Chlorestes: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Muriel Gottrop (discussão | contribs)
m feito redirecionamento para Beija-flor-de-garganta-azul
M.a.salgado11 (discussão | contribs)
removeu redirecionamento, adicionou conteúdo
Etiquetas: Redirecionamento removido Edição via dispositivo móvel Edição feita através do sítio móvel Edição móvel avançada
Linha 1: Linha 1:
{{Taxobox
#REDIRECT [[Beija-flor-de-garganta-azul]]
| image = Blue-chinned sapphire (Chlorestes notata notata) male.jpg
| image_caption = ''C. notata notata'' macho em [[Trindade e Tobago]]
| regnum = [[Animalia]]
| phylum = [[Chordata]]
| classis = [[Aves]]
| ordo = [[Apodiformes]]
| familia = [[Trochilidae]]
| genus = ''Chlorestes''
| genus_authority = [[Ludwig Reichenbach|Reichenbach]], 1854
| subfamilia = [[Trochilinae]]
| tribus = [[Trochilini]]
| synonyms = ''Juliamyia'' {{small|[[Charles Lucien Bonaparte|Bonaparte]], 1854}}<br/>''Damophila'' {{small|[[Ludwig Reichenbach|Reichenbach]], 1854}}<br/>''Halia'' {{small|[[Étienne Mulsant|Mulsant]], [[Jules Verreaux|J. Verreaux]] & [[Édouard Verreaux|E. Verreaux]], 1866}}<br/>''Neodamophila'' {{small|Özdikmen, 2009}}
| synonyms_ref = <ref name="reichenbach"/><ref name=mulsantverreaux>{{citar periódico|título=Essai d’une classification méthodique des trochilidés comprenant le catalogue de toutes les espèces connues de des oiseaux|url=https://www.biodiversitylibrary.org/page/48482301|último=Mulsant|primeiro=E.|último2=Verreaux|primeiro2=J.|último3=Verreaux|primeiro3=E.|data=1854|acessodata=2023-01-16|periódico=Mémoires de la Société impériale des sciences naturelles de Cherbourg|volume=12|página=185|idioma=francês}}</ref><ref name=ozdikmen>{{citar periódico|título=''Neodamophila'' nom. nov., a replacement name for the bird genus Damophila Reichenbach, 1854 (Aves: Apodiformes: Trochilidae)|url=https://www.munisentzool.org/yayin/vol3/issue1/171-173.pdf|último=Özdikmen|primeiro=H.|data=2009|acessodata=2023-01-16|periódico=Munis Entomology & Zoology|volume=3|número=1|página=172}}</ref>
| type_species = ''[[Chlorestes notata|Trochilus notatus]]''
| type_species_authority = Reich, 1793
| subdivision_ranks = [[Espécie]]s
| subdivision = 5, ver texto
}}
'''''Chlorestes''''' é um [[Género (biologia)|gênero]] de aves [[apodiformes]] pertencente à [[Família (biologia)|família]] dos [[Beija-flor|troquilídeos]], que inclui os beija-flores.<ref name=":1">{{citar periódico |url=http://www.worldbirdnames.org/bow/hummingbirds/ |titulo=''Hummingbirds'' |data=11 de agosto de 2022 |acessodata=15 de janeiro de 2023 |jornal=IOC World Bird List Version 12.2 |publicado=International Ornithologists' Union |editor-sobrenome=Gill |editor-nome=Frank |editor-link=Frank Gill |editor-sobrenome2=Donsker |editor-nome2=David |editor-sobrenome3=Rasmussen |editor-nome3=Pamela |editor-link3=Pamela C. Rasmussen}}</ref> Este gênero originalmente era um [[Monotipo (biologia)|monotipo]], que incluía o [[beija-flor-de-garganta-azul]], porém após uma série de revisões [[Genética|genéticas]] e de [[sistemática]], seriam movidas quatro espécies para este gênero, que atualmente possui um total de cinco espécies: sendo estes o beija-flor-de-barriga-azul, o [[beija-flor-roxo]], a [[Hylocharis eliciae|safira-de-garganta-azul]] e o beija-flor-cândido.<ref name=":42">{{citar web|ultimo=Paixão|primeiro=Paulo|url=https://ec.europa.eu/translation/portuguese/magazine/documents/folha66_separata1_pt.pdf|titulo=Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo|data=Verão de 2021|acessodata=31 de dezembro de 2022|publicado=A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias|paginas=111—116|issn=1830-7809|edição=2.ª|numero=66 (separata)}}</ref> Inicialmente classificadas dentro de seus próprios gêneros monotípicos, ''[[Hylocharis]]'' e ''[[Amazilia]]'', estes beija-flores se distribuem desde o sudeste do [[México]], nos estados de [[Chiapas]] e [[Oaxaca]], seguindo pela maioria do [[América Central|território centro-americano]], indo por [[Belize]], [[Guatemala]], [[Honduras]], [[Costa Rica]], [[Panamá]], [[El Salvador]] e [[Nicarágua]], onde se segue pelo norte ao centro-sul da [[América do Sul]], onde se distribui desde a [[Colômbia]], [[Venezuela]], nas [[Guianas]], que inclui desde o [[Suriname]] a [[Guiana Francesa]], em qualquer uma das [[Regiões do Brasil|regiões brasileiras]], [[Bolívia]], [[Peru]] e, mais raramente, no [[Equador]]. Habitando principalmente as [[Floresta tropical e subtropical húmida|florestas tropicais e subtropicais úmidas]], [[Floresta nublada|florestas nubladas]] e [[Floresta secundária|florestas secundárias]] e [[Degradação ambiental|altamente degradadas]] nas proximidades, sendo encontradas em [[Efeito de borda|bordas]], interior e [[Clareira|clareiras]] de florestas.<ref>{{citar periódico |url=https://www.iucnredlist.org/species/22687296/93146776 |título=Blue-chinned Emerald (''Chlorestes notata'') |data=2016-10-01 |acessodata=2023-01-14 |periódico=The IUCN Red List of Threatened Species '''''2016''': e.T22687296A93146776'' |autor=[[BirdLife International]] |lingua=inglês |doi=10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22687296A93146776.en |doi-access=free}}</ref><ref>{{citar periódico |url=https://www.iucnredlist.org/species/22687411/93150678 |título=Violet-bellied Hummingbird (''Chlorestes julie'') |data=2020-10-13 |acessodata=2023-01-14 |periódico=The IUCN Red List of Threatened Species '''''2021''': e.T22687411A167142591'' |autor=[[BirdLife International]] |lingua=en |doi=10.2305/IUCN.UK.2021-3.RLTS.T22687411A167142591.en |doi-access=free}}</ref><ref>{{citar periódico |url=https://www.iucnredlist.org/species/22687439/93152418 |título=White-chinned Sapphire (''Chlorestes cyanus'') |data=2016-10-01 |acessodata=2023-01-14 |periódico=The IUCN Red List of Threatened Species '''''2016''': e.T22687439A93152418'' |autor=[[BirdLife International]] |lingua=inglês |doi=10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22687439A93152418.en |doi-access=free}}</ref><ref>{{citar periódico |url=https://www.iucnredlist.org/species/22687432/152414989 |título=Blue-throated Goldentail (''Chlorestes eliciae'') |data=2022-08-18 |acessodata=2023-01-14 |periódico=The IUCN Red List of Threatened Species '''''2022''': e.T22687432A152414989'' |autor=[[BirdLife International]] |doi=10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22687432A93151946.en |doi-access=free}}</ref><ref>{{citar periódico |url=https://www.iucnredlist.org/species/22687513/93156040 |título=White-bellied Emerald (''Chlorestes candida'') |data=2022-07-05 |acessodata=2023-01-15 |periódico=The IUCN Red List of Threatened Species '''''2022''': e.T22687513A167095191'' |autor=[[BirdLife International]] |lingua=inglês |doi=10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22687513A93156040.en |doi-access=free}}</ref>

