Bronisław Malinowski: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Dbastro (discussão | contribs)
m ajustando datas, traduzindo nome/parâmetro, ajustes gerais nas citações, outros ajustes usando script
m ajustando datas, traduzindo nome/parâmetro nas citações, outros ajustes usando script, +correções semiautomáticas (v0.57/3.1.56/)
Linha 1: Linha 1:
{{Ver desambig|prefixo=Se procura|o campeão olímpico polonês|Bronisław Malinowski (atleta)}}
{{Ver desambig|prefixo=Se procura|o campeão olímpico polonês|Bronisław Malinowski (atleta)}}
{{Mais notas|biografia=sim|data=outubro de 2021}}
{{Info/Biografia/Wikidata
{{Info/Biografia/Wikidata
|bgcolour =
|bgcolour =
Linha 32: Linha 31:
== Biografia ==
== Biografia ==
=== Primeiros anos ===
=== Primeiros anos ===
Malinowski, descendente da ''[[szlachta]]'' ([[nobreza]] polaca),<ref name=":13">{{citar livro|último1=Calverton|primeiro1=Victor Francis|url=https://books.google.com/books?id=IIRXDwAAQBAJ&pg=PT1013|título=Revival: The New Generation (1930): The Intimate Problems of Modern Parents and Children|último2=Schmalhausen|primeiro2=Samuel Daniel|data=20 de abril de 2018|publicado=Routledge|isbn=978-1-351-33882-0|língua=en}}</ref>{{rp|1013}} nasceu em 7 de abril de 1884 em [[Cracóvia]], na partição austríaca da antiga [[República das Duas Nações|Comunidade Polaco-Lituana]] — então parte da província [[Áustria-Hungria|austro-húngara]] conhecida como [[Reino da Galícia e Lodoméria|Reino da Galiza e da Lodoméria]].<ref name=psb>{{citar enciclopédia|último=Armon|primeiro=Witold|editor-sobrenome=|editor-nome=|editor-link=|enciclopédia=Polish Biographical Dictionary (Polski słownik biograficzny)|título=Bronisław Malinowski|títulotrad=|url=https://www.ipsb.nina.gov.pl/a/biografia/bronislaw-kasper-malinowski-wiesz|acessodata=29 de julho de 2021|língua=pl|edição=|data=1974|publicado=National Film Archive - Audiovisual Institute|volume=19|local=|páginas=332–336|arquivourl=|arquivodata=|urlmorta=}}</ref>{{Rp|332}} Seu pai, [[Lucjan Malinowski]], era professor de [[filologia]] [[Eslavística|eslava]] na Universidade Jaguelônica, e sua mãe era filha de uma família de [[Propriedade rural|proprietários de terras]].<ref name=":0">Senft, Günter. 1997. Bronislaw Kasper Malinowski. in Verschueren, Ostman, Blommaert & Bulcaen (eds.) ''Handbook of Pragmatics'' Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins [http://pubman.mpdl.mpg.de/pubman/item/escidoc:64592:3/component/escidoc:468416/Book%20Chapter_Bronislaw%20Kasper%20Malinowski_1999.pdf]</ref> Quando criança, ele era frágil, muitas vezes com problemas de saúde, mas se destacava academicamente. Em 30 de maio de 1902, ele passou nos exames de ''[[matura]]'' (com distinção) na [[Escola Secundária Jan III Sobieski]] e, mais tarde naquele ano, começou a estudar na Faculdade de Filosofia da Universidade Jaguelônica de [[Cracóvia]], onde inicialmente se concentrou em [[matemática]] e [[Ciência física|ciências físicas]].<ref name="psb" /> {{Rp|332}}<ref name=":6" /> {{Rp|137}}
Malinowski, descendente da ''[[szlachta]]'' ([[nobreza]] polaca),<ref name=":13">{{citar livro|último1=Calverton|primeiro1=Victor Francis|url=https://books.google.com/books?id=IIRXDwAAQBAJ&pg=PT1013|título=Revival: The New Generation (1930): The Intimate Problems of Modern Parents and Children|último2=Schmalhausen|primeiro2=Samuel Daniel|data=20 de abril de 2018|publicado=Routledge|isbn=978-1-351-33882-0|língua=en}}</ref>{{rp|1013}} nasceu em 7 de abril de 1884 em [[Cracóvia]], na partição austríaca da antiga [[República das Duas Nações|Comunidade Polaco-Lituana]] — então parte da província [[Áustria-Hungria|austro-húngara]] conhecida como [[Reino da Galícia e Lodoméria|Reino da Galiza e da Lodoméria]].<ref name=psb>{{citar enciclopédia|último=Armon|primeiro=Witold|editor-sobrenome=|editor-nome=|editor-link=|enciclopédia=Polish Biographical Dictionary (Polski słownik biograficzny)|título=Bronisław Malinowski|títulotrad=|url=https://www.ipsb.nina.gov.pl/a/biografia/bronislaw-kasper-malinowski-wiesz|acessodata=29 de julho de 2021|língua=pl|edição=|data=1974|publicado=National Film Archive - Audiovisual Institute|volume=19|local=|páginas=332–336|arquivourl=|arquivodata=|urlmorta=}}</ref>{{Rp|332}} Seu pai, [[Lucjan Malinowski]], era professor de [[filologia]] [[Eslavística|eslava]] na Universidade Jaguelônica, e sua mãe era filha de uma família de [[Propriedade rural|proprietários de terras]].<ref name=":0">Senft, Günter. 1997. Bronislaw Kasper Malinowski. in Verschueren, Ostman, Blommaert & Bulcaen (eds.) ''Handbook of Pragmatics'' Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins [http://pubman.mpdl.mpg.de/pubman/item/escidoc:64592:3/component/escidoc:468416/Book%20Chapter_Bronislaw%20Kasper%20Malinowski_1999.pdf]</ref> Quando criança, ele era frágil, muitas vezes com problemas de saúde, mas se destacava academicamente. Em 30 de maio de 1902, ele passou nos exames de ''[[matura]]'' (com distinção) na [[Escola Secundária Jan III Sobieski]] e, mais tarde naquele ano, começou a estudar na Faculdade de Filosofia da Universidade Jaguelônica de [[Cracóvia]], onde inicialmente se concentrou em [[matemática]] e [[Ciência física|ciências físicas]].<ref name="psb" />{{Rp|332}}<ref name=":6" />{{Rp|137}}


Enquanto frequentava a universidade adoeceu gravemente (possivelmente com [[tuberculose]]) e, enquanto recuperava, o seu interesse voltou-se mais para as ciências sociais ao fazer cursos de [[filosofia]] e [[educação]].<ref name="psb" /> {{Rp|332–333}} Em 1908 ele recebeu um doutorado em filosofia pela Universidade Jaguelônica; sua tese foi intitulada ''Sobre o Princípio da Economia do Pensamento''.<ref name="psb" /> {{Rp|333}}<ref name=":6" /> {{Rp|137}}
Enquanto frequentava a universidade adoeceu gravemente (possivelmente com [[tuberculose]]) e, enquanto recuperava, o seu interesse voltou-se mais para as ciências sociais ao fazer cursos de [[filosofia]] e [[educação]].<ref name="psb" />{{Rp|332–333}} Em 1908 ele recebeu um doutorado em filosofia pela Universidade Jaguelônica; sua tese foi intitulada ''Sobre o Princípio da Economia do Pensamento''.<ref name="psb" />{{Rp|333}}<ref name=":6" />{{Rp|137}}


Durante os seus anos de estudante interessou-se por viajar para o estrangeiro, e visitou a [[Finlândia]], a [[Itália]], as [[Canárias|Ilhas Canárias]], a [[Sudoeste Asiático|Ásia Ocidental]] e o [[Norte de África]]; algumas dessas viagens foram, pelo menos em parte, motivadas por questões de saúde.<ref name="psb" /> {{Rp|333}} Ele também passou três semestres na [[Universidade de Leipzig]] (c.  1909-1910), onde estudou com o [[economista]] [[Karl Bücher]] e o [[Psicologia|psicólogo]] [[Wilhelm Wundt]].<ref name="psb" /> {{Rp|333}}<ref name=":6" /> {{Rp|137}} Depois de ler ''[[The Golden Bough]]'', de [[James Frazer]], ele decidiu se tornar um antropólogo.<ref name=":4" /> {{Rp|9}}<ref name=":6" /> {{Rp|137}}
Durante os seus anos de estudante interessou-se por viajar para o estrangeiro, e visitou a [[Finlândia]], a [[Itália]], as [[Canárias|Ilhas Canárias]], a [[Sudoeste Asiático|Ásia Ocidental]] e o [[Norte de África]]; algumas dessas viagens foram, pelo menos em parte, motivadas por questões de saúde.<ref name="psb" />{{Rp|333}} Ele também passou três semestres na [[Universidade de Leipzig]] (c.  1909-1910), onde estudou com o [[economista]] [[Karl Bücher]] e o [[Psicologia|psicólogo]] [[Wilhelm Wundt]].<ref name="psb" />{{Rp|333}}<ref name=":6" />{{Rp|137}} Depois de ler ''[[The Golden Bough]]'', de [[James Frazer]], ele decidiu se tornar um antropólogo.<ref name=":4" />{{Rp|9}}<ref name=":6" />{{Rp|137}}


Em 1910, foi para Inglaterra, tornando-se estudante de [[pós-graduação]] na [[London School of Economics]] (LSE), onde teve como mentores [[Charles Gabriel Seligman|C. G. Seligman]] e [[Edvard Westermarck]].<ref name="psb" /> {{Rp|333}}<ref>{{citar livro|último=Kuklick|primeiro=Henrika|url=https://books.google.com/books?id=aV7RRIQNZsgC&q=Seligman+malinowski+Westermarck&pg=PA162|título=New History of Anthropology|data=9 de fevereiro de 2009|publicado=John Wiley & Sons|isbn=978-0-470-76621-7|língua=en}}</ref>{{Rp|162}}<ref name="TIEoHS" />
Em 1910, foi para Inglaterra, tornando-se estudante de [[pós-graduação]] na [[London School of Economics]] (LSE), onde teve como mentores [[Charles Gabriel Seligman|C. G. Seligman]] e [[Edvard Westermarck]].<ref name="psb" />{{Rp|333}}<ref>{{citar livro|último=Kuklick|primeiro=Henrika|url=https://books.google.com/books?id=aV7RRIQNZsgC&q=Seligman+malinowski+Westermarck&pg=PA162|título=New History of Anthropology|data=9 de fevereiro de 2009|publicado=John Wiley & Sons|isbn=978-0-470-76621-7|língua=en}}</ref>{{Rp|162}}<ref name="TIEoHS" />


=== Carreira ===
=== Carreira ===
Em 1911 Malinowski publicou, em polonês, seu primeiro [[Artigo científico|artigo acadêmico]], "''Totemizm i egzogamia''" ("Totemismo e Exogamia"), em ''[[:pl:Lud (czasopismo)|Lud]]''. No ano seguinte ele publicou seu primeiro artigo acadêmico em inglês,{{Efn|Provavelmente "O Aspecto Econômico das Cerimônias Intichiuma". Ele já havia publicado em 1910 uma resenha de livro em inglês no ''[[Journal of the Royal Anthropological Institute|Man]]'', o jornal do [[Royal Anthropological Institute]], e outra lá em 1911.<ref name=GPM/> Para mais informações sobre os primeiros escritos de Malinowski, ver ''[[The Early Writings of Bronislaw Malinowski]]'' (1993, 2006) por Robert J. Thornton e Peter Skalnik.<ref>{{citar livro|último1=Thornton|primeiro1=Robert J.|url=https://books.google.com/books?id=3NvxzQEACAAJ&q=Early+writings+of+Malinowski|título=The Early Writings of Bronislaw Malinowski|último2=Skalnik|primeiro2=Peter|data=1 de junho de 2006|publicado=Cambridge University Press|isbn=978-0-521-02646-8|língua=en}}</ref>}} e em 1913 seu primeiro livro, ''[[A Família Entre os Aborígenes Australianos]]''. No mesmo ano deu suas primeiras palestras na LSE, sobre temas relacionados à [[psicologia da religião]] e à [[psicologia social]].<ref name="psb" /> {{Rp|333}}
Em 1911 Malinowski publicou, em polonês, seu primeiro [[Artigo científico|artigo acadêmico]], "''Totemizm i egzogamia''" ("Totemismo e Exogamia"), em ''[[:pl:Lud (czasopismo)|Lud]]''. No ano seguinte ele publicou seu primeiro artigo acadêmico em inglês,{{Efn|Provavelmente "O Aspecto Econômico das Cerimônias Intichiuma". Ele já havia publicado em 1910 uma resenha de livro em inglês no ''[[Journal of the Royal Anthropological Institute|Man]]'', o jornal do [[Royal Anthropological Institute]], e outra lá em 1911.<ref name=GPM/> Para mais informações sobre os primeiros escritos de Malinowski, ver ''[[The Early Writings of Bronislaw Malinowski]]'' (1993, 2006) por Robert J. Thornton e Peter Skalnik.<ref>{{citar livro|último1=Thornton|primeiro1=Robert J.|url=https://books.google.com/books?id=3NvxzQEACAAJ&q=Early+writings+of+Malinowski|título=The Early Writings of Bronislaw Malinowski|último2=Skalnik|primeiro2=Peter|data=1 de junho de 2006|publicado=Cambridge University Press|isbn=978-0-521-02646-8|língua=en}}</ref>}} e em 1913 seu primeiro livro, ''[[A Família Entre os Aborígenes Australianos]]''. No mesmo ano deu suas primeiras palestras na LSE, sobre temas relacionados à [[psicologia da religião]] e à [[psicologia social]].<ref name="psb" />{{Rp|333}}


