Djamila Ribeiro

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Djamila Ribeiro
Djamila Ribeiro
Nome completo Djamila Taís Ribeiro dos Santos
Conhecido(a) por ciberfeminismo e militância negra
Nascimento 1 de agosto de 1980 (43 anos)
Santos, SP, Brasil
Residência São Paulo
Nacionalidade brasileira
Alma mater Universidade Federal de São Paulo
Prêmios Vencedora do Prêmio Jabuti na categoria de Ensaios - Ciências Humanas
Orientador(es)(as) Edson Luís de Almeida Teles
Campo(s) Filosofia, feminismo e negritude

Djamila Taís Ribeiro dos Santos (Santos, 1 de agosto de 1980) é uma filósofa, feminista negra, escritora e acadêmica brasileira. É pesquisadora e mestra em Filosofia Política pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Tornou-se conhecida no país por seu ativismo na Internet, atualmente é colunista do jornal Folha de S. Paulo.[1]

Djamila Ribeiro é uma figura reconhecida no ativismo negro no Brasil, com uma presença marcante nas redes sociais. Ela tem sido chamada de "filósofa pop" devido a sua participação em diversos meios de comunicação. Em 2016, Ribeiro assumiu o cargo de secretária-adjunta de Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São Paulo. [2] Seu livro "Pequeno Manual Antirracista" foi o mais vendido no Brasil em 2020. Em 2021, ela recebeu o prêmio Global Good no BET Awards, tornando-se a primeira brasileira a ser homenageada nessa categoria. Ela também foi incluída na lista da BBC das 100 mulheres mais influentes e inspiradoras do mundo. Em 2022, foi eleita membro da Academia Paulista de Letras. [3] Possui inúmeras obras relevantes produzidas [4].

Biografia[editar | editar código-fonte]

Djamila Ribeiro é a caçula das quatro crianças de Joaquim José Ribeiro dos Santos e Erani Benedita dos Santos Ribeiro. O pai era estivador, ativista do movimento negro e um dos fundadores do Partido Comunista na Baixada Santista.[5] Sua mãe trabalhava como empregada doméstica e foi quem a iniciou no Candomblé quando ela tinha 8 anos.[6] O seu nome significa “beleza” em swahili, língua falada no leste da África.[5] Seu pai que escolheu os nomes das filhas, Djamila e Dara, de edições do Jornegro, um jornal pertencente à militância negra. Anos depois, ela escolheria do mesmo jornal o nome da sua filha, Thulane, que significa "a pacífica" em suaíli.[6]

Djamila conviveu muito de sua infância com a avó Antônia. Ela também era do candomblé e atuava como benzedeira. É considerada pela filósofa, a figura responsável por seu caminho espiritual.[6] A avó faleceu em 1993, quando ela tinha 13 anos. O relacionamento de afeto inspirou a autora a direcionar seu livro mais autobiográfico a ela, em “Cartas para minha avó”.[7]

A autora relata ter sofrido preconceito religioso na infância, sendo atacada na escola quando ia de branco, por conta do Candomblé, e as crianças arrancavam o turbante da sua cabeça.[5] Quando tinha 11 anos, sofreu abuso sexual de um parente que tentou estuprá-la.[7] Iniciou o contato com a militância ainda na infância. Uma das grandes influências foi o pai, um homem que mesmo com pouco estudo formal, era culto.[1] Aos 18 anos se envolveu com a Casa da Cultura da Mulher Negra, uma organização não governamental santista, e passou a estudar temas relacionados a gênero e raça.[8]

Em maio de 2001, sua mãe faleceu por decorrência de câncer no rim, quando Djamila tinha 20 anos. No ano seguinte, seu pai foi diagnosticado com mieloma múltiplo, uma espécie de câncer de medula que não tem cura, falecendo quando ela tinha 21 anos.[9][10]

