Eleições estaduais no Acre em 2014

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2010 Brasil 2018
Eleições estaduais no  Acre em 2014
5 de outubro de 2014
(Primeiro turno)
26 de outubro de 2014
(Segundo turno)
Candidato Tião Viana Márcio Bittar
Partido PT PSDB
Natural de Rio Branco, AC Franca, SP
Vice Nazareth Araújo Antônia Sales
Votos 196.509 186.658
Porcentagem 51,29% 48,71%
Resultado da eleição por município no 1º turno

Titular
Tião Viana
PT

Eleito
Tião Viana
PT

Mapa eleitoral do 1.º turno
Resultado da eleição por município no 1º turno

As eleições estaduais no Acre em 2014 ocorreram em 5 de outubro, como parte das eleições em 26 estados e no Distrito Federal. Foram eleitos o governador Tião Viana, a vice-governadora Nazareth Araújo e o senador Gladson Cameli além de oito deputados federais e vinte e quatro estaduais. Como nenhum dos candidatos a governador recebeu mais da metade do votos válidos houve um segundo turno em 26 de outubro entre Tião Viana e Márcio Bittar com vitória daquele. Pela Constituição, o governador será eleito para um mandato de quatro anos a se iniciar em 1º de janeiro de 2015.[1][2][3]

O quadro político acriano traz algumas singularidades como o fato de o PT ser o único partido a apresentar candidatos ao Palácio Rio Branco desde a volta das eleições diretas para governador em 1982 e em seis dessas oportunidades a legenda foi representada pelos irmãos Jorge Viana e Tião Viana, este candidato a reeleição.[1] Vitorioso às disputas pelo governo do estado desde 1998, o petismo venceu metade das eleições para prefeito de Rio Branco realizadas desde o começo da Nova República em 1985 e em seus quadros já militaram pessoas como Chico Mendes e Marina Silva. O predomínio dos petistas surgiu após trinta e seis anos onde o Acre sustentou um bipartidarismo anterior ao Regime Militar de 1964 no qual o PMDB e o PDS disputavam os espaços políticos do estado.[nota 1]

Médico formado em 1986 pela Universidade Federal do Pará, o governador Tião Viana nasceu em Rio Branco e tem especialização em Medicina Tropical com residência em Doenças Infecciosas e Parasitárias em Brasília. Exerceu sua profissão na capital acreana e serviu voluntariamente ao Comando de Fronteira Acre – IV Batalhão de Infantaria de Selva.[nota 2] Representante da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical no Acre, foi laureado Doutor em Medicina Tropical na Universidade de Brasília em 2003. Sempre filiado ao PT, elegeu-se senador em 1998 e 2006 e governador do Acre em 2010 e 2014.[4]

A vitória de Tião Viana resultou na eleição de Nazareth Araújo. Natural do Rio de Janeiro, formou-se em Direito na Universidade de Brasília com pós-graduação em Direito Público pela Universidade Federal de Pernambuco e em Competências Gerenciais pela Fundação Getúlio Vargas.[5] Tornou-se procuradora em 1994, foi procuradora-geral do estado no governo Binho Marques e subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil no primeiro governo Tião Viana. Filiada ao PT, foi eleita vice-governadora do Acre em 2014 na chapa que reelegeu o chefe do executivo estadual. Primeira mulher eleita para o cargo desde Iolanda Fleming em 1982, Nazareth Araújo é filha de José Augusto de Araújo, que em 1962 tornou-se o primeiro governador acreano eleito pelo voto direto embora tenha sido cassado pelo Regime Militar de 1964.[6]

Resultado da eleição para governador[editar | editar código-fonte]

Primeiro turno[editar | editar código-fonte]

Com informações extraídas do Tribunal Superior Eleitoral que apurou 388.590 votos nominais.

Candidato a governador do estado
Candidato a vice-governador(a) Número Coligação Votação Percentual
Tião Viana
PT
Nazareth Araújo
PT
13
Frente Popular do Acre
(PT, PDT, PCdoB, PSB, PTB, PCB, PSL, PSDC, PTN, PPL, PROS, PRP, PHS, PEN)
193.253
49,73%
Márcio Bittar
PSDB
Antônia Sales
PMDB
45
Aliança por um Acre melhor
(PSDB, PMDB, PP, PSC, PSD, PRB, PPS, PTdoB, SD, PTC)
116.948
30,10%
Tião Bocalom
DEM
Henrique Afonso
PV
25
Produzir Para Empregar
(DEM, PV, PRTB, PR, PMN)
76.218
19,61%
Antônio Rocha
PSOL
Danis Cleia
PSOL
50
PSOL
(sem coligação)
2.171
0,56%
Fontes:[1][7]
  Segundo turno

Segundo turno[editar | editar código-fonte]

Com informações extraídas do Tribunal Superior Eleitoral que apurou 383.167 votos nominais.