As cinco espécies reconhecidas dentro deste gênero se encontram classificadas dentre as "[[Espécie pouco preocupante|espécies pouco preocupantes]]" conforme a [[Lista Vermelha da IUCN|Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza]], embora algumas espécies estejam observando uma diminuição na quantidade indivíduos, ainda, muitas espécies mostraram estabilidade em sua [[população]]. Estas aves estão entre uma minoria que abrange as espécies de beija-flor com distribuição no [[hemisfério norte]] e no [[hemisfério sul]]. Os representantes destas espécies se caracterizam pelo [[dimorfismo sexual]] acentuado.<ref name=":0">{{Citar periódico |url=https://birdsoftheworld.org/bow/species/whcsap1/cur/introduction |título=White-chinned Sapphire (Chlorestes cyanus), version 1.1 |data=2021 |acessodata=2023-01-15 |periódico=Birds of the World |ultimo=Weller |primeiro=André Alexander |ultimo2=Kirwan |primeiro2=Guy M. |lingua=en |doi=10.2173/bow.whcsap1.01.1}}</ref><ref name=":2">{{Citar periódico |url=https://birdsoftheworld.org/bow/species/bucsap1/cur/introduction |título=Blue-chinned Sapphire (Chlorestes notata), version 1.0 |data=2020 |acessodata=2023-01-15 |periódico=Birds of the World |ultimo=Bündgen |primeiro=Ralf |ultimo2=Kirwan |primeiro2=Guy M. |lingua=en |doi=10.2173/bow.bucsap1.01}}</ref>

== Descrição ==
Estes beija-flores possuem uma média de tamanho entre sete aos onze [[Metro|centímetros]] de [[comprimento]], que é medido a partir da extremidade do [[bico]] até as penas caudais, onde os [[Macho|machos]], geralmente, exibem [[cauda]] e [[Asa|asas]] ligeiramente mais compridas, o que resulta nas [[Fêmea|fêmeas]] serem menores que os machos. Em relação à [[massa corporal]], a diferença se mostra quase mínima, com seu [[peso]] total variando entre 2,9 aos 4,3 [[Grama|gramas]] quando em idade [[Adulto|adulta]]. Estas [[aves]] exibem as características comuns aos [[Troquilíneos|beija-flores típicos]], com os machos exibindo uma mancha branca atrás dos [[Olho|olhos]] e as fêmeas uma linha fina abaixo dos olhos. Nos machos, os bicos são [[Cor-de-rosa|rosados]] ou [[coral]] em sua maioria, apresentando uma mancha enegrecida nas pontas ou, alternativamente sendo majoritariamente [[Negros|pretos]], com apenas a [[mandíbula]] sendo rosada, com exceção das pontas, que também são negras, em contraste com o bico das fêmeas, que é totalmente negro. O [[dimorfismo sexual]] se mostra bastante significativo neste gênero, onde os machos exibem [[plumagem]] a [[Anil|índigo]], [[púrpura]] ou [[ciano]]. Os [[Pé|pés]] e as [[íris]] dos olhos são [[Marrom|castanho-escuros]]. As penas possuem coloração [[Verde|esverdeada]] e brilhante na maior parte das partes superiores, ou, na maioria das fêmeas, castanho-claro acinzentado com manchas esverdeadas por todo o corpo. A [[cauda]], composta por dez grandes penas, é de cor verde-metálica ou, ainda, [[Bronze|bronzeada]] e metálica. Nos pares centrais de penas, a tonalidade torna-se mais escura, podendo ser sépia ou preto. Os machos organizam-se em [[Acasalamento lek|leks]], apresentando grandes variações nas vocalizações de acordo com cada lek. Geralmente, os [[Juvenil|juvenis]] se assemelham com as fêmeas, desenvolvendo a plumagem dos adultos após cerca de um ano. Nas partes inferiores do corpo, exibe plumagem mais amarronzada. O beija-flor-cândido se distingue por seu [[Tronco (anatomia)|peito]] e [[Abdómen|abdômen]] branco, a [[Hylocharis eliciae|safira-de-garganta-azul]] se distingue pela sua garganta azul-cobalto, enquanto o [[beija-flor-de-garganta-azul]] mostra plumagem [[Azul|azul-claro]] a ciano, ao que o [[beija-flor-roxo]] se destaca pela plumagem [[Iridescência|iridescente]] azul-púrpura, que aparenta roxa, próxima da região inferior do abdômen.<ref name=":0" /><ref name=":2" /><ref>{{Citar periódico |url=https://birdsoftheworld.org/bow/species/whbeme1/cur/introduction |título=White-bellied Emerald (Chlorestes candida), version 1.1 |data=2021 |acessodata=2023-01-15 |periódico=Birds of the World |ultimo=Arizmendi |primeiro=Marîa del Coro |ultimo2=Rodríguez-Flores |primeiro2=Claudia I. |lingua=en |doi=10.2173/bow.whbeme1.01.1 |ultimo3=Soberanes-González |primeiro3=Carlos A. |ultimo4=Schulenberg |primeiro4=Thomas S.}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://birdsoftheworld.org/bow/species/bltgol1/cur/introduction |título=Blue-throated Goldentail (Chlorestes eliciae), version 1.1 |data=2021 |acessodata=2023-01-15 |periódico=Birds of the World |ultimo=Arizmendi |primeiro=Marîa del Coro |ultimo2=Rodríguez-Flores |primeiro2=Claudia I. |lingua=en |doi=10.2173/bow.bltgol1.01.1 |ultimo3=Soberanes-González |primeiro3=Carlos A. |ultimo4=Schulenberg |primeiro4=Thomas S.}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://birdsoftheworld.org/bow/species/whcsap1/cur/introduction |título=White-chinned Sapphire (Chlorestes cyanus), version 1.1 |data=2021 |acessodata=2023-01-15 |periódico=Birds of the World |ultimo=Weller |primeiro=André Alexander |ultimo2=Kirwan |primeiro2=Guy M. |lingua=en |doi=10.2173/bow.whcsap1.01.1}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://www.biodiversitylibrary.org/bibliography/57047|título=Nomenclature of North American birds chiefly contained in the United States National Museum|ultimo=Ridgway|primeiro=Robert|data=1881|editora=Govt. Print. Off|local=Washington|doi=10.5962/bhl.title.57047}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://birdsoftheworld.org/bow/species/vibhum1/1.0/introduction |título=Violet-bellied Hummingbird (Juliamyia julie), version 1.0 |data=2020 |acessodata=2023-01-15 |periódico=Birds of the World |ultimo=Schulenberg |primeiro=Thomas S. |lingua=en |doi=10.2173/bow.vibhum1.01}}</ref><ref name=":3">{{Citar periódico |url=https://birdsoftheworld.org/bow/species/trochi1/cur/introduction |título=Hummingbirds (Trochilidae), version 1.0 |data=2020 |acessodata=2023-01-15 |periódico=Birds of the World |ultimo=Winkler |primeiro=David W. |ultimo2=Billerman |primeiro2=Shawn M. |lingua=en |doi=10.2173/bow.trochi1.01 |ultimo3=Lovette |primeiro3=Irby J.}}</ref><ref name=":4">{{Citar periódico |url=https://www.jstor.org/stable/4090213 |título=The Birds of Ecuador |data=2003 |acessodata=2023-01-15 |periódico=The Auk |número=2 |ultimo=Ridgley |primeiro=Robert S. |ultimo2=Greenfield |primeiro2=Paul J. |paginas=562–568 |doi=10.2307/4090213 |issn=0004-8038 |jstor=4090213 |volume=120}}</ref>

