Síndrome de Down: diferenças entre revisões

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| Nome = Síndrome de Down
| Nome = Síndrome de Down
| Imagem = Drill.jpg
| Imagem = Drill.jpg
| Legenda = Garoto com síndrome de Down usando uma parafusadeira elétrica.
| Legenda = Criança com síndrome de Down a montar uma estante de livros.
| Especialidade = [[Genética médica]], [[pediatria]]
| Sinónimos = Trissomia 21
| Sintomas = Atraso no desenvolvimento físico, feições faciais características, [[deficiência mental]] leve a moderada<ref name=Wei2010/>
| Complicações =
| Início =
| Duração =
| Causas = Terceira cópia do [[Cromossoma 21 (humano)|cromossoma 21]].<ref name=Patt2009/>
| Risco = Idade avançada da mãe<ref name=Mor2002/>
| Diagnóstico = [[Diagnóstico pré-natal]], [[exame genético]]<ref name=NIH2014Diag/>
| Diferencial =
| Prevenção =
| Tratamento = Apoio educativo, ambiente protegido<ref name=Roi2003/><ref name=NADS/>
| Medicação =
| Prognóstico = Esperança de vida 50–60 anos (países desenvolvidos)<ref name=Malt2013/><ref name=Nelson2011/>
| Frequência = 5,4 milhões (0,1%)<ref name=Wei2010/><ref name=GBD2015Pre>{{cite journal|last1=GBD 2015 Disease and Injury Incidence and Prevalence|first1=Collaborators.|title=Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990–2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.|journal=Lancet|date=8 October 2016|volume=388|issue=10053|pages=1545–1602|pmid=27733282|doi=10.1016/S0140-6736(16)31678-6|pmc=5055577}}</ref>
| Mortes = {{formatnum:26500}} (2015)<ref name=GBD2015De>{{cite journal|last1=GBD 2015 Mortality and Causes of Death|first1=Collaborators.|title=Global, regional, and national life expectancy, all-cause mortality, and cause-specific mortality for 249 causes of death, 1980–2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.|journal=Lancet|date=8 October 2016|volume=388|issue=10053|pages=1459–1544|pmid=27733281|doi=10.1016/s0140-6736(16)31012-1|pmc=5388903}}</ref>
| CID10 = {{CID10|Q|90||q|90}}
| CID10 = {{CID10|Q|90||q|90}}
| CID9 = {{CID9|758.0}}
| CID9 = {{CID9|758.0}}
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| MeshID = D004314
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}}
}}
<!-- Definição e sintomas -->
'''Síndrome de Down''', também denominado '''trissomia 21''', é uma [[anomalia genética]] causada pela presença integral ou parcial de uma terceira cópia do [[Cromossoma 21 (humano)|cromossoma 21]].<ref name=Patt2009>{{cite journal|last=Patterson|first=D|title=Molecular genetic analysis of Down syndrome.|journal=Human Genetics|date=Jul 2009|volume=126|issue=1|pages=195–214|pmid=19526251|doi=10.1007/s00439-009-0696-8}}</ref> A condição está geralmente associada com atrasod no [[desenvolvimento infantil]], feições faciais características e [[deficiência mental]] leve a moderada.<ref name=Wei2010>{{cite journal|last=Weijerman|first=ME|author2=de Winter, JP|title=Clinical practice. The care of children with Down syndrome.|journal=European journal of pediatrics|date=Dec 2010|volume=169|issue=12|pages=1445–52|pmid=20632187|doi=10.1007/s00431-010-1253-0|pmc=2962780}}</ref> O [[quociente de inteligência]] de um jovem adulto com síndrome de Down é, em média, de 50, sendo equivalente à capacidade mental de uma criança de oito ou nove anos, embora isto possa variar significativamente.<ref name=Malt2013/>


<!-- Causa e diagnóstico -->
A '''Síndrome de Down''' ou '''Trissomia 21''' é um [[distúrbio genético]] causado pela presença de um [[cromossomo 21]] extra, total ou parcialmente.
Os pais da pessoa com síndrome de Down são geralmente normais em termos [[Genética|genéticos]].<ref name=Steph2010>{{cite book|last=Hammer|first=edited by Stephen J. McPhee, Gary D.|title=Pathophysiology of disease : an introduction to clinical medicine|year=2010|publisher=McGraw-Hill Medical|location=New York|isbn=978-0-07-162167-0|pages=Chapter 2|edition=6th|chapter=Pathophysiology of Selected Genetic Diseases}}</ref> A presença do [[cromossoma]] adicional ocorre meramente por acaso.<ref name=NIH2014Cause>{{cite web|title=What causes Down syndrome?|url=https://www.nichd.nih.gov/health/topics/down/conditioninfo/Pages/causes.aspx|accessdate=6 January 2016|date=2014-01-17|deadurl=no|archiveurl=https://web.archive.org/web/20160105082310/https://www.nichd.nih.gov/health/topics/down/conditioninfo/pages/causes.aspx|archivedate=5 January 2016|df=}}</ref> A probabilidade aumenta com a idade, desde menos de 0,1% em mulheres que são mães aos 20 anos até 3% em mulheres que sejam mães aos 45 anos.<ref name=Mor2002/> Não se conhece qualquer fator comportamental ou ambiental que influencie esta probabilidade.<ref name=NIH2014Cause/> A Síndrome de Down pode ser detectada durante a [[gravidez]] durante o [[Diagnóstico pré-natal|rastreio pré-natal]], seguido por exames de diagnóstico após o nascimento através de observação direta e exames genéticos.<ref name=NIH2014Diag>{{cite web|title=How do health care providers diagnose Down syndrome?|url=https://www.nichd.nih.gov/health/topics/down/conditioninfo/Pages/diagnosed.aspx|website=Eunice Kennedy Shriver National Institute of Child Health and Human Development|accessdate=4 March 2016|date=2014-01-17|deadurl=no|archiveurl=https://web.archive.org/web/20160307142500/https://www.nichd.nih.gov/health/topics/down/conditioninfo/Pages/diagnosed.aspx|archivedate=7 March 2016|df=}}</ref> Desde a introdução dos rastreios, as gravidezes com diagnóstico da doença são geralmente [[Aborto|interrompidas]].<ref name=Nat2012>{{cite journal|last=Natoli|first=JL|author2=Ackerman, DL |author3=McDermott, S |author4= Edwards, JG |title=Prenatal diagnosis of Down syndrome: a systematic review of termination rates (1995–2011).|journal=Prenatal diagnosis|date=Feb 2012|volume=32|issue=2|pages=142–53|pmid=22418958|doi=10.1002/pd.2910}}</ref><ref name=Mans1999>{{cite journal|last=Mansfield|first=C|author2=Hopfer, S |author3=Marteau, TM |title=Termination rates after prenatal diagnosis of Down syndrome, spina bifida, anencephaly, and Turner and Klinefelter syndromes: a systematic literature review. European Concerted Action: DADA (Decision-making After the Diagnosis of a fetal Abnormality).|journal=Prenatal diagnosis|date=Sep 1999|volume=19|issue=9|pages=808–12|pmid=10521836|doi=10.1002/(sici)1097-0223(199909)19:9<808::aid-pd637>3.0.co;2-b}}</ref> Recomenda-se à pessoa com síndrome de Down a realização regular ao longo da vida de exames de [[rastreio]] para problemas de saúde comuns na condição.<ref name=Malt2013>{{cite journal|last=Malt|first=EA|author2=Dahl, RC |author3=Haugsand, TM |author4=Ulvestad, IH |author5=Emilsen, NM |author6=Hansen, B |author7=Cardenas, YE |author8=Skøld, RO |author9=Thorsen, AT |author10= Davidsen, EM |title=Health and disease in adults with Down syndrome.|journal=Tidsskrift for den Norske laegeforening : tidsskrift for praktisk medicin, ny raekke|date=Feb 5, 2013|volume=133|issue=3|pages=290–4|pmid=23381164|doi=10.4045/tidsskr.12.0390}}</ref>


