Em sua gestão as obras da usina de [[Angra 3]], paradas por 23 anos, foram retomadas.<ref name=globo1/> Em abril de 2015 foi afastado do cargo, depois que surgiram denúncias de pagamento de [[suborno]s a dirigentes da empresa.<ref name=globo1/> Foi preso em 28 de julho do mesmo ano, durante investigações no contexto da [[Operação Lava Jato]], quando foram encontrados indícios de pagamentos de 4,5 milhões de reais em propina feitos por um consórcio de empreiteiras.<ref name=globo1/> Preso no Rio de Janeiro na [[Operação Radiotividade]], foi levado para a Superintendência da PF em [[Curitiba]].<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2015/07/empreiteiras-pagaram-propina-dirigentes-da-eletronuclear-diz-pf.html|publicado=G1|acessodata=28 de julho de 2015|data=28 de julho de 2015|título=Empreiteiras pagaram propina a dirigentes da Eletronuclear}}</ref>
Em 2005, durante o primeiro mandato de [[Luiz Inácio Lula da Silva]], assumiu a presidência da [[Eletronuclear]], convidado pelo ministro de Minas e Energia, [[Silas Rondeau]].<ref name=jb>{{citar web |url=http://www.jb.com.br/pais/noticias/2015/07/28/stm-se-condenado-othon-pinheiro-pode-perder-patente-salario-e-cumprir-pena-em-penitenciaria/ |título=STM: se condenado, Othon Pinheiro pode perder patente, salário e cumprir pena em penitenciária |acessodata=1 de junho de 2015 |autor=Freitas, Cláudia |coautores= |data=28 de julho de 2015 |formato= |obra= Jornal do Brasil|publicado= |páginas= |língua= |citação= }}</ref> Em sua gestão as obras da usina de [[Angra 3]], paradas por 23 anos, foram retomadas.<ref name=globo1/> Em abril de 2015 foi afastado do cargo, depois que surgiram denúncias de pagamento de [[suborno]s a dirigentes da empresa.<ref name=globo1/> Foi preso em 28 de julho do mesmo ano, durante investigações no contexto da [[Operação Lava Jato]], quando foram encontrados indícios de pagamentos de 4,5 milhões de reais em propina feitos por um consórcio de empreiteiras.<ref name=globo1/> Preso no Rio de Janeiro na [[Operação Radiotividade]], foi levado para a Superintendência da PF em [[Curitiba]].<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2015/07/empreiteiras-pagaram-propina-dirigentes-da-eletronuclear-diz-pf.html|publicado=G1|acessodata=28 de julho de 2015|data=28 de julho de 2015|título=Empreiteiras pagaram propina a dirigentes da Eletronuclear}}</ref>