[[Imagem:Plate I-Argonauts of the western Pacific 1922 (page 45 crop).jpg|thumb|esquerda|Foto da placa I, ''Argonautas do Pacífico Ocidental'' de Malinowski (1922), mostrando uma vila e a tenda de Malinowski]]
[[Imagem:Plate I-Argonauts of the western Pacific 1922 (page 45 crop).jpg|thumb|esquerda|Foto da placa I, ''Argonautas do Pacífico Ocidental'' de Malinowski (1922), mostrando uma vila e a tenda de Malinowski]]


Em junho de 1914 ele partiu de Londres, viajando para a Austrália, como o primeiro passo de sua expedição à Papua (no que mais tarde se tornaria a [[Papua-Nova Guiné]]).<ref name="psb" /> {{Rp|333}} A expedição foi organizada sob a égide da [[Associação Britânica para o Avanço da Ciência]] (BAAS).<ref name="psb" /> {{Rp|333}} Inicialmente, a viagem de Malinowski à Austrália deveria durar apenas cerca de meio ano, já que ele planejava principalmente participar de uma conferência lá, e viajou para lá na qualidade de secretário de [[Robert Ranulph Marett]]. Pouco depois, sua situação complicou-se devido à eclosão da Primeira Guerra Mundial. Embora polonês por etnia, era [[Vassalagem|súdito]] da Áustria-Hungria, que estava em guerra com o [[Reino Unido]]. Malinowski, em risco de internamento, decidiu, no entanto, não regressar à Europa a partir da região controlada pelos britânicos, e após a intervenção de vários dos seus colegas, incluindo Marett e [[Alfred Cort Haddon]], as autoridades britânicas permitiram-lhe permanecer na região da Austrália e até lhe forneceu novos financiamentos.<ref name="psb" /> {{Rp|333}}<ref name=":6" /> {{Rp|138}}<ref>{{citar livro|último=Malinowski|primeiro=Bronislaw|url=https://books.google.com/books?id=NTrjsvIw2CYC&q=Malinowski++Marett+1914&pg=PA4|título=Malinowski Among the Magi: The Natives of Mailu|data=novembro de 2001|publicado=Psychology Press|isbn=978-0-415-26244-6|língua=en}}</ref>{{Rp|4–5}}<ref>{{citar livro|último=Moore|primeiro=Jerry D.|url=https://books.google.com/books?id=7-qQX0hvoxAC&q=1922+Malinowski+doctorate&pg=PA136|título=Visions of Culture: An Introduction to Anthropological Theories and Theorists|data=25 de julho de 2008|publicado=Rowman Altamira|isbn=978-0-7591-1239-1|língua=en}}</ref>{{Rp|136}}
Em junho de 1914 ele partiu de Londres, viajando para a Austrália, como o primeiro passo de sua expedição à Papua (no que mais tarde se tornaria a [[Papua-Nova Guiné]]).<ref name="psb" />{{Rp|333}} A expedição foi organizada sob a égide da [[Associação Britânica para o Avanço da Ciência]] (BAAS).<ref name="psb" />{{Rp|333}} Inicialmente, a viagem de Malinowski à Austrália deveria durar apenas cerca de meio ano, já que ele planejava principalmente participar de uma conferência lá, e viajou para lá na qualidade de secretário de [[Robert Ranulph Marett]]. Pouco depois, sua situação complicou-se devido à eclosão da Primeira Guerra Mundial. Embora polonês por etnia, era [[Vassalagem|súdito]] da Áustria-Hungria, que estava em guerra com o [[Reino Unido]]. Malinowski, em risco de internamento, decidiu, no entanto, não regressar à Europa a partir da região controlada pelos britânicos, e após a intervenção de vários dos seus colegas, incluindo Marett e [[Alfred Cort Haddon]], as autoridades britânicas permitiram-lhe permanecer na região da Austrália e até lhe forneceu novos financiamentos.<ref name="psb" />{{Rp|333}}<ref name=":6" />{{Rp|138}}<ref>{{citar livro|último=Malinowski|primeiro=Bronislaw|url=https://books.google.com/books?id=NTrjsvIw2CYC&q=Malinowski++Marett+1914&pg=PA4|título=Malinowski Among the Magi: The Natives of Mailu|data=novembro de 2001|publicado=Psychology Press|isbn=978-0-415-26244-6|língua=en}}</ref>{{Rp|4–5}}<ref>{{citar livro|último=Moore|primeiro=Jerry D.|url=https://books.google.com/books?id=7-qQX0hvoxAC&q=1922+Malinowski+doctorate&pg=PA136|título=Visions of Culture: An Introduction to Anthropological Theories and Theorists|data=25 de julho de 2008|publicado=Rowman Altamira|isbn=978-0-7591-1239-1|língua=en}}</ref>{{Rp|136}}


A sua primeira viagem de campo, que durou de agosto de 1914 a março de 1915, levou-o à ilha de Toulon ([[ilha Mailu]]) e à [[ilha Woodlark]].<ref name="psb" /> {{Rp|333}} Esta viagem de campo foi descrita em sua monografia de 1915, ''[[Os Nativos de Mailu]]''.<ref name="psb" /> {{Rp|333}} Posteriormente, ele conduziu pesquisas nas Ilhas Trobriand, na região da Melanésia.<ref name="psb" /> {{Rp|334}} Ele organizou duas expedições maiores naquela época; de maio de 1915 a maio de 1916 e de outubro de 1917 a outubro de 1918, além de diversas excursões mais curtas.<ref name="psb" /> {{Rp|334}} Foi durante este período que ele conduziu seu trabalho de campo no anel Kula (um sistema de troca cerimonial conduzido pelos nativos que estudou) e avançou a prática da observação participante, que continua sendo a marca registrada da pesquisa etnográfica hoje.<ref name=":6">{{citar livro|último=Gaillard|primeiro=Gerald|url=https://books.google.com/books?id=1AvbEKWmwngC&q=Gaillard+2004|título=The Routledge Dictionary of Anthropologists|data=2004|publicado=Routledge|isbn=978-1-134-58580-9|língua=en}}</ref>{{Rp|139}} A coleção etnográfica de [[Artefacto (arqueologia)|artefatos]] de suas expedições é mantida principalmente pelo [[Museu Britânico]] e pelo [[Museu de Melbourne]].<ref name="psb" /> {{Rp|334}} Durante os intervalos entre suas expedições ele permaneceu em Melbourne, escrevendo suas pesquisas e publicando novos artigos, como ''[[Baloma]]; os Espíritos dos Mortos nas Ilhas Trobriand''. Em 1916 recebeu o título de Doutor em Ciências.<ref name="psb" /> {{Rp|333–334}}<ref name=":6" /> {{Rp|138}}
A sua primeira viagem de campo, que durou de agosto de 1914 a março de 1915, levou-o à ilha de Toulon ([[ilha Mailu]]) e à [[ilha Woodlark]].<ref name="psb" />{{Rp|333}} Esta viagem de campo foi descrita em sua monografia de 1915, ''[[Os Nativos de Mailu]]''.<ref name="psb" />{{Rp|333}} Posteriormente, ele conduziu pesquisas nas Ilhas Trobriand, na região da Melanésia.<ref name="psb" />{{Rp|334}} Ele organizou duas expedições maiores naquela época; de maio de 1915 a maio de 1916 e de outubro de 1917 a outubro de 1918, além de diversas excursões mais curtas.<ref name="psb" />{{Rp|334}} Foi durante este período que ele conduziu seu trabalho de campo no anel Kula (um sistema de troca cerimonial conduzido pelos nativos que estudou) e avançou a prática da observação participante, que continua sendo a marca registrada da pesquisa etnográfica hoje.<ref name=":6">{{citar livro|último=Gaillard|primeiro=Gerald|url=https://books.google.com/books?id=1AvbEKWmwngC&q=Gaillard+2004|título=The Routledge Dictionary of Anthropologists|data=2004|publicado=Routledge|isbn=978-1-134-58580-9|língua=en}}</ref>{{Rp|139}} A coleção etnográfica de [[Artefacto (arqueologia)|artefatos]] de suas expedições é mantida principalmente pelo [[Museu Britânico]] e pelo [[Museu de Melbourne]].<ref name="psb" />{{Rp|334}} Durante os intervalos entre suas expedições ele permaneceu em Melbourne, escrevendo suas pesquisas e publicando novos artigos, como ''[[Baloma]]; os Espíritos dos Mortos nas Ilhas Trobriand''. Em 1916 recebeu o título de Doutor em Ciências.<ref name="psb" />{{Rp|333–334}}<ref name=":6" />{{Rp|138}}