<!-- Tratamento e prognóstico -->
Recebe o nome em homenagem a [[John Langdon Down]], médico britânico que descreveu a síndrome em [[1862]].<ref name="j.l.down">{{citar periódico|autor =JLH Down|ano=1866|título=Observations on an ethnic classification of idiots|periódico=Clinical Lecture Reports, London Hospital| volume=3|páginas=259–262| url=http://www.neonatology.org/classics/down.html}}</ref> A sua causa genética foi descoberta em 1958 pelo professor [[Jérôme Lejeune]],<ref>{{citar periódico
Não existe cura para a síndrome de Down.<ref>{{cite web|title=Down Syndrome: Other FAQs|url=https://www.nichd.nih.gov/health/topics/down/conditioninfo/Pages/faqs.aspx|accessdate=6 January 2016|date=2014-01-17|deadurl=no|archiveurl=https://web.archive.org/web/20160106221704/https://www.nichd.nih.gov/health/topics/down/conditioninfo/Pages/faqs.aspx|archivedate=6 January 2016|df=}}</ref> A educação e cuidados adequados aumentam a [[qualidade de vida]] da pessoa.<ref name=Roi2003>{{cite journal |author1=Roizen, NJ |author2=Patterson, D |title=Down's syndrome |journal=Lancet |volume=361 |issue=9365 |pages=1281–89 |date=April 2003 |pmid=12699967 |doi=10.1016/S0140-6736(03)12987-X |type=Review}}</ref> Algumas crianças com síndrome de Down frequentam escolas comuns, enquanto outras requerem [[ensino especializado.<ref name=NADS/> Algumas pessoas com síndrome de Down concluem o [[ensino secundário]] e algumas frequentam o [[ensino superior]].<ref name=Stein2011>{{cite book|last=Steinbock|first=Bonnie|title=Life before birth the moral and legal status of embryos and fetuses|year=2011|publisher=Oxford University Press|location=Oxford|isbn=978-0-19-971207-6|page=222|url=https://books.google.com/books?id=1ehYs43QBYAC&pg=PA222|edition=2nd|deadurl=no|archiveurl=https://web.archive.org/web/20170123082359/https://books.google.com/books?id=1ehYs43QBYAC&pg=PA222|archivedate=2017-01-23|df=}}</ref> Durante a idade adulta, muitas pessoas com a condição executam trabalhos remunerados,<ref name=US2013>{{cite news|last=Szabo|first=Liz|title=Life with Down syndrome is full of possibilities|url=https://www.usatoday.com/story/news/nation/2013/05/01/life-down-syndrome-improving/2054953/|accessdate=7 February 2014|newspaper=USA Today|date=May 9, 2013|deadurl=no|archiveurl=https://web.archive.org/web/20140108012711/http://www.usatoday.com/story/news/nation/2013/05/01/life-down-syndrome-improving/2054953/|archivedate=8 January 2014|df=}}</ref> embora seja frequente que necessitem de um ambiente de trabalho protegido.<ref name=NADS>{{cite web |title=Facts About Down Syndrome |publisher=National Association for Down Syndrome |url=http://www.nads.org/pages_new/facts.html |accessdate=20 March 2012 |deadurl=yes |archiveurl=https://web.archive.org/web/20120403162637/http://www.nads.org/pages_new/facts.html |archivedate=3 April 2012 |df= }}</ref> Em muitos casos, as pessoas com síndrome de Down necessitam de apoio financeiro e em questões legais.<ref name=Nelson2011/> Em [[países desenvolvidos]] e com cuidados apropriados, a esperança média de vida com a condição é de 50 a 60 anos.<ref name=Malt2013/><ref name=Nelson2011>{{cite book|first=Robert M. |last=Kliegma|title=Nelson textbook of pediatrics.|year=2011|publisher=Saunders|location=Philadelphia|isbn=1-4377-0755-6|pages=Chapter 76.2|edition=19th|chapter=Down Syndrome and Other Abnormalities of Chromosome Number}}</ref>
|autor = Gautier M
|título= La découvreuse oubliée de la trisomie 21
|número= 434
|páginas= 57–59
|ano= 2009
|periódico= [[La Recherche]]}}</ref> que descobriu uma cópia extra do cromossoma 21.<ref>{{citar periódico
|autor = Lejeune J, Gautier M, Turpin R
|título= Etude des chromosomes somatiques de neuf enfants mongoliens
| volume = 248
|número= 11
|páginas= 1721–1722
|ano= 1959
|periódico= Comptes Rendus Hebd Seances Acad Sci
| url =http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k32002/f1759.chemindefer}}</ref> É o distúrbio genético mais comum, estimado em 1 a cada 1000 nascimentos.<ref name="abhd.nz.gov.ds">''Auckland District Health Board'' ([[Nova Zelândia]]), ''Newborn Services Clinical Guideline'', ''Management of Babies with Down Syndrome'' [http://www.adhb.govt.nz/newborn/Guidelines/Anomalies/DownSyndrome.htm <nowiki>[em linha]</nowiki>]</ref>