Em 6 de julho de 2016, voltou a ser preso pela PF, em uma operação desdobramento da Lava Jato, batizada de [[Operação Pripyat|Pripyat]], que apura corrupção na [[Eletrobras]].<ref>{{citar web|url=http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2016/07/06/pf-cumpre-mandados.htm|publicado=Uol|data=6 de julho de 2016|acessodata=6 de julho de 2016|título=Ex-presidente da Eletronuclear é alvo de operação da PF}}</ref><ref>{{citar web|url=http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/policia-federal-abre-nova-operacao/|publicado=Estadão|data=6 de julho de 2016|acessodata=6 de julho de 2016|título=Polícia Federal abre Operação Pripyat e mira em setor elétrico|autor=Ricardo Brandt, Julia Affonso, Fausto Macedo e Fabio Serapião}}</ref><ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2016/07/pf-cumpre-mandados-da-operacao-lava-jato-no-rio-e-porto-alegre.html|publicado=Globo|obra=G1|data=6 de julho de 2016|acessodata=6 de julho de 2016|título=PF cumpre mandados de prisão da Lava Jato no Rio e Porto Alegre}}</ref> Em agosto do mesmo ano, o juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, [[Marcelo Bretas]], condenou o vice-almirante Othon a 43 anos de prisão pelos crimes de [[corrupção]], [[lavagem de dinheiro]], embaraço a investigações, [[evasão de divisas]] e [[organização criminosa]] durante as obras da usina nuclear de [[Angra 3]].<ref name="condenado">{{citar web|url=http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,justica-condena-ex-presidente-da-eletronuclear-a-43-anos-de-prisao,10000066863|publicado=Estadão|data=3 de agosto de 2016|acessodata=4 de agosto de 2016|título=Justiça condena ex-presidente da Eletronuclear a 43 anos de prisão|autor=Mariana Sallowicz}}</ref><ref name="globo2">{{citar web|url=http://oglobo.globo.com/brasil/condenado-43-anos-de-prisao-na-lava-jato-ex-presidente-da-eletronuclear-tentou-suicidio-20814969|publicado=[[O Globo]] |data=24 de janeiro de 2017|acessodata=30 de março de 2017|título=Condenado a 43 anos de prisão na Lava-Jato, ex-presidente da Eletronuclear tentou suicídio|autor=Juliana Castro}}</ref>
Em 6 de julho de 2016, voltou a ser preso pela PF, em uma operação desdobramento da Lava Jato, batizada de [[Operação Pripyat|Pripyat]], que apura corrupção na [[Eletrobras]].<ref>{{citar web|url=http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2016/07/06/pf-cumpre-mandados.htm|publicado=Uol|data=6 de julho de 2016|acessodata=6 de julho de 2016|título=Ex-presidente da Eletronuclear é alvo de operação da PF}}</ref><ref>{{citar web|url=http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/policia-federal-abre-nova-operacao/|publicado=Estadão|data=6 de julho de 2016|acessodata=6 de julho de 2016|título=Polícia Federal abre Operação Pripyat e mira em setor elétrico|autor=Ricardo Brandt, Julia Affonso, Fausto Macedo e Fabio Serapião}}</ref><ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2016/07/pf-cumpre-mandados-da-operacao-lava-jato-no-rio-e-porto-alegre.html|publicado=Globo|obra=G1|data=6 de julho de 2016|acessodata=6 de julho de 2016|título=PF cumpre mandados de prisão da Lava Jato no Rio e Porto Alegre}}</ref> Em agosto do mesmo ano, o juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, [[Marcelo Bretas]], condenou o vice-almirante Othon a 43 anos de prisão pelos crimes de [[corrupção]], [[lavagem de dinheiro]], embaraço a investigações, [[evasão de divisas]] e [[organização criminosa]] durante as obras da usina nuclear de [[Angra 3]].<ref name="condenado">{{citar web|url=http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,justica-condena-ex-presidente-da-eletronuclear-a-43-anos-de-prisao,10000066863|publicado=Estadão|data=3 de agosto de 2016|acessodata=4 de agosto de 2016|título=Justiça condena ex-presidente da Eletronuclear a 43 anos de prisão|autor=Mariana Sallowicz}}</ref><ref name="globo2">{{citar web|url=http://oglobo.globo.com/brasil/condenado-43-anos-de-prisao-na-lava-jato-ex-presidente-da-eletronuclear-tentou-suicidio-20814969|publicado=[[O Globo]] |data=24 de janeiro de 2017|acessodata=30 de março de 2017|título=Condenado a 43 anos de prisão na Lava-Jato, ex-presidente da Eletronuclear tentou suicídio|autor=Juliana Castro}}</ref>
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== Bibliografia ==
== Bibliografia ==
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* {{Cite web| title = A prisão do pai do programa nuclear brasileiro| work = GGN - O jornal de todos os brasis| accessdate = 2017-04-08| url = http://jornalggn.com.br/noticia/a-prisao-do-pai-do-programa-nuclear-brasileiro}}
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* {{Cite web| title = Prisão de Almirante Othon estaria relacionada com segredos militares| work = GGN - O jornal de todos os brasis| accessdate = 2017-04-08| url = http://jornalggn.com.br/noticia/prisao-de-almirante-othon-estaria-relacionada-com-segredos-militares}}
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* {{Cite web| title = Prisão de Othon pela Lava Jato compromete produção de energia nuclear, diz Pinguelli| work = GGN - O jornal de todos os brasis| accessdate = 2017-04-08| url = http://jornalggn.com.br/noticia/prisao-de-othon-pela-lava-jato-compromete-producao-de-energia-nuclear-diz-pinguelli}}
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* {{Cite book|publisher=Google Patents|last=Da Silva|first=Othon Luiz Pinheiro|title=Immersed magnet ring secured to radially outermost ends of hydraulic turbine blades and gap between rotor and stator filled with water|accessdate=2017-04-07|date=2012-10|url=https://www.google.com/patents/US8294290}}
* {{citar livro|publicado=Google Patents|último =Da Silva|primeiro =Othon Luiz Pinheiro|título=Immersed magnet ring secured to radially outermost ends of hydraulic turbine blades and gap between rotor and stator filled with water|acessodata=2017-04-07|data=outubro de 2012|url=https://www.google.com/patents/US8294290}}
* {{Cite journal|last1=da Silva|first1=Othon Luiz Pinheiro|last2=dos Santos Guimarães|first2=Leonam|title=O sistema elétrico nacional e a necessidade nuclear|accessdate=2017-04-07|date=2006|url=http://www.brasilengenharia.com.br/ed/574/Eng_Eletrica.pdf}}
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* {{Cite journal|issue=14|last=Saint-Pierre|first=Hector Luis|title=La defensa brasile? ay su entorno subregional: una prueba para su politica externa|journal=Ciencia Política|accessdate=2017-04-07|date=2012|url=http://search.proquest.com/openview/9dcfbd54bd52c2a41df80e71e2febef7/1?pq-origsite=gscholar&cbl=2035740}}
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Revisão das 03h01min de 11 de abril de 2017

