Campo de concentração: diferenças entre revisões

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'''Campo de concentração''' - é um centro de confinamento [[militar]], instalado em área de terreno livre e cercada por telas de [[arame farpado]] ou algum outro tipo de barreira, cujo perímetro é permanentemente vigiado.


==História==
'''Campo de concentração''' é um centro de confinamento militar, instalado em área de terreno livre e cercada por telas de [[arame farpado]] ou algum outro tipo de barreira, cujo perímetro é permanentemente vigiado.


Os campos de concentração são utilizados para a detenção de [[civis]] ou [[militar]]es, geralmente em tempos de [[guerra]]. Não integram os [[presídio|sistemas penitenciários]], onde são detidas pessoas condenadas por infringir a [[legislação]] de um [[país]]. São quase sempre instalações provisórias, com capacidade para abrigar grande quantidade de pessoas,
Os campos de concentração são utilizados para a detenção de [[civis]] ou militares, geralmente em tempos de [[guerra]]. Não integram os [[presídio|sistemas penitenciários]], onde são detidas pessoas condenadas por infringir a [[legislação]] de um [[país]]. São quase sempre instalações provisórias, com capacidade para abrigar grande quantidade de pessoas,
normalmente [[prisioneiros de guerra]], que, no melhor dos casos, podem vir a servir como moeda de troca com o inimigo, ou permanecer presas até a resolução do conflito. No terreno são dispostos, organizadamente, barracões para [[dormitório]]s, [[refeitório]]s, [[escritório]]s e finalidades complementares.
normalmente [[prisioneiros de guerra]], que, no melhor dos casos, podem vir a servir como moeda de troca com o inimigo, ou permanecer presas até a resolução do conflito. No terreno são dispostos, organizadamente, barracões para [[dormitório]]s, [[refeitório]]s, [[escritório]]s e finalidades complementares.


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Embora normalmente os campos de concentração sejam usados por países em guerra, também há registros de uso de instalações desse tipo para confinamento de dissidentes políticos, por regimes ditatoriais, ou ainda como solução extrema para deter [[migrações|fluxos migratórios]]. Em alguns casos trata-se de dependências oficialmente inexistentes, sem qualquer vinculação com a [[norma jurídica]] e portanto não submetidas ao controle internacional, como no caso de [[Prisão de Guantánamo|Guantánamo]], em [[Cuba]].
Embora normalmente os campos de concentração sejam usados por países em guerra, também há registros de uso de instalações desse tipo para confinamento de dissidentes políticos, por regimes ditatoriais, ou ainda como solução extrema para deter [[migrações|fluxos migratórios]]. Em alguns casos trata-se de dependências oficialmente inexistentes, sem qualquer vinculação com a [[norma jurídica]] e portanto não submetidas ao controle internacional, como no caso de [[Prisão de Guantánamo|Guantánamo]], em [[Cuba]].


===Alemanha===
==Campos do Reino Unido==


[[Ficheiro:WW2 Holocaust Europe N-E map-fr.svg|thumb|200px|direita|Principais campos de concentração e extermínio nazistas.]]
A primeira aplicação moderna e sistemática de campo de concentração foi feita pelo [[Reino Unido]], durante a [[Segunda Guerra dos Bôeres]], entre [[1900]] e [[1902]], quando o comandante britânico [[Horatio Herbert Kitchener|Horatio Kitchener]] utilizou os campos como parte de sua [[estratégia]] de combate à [[guerrilha]].


Em resposta a uma revolta dos [[namaquas]] e [[hererós]] <ref>[http://www.dw-world.de/dw/article/0,,372015,00.html DW-World] - 1904: Começa a revolta dos hereros. Acessado em 21/12/2010</ref> na [[Colónia (história)|colônia]] do [[Sudoeste Africano Alemão]], atual [[Namíbia]], as autoridades alemãs criaram campos de concentração para confinar os rebeldes. O combate aos rebeldes e as condições dos campos causaram um número de mortos tão grande, que este é tido como o primeiro [[genocídio]] do [[século XX]]. O [[Genocídio dos Hererós e Namaquas]] estendeu-se de [[1904]] a [[1907]]. <ref>[http://www.jornalorebate.com.br/site/internacional/4499-o-genocidio-esquecido--a-revolta-dos-hereros-e-nama-na-namibia Jornalorebate] - O genocídio esquecido: A revolta dos Hereros e Nama na Namíbia. Acessado em 21/12/2010.</ref>
Kitchener ordenou a destruição das [[fazenda]]s que abasteciam os [[guerrilheiro]]s bôeres e [[Deportação|deportou]] os fazendeiros e seus empregados para campos de concentração. Tratava-se, em grande maioria, de mulheres e crianças. Famílias inteiras foram confinadas em campos, onde os prisioneiros morriam lentamente de [[desnutrição]] ou vitimados por [[epidemia]]s.