<!--Epidemiologia e História -->
A síndrome é caracterizada por uma combinação de diferenças maiores e menores na estrutura corporal.<ref>{{citar web | url=http://www.ds-health.com/abst/a9807.htm | título=Anomalies in Down syndrome individuals in a large population-based registry }} por Torfs CP, Christianson RE, Am J Med Genet 1998 Jun 5;77(5):431-438, California Birth Defects Monitoring Program, Emeryville, CA, USA
A síndrome de Down é uma das [[Anomalia cromossómica|anomalias cromossómicas]] mais comuns nos seres humanos,<ref name=Malt2013/> ocorrendo em cerca de um entre cada 1000 bebés nascidos em cada ano.<ref name=Wei2010/> Em 2015, cerca de 5,4 milhões de pessoas em todo o mundo tinham síndrome de Down. Em 2013, a condição foi a causa de {{formatnum:27000}} mortes, uma diminuição em relação às {{formatnum:43000}} em 1990.<ref name=GBD2015Pre/><ref name=GBD2015De/><ref name=GDB2013>{{cite journal|last1=GBD 2013 Mortality and Causes of Death|first1=Collaborators|title=Global, regional, and national age-sex specific all-cause and cause-specific mortality for 240 causes of death, 1990–2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013.|journal=Lancet|date=17 December 2014|pmid=25530442|doi=10.1016/S0140-6736(14)61682-2|volume=385|pages=117–71|pmc=4340604}}</ref> A doença é assim denominada em memória de [[John Langdon Haydon Down|John Langdon Down]], o médico britânico que descreveu integralmente a síndrome em 1866.<ref name=Hick2012>{{cite journal|last=Hickey|first=F|author2=Hickey, E |author3=Summar, KL |title=Medical update for children with Down syndrome for the pediatrician and family practitioner.|journal=Advances in Pediatrics|year=2012|volume=59|issue=1|pages=137–57|pmid=22789577|doi=10.1016/j.yapd.2012.04.006}}</ref> Algumas características da doença tinham já sido descritas por [[Jean-Étienne Esquirol]] em 1838 e [[Édouard Séguin]] em 1844.<ref name=Evans2009>{{cite book|last=Evans-Martin|first=F. Fay|title=Down syndrome|year=2009|publisher=Chelsea House|location=New York|isbn=978-1-4381-1950-2|page=12|url=https://books.google.com/books?id=BJf2JgWbYoYC&pg=PA12|deadurl=no|archiveurl=https://web.archive.org/web/20170123082947/https://books.google.com/books?id=BJf2JgWbYoYC&pg=PA12|archivedate=2017-01-23|df=}}</ref> Em 1959 foi descoberta a causa genética da doença, uma cópia adicional do cromossoma 21.<ref name=Hick2012/>
{{en}}</ref> Geralmente a síndrome de Down está associada a algumas dificuldades de habilidade [[cognição|cognitiva]] e desenvolvimento físico, assim como de aparência facial. A síndrome de Down é geralmente identificada no nascimento.

Pessoas com síndrome de Down podem ter uma habilidade cognitiva abaixo da média, geralmente variando de [[retardo mental]] leve a moderado. Um pequeno número de afetados possui retardo mental profundo.

Muitas das características comuns da síndrome de Down também estão presentes em pessoas com um padrão [[cromossomo|cromossômico]] normal. Elas incluem a [[prega palmar transversa]] (uma única prega na palma da mão, em vez de duas), olhos com formas diferenciadas devido às pregas nas pálpebras, membros pequenos, [[tônus muscular]] pobre e língua protusa. Os afetados pela síndrome de Down possuem maior risco de sofrer [[defeitos cardíacos congênitos]], [[doença do refluxo gastroesofágico]], [[otite]]s recorrentes, [[apneia de sono obstrutiva]] e disfunções da [[glândula tireoide]].


== Características ==
== Características ==
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A literatura médica reporta casos em que uma região do cromossoma 21 sofre um fenómeno de duplicação. Isto levaria a uma quantidade extra de genes deste cromossoma, mas não de todos, podendo assim haver manifestações da Síndrome de Down, indetectável pelo cariótipo.<ref>[[PubMed]] - http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2951317</ref>
A literatura médica reporta casos em que uma região do cromossoma 21 sofre um fenómeno de duplicação. Isto levaria a uma quantidade extra de genes deste cromossoma, mas não de todos, podendo assim haver manifestações da Síndrome de Down, indetectável pelo cariótipo.<ref>[[PubMed]] - http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2951317</ref>


== Incidência ==
[[Ficheiro:Maternal Age Effect.png|thumb|150px|Efeito da idade materna: quanto maior a idade da mãe, maior o risco da ocorrência da síndrome.]]