== Distribuição e habitat ==
Estes beija-flores se distribuem por quase a totalidade do [[continente americano]], desde a extremidade sul [[norte-americana]] seguindo por quase toda a [[América Central]] e continuam até o centro-sul [[América do Sul|sul-americano]], se isolando nas regiões entre os [[Trópico de Câncer|trópicos de câncer]] e [[Trópico de Capricórnio|capricórnio]], não se distribuindo pelas partes mais frias do [[continente]], como o sul do [[Alasca]] e do [[Canadá]], ou na [[Argentina]] e [[Chile]] pela região da [[Terra do Fogo]]. Sua espécie mais conhecida também se distribui nas [[Ilha|ilhas]] do [[arquipélago]] de [[Trindade e Tobago]] e em mais [[Caribe|ilhas adjacentes]]. ''Chlorestes candida'' se trata da espécie com distribuição mais ao norte, exclusivamente na região logo abaixo do [[Região neoártica|neoártico]], nos [[México|estados mexicanos]] de [[Chiapas]], [[Iucatã]] e [[Tabasco]], [[San Luis Potosí (estado)|San Luis Potosí]] e [[Oaxaca]], onde segue ao leste por [[Belize]], se distribuindo pela totalidade do país, localizado na encosta [[Caribe|caribenha]], bem como na [[Guatemala]], [[Honduras]] ao nordeste da [[Nicarágua]]. ''Chlorestes eliciae'' se distribui desde o sul do México, seguindo pelos países centro-americano até a [[Costa Rica]], onde continua ao oeste do [[Panamá]] até, mesmo que raramente, em [[Chocó]], na [[Colômbia]]. ''Chlorestes cyanus'', entretanto, inicia sua distribuição entre a [[região Caribe (Colômbia)|região caribenha da Colômbia]] e as [[região Zuliana da Venezuela|regiões Zuliana]], [[região dos Andes da Venezuela|dos Andes]] e [[Região Centro-Oeste da Venezuela|centro-oeste]] e, depois, disjuntamente, ainda pelo [[Geografia da Venezuela|território venezuelano]], nas [[região Capital da Venezuela|regiões Capital]] e [[região Central da Venezuela|Central]]. Uma outra e amplamente distribuída população se distribui desde o centro ao sudeste venezuelanos, onde passa pelas [[Guianas]], dentro da [[Amazônia|região amazônica do continente]], que inclui as regiões [[Região Norte do Brasil|norte]] e [[Região Centro-Oeste do Brasil|centro-oeste do Brasil]] e partes do [[Região Nordeste do Brasil|nordeste]], bem como leste da Colômbia e norte da [[Bolívia]]; há, ainda, mais duas populações [[endemismo|endêmicas]] do [[Brasil]], uma exclusiva entre as vegetações da [[Mata Atlântica]] e da [[Mata de Araucárias]], na [[região sul do Brasil]]; e outra na [[vegetação litorânea]], desde o sul [[Paraíba|paraibano]] ao nordeste do [[estado de São Paulo]]. Por sua vez, ''Chlorestes julie'' se mostra uma espécie mais [[Caribe|caribenha]] e [[Oceano Pacífico|pacífica]], indo desde o centro ao sul do [[Panamá]], onde segue pela fronteira com a [[Colômbia]] e, depois, disjuntamente, distribui-se exclusivamente pelo oeste do [[Equador]]. ''Chlorestes notata'' se distribui uniformemente desde o norte da [[Colômbia]], seguindo através da [[Venezuela]] central, inclusive nos [[Andes venezuelanos]], chegando até as ilhas de [[Trindade e Tobago]] e, mais ao sul, pelas [[Guiana]], [[Suriname]] e [[Guiana Francesa]], onde segue pela região [[Amazônia Legal|amazônica brasileira]] e nos litorais nordestino e sudestino e, através da [[Amazônia]], segue ao sul [[Colômbia|colombiano]], norte e centro do [[Peru]] e ao leste do [[Equador]].<ref name=":3" /><ref name=":4" /><ref name=":1" />

