Veja
A neutralidade deste artigo foi questionada. (Junho de 2012) |
Veja | |
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Capa da edição 2259 de 7 de março de 2012 | |
Slogan | Veja, indispensável para o país que queremos ser. |
Categoria | política, economia, cultura, ciência e tecnologia |
Frequência | semanal |
Formato | 20,2 x 26,6 cm[1] |
Circulação | Total: 1.088.134[2] |
Editora | Editora Abril |
Fundação | 11 de setembro de 1968 |
Primeira edição | 11 de setembro de 1968 (55 anos) |
País | Brasil |
Idioma | português |
veja.com.br |
Veja é uma revista de distribuição semanal brasileira publicada pela Editora Abril as quartas-feiras. Criada em 1968 pelos jornalistas Victor Civita e Mino Carta, a revista trata de temas variados de abrangência nacional e global. Entre os temas tratados com frequência estão questões políticas, econômicas, e culturais. Apesar de não ser o foco da revista, assuntos como tecnologia, ciência, ecologia e religião são abordados em alguns exemplares. São publicadas, eventualmente, edições que tratam de assuntos regionais como a Veja São Paulo, Veja Rio e Veja BH. Com uma tiragem superior a um milhão de cópias, sendo a maioria de assinaturas, a revista Veja é a de maior circulação nacional.[2]
História
Em 11 de setembro de 1968, foi lançada a primeira edição da revista. Tendo como manchete de capa "O Grande Duelo no Mundo Comunista", trazia entre outros os seguintes artigos: "Rebelião na Galáxia Vermelha", "A Romênia Quer Resistir", "Checos Têm Esperancas". Em sua página 20, no editorial, trazia publicado: "VEJA quer ser a grande revista semanal de informação de todos os brasileiros".[3]
Em dezembro de 1975, a revista publicou reportagem afirmando que cientistas haviam conseguido obter slides inéditos de Nessie, o monstro do lago Ness, suficientemente claras para identificar a suposta criatura como um plesiossauro, extinto há 70 milhões de anos. Veja dedicou seis reportagens ao monstro, citando supostas evidências científicas de sua existência em cinco delas. Na última reportagem, admitiu que o monstro era uma fraude.[4]
Em abril de 1983, a revista publicou, em sua seção de ciência, uma reportagem afirmando que pesquisadores alemães, da cidade de Hamburgo, haviam criado um processo inédito que permitia a fusão de células animais e vegetais, culminando com um produto híbrido de carne bovina e tomate, capaz de crescer em árvores e apelidado de "boimate". A reportagem se baseou em informações de teor humorístico do periódico britânico New Science, sem perceber que se tratava de uma brincadeira de 1º de abril.Erro de citação: Parâmetro inválido na etiqueta <ref>
O jornal O Estado de S. Paulo desmentiu as afirmações da publicação em 26 de junho daquele ano[5]. A revista publicaria uma nota no mês seguinte[6], desmentindo a matéria original, corrigindo o equívoco e pedindo desculpas aos leitores.
Em 25 de abril de 1992, a revista publicou uma entrevista exclusiva com Pedro Collor de Mello (irmão do então presidente Fernando Collor de Mello), em que o entrevistado denunciava irregularidades de desvio de dinheiro público em uma suposta parceria com Paulo César Farias. Essa entrevista desencadeou uma série de novas denúncias e investigações culminando com o impeachment e a renúncia do presidente da República.[carece de fontes]
Em 14 de maio de 2005, reportagem da revista teve papel relevante na eclosão de outra crise política de grandes proporções, quando divulgou a transcrição de um vídeo em que se flagrava, com uma câmera escondida, o então funcionário dos Correios Maurício Marinho explicando a dois empresários como funcionaria um esquema de pagamentos de propina para fraudar licitações. Tal esquema envolveria o deputado Roberto Jefferson, e sua denúncia serviu de ignitor para que este deputado deflagrasse o chamado escândalo do mensalão.