Estima-se que a incidência da Síndrome de Down seja de um em cada 660 [[nascimento]]s, o que torna esta deficiência uma das mais comuns de nível genético. A idade da mãe influencia bastante o risco de concepção de bebé com esta síndrome: em idade de 20 é de 1/1925, em idade de 25 é de 1/1205, em idade de 30 é de 1/885, em idade de 35 é de 1/365, em idade de 40 é de 1/110, em idade de 45 é de 1/32 e aos 49 de 1/11.<ref>Hook EB. ''Rates of chromosomal abnormalities at different maternal ages.''</ref> As grávidas com risco elevado de ter um filho afectado por esta síndrome devem ser encaminhadas para consultas de [[aconselhamento genético]], no âmbito das quais poderão realizar [[teste genético|testes genéticos]] (como a [[amniocentese]]).


== Saúde ==
== Complicações ==
* As [[cardiopatias congénitas]] afetam 40% destas crianças.<ref name="moss.adams.14">Moss e Adams: ''Doenças do Coração na Criança e no Adolescente'' , ''Capítulo 14'', ''Defeitos do Septo Atrioventricular'', disponível em linha em ''Bibliomed'', ''Biblioteca Virtual - Livros Médicos'', ''Pediatria'' [http://www.bibliomed.com.br/bibliomed/bmbooks/pediat/livro3/cap14.htm <nowiki>[em linha]</nowiki>]</ref> Analogamente, a principal causa de uma cardiopatia congênita é a Síndrome de Down.<ref name="uchicago">''Congenital heart disease is a leading cause of death in the first year of age'', ''Introdution'', texto disponível no ''site'' da [[University of Chicago]] [http://pediatriccardiology.uchicago.edu/mp/genetics/genetic%20body.htm <nowiki>[em linha]</nowiki>]</ref> 40% das crianças com Síndrome de Down e cardiopatia congênita tem algum [[defeito do septo atrioventricular]].<ref name="moss.adams.14" /> As principais cardiopatias são [[comunicação átrio-ventricular]], [[comunicação interventricular]], [[persistência do canal arterial]], [[comunicação interatrial]], [[tetralogia de Fallot]] e outros.<ref name="uchicago" /> São as principais causas de morte das crianças com este síndrome, especialmente no primeiro ano de vida. No entanto, se forem corrigidas, a esperança de vida destas crianças é bastante elevada.
* As [[cardiopatias congénitas]] afetam 40% destas crianças.<ref name="moss.adams.14">Moss e Adams: ''Doenças do Coração na Criança e no Adolescente'' , ''Capítulo 14'', ''Defeitos do Septo Atrioventricular'', disponível em linha em ''Bibliomed'', ''Biblioteca Virtual - Livros Médicos'', ''Pediatria'' [http://www.bibliomed.com.br/bibliomed/bmbooks/pediat/livro3/cap14.htm <nowiki>[em linha]</nowiki>]</ref> Analogamente, a principal causa de uma cardiopatia congênita é a Síndrome de Down.<ref name="uchicago">''Congenital heart disease is a leading cause of death in the first year of age'', ''Introdution'', texto disponível no ''site'' da [[University of Chicago]] [http://pediatriccardiology.uchicago.edu/mp/genetics/genetic%20body.htm <nowiki>[em linha]</nowiki>]</ref> 40% das crianças com Síndrome de Down e cardiopatia congênita tem algum [[defeito do septo atrioventricular]].<ref name="moss.adams.14" /> As principais cardiopatias são [[comunicação átrio-ventricular]], [[comunicação interventricular]], [[persistência do canal arterial]], [[comunicação interatrial]], [[tetralogia de Fallot]] e outros.<ref name="uchicago" /> São as principais causas de morte das crianças com este síndrome, especialmente no primeiro ano de vida. No entanto, se forem corrigidas, a esperança de vida destas crianças é bastante elevada.
* A afecção do foro gastroenterológico mais frequente é a [[atresia duodenal]], mas também aparecem a [[estenose pilórica]], a [[doença de Hirschsprung]] e as [[fístulas traqueo-esofágicas]]. A incidência total de malformações gastroenterológicas é de 12%.
* A afecção do foro gastroenterológico mais frequente é a [[atresia duodenal]], mas também aparecem a [[estenose pilórica]], a [[doença de Hirschsprung]] e as [[fístulas traqueo-esofágicas]]. A incidência total de malformações gastroenterológicas é de 12%.
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* Os dentes tendem a ser pequenos e espaçados irregularmente.
* Os dentes tendem a ser pequenos e espaçados irregularmente.
* Existem evidências de menor incidência de [[cancro]]; isto tem levado a pesquisas que sugerem que os genes que combatem o cancro estão no cromossoma 21.<ref>http://www.downsyn.com/cancer.html</ref>
* Existem evidências de menor incidência de [[cancro]]; isto tem levado a pesquisas que sugerem que os genes que combatem o cancro estão no cromossoma 21.<ref>http://www.downsyn.com/cancer.html</ref>

=== Expectativa de vida ===
Devido aos avanços da medicina, que hoje trata os problemas médicos associados à síndrome com relativa facilidade, a [[expectativa de vida]] das pessoas com síndrome de Down vem aumentando incrivelmente nos últimos anos.<ref>{{citar web | url=http://www.cdadc.com/ds/downsyndromelifeexpectancy.htm | título=Down Syndrome Life Expectancy }} {{en}}</ref> Para se ter uma ideia, enquanto em 1947 a expectativa de vida era entre 12 e 15 anos, em 1989, subiu para 50 anos. Atualmente, é cada vez mais comum pessoas com síndrome de Down chegarem aos 60, 70 anos, ou seja, uma expectativa de vida muito parecida com a da população em geral. Em 2007 faleceu em [[Anápolis]], Goiás, a pessoa com síndrome de Down mais velha do mundo, Dilmar Teixeira (n.1934), com 74 anos.<ref>{{citar web |url= http://folhamaranhao.com/cidades/alto-parnaiba/portador-da-sindrome-de-down-que-mais-viveu-era-de-alto-parnaiba-ma-7203.html |título=Portador da síndrome de down que mais viveu era de Alto Parnaíba |primeiro = |último = |obra=folhamaranhao.com |ano=28/03/2012 |acessodata=30 de maio de 2012}}</ref>


== Tratamento ==
== Tratamento ==
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Pessoas com síndrome de Down têm apresentado avanços impressionantes e rompido muitas barreiras. Em todo o mundo, há pessoas com síndrome de Down estudando, trabalhando, vivendo sozinhas, se casando e chegando à universidade.
Pessoas com síndrome de Down têm apresentado avanços impressionantes e rompido muitas barreiras. Em todo o mundo, há pessoas com síndrome de Down estudando, trabalhando, vivendo sozinhas, se casando e chegando à universidade.