Sob o [[nazismo]], os campos de concentração foram usados como parte de uma estratégia de dominação de grupos étnicos e [[dissidente]]s políticos. Diferentes grupos [[etnia|étnicos]] -([[judeu]]s, [[cigano]]s e [[polaco]]s) - políticos - ([[anarquistas]], [[comunistas]]) - [[Triângulo rosa|homossexuais]] e minorias religiosas ([[Triângulo roxo|Testemunhas de Jeová]]) [http://www.triangulosroxos.org.br/]) foram objeto de tratamento desumano e de extermínio.
O uso dos campos foi fundamental para a vitória do exército britânico. No final da guerra, cerca de 26.000 mulheres e crianças bôeres haviam perecido naqueles locais. Também os trabalhadores nativos, que viviam nas fazendas, tiveram o mesmo destino de seus patrões.


Estima-se que 6.000.000 de judeus tenham desaparecido durante a [[Segunda Guerra Mundial]], mas não há nada que comprove esse numero, parte das quais pereceu nos campos. Embora outros países tenham construído campos de concentração com a finalidade de isolar populações de determinadas etnias, não há nada comparável, em escala, aos campos nazistas.
==Campos da Alemanha==


Desde [[1933]], quando os primeiros grandes campos de concentração foram construídos em Boyermoor e [[Campo de concentração de Dachau|Dachau]], oito milhões de pessoas perderam seus nomes, ganharam números, foram [[escravidão|escravizadas]] ou transformadas em [[cobaia]]s. Muitas delas morreram vitimadas por [[doença]]s e maus tratos, enquanto outras eram enviadas aos [[campos de extermínio]] para serem eliminadas em [[Câmara de gás|câmaras de gás]].
Sob o [[nazismo]], os campos de concentração foram usados como parte de uma estratégia de dominação de grupos étnicos e dissidentes políticos. Diferentes grupos [[etnia|étnicos]] -([[judeu]]s, [[cigano]]s e [[polaco]]s) - políticos - ([[anarquistas]], [[comunistas]]) - [[Triângulo rosa|homossexuais]] e minorias religiosas ([[Triângulo roxo|Testemunhas de Jeová]]) [http://www.triangulosroxos.org.br/]) foram objeto de tratamento desumano e de extermínio.


===Argentina===
Estima-se que 6.000.000 de judeus tenham desaparecido durante a [[Segunda Guerra Mundial]], mas não há nada que compreve esse numero, parte das quais pereceu nos campos. Embora outros países tenham construído campos de concentração com a finalidade de isolar populações de determinadas etnias, não há nada comparável, em escala, aos campos nazistas.


{{Ver artigos principais|[[Centros clandestinos de detenção na Argentina]] e [[Desaparecidos pela ditadura argentina]]}}
Desde [[1933]], quando os primeiros grandes campos de concentração foram construídos em Boyermoor e [[Campo de concentração de Dachau|Dachau]], oito milhões de pessoas perderam seus nomes, ganharam números, foram [[escravidão|escravizadas]] ou transformadas em [[cobaia]]s. Muitas delas morreram vitimadas por [[doença]]s e maus tratos, enquanto outras eram enviadas aos [[campos de extermínio]] para serem eliminadas em [[Câmara de gás|câmaras de gás]].

[[Ficheiro:ESMA 2.JPG|200px|thumb|A [[ESMA]], um famoso centro clandestino de detenção na Argentina.]]

Os ''centros clandestinos de detenção (CCD)'' na [[Argentina]] foram instalações secretas empregadas pelas [[forças armadas]] e [[forças de segurança|de segurança]] para executar o plano sistemático de desaparecimento de pessoas implementado pela [[ditadura militar]] (autodenominada "[[Processo de Reorganização Nacional]]") que ocupou o poder na [[Argentina]] entre [[24 de março]] de [[1976]] e a [[10 de dezembro]] de [[1983]],

As Forças Armadas classificavam os CCD em dois tipos:

* Lugar de Reunião de Detidos (LRD): tinham uma organização mais estável e estavam preparados para alojar, torturar e assassinar grandes quantidades de detidos.

* Lugar Transitório (LT): tinham uma infra-estrutura precária e estavam destinados a funcionar como um primeiro lugar de alojamento dos detidos-desaparecidos.

===Brasil===

{{AP|Campos de concentração no Ceará}}

Em [[1915]] e [[1932]], o governo brasileiro criou no Estado do [[Ceará]], campos para confinar retirantes que fugiam das [[seca]]s. <ref>[http://www.papodebudega.com/2010/04/campos-de-concentracao-no-brasil-sim.html Papodebudega] - Campos de Concentração no Brasil, sim, eles existiram... (acessado em 12/11/2010).</ref> <ref>[http://historia.abril.com.br/cotidiano/ceara-campos-seca-434018.shtml História Abril] - Ceará: nos campos da seca (acessado em 12/11/2010)</ref> Estes campos ficaram conhecidos como os ''currais do governo.'' <ref>[http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=515480 Diariodonordeste] - Currais humanos (acessado em 12/11/2010).</ref>