Em 1919, ele retornou à Europa, permanecendo em Tenerife por mais de um ano antes de retornar à Inglaterra em 1920 e finalmente a Londres em 1921.<ref name="psb" /> {{Rp|334}}<ref name=":6" /> {{Rp|138}}<ref name="TIEoHS" /> Ele retomou o ensino na LSE, aceitando um cargo de professor, recusando uma oferta de emprego da Universidade Jaguelônica Polaca.<ref name="psb" /> {{Rp|334}} No ano seguinte, seu livro ''Argonautas do Pacífico Ocidental'', muitas vezes descrito como sua [[obra-prima]], foi publicado.<ref name=":0" /><ref name=":1">{{citar periódico|último1=Malinowski|primeiro1=Bronislaw|último2=Young|primeiro2=Michael W.|último3=Beran|primeiro3=Harry|data=2016|título=Malinowski on Primitive Art: 'Art Notes and Suggestions' of 1921|url=https://www.jstor.org/stable/26788775|periódico=Pacific Arts|volume=16|número=1|páginas=5–8|jstor=26788775|issn=1018-4252}}</ref><ref name=":2">{{citar livro|último=Senft|primeiro=Gunter|url=https://books.google.com/books?id=eLSqIMLzm8EC&q=%22Argonauts+of+the+Western+Pacific%22++masterpiece&pg=PA7|título=The Trobriand Islanders' Ways of Speaking|data=19 de julho de 2010|publicado=Walter de Gruyter|isbn=978-3-11-022799-4|língua=en}}</ref>{{Rp|7}}<ref name=":3">{{citar livro|último1=Weston|primeiro1=Gavin|url=https://books.google.com/books?id=LbfjDwAAQBAJ&q=%22Argonauts+of+the+Western+Pacific%22++masterpiece&pg=PT72|título=Anthropological Controversies: The "Crimes" and Misdemeanors that Shaped a Discipline|último2=Djohari|primeiro2=Natalie|data=11 de maio de 2020|publicado=Routledge|isbn=978-0-429-86120-8|língua=en}}</ref>{{Rp|72}} Pelas próximas duas décadas, ele estabeleceria a LSE como o principal centro de antropologia da Europa. Em 1924 foi promovido a leitor, e em 1927, professor catedrático (professor fundador de Antropologia Social).<ref name="psb" /> {{Rp|334}}<ref name="TIEoHS" /> Em 1930 tornou-se membro estrangeiro correspondente da [[Academia Polaca de Artes e Ciências]].<ref name="psb" /> {{Rp|334}} Em 1933, tornou-se membro estrangeiro da [[Real Academia Holandesa de Artes e Ciências]].<ref>{{Citar web|título=B.K. Malinowski (1884–1942)|url=http://www.dwc.knaw.nl/biografie/pmknaw/?pagetype=authorDetail&aId=PE00001738|acessodata=19 de julho de 2015|publicado=Royal Netherlands Academy of Arts and Sciences}}</ref> Em 1934 ele viajou para a [[África Oriental Britânica]] e a [[África Austral]], realizando pesquisas entre diversas tribos como os [[bembas]], [[quicuios]], [[maragolis]], [[massais]] e [[suázis]].<ref name="psb" /> {{Rp|334}}<ref name="TIEoHS" /> O período 1926-1935 foi o período mais produtivo de sua carreira, vendo a publicação de muitos artigos e vários outros livros.<ref name="psb" /> {{Rp|334}}
Em 1919, ele retornou à Europa, permanecendo em Tenerife por mais de um ano antes de retornar à Inglaterra em 1920 e finalmente a Londres em 1921.<ref name="psb" />{{Rp|334}}<ref name=":6" />{{Rp|138}}<ref name="TIEoHS" /> Ele retomou o ensino na LSE, aceitando um cargo de professor, recusando uma oferta de emprego da Universidade Jaguelônica Polaca.<ref name="psb" />{{Rp|334}} No ano seguinte, seu livro ''Argonautas do Pacífico Ocidental'', muitas vezes descrito como sua [[obra-prima]], foi publicado.<ref name=":0" /><ref name=":1">{{citar periódico|último1=Malinowski|primeiro1=Bronislaw|último2=Young|primeiro2=Michael W.|último3=Beran|primeiro3=Harry|data=2016|título=Malinowski on Primitive Art: 'Art Notes and Suggestions' of 1921|url=https://www.jstor.org/stable/26788775|periódico=Pacific Arts|volume=16|número=1|páginas=5–8|jstor=26788775|issn=1018-4252}}</ref><ref name=":2">{{citar livro|último=Senft|primeiro=Gunter|url=https://books.google.com/books?id=eLSqIMLzm8EC&q=%22Argonauts+of+the+Western+Pacific%22++masterpiece&pg=PA7|título=The Trobriand Islanders' Ways of Speaking|data=19 de julho de 2010|publicado=Walter de Gruyter|isbn=978-3-11-022799-4|língua=en}}</ref>{{Rp|7}}<ref name=":3">{{citar livro|último1=Weston|primeiro1=Gavin|url=https://books.google.com/books?id=LbfjDwAAQBAJ&q=%22Argonauts+of+the+Western+Pacific%22++masterpiece&pg=PT72|título=Anthropological Controversies: The "Crimes" and Misdemeanors that Shaped a Discipline|último2=Djohari|primeiro2=Natalie|data=11 de maio de 2020|publicado=Routledge|isbn=978-0-429-86120-8|língua=en}}</ref>{{Rp|72}} Pelas próximas duas décadas, ele estabeleceria a LSE como o principal centro de antropologia da Europa. Em 1924 foi promovido a leitor, e em 1927, professor catedrático (professor fundador de Antropologia Social).<ref name="psb" />{{Rp|334}}<ref name="TIEoHS" /> Em 1930 tornou-se membro estrangeiro correspondente da [[Academia Polaca de Artes e Ciências]].<ref name="psb" />{{Rp|334}} Em 1933, tornou-se membro estrangeiro da [[Real Academia Holandesa de Artes e Ciências]].<ref>{{Citar web|título=B.K. Malinowski (1884–1942)|url=http://www.dwc.knaw.nl/biografie/pmknaw/?pagetype=authorDetail&aId=PE00001738|acessodata=19 de julho de 2015|publicado=Royal Netherlands Academy of Arts and Sciences}}</ref> Em 1934 ele viajou para a [[África Oriental Britânica]] e a [[África Austral]], realizando pesquisas entre diversas tribos como os [[bembas]], [[quicuios]], [[maragolis]], [[massais]] e [[suázis]].<ref name="psb" />{{Rp|334}}<ref name="TIEoHS" /> O período 1926-1935 foi o período mais produtivo de sua carreira, vendo a publicação de muitos artigos e vários outros livros.<ref name="psb" />{{Rp|334}}


Malinowski ensinou intermitentemente nos Estados Unidos, que visitou pela primeira vez em 1926 para estudar os [[hopis]].<ref name="psb" /> {{Rp|334}}<ref name=":10">{{Citation|último=Cipriani|primeiro=Roberto|título=The Blackwell Encyclopedia of Sociology|data=2007-02-15|capítulourl=https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/9781405165518.wbeosm007|editor-sobrenome=Ritzer|editor-nome=George|capítulo=Malinowski, Bronislaw K.(1884-1942)|local=Oxford, UK|publicado=John Wiley & Sons, Ltd|língua=en|doi=10.1002/9781405165518.wbeosm007|isbn=978-1-4051-2433-1|acessodata=2023-01-13|editor-sobrenome2=Weiler|editor-nome2=Bernd}}</ref> Quando a Segunda Guerra Mundial eclodiu durante uma de suas visitas aos Estados Unidos, ele ficou lá.<ref name="psb" /> {{Rp|334}} Ele se tornou um crítico ferrenho da [[Alemanha Nazista|Alemanha nazista]], argumentando que ela representava uma ameaça à [[civilização]], e instou repetidamente os cidadãos dos EUA a abandonarem sua neutralidade; seus livros foram devidamente proibidos na [[Alemanha]].<ref name="TIEoHS" /><ref>{{citar periódico|último=Srivastava|primeiro=Vinay Kumar|data=março de 1985|título=Malinowski on Freedom & Civilization |url=http://journals.sagepub.com/doi/10.1177/0038022919850107|periódico=Sociological Bulletin|língua=en|volume=34|número=1–2|páginas=148–182|doi=10.1177/0038022919850107|issn=0038-0229|s2cid=171728097}}</ref> Em 1941 ele realizou pesquisas de campo entre os camponeses [[mexicanos]] em [[Oaxaca]].<ref name="psb" /> {{Rp|335}} Ele assumiu um cargo na Universidade Yale como professor visitante, onde permaneceu até sua morte.<ref name="psb" /> {{Rp|334}} Em 1942 ele co-fundou o [[Instituto Polaco de Artes e Ciências da América]], do qual se tornou seu primeiro presidente.<ref name="psb" /> {{Rp|335}}
Malinowski ensinou intermitentemente nos Estados Unidos, que visitou pela primeira vez em 1926 para estudar os [[hopis]].<ref name="psb" />{{Rp|334}}<ref name=":10">{{Citation|último=Cipriani|primeiro=Roberto|título=The Blackwell Encyclopedia of Sociology|data=2007-02-15|capítulourl=https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/9781405165518.wbeosm007|editor-sobrenome=Ritzer|editor-nome=George|capítulo=Malinowski, Bronislaw K.(1884-1942)|local=Oxford, UK|publicado=John Wiley & Sons, Ltd|língua=en|doi=10.1002/9781405165518.wbeosm007|isbn=978-1-4051-2433-1|acessodata=2023-01-13|editor-sobrenome2=Weiler|editor-nome2=Bernd}}</ref> Quando a Segunda Guerra Mundial eclodiu durante uma de suas visitas aos Estados Unidos, ele ficou lá.<ref name="psb" />{{Rp|334}} Ele se tornou um crítico ferrenho da [[Alemanha Nazista|Alemanha nazista]], argumentando que ela representava uma ameaça à [[civilização]], e instou repetidamente os cidadãos dos EUA a abandonarem sua neutralidade; seus livros foram devidamente proibidos na [[Alemanha]].<ref name="TIEoHS" /><ref>{{citar periódico|último=Srivastava|primeiro=Vinay Kumar|data=março de 1985|título=Malinowski on Freedom & Civilization |url=http://journals.sagepub.com/doi/10.1177/0038022919850107|periódico=Sociological Bulletin|língua=en|volume=34|número=1–2|páginas=148–182|doi=10.1177/0038022919850107|issn=0038-0229|s2cid=171728097}}</ref> Em 1941 ele realizou pesquisas de campo entre os camponeses [[mexicanos]] em [[Oaxaca]].<ref name="psb" />{{Rp|335}} Ele assumiu um cargo na Universidade Yale como professor visitante, onde permaneceu até sua morte.<ref name="psb" />{{Rp|334}} Em 1942 ele co-fundou o [[Instituto Polaco de Artes e Ciências da América]], do qual se tornou seu primeiro presidente.<ref name="psb" />{{Rp|335}}


Além de seu trabalho na academia, ele foi descrito como um "especialista espirituosamente divertido" que escreveu e falou na mídia da época sobre vários assuntos, como religião e relações raciais, nacionalismo, [[totalitarismo]] e [[guerra]], bem como [[Contracepção|controle de natalidade]] e [[educação sexual]]. Ele foi um defensor do [[Conselho Britânico de Higiene Social]], da [[Mass-Observation]] e do [[Instituto Internacional Africano]].<ref name="TIEoHS" />
Além de seu trabalho na academia, ele foi descrito como um "especialista espirituosamente divertido" que escreveu e falou na mídia da época sobre vários assuntos, como religião e relações raciais, nacionalismo, [[totalitarismo]] e [[guerra]], bem como [[Contracepção|controle de natalidade]] e [[educação sexual]]. Ele foi um defensor do [[Conselho Britânico de Higiene Social]], da [[Mass-Observation]] e do [[Instituto Internacional Africano]].<ref name="TIEoHS" />


Malinowski morreu em [[New Haven]], [[Connecticut]], em 16 de maio de 1942, aos 58 anos, de [[acidente vascular cerebral]]<ref name="psb" /> {{Rp|336}} enquanto se preparava para retomar seu trabalho de campo em Oaxaca. Ele foi enterrado no Cemitério Evergreen em New Haven.<ref>{{citar livro|último=Wayne|primeiro=Helena|título=The Story of a Marriage: The Letters of Bronisław Malinowski and Elsie Masson|publicado=[[Routledge]]|ano=1995|local=London|página=}}</ref>{{Rp|241}}
Malinowski morreu em [[New Haven]], [[Connecticut]], em 16 de maio de 1942, aos 58 anos, de [[acidente vascular cerebral]]<ref name="psb" />{{Rp|336}} enquanto se preparava para retomar seu trabalho de campo em Oaxaca. Ele foi enterrado no Cemitério Evergreen em New Haven.<ref>{{citar livro|último=Wayne|primeiro=Helena|título=The Story of a Marriage: The Letters of Bronisław Malinowski and Elsie Masson|publicado=[[Routledge]]|ano=1995|local=London|página=}}</ref>{{Rp|241}}


==Obras==
== Obras ==
Com exceção de alguns trabalhos do início da década de 1910, todas as pesquisas de Malinowski foram publicadas em inglês.<ref name="psb" />{{Rp|333}} Seu primeiro livro, ''A Família entre os Aborígenes Australianos'', publicado em 1913, foi baseado em materiais que ele coletou e escreveu nos anos 1909-1911. Foi bem recebido não apenas por revisores contemporâneos, mas também por estudiosos de gerações posteriores. Em 1963, no prefácio de sua nova edição, [[John Arundel Barnes]] chamou-o de uma obra memorável e observou como desacreditava a teoria anteriormente defendida de que os aborígenes australianos não tinham uma instituição familiar.<ref name="psb" />{{Rp|333}}
Com exceção de alguns trabalhos do início da década de 1910, todas as pesquisas de Malinowski foram publicadas em inglês.<ref name="psb" />{{Rp|333}} Seu primeiro livro, ''A Família entre os Aborígenes Australianos'', publicado em 1913, foi baseado em materiais que ele coletou e escreveu nos anos 1909-1911. Foi bem recebido não apenas por revisores contemporâneos, mas também por estudiosos de gerações posteriores. Em 1963, no prefácio de sua nova edição, [[John Arundel Barnes]] chamou-o de uma obra memorável e observou como desacreditava a teoria anteriormente defendida de que os aborígenes australianos não tinham uma instituição familiar.<ref name="psb" />{{Rp|333}}