== Sistemática e taxonomia ==
Este gênero foi introduzido originalmente como uma proposta do [[Ornitologia|ornitólogo]] e [[Botânica|botânico]] alemão, [[Heinrich Gottlieb Ludwig Reichenbach]], e publicado em 1854 pelo [[Publicação periódica|periódico zoológico]] ''Jornal für Ornithologie'', como uma espécie de [[Monotipo (biologia)|monotipo]] para descrever a espécie ''[[Beija-flor-de-garganta-azul|Chlorestes notata]]'', descrita primeiramente no final do século XVIII, em 1793, pelo [[naturalista]] alemão e [[Entomologia|entomólogo]], Gottfried Christian Reich.<ref name="reichenbach">{{citar periódico |url=https://biodiversitylibrary.org/page/13867385 |título=Aufzählung der Colibris Oder Trochilideen in ihrer wahren natürlichen Verwandtschaft, nebst Schlüssel ihrer Synonymik |data=1854 |acessodata=2023-01-16 |periódico=Journal für Ornithologie |número=Suplemento |ultimo=Reichenbach |primeiro=H. G. Ludwig |pagina=1—24 |volume=1}}</ref><ref>{{citar periódico |url=https://biodiversitylibrary.org/page/46349699 |título=Kurze berscheibung verschiedener neuen, oden noch wenig bekannten Thiere, welche Herr Le Bond der naturforschenden Gesellschaft zu Paris aus Cayenne als Geschenk überschikt hat |data=1793 |acessodata=2023-01-16 |periódico=Magazin des Tierreichs |publicado=Wolfgang Walther |ultimo=Reich |primeiro=G.C. |local=Erlangen |pagina=128–134 |lingua=alemão |volume=1}}</ref> Conforme descrito pelo naturalista, a [[Tipo nomenclatural|localidade-tipo]] onde foi encontrado este espécime original, um macho adulto, foi na [[Caiena]], dentro do [[Departamentos e territórios ultramarinos da França|território ultramarino francês]] da [[Guiana Francesa]]. Gottfried, em sua descrição, descreve a ave como tendo cores vibrantes e agrupa-a dentro do grupo [[Nomenclatura binomial|Picae]], que incluía [[apodiformes]], [[Psittaciformes|psitacídeos]], [[passeriformes]], entre outros, antes de sofrer uma série de desmembramentos. Posteriormente, seria descrito em 1818, pelo pesquisador francês [[Louis Jean Pierre Vieillot]], a espécie ''[[Beija-flor-roxo|Chlorestes cyanus]]''. Anteriormente a introdução do gênero, estas espécies seriam agrupadas dentro de ''[[Trochilus]]'', ''[[Hylocharis]]'', ou no caso da espécie ''Chlorestes julie'', dentro de [[Monotipo (biologia)|gêneros monotípicos]], como ''[[Damophila]]'' e ''[[Juliamyia]]'', com a [[Sinonímia (taxonomia)|sinonímia júnior]] ''Neodamophila'' sendo adicionada em 2008.<ref name=ozdikmen/> O nome deste gênero, ''Chlorestes'', deriva da [[Aglutinação (gramática)|aglutinação]] de dois termos na [[língua grega antiga]], sendo estes: χλωρος, ''khlōros'', que significa literalmente "[[verde]]", adicionado de εσθης, ''esthēs'', ou εσθητος, ''esthētos'', significando algo como "[[roupa]], roupagem".<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/45733860|título=A Dictionary of Scientific Bird Names|ultimo=Jobling|primeiro=James A.|data=1991|editora=Oxford University Press|local=Oxford|isbn=0-19-854634-3|oclc=45733860}}</ref><ref name=":22">{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1108/09504121011091114 |titulo=Etymological Dictionary of Greek |data=2010 |acessodata=2022-12-23 |jornal=Leiden Indo-European Etymological Dictionary Series |publicado=Brill Academic Pub |número= |ultimo=Beekes |primeiro=Robert S. P. |editor-sobrenome=van Beek |editor-nome=Lucien |paginas= |lingua=inglês |isbn=9789004174207 |volume=10}}</ref>

Em 2014, foi publicado um estudo sobre a [[filogenética molecular]] dos beija-flores, que mostrou uma série de evidências de que as espécies ''Amazilia candida'', ''[[Hylocharis eliciae]]'', ''[[Hylocharis cyanus]]'' e ''Juliamyia julie'' estavam incluídos dentro do grupo de ''[[Beija-flor-de-garganta-azul|Chlorestes notata]]'', ocasionando em mudanças na nomenclatura, onde as primeiras quatro espécies são movidas para ''Chlorestes'', pois este possui prioridade sobre os outros gêneros.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.11646/zootaxa.4353.3.1 |título=The generic classification of the Trochilini (Aves: Trochilidae): Reconciling taxonomy with phylogeny |data=2017-11-24 |acessodata=2023-01-16 |periódico=Zootaxa |número=3 |ultimo=Stiles |primeiro=F. Gary |ultimo2=van Remsen |primeiro2=J. Jr. |paginas=401–424 |doi=10.11646/zootaxa.4353.3.1 |issn=1175-5334 |ultimo3=McGuire |primeiro3=Jimmy A. |volume=4353 |doi-access=free}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0960982214002759 |título=Molecular Phylogenetics and the Diversification of Hummingbirds |data=2014-04 |acessodata=2023-01-16 |periódico=Current Biology |número=8 |ultimo=McGuire |primeiro=Jimmy A. |ultimo2=Witt |primeiro2=Christopher C. |paginas=910–916 |lingua=en |doi=10.1016/j.cub.2014.03.016 |ultimo3=Remsen |primeiro3=J.V. |ultimo4=Corl |primeiro4=Ammon |ultimo5=Rabosky |primeiro5=Daniel L. |ultimo6=Altshuler |primeiro6=Douglas L. |ultimo7=Dudley |primeiro7=Robert |volume=24 |doi-access=free}}</ref><ref name=":1" /> Inicialmente, o primeiro grupo, ''[[Amazilia]]'', possuía cerca de 30 espécies, porém, após a publicação desses estudos, o número de [[Táxon|táxons]] diretamente subordinados diminuiu para cinco. Este outro grupo, ''[[Hylocharis]]'', apresenta quatro espécies reconhecidas e, adicionalmente, uma espécie que não é reconhecida pela maioria dos identificadores, sendo provavelmente um [[Híbrido (biologia)|híbrido]], ''[[Hylocharis pyropygia]]''.