A partir da declaração de guerra do [[Brasil]] aos países do [[Potências do Eixo|Eixo]], em [[1942]], o governo brasileiro criou uma série de campos de concentração para alemães, italianos e japoneses suspeitos de atividades antibrasileiras e ainda de prisioneiros feitos entre tripulantes de [[embarcações]] alemãs capturadas ou avariadas nas costas brasileiras. Em número de doze, os campos oficiais eram [[Daltro Filho]] ([[Fazenda rio grande|RS]]), [[Trindade (Santa Catarina)|Trindade]] ([[Santa Catarina|SC]]), Presídio de [[Curitiba]] ([[Paraná|PR]]), [[Guaratinguetá]] ([[São Paulo|SP]]), [[Pindamonhangaba]] (SP), [[Bauru]] (SP), [[Pirassununga]] (SP), [[Ribeirão Preto]] (SP), [[Pouso Alegre]] ([[Minas Gerais|MG]]), [[Niterói]] ([[Rio de Janeiro|RJ]]), [[Chã Estevam]] ([[Pernambuco|PE]]) e [[Tomé-Açu]] ([[Pará|PA]]).<ref name="cbr">SANTOS, Janaina ''Os silenciamentos impostos aos alemães em Santa Catarina durante o Estado Novo'', UFSC - 2000</ref>

=== Espanha ===

{{AP|Campos de concentração franquistas}}

Na [[Espanha]] entre [[1936]] e [[1947]] funcionaram vários campos de concentração estáveis e outros muitos provisórios, coordenados pelo ''Servicio de Colonias Penitenciarias Militarizadas''.

Recluíram cerca de meio milhão de prisioneiros entre 1936 e 1942<ref> RODRIGO, Javier (2006). ''Internamiento y trabajo forzoso: los campos de concentración de franco''. Hispania Nova, Revista de historia contemporánea, vol. 6, Separata.[http://hispanianova.rediris.es/6/dossier/6d027.pdf].</ref>.

Terminavam nestes campos de concentração, desde ex combatentes do [[bando republicano]] ou [[dissidência|dissidentes políticos]] até [[homossexual|homossexuais]] e presos comuns. Assim como em outros muitos campos de concentração, os prisioneiros estavam hierarquizados, sendo que presos comuns violentos (portanto sem motivações políticas ou ideológicas) estavam num degrau superior à maioria dos ali encarcerados, trabalhando de ''vigiantes'' destes últimos. Caracterizaram-se pela exploração laboral dos prisioneiros, organizados em batalhões de trabalhadores.

===Estados Unidos===


==Campos dos Estados Unidos==
[[Ficheiro:Japaneseamericaninternmentcenter-flag.jpg|thumb|250px| Campo de [[Manzanar]], [[Califórnia]].]]
{{Artigo principal|[[Campos de concentração nos Estados Unidos]]}}
{{Artigo principal|[[Campos de concentração nos Estados Unidos]]}}

[[Ficheiro:Japaneseamericaninternmentcenter-flag.jpg|thumb|250px| Campo de [[Manzanar]], [[Califórnia]].]]


Nos [[Estados Unidos]], também durante a Segunda Guerra Mundial, campos de concentração alojaram cerca de 120 000 pessoas, a maioria delas de [[etnia]] [[Japão|japonesa]],<ref>[http://www.lib.utah.edu/spc/photo/9066/9066.htm ''Japanese-Americans Internment Camps During World War II'', arquivo Marriott Library, Universidade de Utah. Fotos dos campos].</ref> embora de [[cidadania]] estadounidense.<ref>[http://www.archives.gov/education/lessons/japanese-relocation/''Teaching With Documents: Documents and Photographs Related to Japanese Relocation During World War II''. U.S. National Archives and Records Administration].</ref>
Nos [[Estados Unidos]], também durante a Segunda Guerra Mundial, campos de concentração alojaram cerca de 120 000 pessoas, a maioria delas de [[etnia]] [[Japão|japonesa]],<ref>[http://www.lib.utah.edu/spc/photo/9066/9066.htm ''Japanese-Americans Internment Camps During World War II'', arquivo Marriott Library, Universidade de Utah. Fotos dos campos].</ref> embora de [[cidadania]] estadounidense.<ref>[http://www.archives.gov/education/lessons/japanese-relocation/''Teaching With Documents: Documents and Photographs Related to Japanese Relocation During World War II''. U.S. National Archives and Records Administration].</ref>
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''In enacting a law calling for restitution and offering a sincere apology, your fellow Americans have, in a very real sense, renewed their traditional commitment to the ideals of freedom, equality and justice. You and your family have our best wishes for the future. Sincerely, [[George H. W. Bush|George Bush]]''
''In enacting a law calling for restitution and offering a sincere apology, your fellow Americans have, in a very real sense, renewed their traditional commitment to the ideals of freedom, equality and justice. You and your family have our best wishes for the future. Sincerely, [[George H. W. Bush|George Bush]]''


===Portugal===
<!---
===Campos da [[Espanha]]===
===Campos da [[Itália]]===
===Campos da [[França]]===
===Campos da [[União Soviética]]===
===Campos da [[China]]===
--->