No segundo semestre de 2005, por ocasião do referendo sobre a proibição da comercialização de armas de fogo e munições, a revista publicou a reportagem Referendo da fumaça, em que apresentava a seus leitores sete "razões" pelas quais deveriam votar "não" à pergunta "o comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?". Veja justificou a sua opção afirmando que a consulta popular pretendia "desarmar a população e fortalecer o contrabando de armas e o arsenal dos bandidos".[7] A jornalista Barbara Gancia, colunista da Folha de S. Paulo, criticou abertamente a posição da revista, afirmando que o argumento da reportagem de que o desarmamento é um dos pilares do totalitarismo "não só tenta vincular de forma sub-reptícia a campanha pelo desarmamento à agenda do PT [...] como ecoa a ladainha alarmista da direita truculenta." Gancia também acusou a revista, na mesma ocasião, de possuir interesses não declarados na defesa pelo "não", questionando "por que a revista não nos contou que a empresa à qual pertence paga aluguel de cerca R$ 1 milhão à família Birmann, da construtora homônima, que vem a ser proprietária do prédio que serve de sede da Editora Abril e também, veja só, da CBC, a Companhia Brasileira de Cartuchos?".[8]
Em maio de 2006, o grupo Abril, mantenedor da revista, anunciou a sociedade com o Naspers, grupo de comunicações sul-africano já vinculado no passado ao Partido Nacional, agremiação política ultra-conservadora sul-africana, de ideologia nacionalista africânder que instaurou o regime do apartheid.[9] O grupo africano passou a deter 30% do capital da Abril, incluindo a compra dos 13,8% que pertenciam aos fundos de investimento administrados pela Capital International, desde julho de 2004.[10]
Em 2009, a revista Veja liberou o acesso a informação de todas as suas edições, agora digitalizadas, em um projeto realizado com a parceria do Bradesco.[11] Em setembro de 2010 a revista publicou uma reportagem que denunciava a ministra-chefe da casa Civil, Erenice Guerra, por agir em conjunto com sua família num esquema torpe de tráfico de influência, sendo que Erenice era o braço direito de Dilma Rousseff quando esta era ministra da Casa Civil.
Em abril de 2012, a revista Carta Capital publicou matéria, baseada em informações da Polícia Federal, afirmando que Policarpo Júnior, diretor da sucursal de Veja em Brasília, manteve mais de 200 ligações telefônicas com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, então preso sob a acusação de envolvimento com o crime organizado. Em um dos grampos captados pela Polícia Federal, Carlinhos Cachoeira, em conversa com o araponga Jairo Martins, responsável por filmar um pagamento de propina que culminou no escândalo do mensalão, afirma ter repassado à revista Veja todos "os grandes furos do Policarpo". Segundo Carta Capital, "a relação, se exposta em toda sua extensão, poderá trazer à tona não somente os métodos pouco jornalísticos usados pela semanal da Abril para fazer reportagens a partir de um esquema clandestino de arapongagem, mas a participação da revista na construção do escândalo do mensalão."[12] Conforme o portal Rede Brasil Atual, o deputado federal pernambucano Fernando Ferro, do Partido dos Trabalhadores, acusou Veja de tentar abafar a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a conexão entre Carlinhos Cachoeira, políticos, empresários e jornalistas. Ferro também acusou Veja de associação com o crime organizado e afirmou que deseja convocar Roberto Civita, presidente do Grupo Abril, para prestar esclarecimentos sobre as conexões entre a revista e Carlinhos Cachoeira.[13]
Reinaldo Azevedo, jornalista da Veja, defendeu em seu blog a revista afirmando que a relação de Policarpo com Cachoeira é de fonte-jornalista, e que os grampos da PF haviam captados apenas duas ligações entre ambos e não duzentas.[14]. Reportagem da Carta Maior, entretanto, afirma que o delegado federal Matheus Mela Rodrigues disse ter interceptado, somente na sua operação, 42 ligações entre Policarpo Júnior e Cachoeira.[15] Eliane Cantanhêde em 10 de maio de 2012 questionou uma suposta "aliança entre Fernando Collor e o PT para transformar a CPI do Cachoeira em CPI da imprensa". A colunista de política do jornal Folha de São Paulo defendeu os jornalistas afirmando que a imprensa fez o seu papel e que as demissões de ministros provam a culpa. [16][17].