Publicado em 1922, ''Argonautas do Pacífico Ocidental'', sobre a sociedade e a economia do povo Trobriand que vive na pequena cadeia de ilhas Kiriwana, a nordeste da ilha da Nova Guiné, foi amplamente considerado uma obra-prima e aumentou significativamente a reputação de Malinowski no mundo acadêmico.<ref name=":0" /><ref name=":1" /><ref name=":2" />{{Rp|7}}<ref name=":3" />{{Rp|72}} Seus livros posteriores incluíram ''[[Crime e Costumes da Sociedade Selvagem]]'' (1926), ''[[Mito na Psicologia Primitiva]]'' (1926), ''[[Sexo e Repressão na Sociedade Selvagem]]'' (1927), ''[[O Pai na Psicologia Primitiva]]'' (1927), ''[[A Vida Sexual dos Selvagens no Noroeste da Melanésia]]'' (1929) e ''[[Jardins de Coral e Sua Magia]]'' (1935).<ref name="psb" />{{Rp|334}} Os trabalhos abordaram questões como reciprocidade e sanções quase legais (em ''Crime''...), psicanálise de descobertas etnográficas (em ''Sexo e Repressão''...), namoro, sexo, casamento e família (em ''A Vida Sexual''...), e conexões percebidas entre agricultura e magia (em ''Jardins de Coral''...).<ref name="TIEoHS" />
Publicado em 1922, ''Argonautas do Pacífico Ocidental'', sobre a sociedade e a economia do povo Trobriand que vive na pequena cadeia de ilhas Kiriwana, a nordeste da ilha da Nova Guiné, foi amplamente considerado uma obra-prima e aumentou significativamente a reputação de Malinowski no mundo acadêmico.<ref name=":0" /><ref name=":1" /><ref name=":2" />{{Rp|7}}<ref name=":3" />{{Rp|72}} Seus livros posteriores incluíram ''[[Crime e Costumes da Sociedade Selvagem]]'' (1926), ''[[Mito na Psicologia Primitiva]]'' (1926), ''[[Sexo e Repressão na Sociedade Selvagem]]'' (1927), ''[[O Pai na Psicologia Primitiva]]'' (1927), ''[[A Vida Sexual dos Selvagens no Noroeste da Melanésia]]'' (1929) e ''[[Jardins de Coral e Sua Magia]]'' (1935).<ref name="psb" />{{Rp|334}} Os trabalhos abordaram questões como reciprocidade e sanções quase legais (em ''Crime''...), psicanálise de descobertas etnográficas (em ''Sexo e Repressão''...), namoro, sexo, casamento e família (em ''A Vida Sexual''...), e conexões percebidas entre agricultura e magia (em ''Jardins de Coral''...).<ref name="TIEoHS" />


[[File:Wmalinowski_trobriand_isles_1918_(cropped).jpg|right|thumb|Bronislaw Malinowski com nativos nas Ilhas Trobriand; entre outubro de 1917 e outubro de 1918]]
[[Imagem:Wmalinowski_trobriand_isles_1918_(cropped).jpg|direita|thumb|Bronislaw Malinowski com nativos nas Ilhas Trobriand; entre outubro de 1917 e outubro de 1918]]


Vários de seus trabalhos foram publicados postumamente ou coletados em antologias: ''[[Uma Teoria Científica da Cultura e Outros Ensaios]]'' (1944), ''[[Liberdade e Civilização]]'' (1944), ''[[A Dinâmica da Mudança Cultural]]'' (1945), ''[[Magia, Ciência e Religião e Outros Ensaios]]'' (1948), ''[[Sexo, Cultura e Mito]]'' (1962), o controverso<ref name="auto">{{citar livro|último=|primeiro=|url=http://www.sup.org/books/title/?id=2891|título=A Diary in the Strict Sense of the Term &#124; Bronislaw Malinowski With a New Introduction by Raymond Firth|website=www.sup.org|publicado=Stanford University Press|ano=1989|isbn=9780804717076}}</ref> ''[[Um Diário no Sentido Estrito do Termo]]'' (1967) e ''[[Os Primeiros Escritos de Bronislaw Malinowski]]'' (1993).<ref name="psb" />{{Rp|335}}
Vários de seus trabalhos foram publicados postumamente ou coletados em antologias: ''[[Uma Teoria Científica da Cultura e Outros Ensaios]]'' (1944), ''[[Liberdade e Civilização]]'' (1944), ''[[A Dinâmica da Mudança Cultural]]'' (1945), ''[[Magia, Ciência e Religião e Outros Ensaios]]'' (1948), ''[[Sexo, Cultura e Mito]]'' (1962), o controverso<ref name="auto">{{citar livro|último=|primeiro=|url=http://www.sup.org/books/title/?id=2891|título=A Diary in the Strict Sense of the Term &#124; Bronislaw Malinowski With a New Introduction by Raymond Firth|website=www.sup.org|publicado=Stanford University Press|ano=1989|isbn=9780804717076}}</ref> ''[[Um Diário no Sentido Estrito do Termo]]'' (1967) e ''[[Os Primeiros Escritos de Bronislaw Malinowski]]'' (1993).<ref name="psb" />{{Rp|335}}
Linha 70: Linha 69:
Muitas das obras de Malinowski entraram em [[domínio público]] em 2013.<ref>{{citar web|último=Young|primeiro=Michael W.|data=2014|título=Writing his Life through the Other: The Anthropology of Malinowski|url=https://publicdomainreview.org/essay/writing-his-life-through-the-other-the-anthropology-of-malinowski/|urlmorta=não|website=The Public Domain Review|arquivourl=https://web.archive.org/web/20191204131846/https://publicdomainreview.org/essay/writing-his-life-through-the-other-the-anthropology-of-malinowski/ |arquivodata=4 de dezembro de 2019 }}</ref>
Muitas das obras de Malinowski entraram em [[domínio público]] em 2013.<ref>{{citar web|último=Young|primeiro=Michael W.|data=2014|título=Writing his Life through the Other: The Anthropology of Malinowski|url=https://publicdomainreview.org/essay/writing-his-life-through-the-other-the-anthropology-of-malinowski/|urlmorta=não|website=The Public Domain Review|arquivourl=https://web.archive.org/web/20191204131846/https://publicdomainreview.org/essay/writing-his-life-through-the-other-the-anthropology-of-malinowski/ |arquivodata=4 de dezembro de 2019 }}</ref>


==Ideias e influências==
== Ideias e influências ==
Já um ano após sua morte, [[Clyde Kluckhohn]] descreveu sua influência na área como significativa, embora um tanto controversa, observando que para alguns ele "era um grande [[profeta]]" e que "nenhum antropólogo jamais teve um público tão amplo".<ref>{{citar periódico|último=Kluckhohn|primeiro=Clyde|data=1943|título=Bronislaw Malinowski 1884-1942|url=https://www.jstor.org/stable/535603|publicação=The Journal of American Folklore|volume=56|número=221|páginas=208–219|jstor=535603|issn=0021-8715}}</ref> Em 1974, [[Witold Armon]] descreveu muitas de suas obras como "clássicos".<ref name="psb" />{{Rp|335}} Michael W. Young delineou as principais contribuições de Malinowski como o estudo comparativo dos conceitos de [[parentesco]], [[casamento]], [[família]]; [[magia]], [[mitologia]] e [[religião]]. Seu trabalho impactou diversos campos como a [[antropologia econômica]]; [[direito comparado]] e na [[teoria linguística pragmática]].<ref name=TIEoHS>{{Citation|último=Young|primeiro=Michael W.|título=Malinowski, Bronislaw (1884–1942)|data=2015|enciclopédia=The International Encyclopedia of Human Sexuality|páginas=721–817|publicado=American Cancer Society|língua=en|doi=10.1002/9781118896877.wbiehs279|isbn=978-1-118-89687-7}}</ref>
Já um ano após sua morte, [[Clyde Kluckhohn]] descreveu sua influência na área como significativa, embora um tanto controversa, observando que para alguns ele "era um grande [[profeta]]" e que "nenhum antropólogo jamais teve um público tão amplo".<ref>{{citar periódico|último=Kluckhohn|primeiro=Clyde|data=1943|título=Bronislaw Malinowski 1884-1942|url=https://www.jstor.org/stable/535603|publicação=The Journal of American Folklore|volume=56|número=221|páginas=208–219|jstor=535603|issn=0021-8715}}</ref> Em 1974, [[Witold Armon]] descreveu muitas de suas obras como "clássicos".<ref name="psb" />{{Rp|335}} Michael W. Young delineou as principais contribuições de Malinowski como o estudo comparativo dos conceitos de [[parentesco]], [[casamento]], [[família]]; [[magia]], [[mitologia]] e [[religião]]. Seu trabalho impactou diversos campos como a [[antropologia econômica]]; [[direito comparado]] e na [[teoria linguística pragmática]].<ref name=TIEoHS>{{Citation|último=Young|primeiro=Michael W.|título=Malinowski, Bronislaw (1884–1942)|data=2015|enciclopédia=The International Encyclopedia of Human Sexuality|páginas=721–817|publicado=American Cancer Society|língua=en|doi=10.1002/9781118896877.wbiehs279|isbn=978-1-118-89687-7}}</ref>

=== Etnografia e trabalho de campo ===
Malinowski é considerado um dos etnógrafos mais qualificados da antropologia, especialmente devido à sua abordagem altamente metódica e bem teorizada ao estudo dos [[Sistema social|sistemas sociais]]. É frequentemente referido como o primeiro investigador a tirar a antropologia “[[Sair da varanda|da varanda]]” (frase que também dá nome a um documentário de [[André Singer]] de 1986 sobre o seu trabalho{{Efn|"Bronislaw Malinowski: Off the Veranda." 52 minutes. Films Media Group, 1985.<ref>{{citar livro|último=Street|primeiro=Alexander|url=https://books.google.com/books?id=e53MxQEACAAJ&q=%22off+the+verandah%22+malinowski|título=Off the Verandah: Bronislaw Malinowski (1884-1942).|data=2019|publicado=Royal Anthropological Institute of Great Britain and Ireland|língua=en}}</ref>}}), ou seja, sublinhando a necessidade de um trabalho de campo que permita o pesquisador vivenciar junto com eles o cotidiano de seus sujeitos. Malinowski enfatizou a importância da observação participante detalhada e argumentou que os antropólogos devem ter contato diário com seus informantes se quiserem registrar adequadamente as "imponderabilidades da vida cotidiana" que são tão importantes para a compreensão de uma cultura diferente.<ref name=":4">{{citar livro|último=Boon|primeiro=James A.|url=https://books.google.com/books?id=LR04AAAAIAAJ&q=%22off+the+verandah%22+malinowski&pg=PA10|título=Other Tribes, Other Scribes: Symbolic Anthropology in the Comparative Study of Cultures, Histories, Religions and Texts|data=1982|publicado=CUP Archive|isbn=978-0-521-27197-4|língua=en}}</ref>{{Rp|10}}<ref>{{citar periódico|último=Richards|primeiro=Diana|data=25 de janeiro de 2010|título=Naturalized Methods for Jurisprudence: A Constructive Account|url=https://papers.ssrn.com/abstract=2000862|língua=en|local=Rochester, NY|doi=10.2139/ssrn.2000862 |ssrn=2000862}}</ref><ref name=":7">{{citar livro|último1=Crabtree|primeiro1=Andrew|url=https://books.google.com/books?id=zyi4VeEEnBYC&q=%22off+the+verandah%22+malinowski&pg=PA22|título=Doing Design Ethnography|último2=Rouncefield|primeiro2=Mark|último3=Tolmie|primeiro3=Peter|data=5 de março de 2012|publicado=Springer Science & Business Media|isbn=978-1-4471-2726-0|língua=en}}</ref>{{Rp|22}}<ref name=":5">{{citar livro|último=Okely|primeiro=Judith|url=https://books.google.com/books?id=n0MHEAAAQBAJ&q=verandah+%22imponderabilia+of+everyday+life%22+malinowski&pg=PT74|título=Anthropological Practice: Fieldwork and the Ethnographic Method|data=15 de maio de 2020|publicado=Routledge|isbn=978-1-000-18055-8|língua=en}}</ref>{{Rp|74}} Ele afirmou que o objetivo do antropólogo, ou etnógrafo, é "captar o ponto de vista do nativo, sua relação com a vida, realizar sua visão de seu mundo".<ref>''Argonauts of the Western Pacific,'' Dutton 1961 edition, p.&nbsp;25.</ref> Devido à influência de seu argumento, às vezes ele é creditado, especialmente no Reino Unido,<ref name=":12">{{citar livro|último=Kelly|primeiro=William W.|url=https://onlinelibrary.wiley.com/doi/book/10.1002/9781118924396|título=The International Encyclopedia of Anthropology|data=2018-10-05|publicado=Wiley|isbn=978-1-118-92439-6|editor-sobrenome=Callan|editor-nome=Hilary|edição=1|língua=en|capítulo=Malinowski, Bronisław (1884–1942)|páginas=1–6|doi=10.1002/9781118924396.wbiea2164|s2cid=187470515}}</ref> como criador do campo da etnografia.<ref>{{citar livro|último1=Melhuus|primeiro1=Marit|url=https://books.google.com/books?id=yKtffW73Nt4C&q=%22invented+by+Bronislaw+Malinowski%22&pg=PP11|título=Ethnographic Practice in the Present|último2=Mitchell|primeiro2=Jon P.|último3=Wulff|primeiro3=Helena|data=2010|publicado=Berghahn Books|isbn=978-1-84545-616-0|língua=en}}</ref>{{Rp|2}} J. I. (Hans) Bakker diz que Malinowski "escreveu pelo menos duas das cem etnografias mais significativas de todos os tempos".<ref name=":11">{{citar livro|último=Bakker|primeiro=J. I. (Hans)|url=https://onlinelibrary.wiley.com/doi/book/10.1002/9781118339893|título=The Encyclopedia of Cross‐Cultural Psychology|data=2013-09-24|publicado=Wiley|isbn=978-0-470-67126-9|editor-sobrenome=Keith|editor-nome=Kenneth D|edição=1|língua=en|capítulo=Malinowski, Bronislaw|páginas=835–838|doi=10.1002/9781118339893.wbeccp340}}</ref>