{{AP|[[Campo do Tarrafal]]}}
==Campos do Brasil==


O Campo do Tarrafal, ou ''Campo de Concentração do Tarrafal'', situado no lugar de [[Chão Bom]] do concelho do [[Tarrafal]], na [[ilha de Santiago]] ([[Cabo Verde]]), foi criado pelo Governo português do [[Estado Novo (Portugal)|Estado Novo]] ao abrigo do Decreto-Lei n.º 26 539, de 23 de Abril de 1936, que afirma servir o Campo para receber os presos políticos e sociais, sobre quem recai o dever de cumprir o [[desterro]], aqueles que internados em outros estabelecimentos prisionais se mostram refractários à [[disciplina]] e ainda os elementos perniciosos para outros reclusos. Este diploma abrange também os condenados a pena maior por crimes praticados com fins políticos, os presos preventivos, e, por fim, os presos por crime de [[rebelião]]. Começou a funcionar em 29 de Outubro
{{AP|Campos de concentração no Ceará}}
de 1936, com a chegada dos primeiros prisioneiros.


===Reino Unido===
Em [[1915]] e [[1932]], o governo brasileiro criou no Estado do [[Ceará]], campos para confinar retirantes que fugiam das [[seca]]s. <ref>[http://www.papodebudega.com/2010/04/campos-de-concentracao-no-brasil-sim.html Papodebudega] - Campos de Concentração no Brasil, sim, eles existiram... (acessado em 12/11/2010).</ref> <ref>[http://historia.abril.com.br/cotidiano/ceara-campos-seca-434018.shtml História Abril] - Ceará: nos campos da seca (acessado em 12/11/2010)</ref> Estes campos ficaram conhecidos como os ''currais do governo.'' <ref>[http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=515480 Diariodonordeste] - Currais humanos (acessado em 12/11/2010).</ref>


[[Ficheiro:Konsentrasiekamp Krugersdorp.jpg|thumb|200px|direita|Campo de concentração para [[boer]]es em [[Krugersdorp]], [[África do sul]].]]
A partir da declaração de guerra do [[Brasil]] aos países do [[Potências do Eixo|Eixo]], em [[1942]], o governo brasileiro criou uma série de campos de concentração para alemães, italianos e japoneses suspeitos de atividades antibrasileiras e ainda de prisioneiros feitos entre tripulantes de [[embarcações]] alemãs capturadas ou avariadas nas costas brasileiras. Em número de doze, os campos oficiais eram [[Daltro Filho]] ([[Fazenda rio grande|RS]]), [[Trindade (Santa Catarina)|Trindade]] ([[Santa Catarina|SC]]), Presídio de [[Curitiba]] ([[Paraná|PR]]), [[Guaratinguetá]] ([[São Paulo|SP]]), [[Pindamonhangaba]] (SP), [[Bauru]] (SP), [[Pirassununga]] (SP), [[Ribeirão Preto]] (SP), [[Pouso Alegre]] ([[Minas Gerais|MG]]), [[Niterói]] ([[Rio de Janeiro|RJ]]), [[Chã Estevam]] ([[Pernambuco|PE]]) e [[Tomé-Açu]] ([[Pará|PA]]).<ref name="cbr">SANTOS, Janaina ''Os silenciamentos impostos aos alemães em Santa Catarina durante o Estado Novo'', UFSC - 2000</ref>


A primeira aplicação moderna e sistemática de campo de concentração foi feita pelo [[Reino Unido]], durante a [[Segunda Guerra dos Bôeres]], entre [[1900]] e [[1902]], quando o comandante britânico [[Horatio Herbert Kitchener|Horatio Kitchener]] utilizou os campos como parte de sua [[estratégia]] de combate à [[guerrilha]].
==Campo de Portugal==


Kitchener ordenou a destruição das [[fazenda]]s que abasteciam os [[guerrilheiro]]s bôeres e [[Deportação|deportou]] os fazendeiros e seus empregados para campos de concentração. Tratava-se, em grande maioria, de mulheres e crianças. Famílias inteiras foram confinadas em campos, onde os prisioneiros morriam lentamente de [[desnutrição]] ou vitimados por [[epidemia]]s.
O [[Campo do Tarrafal]], ou ''Campo de Concentração do Tarrafal'', situado no lugar de [[Chão Bom]] do concelho do [[Tarrafal]], na [[ilha de Santiago]] ([[Cabo Verde]]), foi criado pelo Governo português do [[Estado Novo]] ao abrigo do Decreto-Lei n.º 26 539, de 23 de Abril de 1936, que afirma servir o Campo para receber os presos políticos e sociais, sobre quem recai o dever de cumprir o [[desterro]], aqueles que internados em outros estabelecimentos prisionais se mostram refractários à [[disciplina]] e ainda os elementos perniciosos para outros reclusos. Este diploma abrange também os condenados a pena maior por crimes praticados com fins políticos, os presos preventivos, e, por fim, os presos por crime de [[rebelião]]. Começou a funcionar em 29 de Outubro de 1936, com a chegada dos primeiros prisioneiros.


O uso dos campos foi fundamental para a vitória do exército britânico. No final da guerra, cerca de 26.000 mulheres e crianças bôeres haviam perecido naqueles locais. Também os trabalhadores nativos, que viviam nas fazendas, tiveram o mesmo destino de seus patrões.
== Campos na Espanha ==
{{AP|Campos de concentração franquistas}}

Na [[Espanha]] entre [[1936]] e [[1947]] funcionaram vários campos de concentração estáveis e outros muitos provisórios, coordenados pelo ''Servicio de Colonias Penitenciarias Militarizadas''.