== Aprendizagem ==
=== Aprendizagem ===
O [[preconceito]] e o senso de [[justiça]] com relação à Síndrome de Down no passado, fez com que essas [[criança]]s não tivessem nenhuma chance de se desenvolverem cognitivamente, [[pais]] e [[professor]]es não acreditavam na possibilidade da [[alfabetização]], eram rotuladas como pessoas doentes e, portanto, excluídas do convívio social. Hoje já se sabe que o [[aluno]] com Síndrome de Down apresenta dificuldades em decompor tarefas, juntar [[habilidade]]s e [[ideia]]s, reter e transferir o que sabem, se adaptar a situações novas, e, portanto todo [[aprendizado]] deve sempre ser estimulado a partir do concreto necessitando de instruções visuais para consolidar o conhecimento. Uma maneira de incentivar a aprendizagem é o uso de [[brinquedo]]s e de [[jogos educativos]], tornando a atividade prazerosa e interessante. O ensino deve ser divertido e fazer parte da vida cotidiana, despertando assim o interesse pelo aprender.
O [[preconceito]] e o senso de [[justiça]] com relação à Síndrome de Down no passado, fez com que essas [[criança]]s não tivessem nenhuma chance de se desenvolverem cognitivamente, [[pais]] e [[professor]]es não acreditavam na possibilidade da [[alfabetização]], eram rotuladas como pessoas doentes e, portanto, excluídas do convívio social. Hoje já se sabe que o [[aluno]] com Síndrome de Down apresenta dificuldades em decompor tarefas, juntar [[habilidade]]s e [[ideia]]s, reter e transferir o que sabem, se adaptar a situações novas, e, portanto todo [[aprendizado]] deve sempre ser estimulado a partir do concreto necessitando de instruções visuais para consolidar o conhecimento. Uma maneira de incentivar a aprendizagem é o uso de [[brinquedo]]s e de [[jogos educativos]], tornando a atividade prazerosa e interessante. O ensino deve ser divertido e fazer parte da vida cotidiana, despertando assim o interesse pelo aprender.


No processo de aprendizagem a criança com Síndrome de Down deve ser reconhecida como ela é, e não como gostaríamos que fosse. As diferenças devem ser vistas como ponto de partida e não de chegada na [[educação]], para desenvolver estratégias e processos cognitivos adequados. A [[Teoria da modificabilidade cognitiva estrutural]], do [[psicopedagogo]] [[Reuven Feuerstein]], afirma que a inteligência de qualquer pessoa, independente de sua idade, pode ser "expandida". Um neto de Feuerstein, portador de Síndrome de Down, que teve sua inteligência estimulada por seus métodos desde o nascimento, sempre frequentou a escola normal com bom desempenho.<ref>{{citar web | url=http://pt.scribd.com/doc/263525512/Selecoes-Os-Milagres-Do-Dr-Feuerstein#scribd | título=Scribd }} - ''Os milagres do Dr. Feuerstein.'' [[Revista]] [[Seleções]], [[abril]] de [[2002]], pág.95. Acessado em 23/02/2013.</ref>
No processo de aprendizagem a criança com Síndrome de Down deve ser reconhecida como ela é, e não como gostaríamos que fosse. As diferenças devem ser vistas como ponto de partida e não de chegada na [[educação]], para desenvolver estratégias e processos cognitivos adequados. A [[Teoria da modificabilidade cognitiva estrutural]], do [[psicopedagogo]] [[Reuven Feuerstein]], afirma que a inteligência de qualquer pessoa, independente de sua idade, pode ser "expandida". Um neto de Feuerstein, portador de Síndrome de Down, que teve sua inteligência estimulada por seus métodos desde o nascimento, sempre frequentou a escola normal com bom desempenho.<ref>{{citar web | url=http://pt.scribd.com/doc/263525512/Selecoes-Os-Milagres-Do-Dr-Feuerstein#scribd | título=Scribd }} - ''Os milagres do Dr. Feuerstein.'' [[Revista]] [[Seleções]], [[abril]] de [[2002]], pág.95. Acessado em 23/02/2013.</ref>

== Prognóstico ==
Devido aos avanços da medicina, que hoje trata os problemas médicos associados à síndrome com relativa facilidade, a [[expectativa de vida]] das pessoas com síndrome de Down vem aumentando incrivelmente nos últimos anos.<ref>{{citar web | url=http://www.cdadc.com/ds/downsyndromelifeexpectancy.htm | título=Down Syndrome Life Expectancy }} {{en}}</ref> Para se ter uma ideia, enquanto em 1947 a expectativa de vida era entre 12 e 15 anos, em 1989, subiu para 50 anos. Atualmente, é cada vez mais comum pessoas com síndrome de Down chegarem aos 60, 70 anos, ou seja, uma expectativa de vida muito parecida com a da população em geral. Em 2007 faleceu em [[Anápolis]], Goiás, a pessoa com síndrome de Down mais velha do mundo, Dilmar Teixeira (n.1934), com 74 anos.<ref>{{citar web |url= http://folhamaranhao.com/cidades/alto-parnaiba/portador-da-sindrome-de-down-que-mais-viveu-era-de-alto-parnaiba-ma-7203.html |título=Portador da síndrome de down que mais viveu era de Alto Parnaíba |primeiro = |último = |obra=folhamaranhao.com |ano=28/03/2012 |acessodata=30 de maio de 2012}}</ref>

== Epidemiologia ==
[[Ficheiro:Maternal Age Effect.png|thumb|150px|Efeito da idade materna: quanto maior a idade da mãe, maior o risco da ocorrência da síndrome.]]