Nos anos que se seguiram, Djamila estudou jornalismo até engravidar de Thulane, aos 24 anos, quando abandonou a faculdade para se dedicar à família.[10] Retomou os estudos sob protestos do esposo e de outros familiares, pois ela deixava a filha de 3 anos em escolinha em período integral para fazer a faculdade em Guarulhos, a três horas de distância de Santos.[10] Graduou-se em Filosofia pela Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em 2012, e tornou-se mestra em Filosofia Política na mesma instituição, em 2015, com ênfase em teoria feminista.[1]

Djamila começou a escrever no Blogueiras Negras, portal que discute assuntos caros às feministas negras na internet. Em 2014, deu uma entrevista a respeito do projeto para o jornalista Pedro Bial, no programa Na Moral, e ganhou visibilidade nacional.[10] Passa a utilizar a internet como plataforma para discutir feminismo negro, racismo e filosofia com grande apelo ao público brasileiro. Foi colunista online da CartaCapital e Revista AzMina ao mesmo tempo que fortalecia presença no ambiente digital.[11] Acredita que é importante apropriar a internet como uma ferramenta na militância das mulheres negras, já que, segundo Djamila, a "mídia hegemônica" costuma invisibilizá-las.[12]

Escreveu o prefácio do livro Mulheres, Raça e Classe da filósofa negra e feminista Angela Davis, obra inédita no Brasil e que foi traduzida e lançada em setembro de 2015.[1] Participa constantemente de eventos, documentários e outras ações que envolvam debates de raça e gênero.[13][14][15]

Em maio de 2016, foi nomeada secretária-adjunta de Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São Paulo durante a gestão do prefeito Fernando Haddad.[16]

Em 2017 se apresentou um programa de televisão Entrevista, no Canal Futura e se tornou a mentora intelectual (junto com a filósofa Márcia Tiburi) de um grupo de atrizes, diretoras e roteiristas da TV Globo interessadas em estudar as bases do feminismo. Neste ano, também termina seu relacionamento de 13 anos.[10]

Apresentação no TedX São Paulo

Publica seu primeiro livro de sucesso nacional "O que é lugar de fala?" pela editora Letramento, em 2017, estreando a coleção Feminismos Plurais, da qual é coordenadora.[17] A obra foi finalista do Prêmio Jabuti 2018 na categoria Humanidades.[18] Deu a palestra “Precisamos romper com os silêncios” no TEDX São Paulo em 2017 falando sobre inclusão social e justiça.[19]

Em 2018, se torna membro do Conselho Deliberativo do Instituto Vladimir Herzog.[20] Entre 07 e 14 de outubro daquele ano visitou a Noruega a convite do governo Norueguês para conhecer as políticas de equidade de gênero do país, em 2017.[21]

Em 2018, a ensaísta prolífica Djamila Ribeiro foi um dos 51 autores, oriundos de 25 países, convidados a contribuir para Os papéis da liberdade ("The Freedom Papers").[22] Ao longo de sua trajetória, recebeu algumas premiações como Trip Transformadores, em 2017.[23] Melhor colunista no Troféu Mulher Imprensa em 2018[24] e Prêmio Dandara dos Palmares.[25]

"Quem tem medo do feminismo negro?" é seu segundo livro e é publicado pela Companhia das Letras.[26]

Foi escolhida como “Personalidade do Amanhã” pelo governo francês em 2019.[27] Djamila foi capa da Revista Gol, Revista Claudia, colunista da Carta Capital e Revista Elle Brasil.[28][29] Em 2019, publica de "Pequeno Manual Antirracista" também pela editora Companhia das Letras e "Lugar de Fala", pela Pólen, e faz 174 eventos pelo país falando sobre questões de gênero e raça.[30]

Fez consultoria de conteúdo para a marca Avon,[31] para a Rede Globo de Televisão no programa Amor e Sexo, entre outras empresas e instituições. É idealizadora e coordenadora do Selo Sueli Carneiro.[2]

Foi capa da “Mulheres de Sucesso” da Forbes Brasil, em fevereiro de 2021.[32]