Recluíram cerca de meio milhão de prisioneiros entre 1936 e 1942<ref> RODRIGO, Javier (2006). ''Internamiento y trabajo forzoso: los campos de concentración de franco''. Hispania Nova, Revista de historia contemporánea, vol. 6, Separata.[http://hispanianova.rediris.es/6/dossier/6d027.pdf].</ref>.

Terminavam nestes campos de concentração, desde ex combatentes do [[bando republicano]] ou [[dissidência|dissidentes políticos]] até [[homossexual|homossexuais]] e presos comuns. Assim como em outros muitos campos de concentração, os prisioneiros estavam hierarquizados, sendo que presos comuns violentos (portanto sem motivações políticas ou ideológicas) estavam num degrau superior à maioria dos ali encarcerados, trabalhando de ''vigiantes'' destes últimos. Caracterizaram-se pela exploração laboral dos prisioneiros, organizados em batalhões de trabalhadores.
== Campos na Argentina==
{{AP|Centros clandestinos de detenção na Argentina}}
[[Ficheiro:ESMA 2.JPG|200px|thumb|A [[ESMA]], um famoso centro clandestino de detenção na Argentina.]]
Os '''centros clandestinos de detenção (CCD)''' na [[Argentina]] foram instalações segredas empregues pelas [[forças armadas]] e [[forças de segurança|de segurança]] para executar o plano sistemático de [[Desaparecidos pela ditadura argentina|desaparecimento de pessoas]] implementado pela [[ditadura militar]] (autodenominada "[[Processo de Reorganização Nacional]]") que ocupou o poder na [[Argentina]] entre [[24 de março]] de [[1976]] e a [[10 de dezembro]] de [[1983]],

As Forças Armadas classificavam os CCD em dois tipos:
* Lugar de Reunião de Detidos (LRD): tinham uma organização mais estável e estavam preparados para alojar, torturar e assassinar grandes quantidades de detidos.
* Lugar Transitório (LT): tinham uma infra-estrutura precária e estavam destinados a funcionar como um primeiro lugar de alojamento dos detidos-desaparecidos.


==Campos de concentração famosos==
==Campos de concentração famosos==
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* [[Estadio Nacional de Chile]] (durante a ditadura [[Augusto Pinochet|Pinochet]])
* [[Estadio Nacional de Chile]] (durante a ditadura [[Augusto Pinochet|Pinochet]])
* [[Escola de Mecânica da Armada]] (Argentina)
* [[Escola de Mecânica da Armada]] (Argentina)
* [[Baía de Guantánamo|Guantánamo]] (território dos [[EUA]] em [[Cuba]])
* [[Gulag]]s (rede de campos de concentração na [[URSS]])
* [[Gulag]]s (rede de campos de concentração na [[URSS]])
* [[Campo de concentração de Jasenovac|Jasenovac]] ([[Estado Independente da Croácia]] governado pela [[Ustaše]] durante a Segunda Guerra Mundial).
* [[Campo de concentração de Jasenovac|Jasenovac]] ([[Estado Independente da Croácia]] governado pela [[Ustaše]] durante a Segunda Guerra Mundial).
Linha 101: Linha 111:
* [[Mauthausen|Mauthausen-Gusen]] ([[Áustria]] ocupada pela Alemanha)
* [[Mauthausen|Mauthausen-Gusen]] ([[Áustria]] ocupada pela Alemanha)
* [[Campo de concentração de Sachsenhausen|Sachsenhausen]] (Alemanha)
* [[Campo de concentração de Sachsenhausen|Sachsenhausen]] (Alemanha)
* [[Prisão de Guantánamo]] (território dos [[EUA]] em [[Cuba]])
* [[Treblinka]] ([[Polônia]] ocupada pela Alemanha)
* [[Treblinka]] ([[Polônia]] ocupada pela Alemanha)
* [[Villa Grimaldi]] ([[Chile]])
* [[Villa Grimaldi]] ([[Chile]])
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Image:Birkenau rainbow.JPG|Campo de concentração de [[Auschwitz-Birkenau|Birkenau]]
Ficheiro:Birkenau rainbow.JPG|Campo de concentração de [[Auschwitz-Birkenau|Birkenau]]
Image:Birkenau beds.JPG|Alojamento dos prisioneiros no campo de concentração de [[Auschwitz-Birkenau|Birkenau]]
Ficheiro:Birkenau beds.JPG|Alojamento dos prisioneiros no campo de concentração de [[Auschwitz-Birkenau|Birkenau]]
Image:Horror chamber at the Buchenwald concentration camp near Jena, Germany.jpg|Crematório no campo de concentração proximo a [[Jena]], [[Alemanha]].
Ficheiro:Horror chamber at the Buchenwald concentration camp near Jena, Germany.jpg|Crematório no campo de concentração proximo a [[Jena]], [[Alemanha]].
Image:Buchenwald corpse trailer ww2-181.jpg|Corpos de prisioneiros dos [[nazista]]s encontrados pelas tropas norte-americanas em [[Weimar]], [[Alemanha]].
Ficheiro:Buchenwald corpse trailer ww2-181.jpg|Corpos de prisioneiros dos [[nazista]]s encontrados pelas tropas norte-americanas em [[Weimar]], [[Alemanha]].
Image:Buchenwald Slave Laborers Liberation.jpg|Campo de concentração de [[Buchenwald]] (Alemanha)
Ficheiro:Buchenwald Slave Laborers Liberation.jpg|Campo de concentração de [[Buchenwald]] (Alemanha)
Image:Boercamp1.jpg|[[Boer]] Mulheres e crianças em campos de concentração na [[África do sul]]
Ficheiro:Boercamp1.jpg|Mulheres e crianças boeres em um campo de concentração na [[África do sul]]
Image:Japanese internment camp in British Columbia.jpg|[[:en:Japanese Canadian internment|''Internment'']]. Campo de concentração para [[Japão|japoneses]] no [[Canadá]], durante a [[Segunda Guerra Mundial]].
Ficheiro:Japanese internment camp in British Columbia.jpg|[[:en:Japanese Canadian internment|''Internment'']]. Campo de concentração para [[Japão|japoneses]] no [[Canadá]], durante a [[Segunda Guerra Mundial]].
Image:BIRKENAU.jpg|Campo de concentração de [[Auschwitz-Birkenau]]
Ficheiro:BIRKENAU.jpg|Campo de concentração de [[Auschwitz-Birkenau]]
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=={{Ver também}}==
=={{Ver também}}==