Estima-se que a incidência da Síndrome de Down seja de um em cada 660 [[nascimento]]s, o que torna esta deficiência uma das mais comuns de nível genético. A idade da mãe influencia bastante o risco de concepção de bebé com esta síndrome: em idade de 20 é de 1/1925, em idade de 25 é de 1/1205, em idade de 30 é de 1/885, em idade de 35 é de 1/365, em idade de 40 é de 1/110, em idade de 45 é de 1/32 e aos 49 de 1/11.<ref>Hook EB. ''Rates of chromosomal abnormalities at different maternal ages.''</ref> As grávidas com risco elevado de ter um filho afectado por esta síndrome devem ser encaminhadas para consultas de [[aconselhamento genético]], no âmbito das quais poderão realizar [[teste genético|testes genéticos]] (como a [[amniocentese]]).



== História ==
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* [[Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade]]
* [[Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade]]


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== Na ficção ==
* [[Bret Lott]]: "[[Jewel (book)|Jewel]]"
* [[Morris West]]: "[[The Clowns of God]]"
* [[Bernice Rubens]]: ''[[A Solitary Grief]]''
* [[Emily Perl Kingsley]]: "[[Welcome to Holland]]"
* [[The Kingdom (minissérie)|The Kingdom]] e o equivalente americano, [[Kingdom Hospital]]
* [[Elizabeth Laird]]: ''Red Sky in the Morning''
* [[Stephen King]]: "[[Dreamcatcher (romance)|Dreamcatcher]]"
* [[Jaco van Dormael]]: [[Le Huitième Jour]] (O oitavo dia)
* [[Manoel Carlos]]: [[Páginas da Vida]]
* [[Lucy Sylvester]]:[[Glee]]
* [[Phoebe Henry]]: "[[The Memory Keeper's Daughter]]"
* [[Marcelo Galvão]]: "[[Colegas]]"

{{Referências}}


== Bibliografia ==
== Bibliografia ==

Revisão das 17h12min de 9 de janeiro de 2018

Síndrome de Down
Drill.jpg
Criança com síndrome de Down a montar uma estante de livros.
Sinónimos Trissomia 21
Especialidade Genética médica, pediatria
Sintomas Atraso no desenvolvimento físico, feições faciais características, deficiência mental leve a moderada[1]
Causas Terceira cópia do cromossoma 21.[2]
Fatores de risco Idade avançada da mãe[3]
Método de diagnóstico Diagnóstico pré-natal, exame genético[4]
Tratamento Apoio educativo, ambiente protegido[5][6]
Prognóstico Esperança de vida 50–60 anos (países desenvolvidos)[7][8]
Frequência 5,4 milhões (0,1%)[1][9]
Mortes 26 500 (2015)[10]
Classificação e recursos externos
CID-10 Q90
CID-9 758.0
CID-11 1624623908
OMIM 190685
DiseasesDB 3898
MedlinePlus 000997
eMedicine ped/615
MeSH D004314
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Síndrome de Down, também denominado trissomia 21, é uma anomalia genética causada pela presença integral ou parcial de uma terceira cópia do cromossoma 21.[2] A condição está geralmente associada com atrasod no desenvolvimento infantil, feições faciais características e deficiência mental leve a moderada.[1] O quociente de inteligência de um jovem adulto com síndrome de Down é, em média, de 50, sendo equivalente à capacidade mental de uma criança de oito ou nove anos, embora isto possa variar significativamente.[7]

Os pais da pessoa com síndrome de Down são geralmente normais em termos genéticos.[11] A presença do cromossoma adicional ocorre meramente por acaso.[12] A probabilidade aumenta com a idade, desde menos de 0,1% em mulheres que são mães aos 20 anos até 3% em mulheres que sejam mães aos 45 anos.[3] Não se conhece qualquer fator comportamental ou ambiental que influencie esta probabilidade.[12] A Síndrome de Down pode ser detectada durante a gravidez durante o rastreio pré-natal, seguido por exames de diagnóstico após o nascimento através de observação direta e exames genéticos.[4] Desde a introdução dos rastreios, as gravidezes com diagnóstico da doença são geralmente interrompidas.[13][14] Recomenda-se à pessoa com síndrome de Down a realização regular ao longo da vida de exames de rastreio para problemas de saúde comuns na condição.[7]

Não existe cura para a síndrome de Down.[15] A educação e cuidados adequados aumentam a qualidade de vida da pessoa.[5] Algumas crianças com síndrome de Down frequentam escolas comuns, enquanto outras requerem [[ensino especializado.[6] Algumas pessoas com síndrome de Down concluem o ensino secundário e algumas frequentam o ensino superior.[16] Durante a idade adulta, muitas pessoas com a condição executam trabalhos remunerados,[17] embora seja frequente que necessitem de um ambiente de trabalho protegido.[6] Em muitos casos, as pessoas com síndrome de Down necessitam de apoio financeiro e em questões legais.[8] Em países desenvolvidos e com cuidados apropriados, a esperança média de vida com a condição é de 50 a 60 anos.[7][8]

A síndrome de Down é uma das anomalias cromossómicas mais comuns nos seres humanos,[7] ocorrendo em cerca de um entre cada 1000 bebés nascidos em cada ano.[1] Em 2015, cerca de 5,4 milhões de pessoas em todo o mundo tinham síndrome de Down. Em 2013, a condição foi a causa de 27 000 mortes, uma diminuição em relação às 43 000 em 1990.[9][10][18] A doença é assim denominada em memória de John Langdon Down, o médico britânico que descreveu integralmente a síndrome em 1866.[19] Algumas características da doença tinham já sido descritas por Jean-Étienne Esquirol em 1838 e Édouard Séguin em 1844.[20] Em 1959 foi descoberta a causa genética da doença, uma cópia adicional do cromossoma 21.[19]

Características

Uma pessoa com a síndrome pode apresentar todas ou algumas das seguintes condições físicas: olhos amendoados, uma prega palmar transversal única (também conhecida como prega simiesca), dedos curtinhos, fissuras palpebrais oblíquas, ponte nasal achatada, língua protusa (devido à pequena cavidade oral), pescoço curto, pontos brancos nas íris conhecidos como manchas de Brushfield,[21] uma flexibilidade excessiva nas articulações, defeitos cardíacos congênitos, espaço excessivo entre o hálux e o segundo dedo do pé.