Em seu blog pessoal, Reinaldo Azevedo ecoou artigos do jornalista Fábio Pannunzio[18] e do sociólogo Demétrio Magnoli[19] onde são feitas revelações potencialmente embaraçosas, até então desconhecidas de boa parte do público, quando Mino Carta, dono da revista Carta Capital, trabalhou na revista Veja à época da ditadura nos anos 70. Com base em arquivo digital público da própria Veja, Pannunzio e Azevedo expuseram o apoio de Mino Carta ao regime militar nos anos em que foi empregado de Roberto Civita, atual Presidente do Conselho de Administração e Diretor Editorial do Grupo Abril.[20]
Os dois jornalistas relembram primeiramente palavras de Paulo Henrique Amorim, amigo pessoal de Mino Carta desde a época do regime militar, em que afirma que a redação da revista era feita sem a influência de Civita, dando a entender que tudo o que foi publicado à época era a visão pessoal e particular de Mino Carta.[21] A partir daí, Azevedo e Pannunzio recuperaram diversos editoriais escritos por Carta apoiando explicitamente a ditadura militar, através de elogios rasgados e subservientes aos seus integrantes e do suporte à repressão contra o que chamava de "terroristas" e "subversivos" da luta armada. Em seus textos, Mino Carta chamava os militares de "único antídoto de seguro efeito contra a subversão e a corrupção", estas por sua vez definidas como realidades "nascidas e criadas à sombra dos erros voluntários e involuntários de líderes civis". São apresentados vários artigos em que Mino ironiza os presos políticos, faz elogios à Junta Militar e prega a adoção da pena de morte, do banimento ou da prisão perpétua para os terroristas.
Em reposta indireta a Reinaldo Azevedo, Fábio Pannunzio e Demétrio Magnoli, Mino Carta se mostra indignado, a ponto de fazer alusões a palhaços de circo em referência aos primeiros, acusando-os de "caluniadores" e "detratores da moral alheia", e relembra a necessidade de apoio ao regime militar com críticas veladas sublimares à época. Em momento algum ele nega o que escreveu, mas acusa a descontextualização de suas frases e textos frente à realidade e às necessidades da época em questão. Um tipo de "Ame-o ou deixe-o" como reproduzido pelo próprio em referência elogiosa ao infame slogan do governo militar sobre o Brasil. Segundo Reinaldo Azevedo: "É evidente que a imprensa estava sob severa censura em 1970, mas [...] se era proibido criticar, não era obrigatório elogiar."