Em 2021, publica um livro com histórias de sua vida “Cartas para minha avó", pela Companhia das Letras.[7]

Foi eleita para a Academia Paulista de Letras em maio de 2022 por votação expressiva. Ocupa a cadeira de número 28, posto antes ocupado pela escritora Lygia Fagundes Telles, que faleceu em 03 abril de 2022 aos 98 anos.[33]

Vida acadêmica[editar | editar código-fonte]

Djamila Ribeiro concluiu sua graduação em Filosofia na Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em 2012 e obteve seu mestrado em Filosofia Política na mesma instituição em 2015, focando em teoria feminista. [1] Desde 2020, ela faz parte do corpo docente do curso de Jornalismo na PUC-SP. Antes de se dedicar à Filosofia, Djamila iniciou um curso de jornalismo, que interrompeu em 2005. [2] Atualmente, ela também contribui como colunista para a Folha de S. Paulo e já escreveu para Carta Capital, Blogueiras Negras e Revista AzMina, além de coordenar a coleção Feminismos Plurais. [10] [34] [17]

Fundou o Selo Sueli Carneiro, dedicado à publicação de livros de autores negros a preços acessíveis. [35] Como coordenadora da plataforma Feminismos Plurais, ela promove o ensino de temas críticos para a sociedade brasileira. [36] Em 2022, Djamila desenvolveu e ministrou o curso gratuito 'Jornalismo Contra-Hegemônico: reflexões para um novo presente' no YouTube, uma iniciativa realizada em parceria com o YouTube Brasil, Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Feminismos Plurais e a produção executiva da Casé Fala. O curso inclui dez episódios." [37]

Djamila Ribeiro participa de assinatura de pacto antirracista pela candidata Manuela D´Ávila, na Praça do Tambor, em Porto Alegre

Vida política[editar | editar código-fonte]

Djamila Ribeiro pode ser qualificada como uma intelectual negra, feminista[38] e antirracista[39] [40].

Em maio de 2016, foi nomeada secretária-adjunta de Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São Paulo durante a gestão do prefeito Fernando Haddad.[16] Além disso, foi convidada, em 2020, para ser vice na chapa de Jilmar Tatto (PT) à prefeitura de São Paulo, tendo, contudo, recusado o convite.[41] Declarou apoio à candidata do PCdoB à Prefeitura de Porto Alegre, Manuela d’Ávila, em 2020.[42] Em 2022, na abertura da temporada do programa Provoca, da TV Cultura, apresentado por Marcelo Tas, a escritora verbalizou que não sentaria para conversar com pessoas ligadas ao Bolsonarismo, tendo em vista a representação dessa administração.[43]

Obra e pensamento[editar | editar código-fonte]

O que é lugar de fala?[editar | editar código-fonte]

Lançado em 2017, esse livro tem por objetivo de desmistificar o conceito de lugar de fala[44] e contextualiza o indivíduo tido como universal numa sociedade cis-heteropatriarcal eurocentrada, para que seja possível identificarmos as diversas vivências específicas e, assim, diferenciar os discursos de acordo com a posição social de onde se fala.[45] Discorre sobre o lugar de fala da mulher negra que foi muito silenciada, especialmente diante de pautas feministas (universalizantes)[46]. Desmistifica o conceito de lugar de fala, identificando as diversas vivências que permitem diferenciar os discursos de acordo com a posição social de onde se fala.[47] [48]

Quem tem medo do feminismo negro?[editar | editar código-fonte]

O livro reúne um ensaio autobiográfico da autora, além de artigos publicados no blog da revista Carta Capital. Inicialmente, a autora narra o processo de silenciamento[49] e apagamento[50] pelos quais passou durante sua infância e adolescência até conhecer autoras que a fizeram ter orgulho de suas raízes. A obra traça diálogos com autoras como Chiamanda Ngozi Adichie, Bell Hooks, Sueli Carneiro, Alice Walker, Toni Morrison e Conceição Evaristo. A partir da interlocução com tais autoras, apresenta conceitos como empoderamento feminino e interseccionalidade[51], além de abordar temas como políticas de cotas raciais, e as origens do feminismo negro no Brasil e nos Estados Unidos.[26]