Othon Pinheiro da Silva
Nome completo Othon Luiz Pinheiro da Silva
Conhecido(a) por Desenvolvimento do programa nuclear paralelo brasileiro
Nascimento 25 de fevereiro de 1939 (85 anos)
Sumidouro,  Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileiro
Ocupação Engenharia Naval, Engenharia Mecânica, Engenharia Nuclear
Cargo Vice-almirante do Corpo de Engenheiros e Técnicos Navais da Marinha do Brasil, Responsável pelo Programa Nuclear Paralelo do Brasil, ex-Presidente da Eletronuclear


Othon Luiz Pinheiro da Silva
Crime(s) corrupção, lavagem de dinheiro, embaraço a investigações, evasão de divisas e organização criminosa[1]
Pena 43 anos de reclusão[1]
Situação cumprindo pena em Prisão[1]

Othon Luiz Pinheiro da Silva (Sumidouro (Rio de Janeiro), 25 de fevereiro de 1939 (85 anos)) é um engenheiro naval, mecânico e engenheiro nuclear, vice-almirante do Corpo de Engenheiros e Técnicos Navais da Marinha do Brasil.

A biografia de Othon está intimamente relacionada ao programa nuclear brasileiro". Ele é reconhecido e recebeu inúmeras homenagens por ter sido um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento de uma tecnologia para enriquecimento de urânio denominada ultracentrifugação. Isso permitiu que o país se tornasse independente por dominar toda a cadeia produtiva da energia nuclear, garantindo a construção do submarino de propulsão nuclear SN Álvaro Alberto (SN-10) e o abastecimento das usinas nucleares do país.[2][3]

O vice-almirante foi preso pela primeira vez na Operação Radiotividade, 16ª fase da Operação Lava Jato desencadeada pelas delações de Dalton Avancini, um ex-executivo da empreiteira Camargo Corrêa. Posteriormente voltou a ser preso na Operação Pripyat, desdobramento da anterior que investigou denúncias de corrupção na Eletronuclear.

Othon foi condenado em primeira instância pelo juiz Marcelo Bretas a uma pena de 43 anos. Ele cumpre a pena na Base de Fuzileiros Navais do Rio Meriti, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.[4]

Biografia


Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Parte da série sobre o
Programa nuclear brasileiro

Othon se graduou em 1960 na Escola Naval e em Engenharia Naval pela Escola Politécnica de São Paulo em 1966, com mestrado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) em 1978, concomitantemente com uma graduação em engenharia nuclear.[5][6]

Retornado ao Brasil, foi incumbido de iniciar os primeiros estudos para um submarino nuclear brasileiro e liderou o Programa Nuclear Paralelo entre 1979 e 1994.[4] Executado sigilosamente pela Marinha, o projeto resultou no desenvolvimento de uma tecnologia nacional para enriquecimento de urânio através do método de ultracentrifugação, que atualmente produz parte do combustível das usinas nucleares de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.[7]

Othon foi diretor de pesquisas de reatores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) entre 1982 e 1984.[6] Durante esta época foi ativamente vigiado pela CIA que mantinha um agente, Ray H. Allar, morando no apartamento ao lado daquele do almirante em São Paulo.[5] Junto com Marcos Honauser, Othon controlava contas secretas pela qual eram aplicadas verbas em programas nucleares paralelos.[8] Descoberto pela jornalista Tânia Malheiros, que publicou o livro "Brasil, a Bomba Oculta", o caso foi alvo de inquérito, arquivado em 1988 pelo procurador Sepúlveda Pertence.[8]

Em 1994 se aposentou como vice-almirante e abriu uma empresa de consultoria para projetos na área de energia.[7]