Candidato a governador(a) do estado
Candidato a vice-governador(a) Número Coligação Votação Percentual
Tião Viana
PT
Nazareth Araújo
PT
13
Frente Popular do Acre
(PT, PDT, PCdoB, PSB, PTB, PCB, PSL, PRB, PSDC, PTN, PPL, PROS, PRP, PHS, PEN)
196.509
51,29%
Márcio Bittar
PSDB
Antônia Sales
PMDB
45
Aliança por um Acre , , m elhor
(PSDB, PMDB, PP, PSC, PSD, PRB, PPS, PTdoB, SD, PTC)
186.658
48,71%
Fontes:[1][7]
  Eleito

Biografia do senador eleito[editar | editar código-fonte]

Gladson Cameli[editar | editar código-fonte]

Nascido em Cruzeiro do Sul, o engenheiro civil Gladson Cameli é formado no Instituto Luterano de Ensino Superior de Manaus e exerceu a profissão em empresas de sua família. Sobrinho de Orleir Cameli,[8] militou em duas outras legendas, mas foi ao ingressar no PP que iniciou sua carreira política ao eleger-se deputado federal em 2006 e 2010 e senador em 2014.[9] Foi a primeira vez que os acrianos elegeram um senador cujo partido tem ligações com a ARENA e o PDS, legendas que sustentaram os Governos Militares, desde as vitórias de José Guiomard e Jorge Kalume em 1978.[10][nota 3]

Suplente efetivado[editar | editar código-fonte]

Aníbal Diniz[editar | editar código-fonte]

Paranaense de Campo Mourão, o historiador Aníbal Diniz chegou ao território acreano em 1977 residindo entre Rio Branco e Sena Madureira, cidade onde frequentou o seminário. De volta a Rio Branco em 1981, ingressou no jornalismo em 1984, no PT no ano seguinte e formou-se em História pela Universidade Federal do Acre. Trabalhou em órgãos de imprensa como A Gazeta do Acre, O Rio Branco, Página 20 e TV Gazeta. Politicamente ligado ao clã Viana, serviu a Jorge Viana como assessor de comunicação social e secretário de Comunicação quando o mesmo foi governador do Acre, cargo que exerceu também no governo Binho Marques, além de trabalhar na Rádio Difusora Acreana e na TV Aldeia, órgãos do governo estadual. Eleito suplente de senador em 2006, foi efetivado após a eleição de Tião Viana para governador do Acre em 2010.

Resultado da eleição para senador[editar | editar código-fonte]

Eleição parlamentar no  Acre em 2014 (Senado Federal)
Foto_oficial_de_Gladson_Cameli Perpétua_Almeida_em_maio_de_2014
Líder Gladson Cameli Perpétua Almeida
Partido PP PCdoB
Natural de Cruzeiro do Sul, AC Cruzeiro do Sul, AC
Votos 218.756 136.706
Porcentagem 58,36% 36,47%
Candidato mais votado por municípios (22):
  Gladson Cameli (14)
  Perpétua Almeida (8)

Titular(es)
Aníbal Diniz
PT

Eleito(s)
Gladson Cameli
PP

Com informações extraídas do Tribunal Superior Eleitoral que apurou 374.813 votos nominais.

Candidatos a senador da República
Candidatos a suplente de senador Número Coligação Votação Percentual
Gladson Cameli
PP
Mailza Gomes
PSDB
José Afonso Teixeira
PSC
111
Aliança por um Acre melhor
(PSDB, PMDB, PP, PSC, PSD, PPS, PTdoB, SD, PTC)
218.756
58,36%
Perpétua Almeida
PCdoB
Davi Santiago
PSB
Pedro Longo
PSL
654
Frente Popular do Acre
(PT, PCdoB, PSB, PTB, PDT, PCB, PSL, PRB, PSDC, PTN, PPL, PROS, PRP, PHS, PEN)
136.706
36,47%
Roberto Duarte
PMN
Maria Rodrigues
PV
Sandra Saldo
PR
333
Produzir Para Empregar
(DEM, PV, PRTB, PR, PMN)
17.119
4,57%
Fortunato Martins
PSOL
Paulo Cahu
PSOL
Hudson da Rocha
PSOL
500
PSOL
(sem coligação)
2.232
0,60%
Fontes:[1][7]
  Eleito

Deputados federais eleitos[editar | editar código-fonte]

São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.[11][12]

Representação eleita

  PT: 3
  PMDB: 2
  PSB: 1
  PSDB: 1
  PRB: 1
Número Deputados federais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
1314 Raimundo Angelim PT 39.844 9,98% Rio Branco  Acre
4040 César Messias PSB 26.448 6,63% Cruzeiro do Sul  Acre
4545 Major Rocha PSDB 23.466 5,88% Sena Madureira  Acre
1331 Leo de Brito PT 20.876 5,23% Rio Branco  Acre
1515 Jéssica Sales PMDB 20.339 5,09% Cruzeiro do Sul  Acre
1313 Sibá Machado PT 18.395 4,61% União  Piauí
1555 Flaviano Melo PMDB 18.372 4,60% Rio Branco  Acre
1012 Alan Rick PRB 17.903 4,48% Rio Branco  Acre
Fontes:[1][7]

Deputados estaduais eleitos[editar | editar código-fonte]

Estavam em jogo vinte e quatro cadeiras na Assembleia Legislativa do Acre.