Pequeno manual antirracista[editar | editar código-fonte]

A obra trata de temas que servem para o aprofundamento da percepção acerca de discriminações racistas estruturais e enraizadas[52], possibilitando sua contribuição para a transformação da sociedade, a partir do privilégio conferido a cada um. Em onze capítulos, apresenta, de maneira didática, estratégias para buscar a eliminação o racismo contra pessoas negras, além de outras formas de opressão. [53] [54]

Cartas para minha avó[editar | editar código-fonte]

A obra "Cartas para minha avó" é a mais pessoal e revive momentos de sua infância e adolescência para discutir a ancestralidade negra e os desafios de criar filhos numa sociedade racista. Djamila aborda também temas como relacionamentos amorosos e experiências profissionais que contribuíram para sua construção pessoal, além da percepção da importância das lutas e conquistas das pessoas negras que vieram antes para o incentivo às lutas atuais.[55]

Coleção feminismos plurais[editar | editar código-fonte]

Djamila Riberio coordena a coleção Feminismos Plurais, que nasceu na Editora Letramento e foi iniciada com seu livro" Lugar de Fala", em 2017. O objetivo da série, que é uma parceria entre autores e editoras, é tratar de temas complexos com linguagem e preço acessíveis e já ultrapassou a marca de 100 mil livros vendidos no Brasil.[35] Em seguida, foram publicados pelo Selo O que é empoderamento?, de Joice Berth, e Racismo estrutural, de Silvio Almeida. O que é racismo recreativo?, de Adilson Moreira, Interseccionalidade, de Carla Akotirene, e Encarceramento em massa, de Juliana Borges.[35] Em 2019, os seis primeiros livros foram relançados pela Editora Pólen.[35] [56][57] Possui diversas obras da coleção[58] [59].

Ensino[editar | editar código-fonte]

Ministrou aulas sobre feminismo para um grupo de atrizes e diretoras da TV Globo na residência de Camila Pitanga, no Rio de Janeiro. Além disso, prestou consultoria para programas da emissora, incluindo 'Amor & Sexo', apresentado por Fernanda Lima, e 'Saia Justa', do GNT.[2]

Notoriedade e prêmios[editar | editar código-fonte]

Ao longo de sua trajetória, Djamila Ribeiro recebeu diversas premiações e reconhecimentos por seu trabalho como escritora, ativista e pensadora. A obra de Djamila Ribeiro é relevante e notória por sua contribuição significativa para o debate público sobre questões de gênero, raça e desigualdade social no Brasil e questões correlatas. Como escritora, ativista e pensadora, suas obras têm sido fundamentais para promover a conscientização sobre o racismo, o sexismo e outras formas de opressão, além de oferecer ferramentas práticas para a luta por justiça social e equidade. [60] [61] [62]

Alguns dos prêmios e indicações incluem:

- Prêmio Trip Transformadores em 2017. [23]

- Prêmio Dandara dos Palmares em 2017. [25]

- Melhor colunista no Troféu Mulher Imprensa em 2018. [24]

- Indicação ao Prêmio Jabuti em 2018, na categoria Humanidades, pelo livro "O que é Lugar de fala?". [18]

- Prêmio Prince Claus em 2019, na categoria Filosofia, concedido pelo Ministério das Relações Exteriores da Holanda. [63]

- Reconhecimento como "Personalidade do Amanhã" pelo governo francês em 2019. [27]

- Prêmio Jabuti em 2020, na categoria Ensaios, pelo livro "Pequeno Manual Antirracista". [64]

- Premiação Sim à Igualdade Racial em 2020, na categoria Raça em Pauta. [65]