[[Imagem:Malinowski_mwali_plate_xvi.png|thumb|esquerda|Quatro mualis, um dos dois principais tipos de objetos do ritual Kula da Melanésia. Foto em ''Argonautas do Pacífico Ocidental'', de Malinowski (1922)]]

Malinowski em sua pesquisa pioneira{{efn|Diz-se que Malinowski "se tornou nativo" por volta de 1915-1916; outro estudioso americano, [[John Layard]], também fez o mesmo na mesma época (em 1917).<ref name=Langham/>{{rp|361}} [[Chris Gosden]] wrote that "Malinowski's claim to have moved anthropological fieldwork from the verandah into the village has considerable truth to it, even if this is not the whole truth [as] there is much more continuity between himself and his predecessors than Malinowski allowed for".<ref>{{citar livro|último=Gosden|primeiro=Chris|url=https://books.google.com/books?id=dc-EAgAAQBAJ&q=Malinowski+originator+fieldwork&pg=PA51|título=Anthropology and Archaeology: A Changing Relationship|data=4 de janeiro de 2002|publicado=Routledge|isbn=978-1-134-71621-0|língua=en}}</ref>{{Rp|51}} [[Max Gluckman]] noted that Malinowski developed the idea of fieldwork, but it originated with [[Alfred Cort Haddon]] in England and [[Franz Boas]] in the United States.<ref>{{citar livro|último=Gluckman|primeiro=Max|url=https://books.google.com/books?id=HfX7AQAAQBAJ&q=Malinowski+originator+fieldwork&pg=PA242|título=Order and Rebellion in Tribal Africa|data=5 de novembro de 2013|publicado=Routledge|isbn=978-1-136-52849-1|língua=en}}</ref>{{Rp|242}} [[Robert Burgess (sociologist)|Robert G. Burgess]] concluded that "it is Malinowski who is usually credited with being the originator of intensive anthropological field research".<ref>{{citar livro|último=Burgess|primeiro=Robert G.|url=https://books.google.com/books?id=tziIAgAAQBAJ&q=Malinowski+originator+fieldwork&pg=PA4|título=Field Research: A Sourcebook and Field Manual|data=2 de setembro de 2003|publicado=Routledge|isbn=978-1-134-89751-3|língua=en}}</ref>{{Rp|4}}}} montou uma tenda no meio das aldeias que estudou, nas quais viveu por longos períodos de tempo, semanas ou meses.<ref name=":6" />{{Rp|138}}<ref>{{citar livro|último=Clifford|primeiro=James|url=https://books.google.com/books?id=EDOVAT808fUC&q=Malinowski+tent+village&pg=PA20|título=Routes: Travel and Translation in the Late Twentieth Century|data=21 de abril de 1997|publicado=Harvard University Press|isbn=978-0-674-77960-0|língua=en}}</ref>{{Rp|20}}<ref name="Langham">{{citar livro|último=Langham|primeiro=K.|url=https://books.google.com/books?id=MP7rCAAAQBAJ&q=Malinowski+tent+village&pg=PA361|título=The Building of British Social Anthropology: W.H.R. Rivers and his Cambridge Disciples in The Development of Kinship Studies, 1898–1931|data=6 de dezembro de 2012|publicado=Springer Science & Business Media|isbn=978-94-009-8464-6|língua=en}}</ref>{{rp|361}} Seu argumento foi moldado por suas experiências iniciais como antropólogo em meados da década de 1910 na Austrália e na [[Oceania]], onde durante sua primeira viagem de campo ele se viu totalmente despreparado para isso, por não conhecer a [[Língua natural|língua]] do povo que se propôs a estudar, nem por poder observar suficientemente os seus costumes cotidianos (nessa viagem inicial, estava alojado com um [[Missão cristã|missionário]] local e apenas fazia viagens diárias à aldeia, atividade que se tornou cada vez mais difícil, uma vez que ele perdeu seu [[Tradução|tradutor]]).<ref>{{citar livro|último1=Frederiks|primeiro1=Martha|url=https://books.google.com/books?id=LrY0EAAAQBAJ&q=missionary+william+saville&pg=PA1183|título=Critical Readings in the History of Christian Mission: Volume 4|último2=Nagy|primeiro2=Dorottya|data=22 de junho de 2021|publicado=BRILL|isbn=978-90-04-39961-7|língua=en}}</ref>{{Rp|1182–1183}} Sua decisão pioneira de posteriormente mergulhar na vida dos nativos representa sua solução para esse problema e foi a mensagem que ele dirigiu aos novos e jovens antropólogos, com o objetivo de melhorar sua experiência e permitir-lhes produzir dados melhores.<ref name=":7" />{{Rp|22}}

Ele defendeu essa postura desde suas primeiras publicações, que muitas vezes criticavam duramente os mais velhos no campo da antropologia, que escreviam a maior parte de seus escritos com base em relatos de [[Bem usado|segunda mão]].<ref name="psb" />{{Rp|335}}<ref name=":4" />{{rp|10–14}}<ref name=":8" /> Isso pode ser visto na complexa relação entre Frazer — um influente antropólogo inicial, no entanto descrito como o clássico [[Teorização de poltrona|estudioso de poltrona]]<ref name=":5" />{{Rp|17}} — e Malinowski; Frazer foi um dos mentores e apoiadores de Malinowski, e seu trabalho é creditado por inspirar o jovem Malinowski a se tornar um antropólogo.<ref name=":4" />{{Rp|9}} Ao mesmo tempo, Malinowski criticou Frazer desde seus primeiros dias, e foi sugerido que o que ele aprendeu com Frazer não foi "como ser um antropólogo", mas "como não fazer antropologia".<ref name=":8">{{citar periódico|último=Morton|primeiro=John|data=1995|título=Review of The Early Writings of Bronislaw Malinowski|url=https://www.jstor.org/stable/20706617|periódico=The Journal of the Polynesian Society|volume=104|número=2|páginas=229–231|jstor=20706617|issn=0032-4000}}</ref> [[Ian Jarvie]] escreveu que muitos dos escritos de Malinowski representaram um "ataque" à escola de trabalho de campo de Frazer,<ref name="Jarvie">{{citar livro|último=Jarvie|primeiro=I. C.|url=https://books.google.com/books?id=ScHWAQAAQBAJ&q=%22The+Revolution+in+Anthropology%22&pg=PA43|título=The Revolution in Anthropology|data=28 de outubro de 2013|publicado=Routledge|isbn=978-1-135-03466-5|língua=en}}</ref>{{Rp|43}} embora [[James Boon|James A. Boon]] tenha sugerido que este conflito foi exagerado.<ref name=":4" />{{rp|10–14}}

Seus primeiros trabalhos também contribuíram para o estudo científico do [[sexo]], anteriormente restrito devido ao [[pudor]] euro-americano e às opiniões sobre a [[moral]]idade. O interesse de Malinowski pelo tema foi atribuído à sua origem [[Eslavos|eslava]], que o tornou menos preocupado com o "[[puritanismo]] [[Anglo-saxões|anglo-saxão]]".<ref name="TIEoHS" />

=== Professor ===
Considera-se que Malinowski criou a próxima geração de antropólogos, especialmente [[britânicos]].<ref name="psb" />{{Rp|335}} Muitos de seus alunos adotaram sua abordagem funcionalista.<ref name=TIEoHS/> Como professor, ele preferia [[palestra]]s a [[Grupo focal|discussões]];<ref name="psb" />{{Rp|335}} seus [[seminário]]s eram considerados "eletrizantes".<ref name="TIEoHS" /> Ele foi elogiado por sua atitude amigável e igualitária em relação às [[Aluno|estudantes]].<ref name="Helena" /> Entre seus alunos estavam futuros [[Ciências sociais|cientistas sociais]] como [[Hilda Kuper|Hilda Beemer Kuper]],<ref name="Helena" /><ref>{{citar periódico|último=Vincent|primeiro=Joan|data=1986-09-01|título=Functionalism revisited: An unsettled science |url=https://doi.org/10.1080/00988157.1986.9977795|periódico=Reviews in Anthropology|volume=13|número=4|páginas=331–339|doi=10.1080/00988157.1986.9977795|issn=0093-8157}}</ref> [[Edith Clarke (antropólogo)|Edith Clarke]],<ref name="Helena" /> [[:pl:Kazimierz Dobrowolski (socjolog)|Kazimierz Dobrowolski]],<ref name="psb" />{{Rp|335}} [[Raymond Firth]],<ref name="Helena" /> [[Meyer Fortes]],<ref>{{citar livro|último=Fortes|primeiro=Meyer|url=https://books.google.com/books?id=uJg4AAAAIAAJ&pg=PR10|título=Religion, Morality and the Person: Essays on Tallensi Religion|data=1987-10-15|publicado=CUP Archive|isbn=978-0-521-33693-2|língua=en}}</ref>{{Rp|x}} [[Feliks Gross]],<ref name="psb" />{{Rp|335}} [[Francis L. K. Hsu]],<ref>{{citar livro|último=Kim|primeiro=Choong Soon|url=https://books.google.com/books?id=c85xAAAAMAAJ&q=Francis+L.+K.+Hsu+Malinowski+student|título=Anthropological Studies of Korea by Westerners|data=2000|publicado=Institute for Modern Korean Studies, Yonsei University|isbn=978-89-7141-505-4|língua=en}}</ref>{{Rp|13}} [[Phyllis Kaberry]],<ref>{{Cite ODNB|doi=10.1093/ref:odnb/63299|title=Kaberry, Phyllis Mary}}</ref> [[Jomo Kenyatta]],<ref>{{Citar web|último=Free|primeiro=Alex|data=2017-10-11|título=Jomo Kenyatta, LSE and the independence of Kenya|url=http://blogs.lse.ac.uk/africaatlse/|acessodata=2022-11-30|website=Africa at LSE |língua=en}}</ref> [[Edmund Leach]],<ref>{{citar livro|último1=Tambiah|primeiro1=Stanley Jeyaraja|url=https://books.google.com/books?id=WBfBkGvRmowC&q=Malinowski+&pg=PR7|título=Edmund Leach: An Anthropological Life|último2=Tambiah|primeiro2=Stanley J.|data=2002-02-14|publicado=Cambridge University Press|isbn=978-0-521-52102-4|língua=en}}</ref>{{Rp|1}} [[Lucy Mair]],<ref name="Helena" /> [[Z. K. Matthews]],<ref>{{citar periódico|último=White|primeiro=T. R. H.|data=1992-11-01|título=Formative years : early influences on the career of Z.K. Matthews, (1916-1937)|url=https://journals.co.za/doi/abs/10.10520/AJA0018229X_1778|periódico=Historia|volume=37|número=2|páginas=70–85 |hdl=10520/AJA0018229X_1778 }}</ref> [[:pl:Józef Obrębski (etnograf)|Józef Obrębski]],<ref name="psb" />{{Rp|335}} [[Maria Ossowska]],<ref name="psb" />{{Rp|335}} [[Stanisław Ossowski]],<ref name="psb" />{{Rp|335}} [[Ralph Piddington]],<ref>{{citar livro|último1=Borofsky|primeiro1=Robert|url=https://books.google.com/books?id=O1rGDwAAQBAJ&pg=PA67|título=Developments in Polynesian Ethnology|último2=Howard|primeiro2=S. Alan|data=2019-03-31|publicado=University of Hawaii Press|isbn=978-0-8248-8196-2|língua=en}}</ref>{{Rp|67}} [[Hortense Powdermaker]],<ref name="Helena" /> [[E. E. Evans-Pritchard]],<ref name="Helena" /> [[Margaret Read (antropóloga)|Margaret Read]],<ref name="Helena" /> [[Audrey Richards]],<ref name="Helena" /> [[Isaac Schapera]],<ref name="Helena" /> [[:pl:Andrzej Jan Waligórski|Andrzej Jan Waligórski]],<ref name="psb" />{{Rp|335}} [[Camilla Wedgwood]],<ref name="Helena" /> [[Monica Wilson]]<ref name="Helena" /> e [[Fei Xiaotong]].<ref name="psb" />{{Rp|335}}