Em maio de 2012, Veja acusou o ex-presidente Lula de ter proposto um acordo ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes visando obter o adiamento do julgamento do mensalão para 2013, em troca da blindagem do ministro na CPI que investiga a organização criminosa de Carlinhos Cachoeira. A proposta teria ocorrido no escritório do ex-ministro Nelson Jobim, na presença deste. Lula também teria dito, segundo Veja, que pretendia acionar o presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência, Sepúlveda Pertence, ligado à ministra do STF Cármen Lúcia, para que ala apoiasse a estratégia de adiar o julgamento para 2013.[22] Questionado pelo jornal O Estado de S. Paulo a respeito do episódio, Jobim desmentiu as declarações de Mendes, negando que o ministro e o ex-presidente tenham ficado sozinhos em algum momento e que tenham conversado sobre o mensalão. Sepúlveda Pertence também negou ter sido procurado por Lula para interceder junto a Cármen Lúcia.[23] Posteriormente, Gilmar Mendes declarou que "não houve nenhum pedido específico do presidente em relação ao mensalão", afirmando ter entendido o suposto apelo de Lula como manifestação de um desejo. Lula afirmou que o teor da conversa apontado por Veja é inverídico e afirmou estar indignado com as acusações.[24] A revista CartaCapital classificou as acusações de Veja como "mais um exemplar de contra-golpe ensaiado para sair do foco das investigações da CPI, desmentido no mesmo dia por um dos personagens citados na apuração."[25]
Críticas e controvérsias
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A revista se posiciona muitas vezes alinhada com alguns setores conservadores da direita política brasileira, o que a faz alvo de críticas por jornalistas como Luis Nassif em seção especial de seu blog[26] e o próprio Mino Carta, em diversas edições de sua revista, CartaCapital , com tiragem menor do que a Veja, de 75 mil exemplares [27] [28] [29] [30] [31] [32]. Ambos travam disputas judiciais com a revista e seus colunistas (em especial, Diogo Mainardi) em relação às acusações feitas por ambas as partes.
Em agosto de 2010, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concedeu ao Partido dos Trabalhadores (PT) direito de resposta a ser veiculado pela Veja. A decisão do TSE se deve à publicação da reportagem "Indio acertou no Alvo", sobre as declarações do deputado Índio da Costa acerca das supostas ligações entre o PT e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC} e o narcotráfico.[33] Sobre a concessão do direito de resposta, o ministro Hamilton Carvalhido afirmou que "há uma linha tênue que separa o legítimo direito de exercer a liberdade de imprensa e seus abusos".[34]
A medida foi criticada por juristas como Miguel Reale Júnior, Ives Gandra Martins, Paulo Brossard, Oscar Vilhena Vieira e Carlos Velloso. Para Reale Júnior, "dizer a verdade não constitui crime se a intenção não é ofender mas narrar um fato - mesmo que esse fato venha em desfavor do prestígio social de uma entidade, como um partido político", enquanto para Ives Gandra a revista teria expressado sua opinião, "um direito seu", e teria feito "a análise de um fato, o que é legítimo dentro dos princípios da liberdade de imprensa." Para Brossard "os fatos publicados são de notoriedade incontroversa", "fatos públicos e graves" que teriam sido "noticiado fartamente"; já Vilhena Vieira afirmou que o caso "confirma uma tendência de restrição ao direito à informação e à liberdade de expressão no Brasil", e que Veja "tinha o direito de publicar a reportagem".[35]
Para os três ministros que se opuseram ao direito de resposta, a matéria seria "essencialmente jornalística" e sua concessão do direito de resposta estaria em conflito com a liberdade de impresa e de expressão.[35]
Já para a maioria dos ministros do TSE, a revista não se limitou a reportar os fatos, mas reforçou o argumento do deputado, julgado como ofensivo ao partido pelo próprio tribunal. Para Arnaldo Versiani, a reportagem, mais do que apenas reportar os fatos, enunciava juízos de valor.[36] Ricardo Lewandowski, presidente do tribunal, afirmou que na reportagem "a revista entremeia fatos com insinuações.".[34]