Homenagens

Em 1994 recebeu do então presidente da República Itamar Franco a grã-cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico.[6] Em 2011, por iniciativa do deputado Gilberto Palmares, recebeu o título de Benemérito do Estado do Rio de Janeiro.[9]

Também recebeu a Ordem do Mérito Naval no grau de comendador, a Ordem do Mérito Militar como comendador, Ordem do Mérito Aeronáutico como comendador, a Ordem do Mérito das Forças Armadas como comendador, a Medalha do Mérito Tamandaré, Medalha do Pacificador, Medalha do Mérito Santos-Dumont e Medalha Militar de Ouro.[9]

Prisões e condenação

Ver artigos principais: Operação Radiotividade e Operação Pripyat

Em 2005, durante o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu a presidência da Eletronuclear, convidado pelo ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau.[10] Em sua gestão as obras da usina de Angra 3, paradas por 23 anos, foram retomadas.[7] Em abril de 2015 foi afastado do cargo, depois que surgiram denúncias de pagamento de [[suborno]s a dirigentes da empresa.[7] Foi preso em 28 de julho do mesmo ano, durante investigações no contexto da Operação Lava Jato, quando foram encontrados indícios de pagamentos de 4,5 milhões de reais em propina feitos por um consórcio de empreiteiras.[7] Preso no Rio de Janeiro na Operação Radiotividade, foi levado para a Superintendência da PF em Curitiba.[11]

Em 6 de julho de 2016, voltou a ser preso pela PF, em uma operação desdobramento da Lava Jato, batizada de Pripyat, que apura corrupção na Eletrobras.[12][13][14] Em agosto do mesmo ano, o juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, Marcelo Bretas, condenou o vice-almirante Othon a 43 anos de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, embaraço a investigações, evasão de divisas e organização criminosa durante as obras da usina nuclear de Angra 3.[1][4]

Ver também

Referências

  1. ↑ a b c d Mariana Sallowicz (3 de agosto de 2016). «Justiça condena ex-presidente da Eletronuclear a 43 anos de prisão». Estadão. Consultado em 4 de agosto de 2016 
  2. ↑ «Quem é o militar que recebeu a maior pena da Lava Jato até agora». Nexo Jornal 
  3. ↑ Dominguez, Jorge I.; Covarrubias, Ana (17 de outubro de 2014). Routledge Handbook of Latin America in the World (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 9781317621850 
  4. ↑ a b c Juliana Castro (24 de janeiro de 2017). «Condenado a 43 anos de prisão na Lava-Jato, ex-presidente da Eletronuclear tentou suicídio». O Globo. Consultado em 30 de março de 2017 
  5. ↑ a b Contreiras, Hélio (5 de maio de 1999). «Espionagem à brasileira». Istoé. Consultado em 1 de junho de 2015 
  6. ↑ a b c «Saiba quem é o presidente licenciado da Eletronuclear preso na Lava-Jato». ZH Notícias. Consultado em 1 de junho de 2015 
  7. ↑ a b c d e Salomão, Lucas (julho de 2015). «Executivo preso na Lava Jato é vice-almirante da Marinha». G1 - Política. Consultado em 1 de junho de 2015 
  8. ↑ a b «Presidente da Eletronuclear controlou conta secreta de programa nos anos 80». Folha de S.Paulo. 29 de julho de 2015. Consultado em 1 de junho de 2015 
  9. ↑ a b «Projeto de Resolução Num. 160/20111». 18 de maio de 2011. Consultado em 1 de junho de 2015 
  10. ↑ Freitas, Cláudia (28 de julho de 2015). «STM: se condenado, Othon Pinheiro pode perder patente, salário e cumprir pena em penitenciária». Jornal do Brasil. Consultado em 1 de junho de 2015 
  11. ↑ «Empreiteiras pagaram propina a dirigentes da Eletronuclear». G1. 28 de julho de 2015. Consultado em 28 de julho de 2015 
  12. ↑ «Ex-presidente da Eletronuclear é alvo de operação da PF». Uol. 6 de julho de 2016. Consultado em 6 de julho de 2016 
  13. ↑ Ricardo Brandt, Julia Affonso, Fausto Macedo e Fabio Serapião (6 de julho de 2016). «Polícia Federal abre Operação Pripyat e mira em setor elétrico». Estadão. Consultado em 6 de julho de 2016 
  14. ↑ «PF cumpre mandados de prisão da Lava Jato no Rio e Porto Alegre». G1. Globo. 6 de julho de 2016. Consultado em 6 de julho de 2016 

Bibliografia

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