Brasil na Copa do Mundo FIFA de 1982: diferenças entre revisões
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Revisão das 23h17min de 8 de abril de 2020
Brasil 5° lugar | |
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Associação | CBF |
Confederação | Conmebol |
Participação | 21º (todas as copas) |
Melhor resultado | Campeão: 1958, 1962, 1970,
1994, 2002 |
Treinador | Telê Santana |
A edição de 1982 da Copa do Mundo marcou a décima segunda participação da Seleção Brasileira de Futebol nessa competição. É o único país a participar de todas as edições do torneio da FIFA, fato que persistirá até pelo menos a edição da Copa de 2018.
Nesta edição, a equipe dirigida por Telê Santana era tida como a grande favorita à conquista do título, mas a equipe canarinha acabou eliminada pela Itália, que depois de uma campanha pífia na primeira fase (empates contra Polônia, Peru e Camarões, tendo se classificado graças ao número de gols marcados), deslanchou a partir da etapa seguinte, até vencer a Alemanha na final. A canarinha de 82 é considerada por muitos torcedores a melhor daquela Copa.
Eliminatórias
A Seleção comandada por Telê deu muita sorte no sorteio das eliminatórias. Com um elenco repleto de grandes jogadores como Éder, Falcão, Júnior, Paulo Isidoro, Reinaldo, Sócrates e Zico, os brasileiros tinham pela frente as fracas Venezuela e Bolívia.
No entanto, a Seleção Brasileira teve certa dificuldade para vencer os venezuelanos, em Caracas, e os bolivianos em La Paz. No Brasil, foram duas vitórias tranqüilas. No primeiro compromisso, o time canarinho bateu a Bolívia. No último encontro, já classificada para o Mundial, a Seleção goleou a Venezuela. Com quatro vitórias em quatro jogos, o Brasil confirmou sua participação pela 12ª vez seguida em uma Copa do Mundo.
Classificado para o Mundial da Espanha, a Seleção Brasileira fez uma excursão vitoriosa pela Europa e venceu em Wembley, pela primeira vez em sua história, a Inglaterra (1 a 0, gol de Zico). Depois passou pela França em Paris (3 a 1) [1] e pela Alemanha Ocidental em Stuttgart (2 a 1).
Partidas
- Grupo 1 - Ida
8 de fevereiro de 1981 |
Venezuela | 0 - 1 | Brasil | Estádio Olímpico, Caracas Árbitro: Barreto Ruiz URU |
Echenaussi | (Sumário) | Zico 82' (pen.) Paulo Isidoro Zé Sérgio |
22 de fevereiro de 1981 |
Bolívia | 1 - 2 | Brasil | Estadio Hernando Siles, La Paz Árbitro: Enrique Labo Revoredo PER |
Carlos Aragonés 36' | (Sumário) | Socrates 6' Reinaldo 61' |
- Grupo 1 - Volta
22 de março de 1981 |
Brasil | 3 - 1 | Bolívia | Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro Árbitro: Castro Makuc CHI |
Zico 24', 53' e 85' | (Sumário) | Carlos Aragonés 68' |
29 de março de 1981 |
Brasil | 5 - 0 | Venezuela | Estádio Serra Dourada, Goiânia Árbitro: J. Romero ARG |
Tita 36', 59' e 75' Socrates 56' Junior 84' |
(Sumário) |
Classificação | Seleção | Pts | J | V | E | D | GP | GC | SG |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | Brasil | 8 | 4 | 4 | 0 | 0 | 11 | 2 | 9 |
2 | Bolívia | 2 | 4 | 1 | 0 | 3 | 5 | 6 | -1 |
3 | Venezuela | 2 | 4 | 1 | 0 | 3 | 1 | 9 | -8 |
Brasil classificado.
