Assassinato do indígena Galdino: diferenças entre revisões
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Os quatro acusados maiores de idade foram condenados a catorze anos por [[homicídio]] qualificado.<ref>http://www.terra.com.br/noticias/retrospectiva2001/brasil/julgamento_galdino.htm</ref><ref>http://www.brasilnews.com.br/News3.php3?CodReg=3693&edit=Geral&Codnews=999</ref> Ao rapaz menor de idade, foram aplicadas as sanções previstas no [[Estatuto da Criança e do Adolescente]], que prevê internação máxima de três anos, a qual pode ou não ser substituída por prestação de serviços à comunidade,<ref>http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u12517.shtml</ref> conforme a interpretação do juiz. |
Os quatro acusados maiores de idade foram condenados a catorze anos por [[homicídio]] qualificado.<ref>http://www.terra.com.br/noticias/retrospectiva2001/brasil/julgamento_galdino.htm</ref><ref>http://www.brasilnews.com.br/News3.php3?CodReg=3693&edit=Geral&Codnews=999</ref> Ao rapaz menor de idade, foram aplicadas as sanções previstas no [[Estatuto da Criança e do Adolescente]], que prevê internação máxima de três anos, a qual pode ou não ser substituída por prestação de serviços à comunidade,<ref>http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u12517.shtml</ref> conforme a interpretação do juiz. |
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== Regalias e Benefícios == |
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Revisão das 13h13min de 18 de abril de 2013
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Galdino Jesus dos Santos (Bahia, 1952 – Brasília, 20 de abril de 1997) foi um líder indígena brasileiro da etnia pataxó-hã-hã-hãe que foi queimado vivo enquanto dormia em um abrigo de um ponto de ônibus em Brasília, após participar de manifestações do Dia do Índio, em um crime que chocou o Brasil. O crime foi praticado por cinco jovens de classe média-alta daquela cidade.
O motivo da viagem até Brasília
Galdino, por ocasião das comemorações do Dia do Índio, em 1997, fora a Brasília juntamente com outras sete lideranças indígenas, para levar suas reivindicações acerca da recuperação da Terra Indígena Caramuru-Paraguaçu, em conflito fundiário com fazendeiros[1]. Participou de reuniões com o ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso e com outras autoridades, juntamente com representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Como chegou tarde das reuniões, não pôde entrar na pensão onde se hospedara e resolveu dormir num abrigo de ponto de ônibus na Quadra 704 Sul.
O crime
Na madrugada de 20 de abril de 1997, cinco jovens de classe média-alta de Brasília (um menor de idade, G.N.A.J. e quatro maiores de idade (Tomás Oliveira de Almeida, Eron Chaves Oliveira, Max Rogério Alves e Antonio Novely Cardoso) atearam fogo em Galdino enquanto este dormia. Galdino morreu horas depois em consequência das queimaduras. O crime causou protestos em todo o país[2].
O Julgamento
Em sua defesa, no julgamento realizado em 2001[3], os acusados disseram que o objetivo era "dar um susto" em Galdino e fazer uma "brincadeira"” para que ele se levantasse e corresse atrás deles. Alegaram, ainda, que chegaram a jogar fora na grama parte do álcool adquirido num posto de gasolina, por não ser necessária toda a quantidade comprada para dar o alegado "susto". Um dos rapazes disse à imprensa que ele e seus amigos haviam achado que Galdino era um mendigo e que, por isso, haviam decidido perpetrar o ato.
Os quatro acusados maiores de idade foram condenados a catorze anos por homicídio qualificado.[4][5] Ao rapaz menor de idade, foram aplicadas as sanções previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente, que prevê internação máxima de três anos, a qual pode ou não ser substituída por prestação de serviços à comunidade,[6] conforme a interpretação do juiz.
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Regalias e Benefícios
Pertencentes a famílias de grande poder aquisitivo e influência, desde a prisão os criminosos contaram com regalias a que nenhum outro preso comum tinha direito. Apesar das críticas efetuadas pela promotora Maria José Miranda, que acompanhou o processo nos primeiros cinco anos, os quatro criminosos detidos tinham direito a tomar banho quente e manter cortinas em suas celas, além de ficarem de posse da chave da própria cela. Por motivos desconhecidos, a promotora pediu afastamento do caso pouco tempo antes do julgamento.
G.N.A.J. foi encaminhado para o centro de reabilitação juvenil do Distrito Federal, onde ficou preso apenas por três meses, apesar de ter sido condenado a um ano de reclusão. Os outros quatro foram condenados, em 2001, a catorze anos de prisão em regime integralmente fechado por homicídio doloso. Pela gravidade do crime não teriam direito a determinados benefícios, mas, já no ano seguinte, receberam autorização para exercer funções administrativas em órgãos públicos. Três dos cinco rapazes chegaram a ser flagrados pela imprensa local se dirigindo em carro próprio até o presídio sem passar por qualquer tipo de revista, após namorar e ingerir bebida alcoólica em um bar.
Em agosto de 2004, foi concedido o livramento condicional aos quatro condenados. Esse benefício foi recepcionado pela opinião pública como um atestado do "caráter volúvel do Poder Judiciário frente à força político-econômica" e revoltou os familiares do índio assassinado. A mídia também noticiou a concessão do benefício, apesar de previsto em lei, como "certeza da impunidade" para um crime considerado hediondo pela legislação brasileira.
Praça do Compromisso
O local do crime foi rebatizado como Praça do Compromisso e, lá, foram colocadas duas esculturas relativas ao assassinato de Galdino: uma delas retrata uma pessoa em chamas e a outra representa uma pomba, o símbolo da paz.
Notas
- ↑ Índio Galdino, dez anos depois
- ↑ http://www2.correioweb.com.br/cw/2001-04-19/mat_35207.htm
- ↑ http://www.direitoemdebate.net/sent-galdino.html
- ↑ http://www.terra.com.br/noticias/retrospectiva2001/brasil/julgamento_galdino.htm
- ↑ http://www.brasilnews.com.br/News3.php3?CodReg=3693&edit=Geral&Codnews=999
- ↑ http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u12517.shtml
Ver também
Ligações externas