Na madrugada do dia 25 de setembro de 2010, a Polícia Federal teve de ser acionada para garantir a distribuição de oito mil exemplares da revista (com a capa A Liberdade sob Ataque, datada de 29 de setembro de 2010) no estado do Tocantins.[37][38][39][40]
A revista também já foi alvo de tentativas de processos judiciais por partidos PCdoB[41][42][43] e PT[44][45][46] e também por diversos políticos; entre eles, Erenice Guerra,[47][48] Luciana Genro,[49][50] José Genoino,[51][52] Roberto Marques,[53][54][55] Orestes Quércia,[56][57][58] Yeda Crusius,[59] Luiz Marinho,[60][61][62] Vicentinho,[63][64][65][66] Renan Calheiros[67][68] e Luiz Gushiken.[69]
CPMI do Cachoeira
Em 2012, a revista foi acusada pela Rede Record, em uma reportagem de quinze minutos de duração, de agir a mando do contraventor Carlinhos Cachoeira.[70][71] Após a instalação da CPMI do Cachoeira, o PT divulgou um documento em que cobra a fixação de um marco regulatório para os meios de comunicação. De acordo com a Folha de São Paulo, o texto divulgado pelo partido diz que após o escândalo envolvendo Cachoeira e Demóstenes, ficou claro a associação de um setor da mídia com organizações criminosas.[72]
A transcrição de um áudio da Operação Monte Carlo, que prendeu o bicheiro Carlinhos Cachoeira em fevereiro, também revela que um araponga de Cachoeira invadiu o quarto de hotel do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu para recolher material e abastecer a revista Veja.[73][74] Após esta divulgação, Fernando Ferro disse no dia 17 de abril, na tribuna da Câmara em Brasília: “Na semana passada, tinha afirmado aqui que a revista Veja se associava ao crime organizado para fazer jornalismo. Eu me enganei, acho que a revista Veja já é o próprio crime organizado fazendo jornalismo”.[75][76][77][78]
Em seguida, houve troca de acusações entre políticos e jornalistas.[79] Enquanto governistas argumentaram que Roberto Civita (presidente do Conselho de Administração do Grupo Abril) cometeu crimes à privacidade iguais aos cometidos por Rupert Murdoch (que controlava os jornais The Sun e News of the World), em 8 de maio de 2012, o colunista Ricardo Noblat publicou no jornal O Globo o editorial Roberto Civita não é Rupert Murdoch,[80] defendendo que Civita é inocente e acusando partidos de esquerda de estarem perseguindo a revista em função das ligações entre Cachoeira e o diretor da publicação em Brasília, Policarpo Junior.[81] Diversos jornais passaram a publicar editoriais sobre a polêmica,[82][83][84][85][86] entre eles a própria revista Veja.[87] Vários integrantes do Partido dos Trabalhadores também pediram que a CPMI do Cachoeira convocasse jornalistas.[88][89][90][91][92][93]
Na mesma semana, a revista CartaCapital publicou em sua capa a foto de Civita ao lado da frase O nosso Murdoch, com uma matéria inteira tratando da atuação da revista Veja na CPMI do Cachoeira, também gerando polêmica em toda a mídia.[94][95] O colunista Mauricio Dias escreveu: "(...)Essa prática se mantém, mas sustentada muitas vezes em parceria criminosa e não em investigação jornalística. Certas reportagens de Veja nos põem diante de um caso assim. A informação chega à redação de mãos beijadas. No caso, as mãos de Carlinhos Cachoeira."[95] Em outra coluna, ele também escreveu: "A revista Veja foi ao inferno e voltou queimada",[96] frase repetida por outros colunistas também em seus blogs.[97][98]
Na edição da revista de 16 de maio, publicada em 12 de maio (apesar de a revista sempre ser publicada aos sábados, tradicionalmente vem com a data da quarta-feira), a revista trouxe uma matéria de capa denominada A imprensa acende a luz,[99][100] se defendendo do episódio, relatando que tudo era uma afronta à democracia[101] e arquitetado de forma a esconder o escândalo do mensalão.[102] Também denunciou o uso de robôs em contas de Twitter para burlar o sistema do site para atacar a revista.[103][104][105][106][107] Em uma reportagem exclusiva, a revista relatou que algumas contas ativas durante a semana (tais como @lucy_in_sky_, @JohnnyBlue733, @QuedaDaBastilha, @CassiaAlbuquerq e @marceloabreu1) eram utilizadas com o único propósito de atacar a revista através das hashtags (entre elas, #vejabandida, #civitanacpi, #vejagolpista, #vejacommedo, #vejapodrenoar, #vejanacpi, #vejavaiparacpi e #vejatemmedo[104][105][106]), e com o único objetivo de elevar as estas hashtags à categoria de trend topics do Twitter.[107][108][104][105][106]