=== Espécies<ref name=":1" /><ref name=":42" /> ===

* ''Chlorestes candida'' ([[Jules Bourcier|Bourcier]] & [[Étienne Mulsant|Mulsant]], 1846), beija-flor-cândido — pode ser encontrada no sudeste mexicano, de clima tropical úmido, na região da [[Península de Iucatã]], depois na encosta caribenha, até [[Belize]], [[Nicarágua]] e [[Guatemala]]
** ''Chlorestes candida candida'' ([[Jules Bourcier|Bourcier]] & [[Étienne Mulsant|Mulsant]], 1846) — pode ser encontrado desde a [[Península de Iucatã]], ao sudeste mexicano, até [[Belize]] e [[Nicarágua]]
**''Chlorestes candida genini'' ([[Wilhelm Meise|Meise]], 1938) — pode ser encontrado pela [[Caribe|encosta caribenha]] ao sudeste do [[México]]
**''Chlorestes candida pacifica'' ([[Ludlow Griscom|Griscom]], 1929) — pode ser encontrado desde a [[Oceano Pacífico|encosta pacífica]] no estado de [[Chiapas]], no sudeste do [[México]] ao sul da [[Guatemala]]
* ''[[Chlorestes eliciae]]'' ([[Jules Bourcier|Bourcier]] & [[Étienne Mulsant|Mulsant]], 1846), safira-de-garganta-azul — pode ser encontrado nas planícies ao sudeste do [[México]], ao oeste panamenho, na região da [[Coiba|ilha Coiba]], passando pelo [[golfo do Panamá]], ao noroeste da [[Colômbia]]
**''Chlorestes eliciae eliciae'' ([[Jules Bourcier|Bourcier]] & [[Étienne Mulsant|Mulsant]], 1846) — pode ser encontrada desde as [[planície]]s do sudeste do [[México]] e do [[Belize]] ao sul da [[Costa Rica]]
**''Chlorestes eliciae earina'' ([[Alexander Wetmore|Wetmore]], 1967) — pode ser encontrado na [[Coiba|ilha Coiba]], ao oeste do [[Panamá]], e em outras ilhas do [[Golfo do Panamá]] ao noroeste da [[Colômbia]]
* ''[[Beija-flor-roxo|Chlorestes cyanus]]'' ([[Louis Jean Pierre Vieillot|Vieillot]], 1818), beija-flor-roxo — pode ser encontrado desde o oeste da [[Venezuela]], seguindo ao norte e centro da [[Colômbia]], seguindo pelas [[Guianas]], em todas as regiões do [[Brasil]], leste da [[Bolívia]] e norte do [[Paraguai]]
**''Chlorestes cyanus cyanus'' ([[Louis Jean Pierre Vieillot|Vieillot]], 1818) — pode ser encontrado no litoral das [[região nordeste do Brasil|regiões nordeste]] e [[região sudeste do Brasil|sudeste]] do [[Brasil]], desde [[Pernambuco]] ao [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]]
**''Chlorestes cyanus viridiventris'' ([[Hans von Berlepsch|Berlepsch]], 1880) — pode ser encontrado desde a [[Colômbia]] ao leste, nas [[Guianas]], sul da [[Venezuela]] e norte do [[Brasil]]
**''Chlorestes cyanus rostrata'' ([[Adolphe Boucard|Boucard]], 1895) — pode ser encontrada desde o [[Peru|Peru oriental]] ao nordeste da [[Bolívia]] e no [[Mato Grosso]], ao [[Região Centro-Oeste do Brasil| brasileiro]]
**''Chlorestes cyanus conversa'' ([[John Todd Zimmer|Zimmer]], 1950) — pode ser encontrado desde a [[Bolívia|Bolívia oriental]] ao norte do [[Paraguai]] e no estado do [[Mato Grosso do Sul]] no sudoeste [[Brasil|brasileiro]]
**''Chlorestes cyanus griseiventris'' (Grantsau, 1988) — pode ser encontrado desde o [[litoral paulista|litoral sudoeste do Brasil]] no estado de [[São Paulo (estado)|São Paulo]] ao [[Argentina|nordeste da Argentina]] em [[Buenos Aires]]
* ''Chlorestes julie'' (Bourcier, 1842), beija-flor-de-barriga-azul — pode ser encontrado desde o leste da [[Darién (província)|província de Darién]], no [[Panamá]], seguindo pelas [[Floresta tropical e subtropical húmida|florestas tropicais úmidas]] da [[Colômbia]], seguindo ao oeste do [[Equador]] e extremo noroeste do [[Peru]]
**''Chlorestes julie julie'' (Bourcier, 1842) — pode ser encontrado na região de [[clima tropical]] da [[Colômbia]]
**''Chlorestes julie panamensis'' ([[Hans von Berlepsch|Berlepsch]], 1880) — pode ser encontrado desde as [[floresta tropical e subtropical úmida|florestas tropicais úmidas]] da [[província de Darién]] no [[Panamá]]
**''Chlorestes julie feliciana'' ([[René Primevère Lesson|Lesson]], 1844) — pode ser encontrado desde o sudoeste tropical da [[Colômbia]] ao oeste do [[Equador]] e extremo noroeste do [[Peru]]
* ''[[Beija-flor-de-garganta-azul|Chlorestes notata]]'' (Reich, 1793) beija-flor-de-garganta-azul — pode ser encontrado desde o norte da [[Colômbia]] e ao oeste da [[Venezuela]], separadamente nas ilhas de [[Trindade e Tobago]], depois na [[Guiana]], [[Guiana Francesa]] e [[Suriname]], seguindo ao oeste do [[Brasil]] e no litoral nordeste e sudeste, e ao noroeste do [[Peru]]
**''Chlorestes notata notata'' (Reich, 1793) — pode ser encontrado desde o norte da [[Colômbia]] ao sul da [[Venezuela]], [[Trindade e Tobago]], [[Guianas]] e [[Brasil]] oriental
**''Chlorestes notata puruensis'' (Riley, 1913) — pode ser encontrado ao sudeste da [[Colômbia]] ao nordeste do [[Peru]] e noroeste do [[Brasil]]

=== Espécies hipotéticas e duvidosas<ref name=":43">{{citar periódico |url=https://www.biodiversitylibrary.org/item/258463#page/113/mode/1up |titulo=Description on an apparently new Species of Bird belonging to the family ''Trochilidae'', of the genus ''Eucephala'' |data=1874 |acessodata=2023-01-16 |jornal=The Ibis, a Quarterly Journal of Ornithology |publicado=Taylor and Francis |número=13–16 |ultimo=Elliot |primeiro=Daniel Giraud |local=Londres |pagina=87 |lingua=inglês |issn=0019-1019 |volume=4}}</ref> ===
*''Chlorestes subcaerulea'' ([[Daniel Giraud Elliot|Elliot]], 1874), safira-de-elliot — pode ser encontrado desde o norte [[Colômbia|colombiano]], seguindo a [[Venezuela]], [[Trindade e Tobago]], nas [[Guianas]] e na [[região norte do Brasil]]; comumente considerado um sinônimo de ''Chlorestes notata notata''