- Laureada no BET Awards em 2021, na categoria Global Good, tornando-se a primeira pessoa brasileira a receber esse reconhecimento. [66]

- Inclusão na lista da BBC de 100 mulheres mais influentes e inspiradoras do mundo. [67]

- Eleição para a Academia Paulista de Letras em maio de 2022, ocupando a 28ª cadeira. [68]

- Reconhecimento com o Prêmio Franco-Alemão de Direitos Humanos e do Estado de Direito em 2022, atribuído pelos Ministros das Relações Exteriores da França e da Alemanha. [69]

Esses prêmios e reconhecimentos destacam o impacto significativo de seu trabalho e sua influência tanto nacional quanto internacionalmente.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e Ana Flávia Oliveira (ed.). «Djamila Ribeiro, a voz da consciência negra feminina no Brasil». VICE. Consultado em 8 de dezembro de 2016 
  2. a b c d «Djamila Ribeiro: a filósofa que se tornou uma das principais vozes no combate ao racismo | Donna». GaúchaZH. 17 de maio de 2019. Consultado em 19 de fevereiro de 2020 
  3. «Livro de Djamila Ribeiro é o mais vendido do ano no Brasil em 2020». VEJA RIO. Consultado em 22 de novembro de 2022 
  4. O que é lugar de fala?. Belo Horizonte: Letramento, 2017. ISBN 978-85-9530-040-8: Quem tem medo do feminismo negro? São Paulo: Companhia das Letras, 2018. ISBN 978-85-359-3113-6. Pequeno manual antirracista. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. ISBN 978-85-359-3287-4. Cartas para minha avó. São Paulo. Companhia das Letras, 2021. Lugar de Fala. São Paulo: Pólen Livros, 2019. ISBN 978-85-98349-68-8.
  5. a b c PricewaterhouseCoopers. «Personalidade - Revista CEO 43». PwC. Consultado em 18 de outubro de 2022 
  6. a b c «O mergulho ancestral de Djamila Ribeiro». Elle Brasil (em inglês). 10 de agosto de 2021. Consultado em 18 de outubro de 2022 
  7. a b c «Djamila Ribeiro escancara traumas e lições em seu livro mais íntimo até o momento». Folha de S.Paulo. 16 de julho de 2021. Consultado em 18 de outubro de 2022 
  8. Djamila Ribeiro (ed.). «Djamila Ribeiro». Afronta. Consultado em 8 de dezembro de 2016 
  9. Geremias, Priscilla (10 de julho de 2021). «Djamila Ribeiro revisita infância em livro "Cartas para a minha avó"». Marie Claire. Consultado em 18 de outubro de 2022 
  10. a b c d e f Neves, Maria Laura (29 de dezembro de 2017). «Por que todos amam Djamila?». Marie Claire. Consultado em 18 de outubro de 2022 
  11. «Guilherme Boulos e Djamila Ribeiro, novos colunistas de CartaCapital». CartaCapital. 22 de março de 2017. Consultado em 19 de outubro de 2022 
  12. Marieta Cazarré (ed.). «Movimentos sociais encontram na internet o caminho para mobilizar militantes». Agência Brasil. Consultado em 8 de dezembro de 2016 
  13. Rádio ONU (ed.). «Brasileiros são destaque em evento da ONU sobre afrodescendentes». Rádio ONU. Consultado em 8 de dezembro de 2016 
  14. Redação Hypeness (ed.). «Recém lançado, doc feminista 'Corpo Manifesto' reúne depoimentos de Laerte, Márcia Tiburi e Djamila Ribeiro». Hypeness. Consultado em 8 de dezembro de 2016 
  15. Artur Francischi (ed.). «Documentário brasileiro reúne histórias de mulheres negras; confira entrevista com a diretora Day Rodrigues». Prosa Livre. Consultado em 8 de dezembro de 2016 
  16. a b Norma Odara (ed.). «Djamila Ribeiro é nomeada secretária-adjunta de Direitos Humanos de São Paulo». Brasil de Fato. Consultado em 8 de dezembro de 2016 
  17. a b «Coleção Feminismos Plurais, organizada por Djamila Ribeiro, ganha nova cara». Casa Vogue. Consultado em 19 de outubro de 2022 
  18. a b «Prêmio Jabuti 2018 anuncia os livros finalistas». G1. Consultado em 19 de outubro de 2022 