{{commonscat|Nazi concentration camps}}
* [[Campos de concentração nos Estados Unidos]]

* [[Campo de concentração de Gurs]] ([[França]])
* [[Campo de concentração de Gurs]] ([[França]])
* [[Campos de concentração franquistas]] ([[Espanha]])
* [[:es:Campos de concentración en Siberia|Campos de concentração na Sibéria]] {{es}}
* [[:es:Campos de concentración en Siberia|Campos de concentração na Sibéria]] {{es}}
* [[:en:Camp des Milles|Les Milles]] ([[França]] ocupada pela Alemanha) {{en}}
* [[Massacre de Sabra e Shatila|Massacres em campos de refugiados]]
* [[:en:Nazi concentration camps|Campos de concentração nazistas]]
* [[:en:Nazi concentration camps|Campos de concentração nazistas]]
* [[Campos de concentração nos Estados Unidos]]
* [[Campo de extermínio]]
* [[Campo de extermínio]]
* [[Crime de guerra]]
* [[:en:Camp des Milles|Les Milles]] ([[França]] ocupada pela Alemanha) {{en}}
* [[Massacre de Sabra e Shatila|Massacres em campos de refugiados]]
* [[Direitos humanos]]
* [[Direitos humanos]]
* [[:en:List of Nazi-German concentration camps|Lista de Campos de concentração Nazistas na Alemanha]]
* [[:en:List of Nazi-German concentration camps|Lista de Campos de concentração Nazistas na Alemanha]]
*{{commonscat|Nazi concentration camps}}


{{Referências}}
{{Referências}}

Revisão das 18h28min de 21 de dezembro de 2010

O "portão da morte" do campo de concentração de Birkenau.

Campo de concentração - é um centro de confinamento militar, instalado em área de terreno livre e cercada por telas de arame farpado ou algum outro tipo de barreira, cujo perímetro é permanentemente vigiado.

História

Os campos de concentração são utilizados para a detenção de civis ou militares, geralmente em tempos de guerra. Não integram os sistemas penitenciários, onde são detidas pessoas condenadas por infringir a legislação de um país. São quase sempre instalações provisórias, com capacidade para abrigar grande quantidade de pessoas, normalmente prisioneiros de guerra, que, no melhor dos casos, podem vir a servir como moeda de troca com o inimigo, ou permanecer presas até a resolução do conflito. No terreno são dispostos, organizadamente, barracões para dormitórios, refeitórios, escritórios e finalidades complementares.

Em tese, esses centros de confinamento devem obedecer às regras das convenções internacionais, bem como submeter-se à fiscalização de organizações internacionais de defesa de direitos humanos. No entanto, historicamente há registros de exploração de mão-de-obra em regime de escravidão, bem como de extermínio de presos políticos, prisioneiros de guerra e membros de grupos étnicos, por motivos ideológicos, políticos ou militares.

O uso de campos de concentração foi amplamente disseminado na Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial, e na Rússia, durante a era stalinista. A prática de matanças sistemáticas de prisioneiros em alguns desses campos, fez com que, em linguagem corrente, os campos de concentração fossem assimilados aos campos de extermínio, que de fato constituem um subtipo anômalo.

O tratamento dado a prisioneiros de guerra, tanto civis quanto militares, nos campos de concentração em tempo de guerra é regulado pela Terceira e Quarta Convenções de Genebra, de 12 de agosto de 1949 [1]

Embora normalmente os campos de concentração sejam usados por países em guerra, também há registros de uso de instalações desse tipo para confinamento de dissidentes políticos, por regimes ditatoriais, ou ainda como solução extrema para deter fluxos migratórios. Em alguns casos trata-se de dependências oficialmente inexistentes, sem qualquer vinculação com a norma jurídica e portanto não submetidas ao controle internacional, como no caso de Guantánamo, em Cuba.

