Saltar para o conteúdo

Furacão 2000

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Rômulo Costa)

Furacão 2000 é uma produtora e gravadora carioca que produz coletâneas e shows de funk carioca e a principal responsável pela divulgação do funk carioca nos anos 1990 e a popularização do gênero pelo país,[1][2] que é uma variação do Miami Bass.[3][4]

A história da produtora teve início após a fusão de duas equipes de som na década de 1970: a Som 2000, de Rômulo Costa[5] e a Guarani 2000, de Gilberto Guarani.[6] Inicialmente realizava bailes de soul e funk.[7][8][9][10][11]

Nessa época as letras do funk carioca falavam das dificuldades que os moradores de favelas do Rio de Janeiro passavam como a discriminação racial e social vista em todos os lugares, praças, shopping, praias, cinemas, teatro, estádio de futebol (Maracanã), e outros.

Os MC´s de sucesso desse tempo eram MC William e Duda, MC Marcinho, MC Danda e Tafarel, MC Galo, Mr. Catra, MC Vinícius e Andinho, Claudinho & Buchecha, Márcio e Goró, MC Mascote, MC Suel e Amaro, MC Teco e Buzunga, Latino, MC Marquinhos e Dollores, Força do Rap, MC Márcio e Vitor, MC Pixote, MC Júnior e Leonardo, Cidinho & Doca e outros.

O funk carioca apresentava um discurso contra as brigas nos bailes funk, o chamado "corredor", formados por pessoas que se denominavam fazer parte do lado A e do lado B, e que assim se organizavam e brigavam.[7]

As letras falavam ainda das revistas policiais que os jovens moradores de favelas passavam em público, e que nessa época era visto como arma político-ideológica, além de temas relacionados ao amor (funk melody).

As músicas mais famosas produzidas neste período tomaram uma direção diferente das criadas na década anterior, com uma conotação mais sexual, letras ora de duplo sentido, relatando posições sexuais, ora dizendo explicitamente palavras de baixo calão. Nestas canções as dificuldades da população da favela são postas um pouco à parte e toma vigor a visão do baile funk como reunião social para paquera, namoro e flerte. O envolvimento com o tráfico é ignorado.

Um grupo que pode ser considerado como divisor de águas deste período é o Bonde do Tigrão, com músicas que reúnem bem as características supracitadas, como Cerol na Mão, Só as Cachorras, Tchutchuca e etc. Com estas e outras canções, o grupo alcançou projeção nacional.

Com o sucesso do Bonde do Tigrão vários outros grupos surgiram, seguindo praticamente a mesma linha, como Bonde do Vinho, Os Magrinhos, Os Hawaianos, Os Ousados e Bonde dos Prostitutos.[12] Valendo ressaltar que, o estilo não possui nome próprio, tomando "emprestado" o funk de James Brown.

Apesar do surgimento de grupos com coreografias criativas e por vezes engraçadas, os tradicionais MCs continuam seguindo. Alguns nomes como MC Serginho (com sua parceira artística Lacraia), Mr. Catra, MC Colibri, MC Frank, Rick Joe, MC Tikão, MC Smith, MC Jefinho BH, Márcio G, MC Menor do Chapa e MC Marcinho (que também fez sucesso na década de 1990) são alguns destaques nos Anos 2000.[12]

Nessa década passou a haver uma participação maior das mulheres no funk carioca. Alguns grupos como As Danadinhas, Gaiola das Popozudas, MC Bola de Fogo e as Foguentas, ou MCs como Tati Quebra-Barraco, MC Sabrina, e Perlla chegam às paradas de sucesso.[12][13] As músicas destas costumam falar sobre o lado sensual dos bailes funk pela visão feminina, a liberação sexual das mulheres e relacionamentos amorosos de um modo geral. Temas como "quem paga o motel sou eu", "vou chifrar o seu marido", "amantes vs. fiéis", são comuns.

Se antes a embaixadora do Funk na TV Globo era a apresentadora Xuxa, nesta década é Luciano Huck que toma esse papel. Vários artistas do mundo da música Funk passaram por seu programa. Além da exibição de artistas, existe uma coletânea de funk carioca chamado "Pancadão do Caldeirão do Huck" com músicas de diversos cantores e grupos,[12] entre eles MC Koringa com O Tamborzão tá Rolando e Márcio G com Pernão Sarado.