  19. Precisamos romper com os silêncios | Djamila Ribeiro | TEDxSaoPauloSalon, consultado em 19 de outubro de 2022 
  20. Herzog, Instituto Vladimir (11 de janeiro de 2018). «Djamila Ribeiro e Glenda Mezarobba são as novas conselheiras do IVH». Instituto Vladimir Herzog. Consultado em 19 de outubro de 2022 
  21. Negra, Geledés Instituto da Mulher (7 de novembro de 2017). «Estrangeira no próprio país». Geledés. Consultado em 19 de outubro de 2022 
  22. «Djamila Ribeiro - Prince Claus Fund». princeclausfund.org. Consultado em 19 de fevereiro de 2020 
  23. a b «Djamila Ribeiro - Por um futuro negro - Trip Transformadores - Homenagem a quem faz a diferença no mundo». Trip. Consultado em 19 de outubro de 2022 
  24. a b Redação, Da (30 de maio de 2020). «Negras se destacam no Troféu Mulher Imprensa». ANF - Agência de Notícias das Favelas |. Consultado em 19 de outubro de 2022 
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  26. a b Maciel', 'Nahima (30 de junho de 2018). «Feminismo negro é tema de livro da filósofa Djamila Ribeiro». Acervo. Consultado em 19 de outubro de 2022 
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  30. Roda Viva | Djamila Ribeiro | 09/11/2020, consultado em 19 de outubro de 2022 
  31. Pensamento, Fronteiras do. «Djamila Ribeiro». Fronteiras do Pensamento. Consultado em 30 de maio de 2021 
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  38. «Djamila Ribeiro aborda feminismo, machismo e racismo em palestra promovida pela Câmara de Limeira | Câmara Municipal de Limeira». www.limeira.sp.leg.br. Consultado em 23 de abril de 2024 
  39. Minas, Estado de (13 de dezembro de 2019). «Djamila Ribeiro dádicas de como ser antirracista em "manual prático"». Estado de Minas. Consultado em 23 de abril de 2024 
  40. «Pequeno Manual Antiracista» (PDF) 
  41. «FILÓSOFA DJAMILA RIBEIRO RECUSA SER VICE DE JILMAR TATTO EM SÃO PAULO – Instituto Búzios». Consultado em 19 de outubro de 2022 
  42. «Manuela assina pacto e destaca necessidade de enfrentar o racismo». PCdoB. Consultado em 19 de outubro de 2022 
  43. «"Eu não sento para debater política com gente bolsonarista", afirmou Djamila Ribeiro». TV Cultura. Consultado em 19 de outubro de 2022 
  44. "Lugar de fala" é um conceito originado na teoria social, especialmente na sociologia e nos estudos culturais, que enfatiza a importância da posição social e das experiências pessoais na formação das perspectivas individuais e na produção de conhecimento. Esse termo é frequentemente utilizado em discussões sobre poder, identidade e representação. Basicamente, "lugar de fala" reconhece que as pessoas têm diferentes experiências de vida e pertencem a grupos sociais diversos, o que influencia profundamente sua compreensão do mundo e sua capacidade de se expressar sobre determinados assuntos. Por exemplo, a perspectiva de uma mulher negra sobre questões de gênero e raça pode ser radicalmente diferente da perspectiva de um homem branco. O conceito sugere que certas pessoas têm mais autoridade para falar sobre certos assuntos com base em suas experiências vividas e sua posição na sociedade. Por exemplo, em debates sobre políticas públicas voltadas para minorias étnicas, é considerado mais relevante e legítimo ouvir a voz das próprias minorias étnicas, que vivenciam diretamente as questões em pauta.
  45. «Lugar de Fala - Coleção Feminismos Plurais». Editora Jandaíra. Consultado em 19 de outubro de 2022 