Alemanha

Principais campos de concentração e extermínio nazistas.

Em resposta a uma revolta dos namaquas e hererós [2] na colônia do Sudoeste Africano Alemão, atual Namíbia, as autoridades alemãs criaram campos de concentração para confinar os rebeldes. O combate aos rebeldes e as condições dos campos causaram um número de mortos tão grande, que este é tido como o primeiro genocídio do século XX. O Genocídio dos Hererós e Namaquas estendeu-se de 1904 a 1907. [3]

Sob o nazismo, os campos de concentração foram usados como parte de uma estratégia de dominação de grupos étnicos e dissidentes políticos. Diferentes grupos étnicos -(judeus, ciganos e polacos) - políticos - (anarquistas, comunistas) - homossexuais e minorias religiosas (Testemunhas de Jeová) [2]) foram objeto de tratamento desumano e de extermínio.

Estima-se que 6.000.000 de judeus tenham desaparecido durante a Segunda Guerra Mundial, mas não há nada que comprove esse numero, parte das quais pereceu nos campos. Embora outros países tenham construído campos de concentração com a finalidade de isolar populações de determinadas etnias, não há nada comparável, em escala, aos campos nazistas.

Desde 1933, quando os primeiros grandes campos de concentração foram construídos em Boyermoor e Dachau, oito milhões de pessoas perderam seus nomes, ganharam números, foram escravizadas ou transformadas em cobaias. Muitas delas morreram vitimadas por doenças e maus tratos, enquanto outras eram enviadas aos campos de extermínio para serem eliminadas em câmaras de gás.

Argentina

A ESMA, um famoso centro clandestino de detenção na Argentina.

Os centros clandestinos de detenção (CCD) na Argentina foram instalações secretas empregadas pelas forças armadas e de segurança para executar o plano sistemático de desaparecimento de pessoas implementado pela ditadura militar (autodenominada "Processo de Reorganização Nacional") que ocupou o poder na Argentina entre 24 de março de 1976 e a 10 de dezembro de 1983,

As Forças Armadas classificavam os CCD em dois tipos:

  • Lugar de Reunião de Detidos (LRD): tinham uma organização mais estável e estavam preparados para alojar, torturar e assassinar grandes quantidades de detidos.
  • Lugar Transitório (LT): tinham uma infra-estrutura precária e estavam destinados a funcionar como um primeiro lugar de alojamento dos detidos-desaparecidos.

Brasil

Em 1915 e 1932, o governo brasileiro criou no Estado do Ceará, campos para confinar retirantes que fugiam das secas. [4] [5] Estes campos ficaram conhecidos como os currais do governo. [6]

A partir da declaração de guerra do Brasil aos países do Eixo, em 1942, o governo brasileiro criou uma série de campos de concentração para alemães, italianos e japoneses suspeitos de atividades antibrasileiras e ainda de prisioneiros feitos entre tripulantes de embarcações alemãs capturadas ou avariadas nas costas brasileiras. Em número de doze, os campos oficiais eram Daltro Filho (RS), Trindade (SC), Presídio de Curitiba (PR), Guaratinguetá (SP), Pindamonhangaba (SP), Bauru (SP), Pirassununga (SP), Ribeirão Preto (SP), Pouso Alegre (MG), Niterói (RJ), Chã Estevam (PE) e Tomé-Açu (PA).[7]

Espanha

Na Espanha entre 1936 e 1947 funcionaram vários campos de concentração estáveis e outros muitos provisórios, coordenados pelo Servicio de Colonias Penitenciarias Militarizadas.

Recluíram cerca de meio milhão de prisioneiros entre 1936 e 1942[8].

Terminavam nestes campos de concentração, desde ex combatentes do bando republicano ou dissidentes políticos até homossexuais e presos comuns. Assim como em outros muitos campos de concentração, os prisioneiros estavam hierarquizados, sendo que presos comuns violentos (portanto sem motivações políticas ou ideológicas) estavam num degrau superior à maioria dos ali encarcerados, trabalhando de vigiantes destes últimos. Caracterizaram-se pela exploração laboral dos prisioneiros, organizados em batalhões de trabalhadores.

Estados Unidos

Campo de Manzanar, Califórnia.

Nos Estados Unidos, também durante a Segunda Guerra Mundial, campos de concentração alojaram cerca de 120 000 pessoas, a maioria delas de etnia japonesa,[9] embora de cidadania estadounidense.[10]

Crystal City, no Texas notabilizou-se por abrigar um desses campos e para lá foram deportados não apenas cidadãos japoneses como também alemães. O governo dos EUA tirou proveito da situação, trocando os prisioneiros alemães por prisioneiros judeus estadunidenses que se encontravam em campos de concentração europeus.