{{Referências}}

== Ligações externas ==
{{Correlatos|commons = Chlorestes|commonscat = Chlorestes|wikispecies = Chlorestes}}
* [https://avibase.bsc-eoc.org/species.jsp?avibaseid=7849DFD9695A65EE ''Chlorestes notata''] no Avibase
* [https://avibase.bsc-eoc.org/species.jsp?avibaseid=8564ACE3CD9B4360 ''Chlorestes cyanus''] no Avibase
* [https://avibase.bsc-eoc.org/species.jsp?avibaseid=F730C44EA6A75A50 ''Chlorestes julie''] no Avibase
* [https://avibase.bsc-eoc.org/species.jsp?avibaseid=1939B2C8399ECCEB ''Chlorestes eliciae''] no Avibase
* [https://avibase.bsc-eoc.org/species.jsp?avibaseid=D6040531EB557018 ''Chlorestes candida''] no Avibase
* [https://avibase.bsc-eoc.org/species.jsp?avibaseid=8D56D6747A3CE5CC ''Chlorestes subcaerulea''] no Avibase
[[Categoria:Chlorestes]]
[[Categoria:Géneros de beija-flor]]
[[Categoria:Aves da América do Norte]]
[[Categoria:Aves da América Central]]
[[Categoria:Aves da América do Sul]]
[[Categoria:Aves do Peru]]
[[Categoria:Aves de Honduras]]
[[Categoria:Aves da Colômbia]]
[[Categoria:Aves da Bolívia]]
[[Categoria:Aves do Brasil]]
[[Categoria:Aves da Nicarágua]]
[[Categoria:Aves de Belize]]
[[Categoria:Aves da Guatemala]]
[[Categoria:Aves de El Salvador]]
[[Categoria:Aves de Trindade e Tobago]]
[[Categoria:Aves da Venezuela]]
[[Categoria:Aves de Guiana]]
[[Categoria:Aves da Guiana Francesa]]
[[Categoria:Aves do Suriname]]
[[Categoria:Aves do Panamá]]
[[Categoria:Aves da Costa Rica]]
[[Categoria:Aves do México]]
[[Categoria:Aves do Equador]]
[[Categoria:Troquilídeos]]
{{Controle de autoridade}}
{{Título em itálico}}

Revisão das 16h27min de 16 de janeiro de 2023

Chlorestes
C. notata notata macho em Trindade e Tobago
Classificação científica
Reino:
Filo:
Classe:
Ordem:
Família:
Subfamília:
Tribo:
Gênero:
Chlorestes

Espécie-tipo
Trochilus notatus
Reich, 1793
Espécies

5, ver texto

Sinónimos[1][2][3]

Juliamyia Bonaparte, 1854
Damophila Reichenbach, 1854
Halia Mulsant, J. Verreaux & E. Verreaux, 1866
Neodamophila Özdikmen, 2009

Chlorestes é um gênero de aves apodiformes pertencente à família dos troquilídeos, que inclui os beija-flores.[4] Este gênero originalmente era um monotipo, que incluía o beija-flor-de-garganta-azul, porém após uma série de revisões genéticas e de sistemática, seriam movidas quatro espécies para este gênero, que atualmente possui um total de cinco espécies: sendo estes o beija-flor-de-barriga-azul, o beija-flor-roxo, a safira-de-garganta-azul e o beija-flor-cândido.[5] Inicialmente classificadas dentro de seus próprios gêneros monotípicos, Hylocharis e Amazilia, estes beija-flores se distribuem desde o sudeste do México, nos estados de Chiapas e Oaxaca, seguindo pela maioria do território centro-americano, indo por Belize, Guatemala, Honduras, Costa Rica, Panamá, El Salvador e Nicarágua, onde se segue pelo norte ao centro-sul da América do Sul, onde se distribui desde a Colômbia, Venezuela, nas Guianas, que inclui desde o Suriname a Guiana Francesa, em qualquer uma das regiões brasileiras, Bolívia, Peru e, mais raramente, no Equador. Habitando principalmente as florestas tropicais e subtropicais úmidas, florestas nubladas e florestas secundárias e altamente degradadas nas proximidades, sendo encontradas em bordas, interior e clareiras de florestas.[6][7][8][9][10]

As cinco espécies reconhecidas dentro deste gênero se encontram classificadas dentre as "espécies pouco preocupantes" conforme a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza, embora algumas espécies estejam observando uma diminuição na quantidade indivíduos, ainda, muitas espécies mostraram estabilidade em sua população. Estas aves estão entre uma minoria que abrange as espécies de beija-flor com distribuição no hemisfério norte e no hemisfério sul. Os representantes destas espécies se caracterizam pelo dimorfismo sexual acentuado.[11][12]

Descrição

Estes beija-flores possuem uma média de tamanho entre sete aos onze centímetros de comprimento, que é medido a partir da extremidade do bico até as penas caudais, onde os machos, geralmente, exibem cauda e asas ligeiramente mais compridas, o que resulta nas fêmeas serem menores que os machos. Em relação à massa corporal, a diferença se mostra quase mínima, com seu peso total variando entre 2,9 aos 4,3 gramas quando em idade adulta. Estas aves exibem as características comuns aos beija-flores típicos, com os machos exibindo uma mancha branca atrás dos olhos e as fêmeas uma linha fina abaixo dos olhos. Nos machos, os bicos são rosados ou coral em sua maioria, apresentando uma mancha enegrecida nas pontas ou, alternativamente sendo majoritariamente pretos, com apenas a mandíbula sendo rosada, com exceção das pontas, que também são negras, em contraste com o bico das fêmeas, que é totalmente negro. O dimorfismo sexual se mostra bastante significativo neste gênero, onde os machos exibem plumagem a índigo, púrpura ou ciano. Os pés e as íris dos olhos são castanho-escuros. As penas possuem coloração esverdeada e brilhante na maior parte das partes superiores, ou, na maioria das fêmeas, castanho-claro acinzentado com manchas esverdeadas por todo o corpo. A cauda, composta por dez grandes penas, é de cor verde-metálica ou, ainda, bronzeada e metálica. Nos pares centrais de penas, a tonalidade torna-se mais escura, podendo ser sépia ou preto. Os machos organizam-se em leks, apresentando grandes variações nas vocalizações de acordo com cada lek. Geralmente, os juvenis se assemelham com as fêmeas, desenvolvendo a plumagem dos adultos após cerca de um ano. Nas partes inferiores do corpo, exibe plumagem mais amarronzada. O beija-flor-cândido se distingue por seu peito e abdômen branco, a safira-de-garganta-azul se distingue pela sua garganta azul-cobalto, enquanto o beija-flor-de-garganta-azul mostra plumagem azul-claro a ciano, ao que o beija-flor-roxo se destaca pela plumagem iridescente azul-púrpura, que aparenta roxa, próxima da região inferior do abdômen.[11][12][13][14][15][16][17][18][19]