Convocados
O técnico Telê Santana convocou os seguintes jogadores para o 12º Campeonato Mundial de Futebol:
Número | Nome | Posição | Clube | |
---|---|---|---|---|
1 | Waldir Peres | Goleiro | São Paulo | |
2 | Leandro | Lateral-Direito | Flamengo | |
3 | Oscar | Zagueiro | São Paulo | |
4 | Luizinho | Zagueiro | Atlético Mineiro | |
5 | Toninho Cerezzo | Volante | Atlético Mineiro | |
6 | Junior | Lateral-Esquerdo | Flamengo | |
7 | Paulo Isidoro | meia | Grêmio | |
8 | Socrates | Meia | Corinthians | |
9 | Serginho Chulapa | Atacante | São Paulo | |
10 | Zico | Meia | Flamengo | |
11 | Éder | Atacante | Atlético Mineiro | |
12 | Paulo Sérgio | Goleiro | Botafogo | |
13 | Edevaldo | Lateral-Direito | Internacional | |
14 | Juninho | Zagueiro | Ponte Preta | |
15 | Falcão | Volante | Roma | |
16 | Edinho | Zagueiro | Fluminense | |
17 | Pedrinho | Lateral-Esquerdo | Vasco da Gama | |
18 | Batista | Meia | Grêmio | |
19 | Renato | Meia | São Paulo | |
20 | Roberto Dinamite | Centro Avante | Vasco da Gama | |
21 | Dirceu | Atacante | Atlético de Madrid | |
22 | Carlos | Goleiro | Ponte Preta |
Escalação
Primeira Fase
Brasil x União Soviética
Waldir Peres, Leandro, Oscar, Luizinho e Junior; Falcão, Sócrates e Zico; Dirceu (Paulo Isidoro), Serginho e Éder.
Brasil x Escócia
Waldir Peres, Leandro, Oscar, Luizinho e Junior; Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico; Serginho (Paulo Isidoro) e Éder.
Brasil x Nova Zelândia
Waldir Peres, Leandro, Oscar (Edinho), Luizinho e Junior; Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico; Serginho (Paulo Isidoro) e Éder
Quartas de Final
Argentina x Brasil
Waldir Peres, Leandro (Edevaldo), Oscar, Luizinho e Junior; Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico (Batista); Serginho e Éder.
Itália x Brasil
Waldir Peres, Leandro, Oscar, Luizinho e Junior; Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico; Serginho (Paulo Isidoro) e Éder.
A Copa
Primeira Fase
A Copa do Mundo de 1982 foi disputada com 24 seleções. Os participantes foram divididos em seis grupos de quatro. Os dois primeiros de cada chave avançavam para a segunda fase. Cabeça-de-chave, a Seleção Brasileira caiu no Grupo F, junto com a União Soviética, Escócia e Nova Zelândia.
A estréia da Seleção Brasileira diante dos soviéticos, em Sevilla, ficou um pouco aquém das expectativas. Com a defesa brasileira falhando em várias oportunidades, a União Soviética abriu o placar com Andrey Bal, aos 33 minutos do primeiro tempo, após falha do goleiro Valdir Peres, que não conseguiu segurar o arremate. O Brasil só conseguia levar perigo à área soviética através de chuverinhos facilmente neutralizados pelo goleiro Dasayev. O árbitro espanhol Lamo Castillo ainda deixou de assinalar dois pênaltis a favor da União Soviética, quando os soviéticos venciam por 1 a 0. Até que na metade final da partida, brilhou o talento individual dos brasileiros. A Seleção pressionou os soviéticos até marcar o gol de empate aos 29 minutos, depois de Sócrates driblar dois adversários e chutar forte de fora da área. A poucos minutos do final da partida, Paulo Isidoro cruzou a bola pela esquerda, que Falcão deixou passar entre as pernas e sobrou para Éder Aleixo. O atacante do Atlético Mineiro dominou a bola e chutou forte, sem deixá-la cair, e marcou o gol da vitória brasileira.
14 de junho de 1982 21:15 |
Brasil | 2 - 1 | União Soviética | Ramón Sánchez Pizjuán, Sevilla Público: 68,000 Árbitro: Augusto Lamo Castillo ESP |
Sócrates 75' Éder 88' |
(Sumário) | Andrey Bal 34' |
No segundo compromisso, foi a vez dos escoceses sofrerem. No primeiro tempo, um susto. David Narey abriu o placar, aos 18 minutos, com um chute de fora da área. Mas a Seleção teve tranqüilidade para empatar o jogo. Após uma linda tabela no ataque, Toninho Cerezo foi derrubado. Zico cobrou a falta com perfeição, no ângulo esquerdo do goleiro Rough, e empatou o jogo, aos 33 da etapa inicial. Na etapa complementar, a Seleção Canarinho chegou ao gol da virada logo aos 3 minutos. Após cobrança de escanteio, Oscar subiu sozinho e cabeceou para o fundo do gol escocês. Aos 18 minutos, em um contra-ataque rápido, Sérginho Chulapa tocou para Éder, que de cobertura, marcou um belo gol. A Seleção fechou o placar aos 42 minutos. Depois de a bola passar pelos pés de Éder e Cerezo, Sócrates ajeitou para Falcão, que de fora da área acertou a meta do goleiro escocês.