== Publicações selecionadas ==
== Publicações selecionadas ==
Linha 90: Linha 103:


<!--
<!--

== Breves considerações acerca da Importância e das falhas de Malinowski ==
== Breves considerações acerca da Importância e das falhas de Malinowski ==
[[Eunice Ribeiro Durham]] enfatiza no seu livro [[#Durham1986BronislawMalinowski|DURHAM (1986)]] que B. Malinowski colhia dados de maneira bastante segura, assim pode ser entendido o porquê do abandono sobre a ideia da incoerência na vida primitiva entre os pesquisadores após ter ele apresentado seu trabalho. Malinowski atribui a incoerência da vida primitiva à falha de observação passadas, e a partir disso reconstruiu um universo específico de outra cultura repleta de significados (DURHAN: 1986: 10). Ainda segundo Durhan, Malinowski levava em consideração na análise não só a ação, mas também a representação da ação, atingindo os verdadeiros significados dos fenômenos culturais quando mostra uma unidade multidimensional como fato social. A instituição trobiandesa do Kula tão bem descrita por ele era uma troca nativa repleta de significados materiais, sociais e simbólicos, que engloba aspectos econômicos, jurídicos, mágico-religioso. Para Eunice Durhan, as falhas de Malinowski se deram no momento em que ele se prendeu a buscar uma relação direta entre o particular e o universal, pois teria assim perdido a explicação da diversidade cultural e da produção das semelhanças e das diferenças (IDEM: 15).
[[Eunice Ribeiro Durham]] enfatiza no seu livro [[#Durham1986BronislawMalinowski|DURHAM (1986)]] que B. Malinowski colhia dados de maneira bastante segura, assim pode ser entendido o porquê do abandono sobre a ideia da incoerência na vida primitiva entre os pesquisadores após ter ele apresentado seu trabalho. Malinowski atribui a incoerência da vida primitiva à falha de observação passadas, e a partir disso reconstruiu um universo específico de outra cultura repleta de significados (DURHAN: 1986: 10). Ainda segundo Durhan, Malinowski levava em consideração na análise não só a ação, mas também a representação da ação, atingindo os verdadeiros significados dos fenômenos culturais quando mostra uma unidade multidimensional como fato social. A instituição trobiandesa do Kula tão bem descrita por ele era uma troca nativa repleta de significados materiais, sociais e simbólicos, que engloba aspectos econômicos, jurídicos, mágico-religioso. Para Eunice Durhan, as falhas de Malinowski se deram no momento em que ele se prendeu a buscar uma relação direta entre o particular e o universal, pois teria assim perdido a explicação da diversidade cultural e da produção das semelhanças e das diferenças (IDEM: 15).

Revisão das 11h02min de 9 de novembro de 2023

 Nota: Se procura o campeão olímpico polonês, veja Bronisław Malinowski (atleta).
Bronisław Malinowski
Bronisław Malinowski
Nascimento 7 de abril de 1884
Cracóvia, Austria-Hungria
(atual Polônia)
Morte 16 de maio de 1942
New Haven, Connecticut
Sepultamento Evergreen Cemetery
Nacionalidade polonês
Cidadania Áustria-Hungria, Reino Unido, Segunda República Polonesa
Progenitores
  • Lucjan Malinowski
Cônjuge Elsie Masson, Valetta Swann
Alma mater
Ocupação Antropólogo
Principais trabalhos Os Argonautas do Pacífico Ocidental(1922)
Prêmios
  • Messenger Lectures (1932)
  • Honorary Fellow of the Royal Society Te Apārangi (1936–)
Empregador(a) Universidade Cornell, London School of Economics, Universidade Yale
Causa da morte enfarte agudo do miocárdio

Bronisław Kasper Malinowski (7 de abril de 188416 de maio de 1942) foi um antropólogo e etnólogo polaco-britânico[a] cujos escritos sobre etnografia, teoria social e pesquisa de campo exerceram uma influência duradoura na disciplina de antropologia.[10]

Malinowski nasceu no que fazia parte da divisão austríaca da Polônia. Ele se formou no CK III Gimnazjum im. Rei Jan Sobieski em Cracóvia. Nos anos 1902–1906 estudou no departamento de filosofia da Universidade Jaguelônica, na cidade de Cracóvia, e lá recebeu seu doutorado em 1908. Em 1910, na London School of Economics (LSE), trabalhou em intercâmbio e economia, analisando a Austrália aborígene por meio de documentos etnográficos. Em 1914, ele viajou para a Austrália. Conduziu pesquisas nas Ilhas Trobriand e em outras regiões da Nova Guiné e da Melanésia onde permaneceu por vários anos, estudando culturas indígenas.

Retornando à Inglaterra após a Primeira Guerra Mundial, publicou sua principal obra, Argonautas do Pacífico Ocidental (1922), que o estabeleceu como um dos antropólogos mais importantes da Europa. Assumiu cargos como conferencista e posteriormente como catedrático de antropologia na LSE, atraindo grande número de estudantes e exercendo grande influência no desenvolvimento da antropologia social britânica. Ao longo dos anos, ele lecionou em diversas universidades americanas; quando eclodiu a Segunda Guerra Mundial, ele permaneceu nos Estados Unidos, assumindo um cargo na Universidade Yale. Ele morreu em 1942 e foi enterrado nos Estados Unidos. Em 1967, sua viúva, Valetta Swann, publicou seu diário pessoal mantido durante seu trabalho de campo na Melanésia e na Nova Guiné. Desde então, tem sido fonte de controvérsia, devido à sua natureza etnocêntrica e egocêntrica.

A etnografia das Ilhas Trobriand de Malinowski descreveu a complexa instituição do anel Kula e tornou-se fundamental para teorias subsequentes de reciprocidade e troca. Ele também foi amplamente considerado um eminente pesquisador de campo, e seus textos sobre métodos antropológicos de campo foram fundamentais para a antropologia inicial, popularizando o conceito de observação participante. Sua abordagem da teoria social era uma forma de funcionalismo psicológico que enfatizava como as instituições sociais e culturais atendem às necessidades humanas básicas — uma perspectiva oposta ao funcionalismo estrutural de Alfred Radcliffe-Brown, que enfatizava as maneiras pelas quais as instituições sociais funcionam em relação à sociedade como um todo.

Biografia

Primeiros anos

Malinowski, descendente da szlachta (nobreza polaca),[11]:1013 nasceu em 7 de abril de 1884 em Cracóvia, na partição austríaca da antiga Comunidade Polaco-Lituana — então parte da província austro-húngara conhecida como Reino da Galiza e da Lodoméria.[12]:332 Seu pai, Lucjan Malinowski, era professor de filologia eslava na Universidade Jaguelônica, e sua mãe era filha de uma família de proprietários de terras.[13] Quando criança, ele era frágil, muitas vezes com problemas de saúde, mas se destacava academicamente. Em 30 de maio de 1902, ele passou nos exames de matura (com distinção) na Escola Secundária Jan III Sobieski e, mais tarde naquele ano, começou a estudar na Faculdade de Filosofia da Universidade Jaguelônica de Cracóvia, onde inicialmente se concentrou em matemática e ciências físicas.[12]:332[14]:137

Enquanto frequentava a universidade adoeceu gravemente (possivelmente com tuberculose) e, enquanto recuperava, o seu interesse voltou-se mais para as ciências sociais ao fazer cursos de filosofia e educação.[12]:332–333 Em 1908 ele recebeu um doutorado em filosofia pela Universidade Jaguelônica; sua tese foi intitulada Sobre o Princípio da Economia do Pensamento.[12]:333[14]:137

Durante os seus anos de estudante interessou-se por viajar para o estrangeiro, e visitou a Finlândia, a Itália, as Ilhas Canárias, a Ásia Ocidental e o Norte de África; algumas dessas viagens foram, pelo menos em parte, motivadas por questões de saúde.[12]:333 Ele também passou três semestres na Universidade de Leipzig (c.  1909-1910), onde estudou com o economista Karl Bücher e o psicólogo Wilhelm Wundt.[12]:333[14]:137 Depois de ler The Golden Bough, de James Frazer, ele decidiu se tornar um antropólogo.[15]:9[14]:137

Em 1910, foi para Inglaterra, tornando-se estudante de pós-graduação na London School of Economics (LSE), onde teve como mentores C. G. Seligman e Edvard Westermarck.[12]:333[16]:162[8]

Carreira

Em 1911 Malinowski publicou, em polonês, seu primeiro artigo acadêmico, "Totemizm i egzogamia" ("Totemismo e Exogamia"), em Lud. No ano seguinte ele publicou seu primeiro artigo acadêmico em inglês,[b] e em 1913 seu primeiro livro, A Família Entre os Aborígenes Australianos. No mesmo ano deu suas primeiras palestras na LSE, sobre temas relacionados à psicologia da religião e à psicologia social.[12]:333

Foto da placa I, Argonautas do Pacífico Ocidental de Malinowski (1922), mostrando uma vila e a tenda de Malinowski

Em junho de 1914 ele partiu de Londres, viajando para a Austrália, como o primeiro passo de sua expedição à Papua (no que mais tarde se tornaria a Papua-Nova Guiné).[12]:333 A expedição foi organizada sob a égide da Associação Britânica para o Avanço da Ciência (BAAS).[12]:333 Inicialmente, a viagem de Malinowski à Austrália deveria durar apenas cerca de meio ano, já que ele planejava principalmente participar de uma conferência lá, e viajou para lá na qualidade de secretário de Robert Ranulph Marett. Pouco depois, sua situação complicou-se devido à eclosão da Primeira Guerra Mundial. Embora polonês por etnia, era súdito da Áustria-Hungria, que estava em guerra com o Reino Unido. Malinowski, em risco de internamento, decidiu, no entanto, não regressar à Europa a partir da região controlada pelos britânicos, e após a intervenção de vários dos seus colegas, incluindo Marett e Alfred Cort Haddon, as autoridades britânicas permitiram-lhe permanecer na região da Austrália e até lhe forneceu novos financiamentos.[12]:333[14]:138[18]:4–5[19]:136

A sua primeira viagem de campo, que durou de agosto de 1914 a março de 1915, levou-o à ilha de Toulon (ilha Mailu) e à ilha Woodlark.[12]:333 Esta viagem de campo foi descrita em sua monografia de 1915, Os Nativos de Mailu.[12]:333 Posteriormente, ele conduziu pesquisas nas Ilhas Trobriand, na região da Melanésia.[12]:334 Ele organizou duas expedições maiores naquela época; de maio de 1915 a maio de 1916 e de outubro de 1917 a outubro de 1918, além de diversas excursões mais curtas.[12]:334 Foi durante este período que ele conduziu seu trabalho de campo no anel Kula (um sistema de troca cerimonial conduzido pelos nativos que estudou) e avançou a prática da observação participante, que continua sendo a marca registrada da pesquisa etnográfica hoje.[14]:139 A coleção etnográfica de artefatos de suas expedições é mantida principalmente pelo Museu Britânico e pelo Museu de Melbourne.[12]:334 Durante os intervalos entre suas expedições ele permaneceu em Melbourne, escrevendo suas pesquisas e publicando novos artigos, como Baloma; os Espíritos dos Mortos nas Ilhas Trobriand. Em 1916 recebeu o título de Doutor em Ciências.[12]:333–334[14]:138

Em 1919, ele retornou à Europa, permanecendo em Tenerife por mais de um ano antes de retornar à Inglaterra em 1920 e finalmente a Londres em 1921.[12]:334[14]:138[8] Ele retomou o ensino na LSE, aceitando um cargo de professor, recusando uma oferta de emprego da Universidade Jaguelônica Polaca.[12]:334 No ano seguinte, seu livro Argonautas do Pacífico Ocidental, muitas vezes descrito como sua obra-prima, foi publicado.[13][20][21]:7[22]:72 Pelas próximas duas décadas, ele estabeleceria a LSE como o principal centro de antropologia da Europa. Em 1924 foi promovido a leitor, e em 1927, professor catedrático (professor fundador de Antropologia Social).[12]:334[8] Em 1930 tornou-se membro estrangeiro correspondente da Academia Polaca de Artes e Ciências.[12]:334 Em 1933, tornou-se membro estrangeiro da Real Academia Holandesa de Artes e Ciências.[23] Em 1934 ele viajou para a África Oriental Britânica e a África Austral, realizando pesquisas entre diversas tribos como os bembas, quicuios, maragolis, massais e suázis.[12]:334[8] O período 1926-1935 foi o período mais produtivo de sua carreira, vendo a publicação de muitos artigos e vários outros livros.[12]:334