A edição de 16 de maio da revista Carta Capital publicou matéria afirmando que o delegado federal Matheus Mela Rodrigues, coordenador da Operação Monte Carlo, disse acreditar que Policarpo Júnior tinha conhecimento das relações entre Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira, contrariando a versão de que o jornalista e a revista Veja teriam sido enganados pelo senador. Segundo Carta Capital, "Veja não só não denunciou um parlamentar envolvido até o último fio de cabelo com um contraventor como o promoveu a ídolo da fatia conservadora do eleitorado brasileiro. Ao promover Torres, a revista manteve um meliante no Parlamento". A reportagem afirma ainda que as gravações feitas nos corredores do Hotel Naoum, em Brasília, divulgadas por Veja na matéria O poderoso chefão (sobre encontros entre o ex-chefe da casa civil José Dirceu com integrantes do governo), podem ter sido obtidas ilegalmente. As imagens, segundo Carta Capital, não eram do circuito interno de vigilância, o que configuraria invasão de privacidade. A revista apontou ainda que Policarpo Júnior obteve as imagens junto ao diretor da construtora Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, que serviu de intermediário de Carlinhos Cachoeira no episódio. O delegado Rodrigues afirmou ainda acreditar ter existido "alguma troca" na relação entre Policarpo Júnior e o grupo de Carlinhos Cachoeira.[109]
O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Schröder, afirmou que o episódio "é um momento muito vergonhoso para o jornalismo, de confusão entre o público e o privado, entre jornalismo e partido político". Schröder criticou a prática jornalística de Veja, afirmando que a revista busca "prejudicar um lado da notícia para beneficiar outro". Schröder disse não ver problemas no relacionamento entre jornalistas e fontes envolvidas com o crime organizado, mas sim na "falta de independência do jornalista em relação a essas fontes". Também condenou o que classificou de corporativismo dos veículos de imprensa em torno do tema, motivados, afirma, por "solidariedade empresarial" e "jornalismo capenga".[12]
Colunistas
Slogans
- VEJA, indispensável para o país que queremos ser. (2009)
- Quem lê Veja entende os dois lados. (2004)
- Indispensável. (1998)
- Os olhos do Brasil.
- A revista mais lida e comentada do Brasil.
Ver também
Referências
- ↑ «Tipos de Encartes». Site Oficial da Revista. Consultado em 9 de junho de 2010
- ↑ a b Tabela Geral de Circulação.
- ↑ «O Grande Duelo no Mundo Comunista». Veja (1). 11 de setembro de 1968. Consultado em 25 de junho de 2011
- ↑ «A capa caiu». Veja. Consultado em 7 de julho de 2010
- ↑ «A nova fronteira científica do boimate». JusBrasil. Consultado em 7 de julho de 2010
- ↑ «Correção». Editora Abril. Veja (774). 12 páginas. 6 de julho de 1983
- ↑ Referendo da fumaça, Veja, 5 de outubro de 2005.
- ↑ [https://acesso.uol.com.br/login.html?dest=CONTENT&url=http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1410200504.htm&COD_PRODUTO=7 Deu a louca na revista "Veja"?, Folha de S. Paulo, 14 de outubro de 2005.
- ↑ Naspers journalistas apologise for Apartheid
- ↑ Revista Veja, 5 de setembro de 2006, "O Grupo Abril, que edita VEJA, tem desde a sexta-feira passada um novo sócio, o grupo sul-africano Naspers, em Observatório da Imprensa, 10 de setembro de 2006
- ↑ Acervo Digital da Revista VEJA
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- ↑ Nunca ninguém elogiou a ditadura com tanto entusiasmo, denodo e servilismo como Mino Carta. E posso provar o que digo, é claro!