Apesar da aparência, às vezes comum entre pessoas com síndrome de Down, é preciso lembrar que o que caracteriza realmente o indivíduo é a sua carga genética familiar, que faz com que ele seja parecido com seus pais e irmãos.

As crianças com síndrome de Down encontram-se em desvantagem em níveis variáveis face a crianças sem a síndrome, já que a maioria dos indivíduos com síndrome de Down possuem deficiência mental[22] de leve (QI 50-70) a moderado (QI 35-50),[23][24] com os escores do QI de crianças possuindo síndrome de Down do tipo mosaico tipicamente 10-30 pontos maiores.[25] Além disso, indivíduos com síndrome de Down podem ter sérias anomalias afetando qualquer sistema corporal.

Outra característica frequente é a microcefalia, um reduzido peso e tamanho do cérebro. O progresso na aprendizagem é também tipicamente afectado por doenças e deficiências motoras, como doenças infecciosas recorrentes, problemas no coração, problemas na visão (miopia, astigmatismo ou estrabismo) e na audição.

Causas e genética

A presença de três cromossomas 21 no cariótipo é o sinal da síndrome de Down por trissomia 21. Este cariótipo mostra uma síndrome de Down adquirida por não-disjunção.
Cariótipo de uma pessoa com síndrome de Down causada por uma translocação Robertsoniana

A síndrome de Down poderá ter quatro origens possíveis. Das doenças congénitas que afectam a capacidade intelectual, a síndrome de Down é a mais prevalecente e melhor estudada. Esta síndrome engloba várias alterações genéticas das quais a trissomia do cromossoma 21 é a mais frequente (95% dos casos). A trissomia 21 é a presença de uma terceira cópia do cromossoma 21 nas células do indivíduo afectado. Outras desordens desta síndrome incluem a duplicação do mesmo conjunto de genes (p.e., translações do cromossoma 21). Dependendo da efectiva etiologia, a dificuldade na aprendizagem pode variar de mediana para grave.

Os efeitos da cópia extra variam muito de indivíduo para indivíduo, dependendo da extensão da cópia extra, do background genético, de factores ambientais, e de probabilidades. A síndrome de Down pode ocorrer em todas as populações humanas, e efeitos análogos foram encontrados em outras espécies como chimpanzés e ratos.

Trissomia 21

Ver artigo principal: Trissomia 21

A trissomia 21 é a causa de aproximadamente 95% dos casos observados da síndrome, com 88% dos casos originários da não-disjunção meiótica no gameta materno e 8% da não-disjunção no gameta paterno.[26] Neste caso, a criança terá três cópias de todos os genes presentes no cromossomo 21.

Translocação Robertsoniana

Ver artigo principal: Translocação Robertsoniana

O material extra poderá ser proveniente de uma translocação Robertsoniana, isto é, o braço longo do Cromossoma 21 liga-se topo a topo com outro cromossoma acrocêntrico (cromossomas 13, 14, 15, 21 ou 22),[27] podendo haver assim variabilidade na região extra. A mutação pode ser uma mutação de novo e pode ser herdada de um dos progenitores que não apresenta a síndrome pois tem uma translocação Robertsoniana equilibrada.[27] Por disjunção normal na meiose os gâmetas são produzidos uma cópia extra do braço longo do Cromossoma 21. Esta é a causa de 2 - 3% das síndromes de Down observadas. É também conhecida como "síndrome de Down familiar".

Mosaicismo

O indivíduo pode ser um mosaico de células com arranjo genético normal e células com trissomia 21. Esta é a causa apontada em 1 - 2% dos casos analisados de síndrome de Down.

Isto pode acontecer de duas maneiras:

  • uma não-disjunção numa divisão celular durante as primeiras divisões do zigoto, ficando assim essa célula com uma trissomia 21, dando origem a mais células iguais a si nas divisões seguintes e as restantes células permanecendo normais;
  • um zigoto ou embrião com síndrome de Down sofrer uma igual mutação, revertendo assim as células para um estado de euploidia, isto é, correto número de cromossomas, que não possuem trissomia 21.

Existe, obviamente, uma variabilidade na fracção nº de células trissômicas/nº de células euploides, tanto no total como dentro de um próprio tecido. Note-se que é provável que muitas pessoas tenham uma pequena fração de células aneuploides, isto é, com número de cromossomas alterado.

Duplicação de uma porção do cromossomo 21

A literatura médica reporta casos em que uma região do cromossoma 21 sofre um fenómeno de duplicação. Isto levaria a uma quantidade extra de genes deste cromossoma, mas não de todos, podendo assim haver manifestações da Síndrome de Down, indetectável pelo cariótipo.[28]


Complicações

Tratamento

Um bebê com a Síndrome.

Vários aspectos podem contribuir para um aumento do desenvolvimento da criança com síndrome de Down: intervenção precoce na aprendizagem, monitorização de problemas comuns como a tiroide, tratamento medicinal sempre que relevante, um ambiente familiar estável e condutor, práticas vocacionais, são alguns exemplos. Por um lado, a síndrome de Down salienta as limitações genéticas e no pouco que se pode fazer para as sobrepor; por outro, também salienta que a educação pode produzir excelentes resultados independentemente do início. Assim, o empenho individual dos pais, professores e terapeutas com estas crianças pode produzir resultados positivos inesperados.

As crianças com Síndrome de Down frequentemente apresentam redução do tônus dos órgãos fonoarticulatórios e, consequentemente, falta de controle motor para articulação dos sons da fala, além de um atraso no desenvolvimento da linguagem. O fonoaudiólogo será o terapeuta responsável por adequar os órgãos responsáveis pela articulação dos sons da fala além de contribuir no desenvolvimento da linguagem.