18 de junho de 1982 21:15 |
Brasil | 4 - 1 | Escócia | Benito Villamarín, Sevilla Público: 47,379 Árbitro: Luis Paulino Siles CRC |
Zico 33' Oscar 48' Éder 63' Falcão 87' |
(Sumário) | Narey 18' |
O futebol de primeira mostrado na partida contra a Escócia embalaria a Seleção Brasileira no último duelo da fase classificatória. O Brasil arrasou a Nova Zelândia com uma goleada 4 a 0. Aos 28 minutos, Zico abriu o placar com um gol de placa. Leandro cruzou da lateral direita e Zico, com um voleio, pegou de primeira. Ele também faria o segundo gol aos 31. No segundo tempo, a Seleção completou a goleada. Primeiro com Falcão - que deixou sua marca aos 19 - e Éder, aos 25 minutos, em lance de pura magia.
23 de junho de 1982 21:15 |
Brasil | 4 - 0 | Nova Zelândia | Benito Villamarín, Sevilla Público: 43,000 Árbitro: Damir Matovinović IUG |
(Sumário) |
- Classificação
Time | Pts | J | V | E | D | GF | GC | SG |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Brasil | 6 | 3 | 3 | 0 | 0 | 10 | 2 | 8 |
União Soviética | 3 | 3 | 1 | 1 | 1 | 6 | 4 | 2 |
Escócia | 3 | 3 | 1 | 1 | 1 | 8 | 8 | 0 |
Nova Zelândia | 0 | 3 | 0 | 0 | 3 | 2 | 12 | -10 |
Segunda Fase
Nesta etapa, os classificados foram divididos em quatro grupos de três seleções, e o primeiro colocado de cada chave avançava para as semifinais. A Seleção Brasileira caiu no Grupo 3, com a Argentina e Itália. Mas o sonho do tetracampeonato esbarrou no atacante italiano Paolo Rossi, que buscava reabilitação pessoal, depois de quase nem disputar o Mundial, por envolvimento no escândalo da loteria esportiva italiana. No auge da carreira, ele foi condenado a três anos de suspensão ao se envolver em um esquema para forjar o resultado de um jogo de seu time, o Peruggia. A pena seria reduzida para dois anos e, imediatamente convocado, Paolo Rossi pôde disputar o Mundial.
Na primeira partida da segunda fase, a Seleção encarou sua grande rival Argentina, atual campeão mundial. Os hermanos contavam com a então promessa Diego Maradona, que disputava sua primeira Copa. Apesar de ter sido um jogo disputado, o Brasil praticamente não foi ameaçado pela Argentina. O primeiro gol do escrete canarinho viria aos 11 minutos da primeira etapa. Depois de falta de Daniel Passarella sobre Serginho Chulapa, Éder cobrou a falta e mandou um chute forte. Ubaldo Fillol espalmou a bola, que pegou no travessão. No rebote, Zico só empurrou para o fundo do gol argentino. No segundo tempo, a Seleção manteve o domínio sobre os arqui-rivais. Após um toque de bola envolvente, Falcão recebeu passe livre na grande área. O meio-campo da Roma deu um toque sutil para Serginho Chulapa, que de cabeça, ampliou o placar. O show terminou em grande estilo, com mais uma jogada que começou com toque de bola no campo onfensivo. Junior tabelou com Zico e recebeu livre para fulminar a meta argentina, aos 30 minutos. O meia Maradona ainda seria expulso aos 40 minutos do segundo tempo, após cometer uma falta violenta em Batista, e Ramón Díaz descontaria aos 44. Este resultado eliminava a Argentina da competição, já que os atuais campeões mundiais haviam perdido seu primeiro compromisso para os italianos, por 2 a 1. O Brasil jogaria pelo empate contra os europeus para chegar às semi-finais.