Distribuição e habitat

Estes beija-flores se distribuem por quase a totalidade do continente americano, desde a extremidade sul norte-americana seguindo por quase toda a América Central e continuam até o centro-sul sul-americano, se isolando nas regiões entre os trópicos de câncer e capricórnio, não se distribuindo pelas partes mais frias do continente, como o sul do Alasca e do Canadá, ou na Argentina e Chile pela região da Terra do Fogo. Sua espécie mais conhecida também se distribui nas ilhas do arquipélago de Trindade e Tobago e em mais ilhas adjacentes. Chlorestes candida se trata da espécie com distribuição mais ao norte, exclusivamente na região logo abaixo do neoártico, nos estados mexicanos de Chiapas, Iucatã e Tabasco, San Luis Potosí e Oaxaca, onde segue ao leste por Belize, se distribuindo pela totalidade do país, localizado na encosta caribenha, bem como na Guatemala, Honduras ao nordeste da Nicarágua. Chlorestes eliciae se distribui desde o sul do México, seguindo pelos países centro-americano até a Costa Rica, onde continua ao oeste do Panamá até, mesmo que raramente, em Chocó, na Colômbia. Chlorestes cyanus, entretanto, inicia sua distribuição entre a região caribenha da Colômbia e as regiões Zuliana, dos Andes e centro-oeste e, depois, disjuntamente, ainda pelo território venezuelano, nas regiões Capital e Central. Uma outra e amplamente distribuída população se distribui desde o centro ao sudeste venezuelanos, onde passa pelas Guianas, dentro da região amazônica do continente, que inclui as regiões norte e centro-oeste do Brasil e partes do nordeste, bem como leste da Colômbia e norte da Bolívia; há, ainda, mais duas populações endêmicas do Brasil, uma exclusiva entre as vegetações da Mata Atlântica e da Mata de Araucárias, na região sul do Brasil; e outra na vegetação litorânea, desde o sul paraibano ao nordeste do estado de São Paulo. Por sua vez, Chlorestes julie se mostra uma espécie mais caribenha e pacífica, indo desde o centro ao sul do Panamá, onde segue pela fronteira com a Colômbia e, depois, disjuntamente, distribui-se exclusivamente pelo oeste do Equador. Chlorestes notata se distribui uniformemente desde o norte da Colômbia, seguindo através da Venezuela central, inclusive nos Andes venezuelanos, chegando até as ilhas de Trindade e Tobago e, mais ao sul, pelas Guiana, Suriname e Guiana Francesa, onde segue pela região amazônica brasileira e nos litorais nordestino e sudestino e, através da Amazônia, segue ao sul colombiano, norte e centro do Peru e ao leste do Equador.[18][19][4]

Sistemática e taxonomia

Este gênero foi introduzido originalmente como uma proposta do ornitólogo e botânico alemão, Heinrich Gottlieb Ludwig Reichenbach, e publicado em 1854 pelo periódico zoológico Jornal für Ornithologie, como uma espécie de monotipo para descrever a espécie Chlorestes notata, descrita primeiramente no final do século XVIII, em 1793, pelo naturalista alemão e entomólogo, Gottfried Christian Reich.[1][20] Conforme descrito pelo naturalista, a localidade-tipo onde foi encontrado este espécime original, um macho adulto, foi na Caiena, dentro do território ultramarino francês da Guiana Francesa. Gottfried, em sua descrição, descreve a ave como tendo cores vibrantes e agrupa-a dentro do grupo Picae, que incluía apodiformes, psitacídeos, passeriformes, entre outros, antes de sofrer uma série de desmembramentos. Posteriormente, seria descrito em 1818, pelo pesquisador francês Louis Jean Pierre Vieillot, a espécie Chlorestes cyanus. Anteriormente a introdução do gênero, estas espécies seriam agrupadas dentro de Trochilus, Hylocharis, ou no caso da espécie Chlorestes julie, dentro de gêneros monotípicos, como Damophila e Juliamyia, com a sinonímia júnior Neodamophila sendo adicionada em 2008.[3] O nome deste gênero, Chlorestes, deriva da aglutinação de dois termos na língua grega antiga, sendo estes: χλωρος, khlōros, que significa literalmente "verde", adicionado de εσθης, esthēs, ou εσθητος, esthētos, significando algo como "roupa, roupagem".[21][22]

Em 2014, foi publicado um estudo sobre a filogenética molecular dos beija-flores, que mostrou uma série de evidências de que as espécies Amazilia candida, Hylocharis eliciae, Hylocharis cyanus e Juliamyia julie estavam incluídos dentro do grupo de Chlorestes notata, ocasionando em mudanças na nomenclatura, onde as primeiras quatro espécies são movidas para Chlorestes, pois este possui prioridade sobre os outros gêneros.[23][24][4] Inicialmente, o primeiro grupo, Amazilia, possuía cerca de 30 espécies, porém, após a publicação desses estudos, o número de táxons diretamente subordinados diminuiu para cinco. Este outro grupo, Hylocharis, apresenta quatro espécies reconhecidas e, adicionalmente, uma espécie que não é reconhecida pela maioria dos identificadores, sendo provavelmente um híbrido, Hylocharis pyropygia.