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- ↑ Enfim, quem é radical?
- ↑ Não é preciso combater à sombra.
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- ↑ Domingo Espetacular mostra a influência de Carlinhos Cachoeira sobre a revista Veja
- ↑ Reportagem da Record sobre a revista Veja, com vídeo, na íntegra
- ↑ Cachoeira e Veja: Após caso Demóstenes, PT pede urgência em controle da mídia
- ↑ Cachoeira espionou José Dirceu para abastecer a revista Veja
- ↑ Áudio da PF revela que Cachoeira espionou José Dirceu para abastecer Veja
- ↑ Revista "Veja" é o crime organizado fazendo jornalismo, diz deputado Fernando Ferro
- ↑ Deputado Fernando Ferro fala sobre relação da Veja com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, com vídeo
- ↑ Fernando Ferro: Veja financiou atividades ilegais de Cachoeira
- ↑ Record: Fernando Ferro fala sobre a participação da Veja na CPI
- ↑ [http://noticias.r7.com/brasil/noticias/delegado-da-pf-confirma-ligacoes-entre-jornalistas-e-carlinhos-cachoeira-20120510.html Delegado da PF confirma ligação entre jornalistas e Carlinhos Cachoeira]
- ↑ Editorial de 'O Globo' em defesa da imprensa livre entra para a história das lutas democráticas no Brasil
- ↑ Globo e Veja se unem contra a convocação de jornalistas em CPI do Cachoeira
- ↑ Revista Veja ataca Record e bispo Edir Macedo
- ↑ Veja comete erro histórico e corre o risco de perde sua credibilidade
- ↑ Problema do Brasil não é a Veja
- ↑ Rodrigo Vianna: Veja pede ajuda pro irmão mais velho
- ↑ TV Record adere à Pestapo
- ↑ A tentativa de intimidar o jornalismo. Leia editorial do jornal “O Globo”
- ↑ Globo e Veja se unem contra a convocação de jornalistas em CPI do Cachoeira
- ↑ Folha.com revela lista de envolvidos nos grampos de Cachoeira; seis jornalistas citados
- ↑ Setores do PT querem que CPI do Cachoeira convoque jornalistas
- ↑ Globo e Veja se unem contra a convocação de jornalistas em CPI do Cachoeira
- ↑ Joaquim Barbosa diz que CPI do Cachoeira não pode convocar procurador-geral
- ↑ Planalto tenta conter impulso do PT para investigar imprensa
- ↑ Edição de 14 de maio da CartaCapital
- ↑ a b Veja, um caso sério
- ↑ Pacto com o diabo
- ↑ A revista Veja foi ao inferno e voltou queimada, Saraiva
- ↑ A revista Veja foi ao inferno e voltou queimada
- ↑ A imprensa acende a luz
- ↑ Revista Veja - Edição 2269 - 16 de maio de 2012
- ↑ 'Tentativa de negar a existência do mensalão é uma afronta à democracia'
- ↑ Depoimentos à CPI do Cachoeira desmontam ofensiva de mensaleiros contra a imprensa
- ↑ UJS pressiona pela convocação de Civita para CPI
- ↑ a b c Tuitaço esmaga insetos da Veja
- ↑ a b c #VEJAPODRENOAR: Internautas protestam contra Revista Veja
- ↑ a b c #CivitanaCPI é assunto mais comentado no Twitter
- ↑ a b Falcão e os insetos: guerrilha digital envenena o Twitter, reportagem na íntegra
- ↑ Fraude no Twitter, Tuitaços são alimentados artificialmente por táticas que violam regras da rede social
- ↑ MENEZES, Cynara. Falam os delegados. Carta Capital. São Paulo: Confiança. Ano XVII, nº. 697, 16 de maio de 2012.