Malinowski ensinou intermitentemente nos Estados Unidos, que visitou pela primeira vez em 1926 para estudar os hopis.[12]:334[24] Quando a Segunda Guerra Mundial eclodiu durante uma de suas visitas aos Estados Unidos, ele ficou lá.[12]:334 Ele se tornou um crítico ferrenho da Alemanha nazista, argumentando que ela representava uma ameaça à civilização, e instou repetidamente os cidadãos dos EUA a abandonarem sua neutralidade; seus livros foram devidamente proibidos na Alemanha.[8][25] Em 1941 ele realizou pesquisas de campo entre os camponeses mexicanos em Oaxaca.[12]:335 Ele assumiu um cargo na Universidade Yale como professor visitante, onde permaneceu até sua morte.[12]:334 Em 1942 ele co-fundou o Instituto Polaco de Artes e Ciências da América, do qual se tornou seu primeiro presidente.[12]:335

Além de seu trabalho na academia, ele foi descrito como um "especialista espirituosamente divertido" que escreveu e falou na mídia da época sobre vários assuntos, como religião e relações raciais, nacionalismo, totalitarismo e guerra, bem como controle de natalidade e educação sexual. Ele foi um defensor do Conselho Britânico de Higiene Social, da Mass-Observation e do Instituto Internacional Africano.[8]

Malinowski morreu em New Haven, Connecticut, em 16 de maio de 1942, aos 58 anos, de acidente vascular cerebral[12]:336 enquanto se preparava para retomar seu trabalho de campo em Oaxaca. Ele foi enterrado no Cemitério Evergreen em New Haven.[26]:241

Obras

Com exceção de alguns trabalhos do início da década de 1910, todas as pesquisas de Malinowski foram publicadas em inglês.[12]:333 Seu primeiro livro, A Família entre os Aborígenes Australianos, publicado em 1913, foi baseado em materiais que ele coletou e escreveu nos anos 1909-1911. Foi bem recebido não apenas por revisores contemporâneos, mas também por estudiosos de gerações posteriores. Em 1963, no prefácio de sua nova edição, John Arundel Barnes chamou-o de uma obra memorável e observou como desacreditava a teoria anteriormente defendida de que os aborígenes australianos não tinham uma instituição familiar.[12]:333

Publicado em 1922, Argonautas do Pacífico Ocidental, sobre a sociedade e a economia do povo Trobriand que vive na pequena cadeia de ilhas Kiriwana, a nordeste da ilha da Nova Guiné, foi amplamente considerado uma obra-prima e aumentou significativamente a reputação de Malinowski no mundo acadêmico.[13][20][21]:7[22]:72 Seus livros posteriores incluíram Crime e Costumes da Sociedade Selvagem (1926), Mito na Psicologia Primitiva (1926), Sexo e Repressão na Sociedade Selvagem (1927), O Pai na Psicologia Primitiva (1927), A Vida Sexual dos Selvagens no Noroeste da Melanésia (1929) e Jardins de Coral e Sua Magia (1935).[12]:334 Os trabalhos abordaram questões como reciprocidade e sanções quase legais (em Crime...), psicanálise de descobertas etnográficas (em Sexo e Repressão...), namoro, sexo, casamento e família (em A Vida Sexual...), e conexões percebidas entre agricultura e magia (em Jardins de Coral...).[8]

Bronislaw Malinowski com nativos nas Ilhas Trobriand; entre outubro de 1917 e outubro de 1918

Vários de seus trabalhos foram publicados postumamente ou coletados em antologias: Uma Teoria Científica da Cultura e Outros Ensaios (1944), Liberdade e Civilização (1944), A Dinâmica da Mudança Cultural (1945), Magia, Ciência e Religião e Outros Ensaios (1948), Sexo, Cultura e Mito (1962), o controverso[27] Um Diário no Sentido Estrito do Termo (1967) e Os Primeiros Escritos de Bronislaw Malinowski (1993).[12]:335

O diário pessoal de Malinowski, junto com vários outros escritos em polaco,[12]:335 foi descoberto em seu escritório na Universidade Yale após sua morte. Publicado pela primeira vez em 1967, cobrindo o período de seu trabalho de campo em 1914-1915 e 1917-1918 na Nova Guiné e nas Ilhas Trobriand, desencadeou uma tempestade de controvérsia e o que Michael W. Young chamou de "crise moral da disciplina".[8][28] Escrevendo em 1987, James Clifford chamou-o de "um documento crucial para a história da antropologia".[29]:97

Muitas das obras de Malinowski entraram em domínio público em 2013.[30]

Ideias e influências

Já um ano após sua morte, Clyde Kluckhohn descreveu sua influência na área como significativa, embora um tanto controversa, observando que para alguns ele "era um grande profeta" e que "nenhum antropólogo jamais teve um público tão amplo".[31] Em 1974, Witold Armon descreveu muitas de suas obras como "clássicos".[12]:335 Michael W. Young delineou as principais contribuições de Malinowski como o estudo comparativo dos conceitos de parentesco, casamento, família; magia, mitologia e religião. Seu trabalho impactou diversos campos como a antropologia econômica; direito comparado e na teoria linguística pragmática.[8]

Etnografia e trabalho de campo

Malinowski é considerado um dos etnógrafos mais qualificados da antropologia, especialmente devido à sua abordagem altamente metódica e bem teorizada ao estudo dos sistemas sociais. É frequentemente referido como o primeiro investigador a tirar a antropologia “da varanda” (frase que também dá nome a um documentário de André Singer de 1986 sobre o seu trabalho[c]), ou seja, sublinhando a necessidade de um trabalho de campo que permita o pesquisador vivenciar junto com eles o cotidiano de seus sujeitos. Malinowski enfatizou a importância da observação participante detalhada e argumentou que os antropólogos devem ter contato diário com seus informantes se quiserem registrar adequadamente as "imponderabilidades da vida cotidiana" que são tão importantes para a compreensão de uma cultura diferente.[15]:10[33][34]:22[35]:74 Ele afirmou que o objetivo do antropólogo, ou etnógrafo, é "captar o ponto de vista do nativo, sua relação com a vida, realizar sua visão de seu mundo".[36] Devido à influência de seu argumento, às vezes ele é creditado, especialmente no Reino Unido,[37] como criador do campo da etnografia.[38]:2 J. I. (Hans) Bakker diz que Malinowski "escreveu pelo menos duas das cem etnografias mais significativas de todos os tempos".[39]

Quatro mualis, um dos dois principais tipos de objetos do ritual Kula da Melanésia. Foto em Argonautas do Pacífico Ocidental, de Malinowski (1922)

Malinowski em sua pesquisa pioneira[d] montou uma tenda no meio das aldeias que estudou, nas quais viveu por longos períodos de tempo, semanas ou meses.[14]:138[44]:20[40]:361 Seu argumento foi moldado por suas experiências iniciais como antropólogo em meados da década de 1910 na Austrália e na Oceania, onde durante sua primeira viagem de campo ele se viu totalmente despreparado para isso, por não conhecer a língua do povo que se propôs a estudar, nem por poder observar suficientemente os seus costumes cotidianos (nessa viagem inicial, estava alojado com um missionário local e apenas fazia viagens diárias à aldeia, atividade que se tornou cada vez mais difícil, uma vez que ele perdeu seu tradutor).[45]:1182–1183 Sua decisão pioneira de posteriormente mergulhar na vida dos nativos representa sua solução para esse problema e foi a mensagem que ele dirigiu aos novos e jovens antropólogos, com o objetivo de melhorar sua experiência e permitir-lhes produzir dados melhores.[34]:22

Ele defendeu essa postura desde suas primeiras publicações, que muitas vezes criticavam duramente os mais velhos no campo da antropologia, que escreviam a maior parte de seus escritos com base em relatos de segunda mão.[12]:335[15]:10–14[46] Isso pode ser visto na complexa relação entre Frazer — um influente antropólogo inicial, no entanto descrito como o clássico estudioso de poltrona[35]:17 — e Malinowski; Frazer foi um dos mentores e apoiadores de Malinowski, e seu trabalho é creditado por inspirar o jovem Malinowski a se tornar um antropólogo.[15]:9 Ao mesmo tempo, Malinowski criticou Frazer desde seus primeiros dias, e foi sugerido que o que ele aprendeu com Frazer não foi "como ser um antropólogo", mas "como não fazer antropologia".[46] Ian Jarvie escreveu que muitos dos escritos de Malinowski representaram um "ataque" à escola de trabalho de campo de Frazer,[47]:43 embora James A. Boon tenha sugerido que este conflito foi exagerado.[15]:10–14

Seus primeiros trabalhos também contribuíram para o estudo científico do sexo, anteriormente restrito devido ao pudor euro-americano e às opiniões sobre a moralidade. O interesse de Malinowski pelo tema foi atribuído à sua origem eslava, que o tornou menos preocupado com o "puritanismo anglo-saxão".[8]

Professor

Considera-se que Malinowski criou a próxima geração de antropólogos, especialmente britânicos.[12]:335 Muitos de seus alunos adotaram sua abordagem funcionalista.[8] Como professor, ele preferia palestras a discussões;[12]:335 seus seminários eram considerados "eletrizantes".[8] Ele foi elogiado por sua atitude amigável e igualitária em relação às estudantes.[1] Entre seus alunos estavam futuros cientistas sociais como Hilda Beemer Kuper,[1][48] Edith Clarke,[1] Kazimierz Dobrowolski,[12]:335 Raymond Firth,[1] Meyer Fortes,[49]:x Feliks Gross,[12]:335 Francis L. K. Hsu,[50]:13 Phyllis Kaberry,[51] Jomo Kenyatta,[52] Edmund Leach,[53]:1 Lucy Mair,[1] Z. K. Matthews,[54] Józef Obrębski,[12]:335 Maria Ossowska,[12]:335 Stanisław Ossowski,[12]:335 Ralph Piddington,[55]:67 Hortense Powdermaker,[1] E. E. Evans-Pritchard,[1] Margaret Read,[1] Audrey Richards,[1] Isaac Schapera,[1] Andrzej Jan Waligórski,[12]:335 Camilla Wedgwood,[1] Monica Wilson[1] e Fei Xiaotong.[12]:335

Publicações selecionadas


Notas

  1. Bronisław Malinowski nasceu em uma família polonesa em uma região histórica polonesa então administrada pelo Império Austro-Húngaro (ver também: partição austríaca da Polônia). Em 1910, aos 26 anos, emigrou para o Reino Unido e passou a maior parte do resto da sua vida – cerca de três décadas – trabalhando lá. Depois que a Polónia recuperou a independência em 1918, tornou-se cidadão polaco mas continuou a viver na Grã-Bretanha.[1] Em 1931 obteve também a cidadania britânica.[2]:60 Em seu prefácio a uma edição em polonês de 1937 de seu livro de 1929, A Vida Sexual dos Selvagens no Noroeste da Melanésia, ele escreveu: "Acontece que eu trabalhava em um meio estrangeiro e servi o aprendizado polonês apenas indiretamente Mas será que deixei de servir a aprendizagem polaca quando lancei a minha bolsa de estudos na arena internacional e trabalhei em condições que me permitiram alcançar melhores resultados? Acho que não. Sempre servi a aprendizagem polaca, não menos do que outros, mas de forma diferente. Polaco a aprendizagem exigia esses serviços, realizados no estrangeiro. Nunca deixei de me sentir polaco e, se surgisse a necessidade de o sublinhar, sempre o pude fazer."[3] Malinowski é descrito em fontes como polaco,[4]:402[5]:210[6]:176 britânico nascido na Polônia,[7][8] ou polaco-britânico.[9]:304
  2. Provavelmente "O Aspecto Econômico das Cerimônias Intichiuma". Ele já havia publicado em 1910 uma resenha de livro em inglês no Man, o jornal do Royal Anthropological Institute, e outra lá em 1911.[10] Para mais informações sobre os primeiros escritos de Malinowski, ver The Early Writings of Bronislaw Malinowski (1993, 2006) por Robert J. Thornton e Peter Skalnik.[17]
  3. "Bronislaw Malinowski: Off the Veranda." 52 minutes. Films Media Group, 1985.[32]
  4. Diz-se que Malinowski "se tornou nativo" por volta de 1915-1916; outro estudioso americano, John Layard, também fez o mesmo na mesma época (em 1917).[40]:361 Chris Gosden wrote that "Malinowski's claim to have moved anthropological fieldwork from the verandah into the village has considerable truth to it, even if this is not the whole truth [as] there is much more continuity between himself and his predecessors than Malinowski allowed for".[41]:51 Max Gluckman noted that Malinowski developed the idea of fieldwork, but it originated with Alfred Cort Haddon in England and Franz Boas in the United States.[42]:242 Robert G. Burgess concluded that "it is Malinowski who is usually credited with being the originator of intensive anthropological field research".[43]:4