Espécies[4][5]

Espécies hipotéticas e duvidosas[25]

Referências

  1. a b Reichenbach, H. G. Ludwig (1854). «Aufzählung der Colibris Oder Trochilideen in ihrer wahren natürlichen Verwandtschaft, nebst Schlüssel ihrer Synonymik». Journal für Ornithologie. 1 (Suplemento): 1—24. Consultado em 16 de janeiro de 2023 
  2. Mulsant, E.; Verreaux, J.; Verreaux, E. (1854). «Essai d'une classification méthodique des trochilidés comprenant le catalogue de toutes les espèces connues de des oiseaux». Mémoires de la Société impériale des sciences naturelles de Cherbourg (em francês). 12: 185. Consultado em 16 de janeiro de 2023 
  3. a b Özdikmen, H. (2009). «Neodamophila nom. nov., a replacement name for the bird genus Damophila Reichenbach, 1854 (Aves: Apodiformes: Trochilidae)» (PDF). Munis Entomology & Zoology. 3 (1): 172. Consultado em 16 de janeiro de 2023 
  4. a b c d Gill, Frank; Donsker, David; Rasmussen, Pamela, eds. (11 de agosto de 2022). «Hummingbirds». International Ornithologists' Union. IOC World Bird List Version 12.2. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  5. a b Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. pp. 111—116. ISSN 1830-7809. Consultado em 31 de dezembro de 2022 
  6. BirdLife International (1 de outubro de 2016). «Blue-chinned Emerald (Chlorestes notata. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22687296A93146776 (em inglês). doi:10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22687296A93146776.enAcessível livremente. Consultado em 14 de janeiro de 2023 
  7. BirdLife International (13 de outubro de 2020). «Violet-bellied Hummingbird (Chlorestes julie. The IUCN Red List of Threatened Species 2021: e.T22687411A167142591 (em inglês). doi:10.2305/IUCN.UK.2021-3.RLTS.T22687411A167142591.enAcessível livremente. Consultado em 14 de janeiro de 2023 
  8. BirdLife International (1 de outubro de 2016). «White-chinned Sapphire (Chlorestes cyanus. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22687439A93152418 (em inglês). doi:10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22687439A93152418.enAcessível livremente. Consultado em 14 de janeiro de 2023 
  9. BirdLife International (18 de agosto de 2022). «Blue-throated Goldentail (Chlorestes eliciae. The IUCN Red List of Threatened Species 2022: e.T22687432A152414989. doi:10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22687432A93151946.enAcessível livremente. Consultado em 14 de janeiro de 2023 
  10. BirdLife International (5 de julho de 2022). «White-bellied Emerald (Chlorestes candida. The IUCN Red List of Threatened Species 2022: e.T22687513A167095191 (em inglês). doi:10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22687513A93156040.enAcessível livremente. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  11. a b Weller, André Alexander; Kirwan, Guy M. (2021). «White-chinned Sapphire (Chlorestes cyanus), version 1.1». Birds of the World (em inglês). doi:10.2173/bow.whcsap1.01.1. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  12. a b Bündgen, Ralf; Kirwan, Guy M. (2020). «Blue-chinned Sapphire (Chlorestes notata), version 1.0». Birds of the World (em inglês). doi:10.2173/bow.bucsap1.01. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  13. Arizmendi, Marîa del Coro; Rodríguez-Flores, Claudia I.; Soberanes-González, Carlos A.; Schulenberg, Thomas S. (2021). «White-bellied Emerald (Chlorestes candida), version 1.1». Birds of the World (em inglês). doi:10.2173/bow.whbeme1.01.1. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  14. Arizmendi, Marîa del Coro; Rodríguez-Flores, Claudia I.; Soberanes-González, Carlos A.; Schulenberg, Thomas S. (2021). «Blue-throated Goldentail (Chlorestes eliciae), version 1.1». Birds of the World (em inglês). doi:10.2173/bow.bltgol1.01.1. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  15. Weller, André Alexander; Kirwan, Guy M. (2021). «White-chinned Sapphire (Chlorestes cyanus), version 1.1». Birds of the World (em inglês). doi:10.2173/bow.whcsap1.01.1. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  16. Ridgway, Robert (1881). Nomenclature of North American birds chiefly contained in the United States National Museum. Washington: Govt. Print. Off. doi:10.5962/bhl.title.57047 
  17. Schulenberg, Thomas S. (2020). «Violet-bellied Hummingbird (Juliamyia julie), version 1.0». Birds of the World (em inglês). doi:10.2173/bow.vibhum1.01. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  18. a b Winkler, David W.; Billerman, Shawn M.; Lovette, Irby J. (2020). «Hummingbirds (Trochilidae), version 1.0». Birds of the World (em inglês). doi:10.2173/bow.trochi1.01. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  19. a b Ridgley, Robert S.; Greenfield, Paul J. (2003). «The Birds of Ecuador». The Auk. 120 (2): 562–568. ISSN 0004-8038. JSTOR 4090213. doi:10.2307/4090213. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  20. Reich, G.C. (1793). «Kurze berscheibung verschiedener neuen, oden noch wenig bekannten Thiere, welche Herr Le Bond der naturforschenden Gesellschaft zu Paris aus Cayenne als Geschenk überschikt hat». Erlangen: Wolfgang Walther. Magazin des Tierreichs (em alemão). 1: 128–134. Consultado em 16 de janeiro de 2023 
  21. Jobling, James A. (1991). A Dictionary of Scientific Bird Names. Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-854634-3. OCLC 45733860 
  22. Beekes, Robert S. P. (2010). van Beek, Lucien, ed. «Etymological Dictionary of Greek». Brill Academic Pub. Leiden Indo-European Etymological Dictionary Series (em inglês). 10. ISBN 9789004174207. Consultado em 23 de dezembro de 2022 
  23. Stiles, F. Gary; van Remsen, J. Jr.; McGuire, Jimmy A. (24 de novembro de 2017). «The generic classification of the Trochilini (Aves: Trochilidae): Reconciling taxonomy with phylogeny». Zootaxa. 4353 (3): 401–424. ISSN 1175-5334. doi:10.11646/zootaxa.4353.3.1Acessível livremente. Consultado em 16 de janeiro de 2023 
  24. McGuire, Jimmy A.; Witt, Christopher C.; Remsen, J.V.; Corl, Ammon; Rabosky, Daniel L.; Altshuler, Douglas L.; Dudley, Robert (abril de 2014). «Molecular Phylogenetics and the Diversification of Hummingbirds». Current Biology (em inglês). 24 (8): 910–916. doi:10.1016/j.cub.2014.03.016Acessível livremente. Consultado em 16 de janeiro de 2023 
  25. Elliot, Daniel Giraud (1874). «Description on an apparently new Species of Bird belonging to the family Trochilidae, of the genus Eucephala». Londres: Taylor and Francis. The Ibis, a Quarterly Journal of Ornithology (em inglês). 4 (13–16): 87. ISSN 0019-1019. Consultado em 16 de janeiro de 2023 

Ligações externas

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Commons Imagens e media no Commons
Commons Categoria no Commons
Wikispecies Diretório no Wikispecies