Os campos eram situados em locais remotos do interior do país e foram projetados especialmente para este fim, entre 1942 e 1948. As pessoas foram retiradas à força de suas casas, quase sempre situadas na costa oeste, e enviadas para instalações de segurança máxima. Os campos eram cercados com arame farpado e vigiados por guardas armados. Aqueles que tentavam fugir eram abatidos.

O confinamento de japoneses étnicos foi principalmente uma resposta ao ataque a Pearl Harbor. Durante a guerra, os organismos de defesa dos Direitos Humanos contestaram o direito do governo de aprisionar pessoas por razões étnicas e apelaram à Suprema Corte dos Estados Unidos, porém o apelo foi rechaçado.

Posteriormente, em 1951, o governo dos EUA ofereceu compensações financeiras às vítimas mas só em 1988, quando ofereceu também US$20 000 como ressarcimento às vítimas através da Public Law 100-383, houve uma retratação pública e o governo norte-americano admitiu que a concentração de prisioneiros deveu-se a "preconceitos raciais, à histeria bélica e à deficiência da liderança política". A ordem de concentração partira do presidente Franklin Delano Roosevelt, através do decreto 9066, que autorizava ao chefes das guarnições militares a designar "áreas de exclusão". A "área de exclusão militar número um", que correspondia a toda a costa do Pacífico, foi declarada fora dos limites para qualquer pessoa de ascendência japonesa[11].

Em outubro de 1990 o presidente George H. W. Bush escreveu:[12]

A monetary sum and words alone cannot restore lost years or erase painful memories; neither can they fully convey our Nation's resolve to rectify injustice and recognize that serious injuscices were done to Japanese Americans during World War II.

In enacting a law calling for restitution and offering a sincere apology, your fellow Americans have, in a very real sense, renewed their traditional commitment to the ideals of freedom, equality and justice. You and your family have our best wishes for the future. Sincerely, George Bush

Portugal

Ver artigo principal: Campo do Tarrafal

O Campo do Tarrafal, ou Campo de Concentração do Tarrafal, situado no lugar de Chão Bom do concelho do Tarrafal, na ilha de Santiago (Cabo Verde), foi criado pelo Governo português do Estado Novo ao abrigo do Decreto-Lei n.º 26 539, de 23 de Abril de 1936, que afirma servir o Campo para receber os presos políticos e sociais, sobre quem recai o dever de cumprir o desterro, aqueles que internados em outros estabelecimentos prisionais se mostram refractários à disciplina e ainda os elementos perniciosos para outros reclusos. Este diploma abrange também os condenados a pena maior por crimes praticados com fins políticos, os presos preventivos, e, por fim, os presos por crime de rebelião. Começou a funcionar em 29 de Outubro de 1936, com a chegada dos primeiros prisioneiros.

Reino Unido

Campo de concentração para boeres em Krugersdorp, África do sul.

A primeira aplicação moderna e sistemática de campo de concentração foi feita pelo Reino Unido, durante a Segunda Guerra dos Bôeres, entre 1900 e 1902, quando o comandante britânico Horatio Kitchener utilizou os campos como parte de sua estratégia de combate à guerrilha.

Kitchener ordenou a destruição das fazendas que abasteciam os guerrilheiros bôeres e deportou os fazendeiros e seus empregados para campos de concentração. Tratava-se, em grande maioria, de mulheres e crianças. Famílias inteiras foram confinadas em campos, onde os prisioneiros morriam lentamente de desnutrição ou vitimados por epidemias.

O uso dos campos foi fundamental para a vitória do exército britânico. No final da guerra, cerca de 26.000 mulheres e crianças bôeres haviam perecido naqueles locais. Também os trabalhadores nativos, que viviam nas fazendas, tiveram o mesmo destino de seus patrões.

Campos de concentração famosos

Galeria

Ver também

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Campo de concentração

Referências

  1. Direito Internacional Humanitário. Convenção III. Convenção de Genebra Relativa ao Tratamento dos Prisioneiros de Guerra de 12 de Agosto de 1949
  2. DW-World - 1904: Começa a revolta dos hereros. Acessado em 21/12/2010
  3. Jornalorebate - O genocídio esquecido: A revolta dos Hereros e Nama na Namíbia. Acessado em 21/12/2010.
  4. Papodebudega - Campos de Concentração no Brasil, sim, eles existiram... (acessado em 12/11/2010).
  5. História Abril - Ceará: nos campos da seca (acessado em 12/11/2010)
  6. Diariodonordeste - Currais humanos (acessado em 12/11/2010).
  7. SANTOS, Janaina Os silenciamentos impostos aos alemães em Santa Catarina durante o Estado Novo, UFSC - 2000
  8. RODRIGO, Javier (2006). Internamiento y trabajo forzoso: los campos de concentración de franco. Hispania Nova, Revista de historia contemporánea, vol. 6, Separata.[1].
  9. Japanese-Americans Internment Camps During World War II, arquivo Marriott Library, Universidade de Utah. Fotos dos campos.
  10. Teaching With Documents: Documents and Photographs Related to Japanese Relocation During World War II. U.S. National Archives and Records Administration.
  11. Direitos Humanos e Política Externa dos EUA
  12. A carta de Bush