A Furacão 2000 foi o primeiro contrato de Anitta (que antes era chamada "MC Anitta")[13][14] com uma canção, intitulada "Eu vou Ficar" lançada em 9 de julho de 2010.[15]

Programas de rádio e TV

[editar | editar código-fonte]
  • Na década de 1990 a Furacão 2000 ocupava a grade da Rede CNT. O programa era apresentado por Veronica Costa que era conhecida como a Mãe Loira.[10][16]
  • A Furacão 2000 tinha um programa diário (antes semanal) que ia ao ar de segunda a sexta na Band Rio (apenas para o Rio de Janeiro) com a apresentação de Rômulo Costa e Priscila Nocetti.

O Programa é inspirado no programa norte-americano Soul Train.[17]

  • Na rádio 107 FM diariamente das 8 da manhã até meia noite (de segunda a sábado das 15:00 às 17:00 em conjunto com a Rádio Transamérica do Rio de Janeiro) a programação dirigida pela Furacão 2000, sucessos de artistas variados do funk carioca.
  • Na RedeTV! tinha o mesmo programa, mas semanal e ia ao ar para todo Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza e Via Satélite por parabólica) todos os sábados das 15h00 às 15h30.
  • Na rádio FM O Dia de segunda a sexta das 16h00 às 17h00.
  • Em 2015, Romulo Costa lança sua mais nova rádio, intitulada Top Rio FM, nos 104.5, no lugar da Família FM, porém, nove meses depois, a rádio é retirada do ar.
  • No dia 2 de junho de 2017, a Furacão 2000 retorna ao rádio com sua mais nova rádio Top Rio 97,1 FM, com o programa Clima dos Bailes, transmitido de segunda a segunda das 15h até às 18h. Aos domingos o programa é dedicado aos funks antigos.

Álbuns lançados

[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Quem Somos - Furacão». 23 de dezembro de 2021. Consultado em 13 de maio de 2023 
  2. «Furacão 2000 se junta a Warner Music para embarcar no mercado internacional». O Dia. 16 de janeiro de 2021. Consultado em 13 de maio de 2023 
  3. «SP produz novo funk carioca». Revista Trip. UOL. 26 de novembro de 2009. Consultado em 13 de maio de 2023 
  4. «Um Guia Audiovisual pra Entender o Funk Carioca». Vice Brasil. 8 de outubro de 2015. Consultado em 13 de maio de 2023 
  5. «Virgilaine Dutra, fundadora da Furacão 2000, morre no Rio». G1. 12 de maio de 2023. Consultado em 13 de maio de 2023 
  6. «Você sabia que a Furacão 2000 teve início em Petrópolis?». Sou Petrópolis. 5 de novembro de 2022. Consultado em 13 de maio de 2023 
  7. a b Janaína Medeiros. Editora Terceiro Nome, ed. Funk carioca: crime ou cultura?: o som dá medo e prazer Coleção Repórter especial. 2006. [S.l.: s.n.] ISBN 9788587556745 
  8. «Referência para funk carioca, movimento Black Rio se renova aos 40 anos». UOL. 26 de julho de 2016. Consultado em 13 de maio de 2023 
  9. «História Da Furacão 2000 e História Do Funk | Música - Cultura Mix». Cultura Mix. Consultado em 13 de maio de 2023 
  10. a b «Treta no funk: Afinal de quem é a Furacão 2000?». FM O Dia. 19 de agosto de 2020. Consultado em 13 de maio de 2023 
  11. «Completando 45 anos da formação original, Furacão 2000 é sinônimo do funk carioca». Jornal do Comércio. 18 de julho de 2022. Consultado em 13 de maio de 2023. Arquivado do original em 30 de agosto de 2020 
  12. a b c d «Biografia de Furacão 2000». Letras.com.br. Consultado em 13 de maio de 2023 
  13. a b «#TBT do Funk: Relembre as mulheres que fizeram história na Furacão 2000». KondZilla. 11 de março de 2021. Consultado em 13 de maio de 2023 
  14. «Furacão 2000 faz homenagem a Anitta e relembra história interessante de como descobriu a poderosa: "Se encantou na mesma hora"». Hugo Gloss. 3 de outubro de 2019. Consultado em 13 de maio de 2023 
  15. «'Raiz' de Anitta no início da carreira e homenageada em look de novo clipe, Furacão 2000 diz que 'vem funk novo'». G1. 27 de janeiro de 2023. Consultado em 13 de maio de 2023 
  16. «'Mãe Loira do funk', vereadora Verônica Costa volta a comandar baile no Rio». Extra. 30 de março de 2023. Consultado em 13 de maio de 2023 
  17. Silvio Essinger. Editora Record, ed. Batidão Uma História Do Funk. 2005. [S.l.: s.n.] pp. 66 e. ISBN 850107165X 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]