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Helena
  2. Thapan, Meenakshi (1998). Anthropological Journeys: Reflections on Fieldwork (em inglês). [S.l.]: Orient Blackswan. ISBN 978-81-250-1221-4 
  3. Kwilecki, Andrzej (1988). «Tradycje socjologii polskiej». Ruch Prawniczy, Ekonomiczny i Socjologiczny (em polaco). L (2): 227–262 
  4. McGee, R. Jon; Warms, Richard L. (28 de agosto de 2013). Theory in Social and Cultural Anthropology: An Encyclopedia (em inglês). [S.l.]: SAGE Publications. ISBN 978-1-5063-1461-7 
  5. Riper, A. Bowdoin Van (15 de setembro de 2011). A Biographical Encyclopedia of Scientists and Inventors in American Film and TV since 1930 (em inglês). [S.l.]: Scarecrow Press. ISBN 978-0-8108-8129-7 
  6. The Encyclopedia Americana: M-Mexico City (em inglês). [S.l.]: Grolier Incorporated. 2001. ISBN 978-0-7172-0134-1 
  7. «Bronislaw Malinowski». Oxford Reference (em inglês). Consultado em 10 de setembro de 2021 
  8. a b c d e f g h i j k l m Young, Michael W. (2015), «Malinowski, Bronislaw (1884–1942)», The International Encyclopedia of Human Sexuality, ISBN 978-1-118-89687-7 (em inglês), American Cancer Society, pp. 721–817, doi:10.1002/9781118896877.wbiehs279 
  9. Athyal, Jesudas M. (10 de março de 2015). Religion in Southeast Asia: An Encyclopedia of Faiths and Cultures: An Encyclopedia of Faiths and Cultures (em inglês). [S.l.]: ABC-CLIO. ISBN 978-1-61069-250-2 
  10. a b Murdock, George Peter (9 de julho de 1943). «Bronislaw Malinowski». American Anthropologist. 45 (3): 441–451. doi:10.1525/aa.1943.45.3.02a00090Acessível livremente 
  11. Calverton, Victor Francis; Schmalhausen, Samuel Daniel (20 de abril de 2018). Revival: The New Generation (1930): The Intimate Problems of Modern Parents and Children (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 978-1-351-33882-0 
  12. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai aj ak al am an ao ap aq ar as Armon, Witold (1974). «Bronisław Malinowski». Polish Biographical Dictionary (Polski słownik biograficzny) (em polaco). 19. National Film Archive - Audiovisual Institute. pp. 332–336. Consultado em 29 de julho de 2021 
  13. a b c Senft, Günter. 1997. Bronislaw Kasper Malinowski. in Verschueren, Ostman, Blommaert & Bulcaen (eds.) Handbook of Pragmatics Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins [1]
  14. a b c d e f g h i Gaillard, Gerald (2004). The Routledge Dictionary of Anthropologists (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 978-1-134-58580-9 
  15. a b c d e Boon, James A. (1982). Other Tribes, Other Scribes: Symbolic Anthropology in the Comparative Study of Cultures, Histories, Religions and Texts (em inglês). [S.l.]: CUP Archive. ISBN 978-0-521-27197-4 
  16. Kuklick, Henrika (9 de fevereiro de 2009). New History of Anthropology (em inglês). [S.l.]: John Wiley & Sons. ISBN 978-0-470-76621-7 
  17. Thornton, Robert J.; Skalnik, Peter (1 de junho de 2006). The Early Writings of Bronislaw Malinowski (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-02646-8 
  18. Malinowski, Bronislaw (novembro de 2001). Malinowski Among the Magi: The Natives of Mailu (em inglês). [S.l.]: Psychology Press. ISBN 978-0-415-26244-6 
  19. Moore, Jerry D. (25 de julho de 2008). Visions of Culture: An Introduction to Anthropological Theories and Theorists (em inglês). [S.l.]: Rowman Altamira. ISBN 978-0-7591-1239-1 
  20. a b Malinowski, Bronislaw; Young, Michael W.; Beran, Harry (2016). «Malinowski on Primitive Art: 'Art Notes and Suggestions' of 1921». Pacific Arts. 16 (1): 5–8. ISSN 1018-4252. JSTOR 26788775 
  21. a b Senft, Gunter (19 de julho de 2010). The Trobriand Islanders' Ways of Speaking (em inglês). [S.l.]: Walter de Gruyter. ISBN 978-3-11-022799-4 
  22. a b Weston, Gavin; Djohari, Natalie (11 de maio de 2020). Anthropological Controversies: The "Crimes" and Misdemeanors that Shaped a Discipline (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 978-0-429-86120-8 
  23. «B.K. Malinowski (1884–1942)». Royal Netherlands Academy of Arts and Sciences. Consultado em 19 de julho de 2015 
  24. Cipriani, Roberto (15 de fevereiro de 2007), «Malinowski, Bronislaw K.(1884-1942)», in: Ritzer, George; Weiler, Bernd, The Blackwell Encyclopedia of Sociology, ISBN 978-1-4051-2433-1 (em inglês), Oxford, UK: John Wiley & Sons, Ltd, doi:10.1002/9781405165518.wbeosm007, consultado em 13 de janeiro de 2023 
  25. Srivastava, Vinay Kumar (março de 1985). «Malinowski on Freedom & Civilization». Sociological Bulletin (em inglês). 34 (1–2): 148–182. ISSN 0038-0229. doi:10.1177/0038022919850107 
  26. Wayne, Helena (1995). The Story of a Marriage: The Letters of Bronisław Malinowski and Elsie Masson. London: Routledge 
  27. A Diary in the Strict Sense of the Term | Bronislaw Malinowski With a New Introduction by Raymond Firth. www.sup.org. [S.l.]: Stanford University Press. 1989. ISBN 9780804717076 
  28. Thompson, Christina A. (1 de junho de 1995). «Anthropology's conrad: Malinowski in the tropics and what he read». The Journal of Pacific History. 30 (1): 53–75. ISSN 0022-3344. doi:10.1080/00223349508572783 
  29. Clifford, James (18 de maio de 1988). The Predicament of Culture: Twentieth-Century Ethnography, Literature, and Art (em inglês). [S.l.]: Harvard University Press. ISBN 978-0-674-69843-7 
  30. Young, Michael W. (2014). «Writing his Life through the Other: The Anthropology of Malinowski». The Public Domain Review. Cópia arquivada em 4 de dezembro de 2019 
  31. Kluckhohn, Clyde (1943). «Bronislaw Malinowski 1884-1942». The Journal of American Folklore. 56 (221): 208–219. ISSN 0021-8715. JSTOR 535603 
  32. Street, Alexander (2019). Off the Verandah: Bronislaw Malinowski (1884-1942). (em inglês). [S.l.]: Royal Anthropological Institute of Great Britain and Ireland 
  33. Richards, Diana (25 de janeiro de 2010). «Naturalized Methods for Jurisprudence: A Constructive Account». Rochester, NY (em inglês). SSRN 2000862Acessível livremente. doi:10.2139/ssrn.2000862 
  34. a b Crabtree, Andrew; Rouncefield, Mark; Tolmie, Peter (5 de março de 2012). Doing Design Ethnography (em inglês). [S.l.]: Springer Science & Business Media. ISBN 978-1-4471-2726-0 
  35. a b Okely, Judith (15 de maio de 2020). Anthropological Practice: Fieldwork and the Ethnographic Method (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 978-1-000-18055-8 
  36. Argonauts of the Western Pacific, Dutton 1961 edition, p. 25.
  37. Kelly, William W. (5 de outubro de 2018). «Malinowski, Bronisław (1884–1942)». In: Callan, Hilary. The International Encyclopedia of Anthropology (em inglês) 1 ed. [S.l.]: Wiley. pp. 1–6. ISBN 978-1-118-92439-6. doi:10.1002/9781118924396.wbiea2164 
  38. Melhuus, Marit; Mitchell, Jon P.; Wulff, Helena (2010). Ethnographic Practice in the Present (em inglês). [S.l.]: Berghahn Books. ISBN 978-1-84545-616-0 
  39. Bakker, J. I. (Hans) (24 de setembro de 2013). «Malinowski, Bronislaw». In: Keith, Kenneth D. The Encyclopedia of Cross‐Cultural Psychology (em inglês) 1 ed. [S.l.]: Wiley. pp. 835–838. ISBN 978-0-470-67126-9. doi:10.1002/9781118339893.wbeccp340 
  40. a b Langham, K. (6 de dezembro de 2012). The Building of British Social Anthropology: W.H.R. Rivers and his Cambridge Disciples in The Development of Kinship Studies, 1898–1931 (em inglês). [S.l.]: Springer Science & Business Media. ISBN 978-94-009-8464-6 
  41. Gosden, Chris (4 de janeiro de 2002). Anthropology and Archaeology: A Changing Relationship (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 978-1-134-71621-0 
  42. Gluckman, Max (5 de novembro de 2013). Order and Rebellion in Tribal Africa (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 978-1-136-52849-1 
  43. Burgess, Robert G. (2 de setembro de 2003). Field Research: A Sourcebook and Field Manual (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 978-1-134-89751-3 
  44. Clifford, James (21 de abril de 1997). Routes: Travel and Translation in the Late Twentieth Century (em inglês). [S.l.]: Harvard University Press. ISBN 978-0-674-77960-0 
  45. Frederiks, Martha; Nagy, Dorottya (22 de junho de 2021). Critical Readings in the History of Christian Mission: Volume 4 (em inglês). [S.l.]: BRILL. ISBN 978-90-04-39961-7 
  46. a b Morton, John (1995). «Review of The Early Writings of Bronislaw Malinowski». The Journal of the Polynesian Society. 104 (2): 229–231. ISSN 0032-4000. JSTOR 20706617 
  47. Jarvie, I. C. (28 de outubro de 2013). The Revolution in Anthropology (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 978-1-135-03466-5 
  48. Vincent, Joan (1 de setembro de 1986). «Functionalism revisited: An unsettled science». Reviews in Anthropology. 13 (4): 331–339. ISSN 0093-8157. doi:10.1080/00988157.1986.9977795 
  49. Fortes, Meyer (15 de outubro de 1987). Religion, Morality and the Person: Essays on Tallensi Religion (em inglês). [S.l.]: CUP Archive. ISBN 978-0-521-33693-2 
  50. Kim, Choong Soon (2000). Anthropological Studies of Korea by Westerners (em inglês). [S.l.]: Institute for Modern Korean Studies, Yonsei University. ISBN 978-89-7141-505-4 
  51. «Kaberry, Phyllis Mary». Oxford Dictionary of National Biography online ed. Oxford University Press. doi:10.1093/ref:odnb/63299  (Requer Subscrição ou ser sócio da biblioteca pública do Reino Unido.)
  52. Free, Alex (11 de outubro de 2017). «Jomo Kenyatta, LSE and the independence of Kenya». Africa at LSE (em inglês). Consultado em 30 de novembro de 2022 
  53. Tambiah, Stanley Jeyaraja; Tambiah, Stanley J. (14 de fevereiro de 2002). Edmund Leach: An Anthropological Life (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-52102-4 
  54. White, T. R. H. (1 de novembro de 1992). «Formative years : early influences on the career of Z.K. Matthews, (1916-1937)». Historia. 37 (2): 70–85. hdl:10520/AJA0018229X_1778 
  55. Borofsky, Robert; Howard, S. Alan (31 de março de 2019). Developments in Polynesian Ethnology (em inglês). [S.l.]: University of Hawaii Press. ISBN 978-0-8248-8196-2 

Bibliografia

Ligações externas

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Bronisław Malinowski
Wikiquote
Wikiquote
O Wikiquote possui citações de ou sobre: Bronisław Malinowski
Wikisource
Wikisource
A Wikisource contém fontes primárias relacionadas com Bronisław Malinowski