Representação eleita

  PT: 5
  PTN: 2
  PMDB: 2
  PP: 2
  PDT: 2
  PROS: 1
  PSDC: 1
  PSB: 1
  PCdoB: 1
  PSDB: 1
  PRB: 1
  PRP: 1
  PV: 1
  PSD: 1
  DEM: 1
  PR: 1
Número Deputados estaduais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
13690 Ney Amorim PT 10.213 2,52% Rio Branco  Acre
13123 Daniel Zen PT 7.499 1,85% Rio Branco  Acre
13012 Jonas Lima PT 7.222 1,78% Mâncio Lima  Acre
19019 Josa da Farmácia PTN 6.933 1,71% Cruzeiro do Sul  Acre
13000 Lourival Marques PT 6.585 1,62% Rio Branco  Acre
13013 Leila Galvão PT 6.167 1,52% Brasileia  Acre
90000 Maria Antônia Barbosa PROS 6.100 1,50% Brasileia  Acre
27000 Eber Machado PSDC 5.300 1,31% Rio Branco  Acre
40234 Manoel Moraes PSB 5.180 1,28% Rio Branco  Acre
15120 Chagas Romão PMDB 4.893 1,21% Xapuri  Acre
65789 Janilson Leite PCdoB 4.439 1,09% Tarauacá  Acre
15555 Eliane Sinhasique PMDB 4.138 1,02% Guaíra  Paraná
19100 Raimundinho da Saúde PTN 3.886 0,96% Cruzeiro do Sul  Acre
45121 Luiz Gonzaga Alves PSDB 3.833 0,95% Cruzeiro do Sul  Acre
11122 Nicolau Júnior PP 3.827 0,94% Cruzeiro do Sul  Acre
10123 Juliana Oliveira PRB 3.813 0,94% Rio Branco  Acre
11111 Gehlen Diniz PP 3.785 0,93% Sena Madureira  Acre
44777 André da Droga Vale PRP 3.733 0,92% Rio Branco  Acre
43333 Nelson Sales PV 3.557 0,88% Sena Madureira  Acre
12222 Jesus Sérgio PDT 3.483 0,86% Tarauacá  Acre
55456 Jairo Carvalho PSD 3.134 0,77% Rio Branco  Acre
25456 Antônio Pedro Mendonça DEM 2.876 0,71% Xapuri  Acre
22555 Whendy Lima PR 2.701 0,67% Rio Branco  Acre
12300 Heitor Júnior PDT 2.683 0,56% Guajará-Mirim  Rondônia
Fontes:[1][7]

Notas

  1. Entre o fim do Estado Novo e a instauração do Regime Militar de 1964, o cenário acreano pode ser descrito, via de regra, da seguinte forma: quem estava no PSD migrou para a ARENA, enquanto os membros do PTB ingressaram no MDB. Com o retorno do pluripartidarismo em 1980, o PDS e o PMDB sucederam às legendas bipartidárias e dominaram a política estadual até as eleições de 1998.
  2. A unidade do Exército Brasileiro supra mencionada atendia pelo antigo nome de "4º Batalhão Especial de Fronteiras do Estado do Acre".
  3. Naquele ano a ARENA reelegeu José Guiomard por via indireta graças aos ditames do Pacote de Abril enquanto Jorge Kalume foi eleito em sublegenda numa disputa férrea contra os candidatos do MDB. Durante a legislatura os senadores em questão ingressariam no PDS.

Referências

  1. a b c d e f g BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Repositório de Dados Eleitorais». Consultado em 4 de agosto de 2017 
  2. BRASIL. Presidência da República. «Constituição de 1988». Consultado em 4 de agosto de 2017 
  3. BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 4 de agosto de 2017 
  4. BRASIL. Senado Federal. «Biografia do senador Tião Viana». Consultado em 4 de agosto de 2017 
  5. «Procuradora Nazareth Araújo é eleita vice-governadora do Acre (anape.org.br)». Consultado em 4 de agosto de 2017 
  6. BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado José Augusto de Araújo». Consultado em 4 de agosto de 2017 
  7. a b c d e «Eleições estaduais no Acre em 2014 (G1 Eleições 2014)». Consultado em 4 de agosto de 2017 
  8. «Ex-governador do Acre Orleir Cameli morre em Manaus (g1.globo.com)». Consultado em 4 de agosto de 2017 
  9. BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Gladson Cameli». Consultado em 4 de agosto de 2017 
  10. BRASIL. Senado Federal. «Biografia do senador Gladson Cameli». Consultado em 4 de agosto de 2017 
  11. «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 7 de outubro de 2014. Arquivado do original em 2 de outubro de 2013 
  12. BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 7 de outubro de 2014