Os cuidados com a criança com S.D. não variam muito dos que se dão às crianças sem a síndrome. Os pais devem estar atentos a tudo o que a criança comece a fazer sozinha, espontaneamente e devem estimular os seus esforços. Devem ajudar a criança a crescer, evitando que ela se torne dependente; quanto mais a criança aprender a cuidar de si mesma, melhores condições terá para enfrentar o futuro.

A criança com S.D. precisa participar da vida da família como as outras crianças. Deve ser tratada como as outras, com carinho, respeito e naturalidade. A pessoa com S.D. quando adolescente e adulta tem uma vida semi-independente. Embora possa não atingir níveis avançados de escolaridade pode trabalhar em diversas outras funções, de acordo com seu nível intelectual. Ela pode praticar esportes, viajar, frequentar festas, etc.

Pessoas com síndrome de Down têm apresentado avanços impressionantes e rompido muitas barreiras. Em todo o mundo, há pessoas com síndrome de Down estudando, trabalhando, vivendo sozinhas, se casando e chegando à universidade.

Aprendizagem

O preconceito e o senso de justiça com relação à Síndrome de Down no passado, fez com que essas crianças não tivessem nenhuma chance de se desenvolverem cognitivamente, pais e professores não acreditavam na possibilidade da alfabetização, eram rotuladas como pessoas doentes e, portanto, excluídas do convívio social. Hoje já se sabe que o aluno com Síndrome de Down apresenta dificuldades em decompor tarefas, juntar habilidades e ideias, reter e transferir o que sabem, se adaptar a situações novas, e, portanto todo aprendizado deve sempre ser estimulado a partir do concreto necessitando de instruções visuais para consolidar o conhecimento. Uma maneira de incentivar a aprendizagem é o uso de brinquedos e de jogos educativos, tornando a atividade prazerosa e interessante. O ensino deve ser divertido e fazer parte da vida cotidiana, despertando assim o interesse pelo aprender.

No processo de aprendizagem a criança com Síndrome de Down deve ser reconhecida como ela é, e não como gostaríamos que fosse. As diferenças devem ser vistas como ponto de partida e não de chegada na educação, para desenvolver estratégias e processos cognitivos adequados. A Teoria da modificabilidade cognitiva estrutural, do psicopedagogo Reuven Feuerstein, afirma que a inteligência de qualquer pessoa, independente de sua idade, pode ser "expandida". Um neto de Feuerstein, portador de Síndrome de Down, que teve sua inteligência estimulada por seus métodos desde o nascimento, sempre frequentou a escola normal com bom desempenho.[32]

Prognóstico

Devido aos avanços da medicina, que hoje trata os problemas médicos associados à síndrome com relativa facilidade, a expectativa de vida das pessoas com síndrome de Down vem aumentando incrivelmente nos últimos anos.[33] Para se ter uma ideia, enquanto em 1947 a expectativa de vida era entre 12 e 15 anos, em 1989, subiu para 50 anos. Atualmente, é cada vez mais comum pessoas com síndrome de Down chegarem aos 60, 70 anos, ou seja, uma expectativa de vida muito parecida com a da população em geral. Em 2007 faleceu em Anápolis, Goiás, a pessoa com síndrome de Down mais velha do mundo, Dilmar Teixeira (n.1934), com 74 anos.[34]

Epidemiologia

Efeito da idade materna: quanto maior a idade da mãe, maior o risco da ocorrência da síndrome.

Estima-se que a incidência da Síndrome de Down seja de um em cada 660 nascimentos, o que torna esta deficiência uma das mais comuns de nível genético. A idade da mãe influencia bastante o risco de concepção de bebé com esta síndrome: em idade de 20 é de 1/1925, em idade de 25 é de 1/1205, em idade de 30 é de 1/885, em idade de 35 é de 1/365, em idade de 40 é de 1/110, em idade de 45 é de 1/32 e aos 49 de 1/11.[35] As grávidas com risco elevado de ter um filho afectado por esta síndrome devem ser encaminhadas para consultas de aconselhamento genético, no âmbito das quais poderão realizar testes genéticos (como a amniocentese).


História

Existem evidências de que crianças com Síndrome de Down tenham sido representadas na arte, mas a primeira descrição médica da Síndrome ocorreu apenas no século XIX.

Em 1862, o médico britânico John Langdon Down descreve a síndrome; baseado nas teorias racistas da época, ele atribui a causa a uma degeneração, que fazia com que filhos de europeus se parecessem com mongóis, e sugere que a causa da degeneração seria a tuberculose nos pais.[36] Apesar do tom racista de Down, ele recomenda que as pessoas com a síndrome sejam treinadas, e que a resposta ao treinamento é sempre positiva.[36]

Durante vários anos, os pais de crianças com Síndrome de Down recebiam a recomendação de entregar as crianças a instituições, que passariam a cuidar delas (pela vida toda).

O termo foi referido pela primeira vez pelo editor do The Lancet, em 1961 [1]. Era, até a data, denominado como mongolismo pela semelhança observada por Down na expressão facial de alguns pacientes seus e os indivíduos oriundos da Mongólia. Porém, a designação mongol ou mongoloide dada aos portadores da síndrome ganhou um sentido pejorativo e até ofensivo, pelo que se tornou banida no meio científico.

O termo mongol ou mongolismo, quando usado de forma pejorativa, ofensiva, poderá ser considerado como crime de preconceito, sem direito à fiança, quando o processo transitar em julgado.

Na Segunda Guerra Mundial, pessoas com qualquer tipo de deficiência (física ou mental) foram exterminadas pelos nazistas, no programa chamado Aktion T4[carece de fontes?].

Atualmente, estima-se que entre 91% e 93% das crianças detectadas com Síndrome de Down antes do parto sejam abortadas.[37]

Em Portugal

Dados revelados em maio de 2013, revelam que em Portugal, um em cada 800 bebés nasce com trissomia 21, segundo a associação Pais 21. Quando a síndrome é detectada nos fetos, 95% dos pais optam por uma interrupção voluntária da gravidez. Estima-se que em Portugal cerca de 15 mil pessoas sejam portadoras da síndrome.[38]

Ver também

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Síndrome de Down

Referências

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Ligações externas