2 de julho de 1982 17:15 |
Argentina | 1 - 3 | Brasil | Estadio Sarriá, Barcelona Público: 43,000 Árbitro: Lamberto Rubio Vázquez MEX |
Ramón Díaz 89' Daniel Passarella 33' Diego Maradona 85' |
(Sumário) | Zico 11' Serginho 66' Júnior 75' Valdir Peres 77' Falcão 85' |
Ao Brasil, bastaria um empate com os italianos para conquistar uma vaga nas semifinais da Copa de 1982. O clima de euforia fez com que todos dessem como certa a vitória, ainda mais porque a Itália fizera uma péssima primeira fase e havia conquistado sua primeira vitória em quatro partidas apenas contra os argentinos. Logo aos 5 minutos do primeiro tempo, o camisa 20 italiano recebeu sem marcação passe vindo da esquerda e cabeceou sem chances para Valdir Peres. Sócrates empatou sete minutos depois. Em falha de Toninho Cerezo, Rossi desempatou aos 25. A Seleção Brasileira chegou ao empate no segundo tempo. Cerezo, redimindo-se da falha anterior, puxou a marcação italiana e deixou Falcão livre para marcar, aos 23 minutos. Mas em mais uma bobeada da defesa brasileira, Paolo Rossi fez o terceiro gol italiano, aos 29. Antognoni ainda marcou o quarto gol da Azurra, anulado, e Dino Zoff fez, em suas palavras, a defesa mais importante de sua vida, ao defender uma cabeçada de Oscar em cima da linha. A derrota por 3 a 2 selou a desclassificação brasileira. Esta partida memorável foi apelidada de "desastre do Sarriá" pelas Organizações Globo (jornal e TV), sob o argumento de que aquela seleção brasileira teria "encantado o mundo" com seu futebol e que por isso a derrota para a Itália seria uma "tragédia", um "desastre".[2] Outra interpretação prefere dar crédito à qualidade da seleção italiana, defendendo a idéia de que a Itália simplesmente era melhor.[3]
5 de Julho de 1982 | Brasil | 2–3 | Itália | Estadio Sarriá, Barcelona |
17:15 CEST |
Sócrates 12' Falcão 68' |
Relatório | Paolo Rossi 5', 25', 74' | Público: 44,000 Árbitro: Abraham Klein |
- Classificação
Time | Pts | J | V | E | D | GF | GC | SG |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Itália | 4 | 2 | 2 | 0 | 0 | 5 | 3 | 2 |
Brasil | 2 | 2 | 1 | 0 | 1 | 5 | 4 | 1 |
Argentina | 0 | 2 | 0 | 0 | 2 | 2 | 5 | -3 |
Curiosidades
- Durante a Copa, o lateral Júnior lançou um compacto com a música "Voa Canarinho", que vendeu centena de milhares de cópias.[4]
- A Seleção Escocesa tinha um jogador chamado Brazil. Das três partidas na primeira fase, ele só não participou justamente do duelo contra o Brasil.
- As "bombas" de Éder eram comparados pela imprensa ao Exocet, míssil utilizado pela primeira vez em combate na guerra entre Argentina e Reino Unido pela posse das Ilhas Malvinas.
- O estádio Sarriá, palco da eliminação da Seleção Brasileira no Mundial, foi demolido em 1997. O Espanyol, clube da cidade de Barcelona que usava o campo, estava endividado e vendeu o terreno.[5]
- Paolo Rossi, o carrasco da Seleção, tinha marcado na Copa de 1978 apenas três gols - mesmo número de tentos marcados contra os brasileiros em 1982.
Ver também
Ligações externas
- Eliminatórias para a Copa de 1982
- Especial da Folha Online - Copa de 1982 (2006)
- [1] Especial da Folha Online - Copa de 1982 (2002)
- Especial do UOL - Copa de 1982
- Especial da Gazeta Esportiva - Copa de 1982
- Dupllipensar
Notas
- ↑ Seleção em Transição - ESPN Brasil, 30 de maio de 2007
- ↑ «Tragédia do Sarriá completa 25 anos», Globo, Esporte, 4 de julho de 2007.
- ↑ UOL Entretenimento: Livro desconstrói mitos do futebol, como bom mocismo de Messi. 24/06/2014
- ↑ O Samba - Site do Junior
- ↑ Un estadio víctima de un presidente - El Mundo, 21 de setembro de 1997