  46. As pautas feministas universalizantes são aquelas que buscam promover a igualdade de gênero e os direitos das mulheres de forma abrangente, independentemente de sua raça, etnia, classe social, orientação sexual ou outras características individuais. Em outras palavras, essas pautas visam criar mudanças sociais e políticas que beneficiem todas as mulheres, sem deixar nenhuma para trás. Essas pautas reconhecem que as mulheres enfrentam diversas formas de opressão e discriminação em todo o mundo, mas também reconhecem que essas experiências podem variar significativamente com base em outros aspectos de suas identidades. No entanto, em vez de segmentar as questões feministas em diferentes categorias ou grupos específicos, as pautas feministas universalizantes buscam encontrar pontos em comum entre as experiências das mulheres e promover a solidariedade entre elas. Um exemplo de pauta feminista universalizante é a luta pela igualdade salarial entre homens e mulheres em todos os setores da sociedade. Embora as disparidades salariais possam ser mais acentuadas para algumas mulheres, como mulheres negras ou mulheres trans, a demanda por igualdade salarial beneficia todas as mulheres, independentemente de sua origem ou identidade. Essas pautas também podem incluir demandas por direitos reprodutivos, combate à violência de gênero, acesso igualitário à educação e oportunidades econômicas, entre outras questões que afetam mulheres de todas as origens. O objetivo é criar uma sociedade mais justa e igualitária para todas as mulheres, reconhecendo ao mesmo tempo as interseções entre diferentes formas de opressão e discriminação.
  47. Freitas, Thayanne Tavares (5 de agosto de 2019). «RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala?. Belo Horizonte: Letramento, 2017. 112 p. (Feminismos Plurais)». Horizontes Antropológicos: 361–366. ISSN 0104-7183. doi:10.1590/S0104-71832019000200015. Consultado em 19 de outubro de 2022 
  48. Esta obra foi reeditada em 2019 pela Pólen Livros, com novo projeto gráfico e atualizações. In: «Lugar de Fala - Coleção Feminismos Plurais». Editora Jandaíra. Consultado em 19 de outubro de 2022 
  49. O processo de silenciamento e apagamento refere-se à maneira como certas vozes, experiências ou perspectivas são ignoradas, minimizadas ou suprimidas na sociedade. Esse processo pode ocorrer em diversos contextos, incluindo político, social, cultural e acadêmico, e pode afetar grupos inteiros de pessoas com base em sua identidade, como gênero, raça, etnia, classe social, orientação sexual, entre outros. O silenciamento pode ocorrer de várias formas.  Pode acontecer quando indivíduos são desencorajados ou ignorados ao expressarem suas opiniões, sentimentos ou experiências, especialmente se forem consideradas "fora do padrão" ou desafiadoras para a norma dominante. Silenciamento Institucional, refere-se às políticas, práticas ou estruturas sociais que limitam ou excluem certas vozes ou perspectivas. Isso pode incluir políticas que marginalizam grupos minoritários, práticas discriminatórias em ambientes de trabalho ou barreiras de acesso a recursos e oportunidades. Silenciamento Cultural, refere-se à maneira como certas narrativas, histórias ou representações são privilegiadas em detrimento de outras, perpetuando assim estereótipos e preconceitos. Isso pode acontecer na mídia, na literatura, nas artes e em outras formas de expressão cultural.
  50. O apagamento envolve a exclusão ou distorção sistemática das contribuições, histórias ou realizações de certos grupos ou indivíduos. Isso pode acontecer de várias maneiras.  O Apagamento Histórico refere-se à omissão ou minimização dos feitos de certos grupos na história oficial, contribuindo para uma visão distorcida do passado. Por exemplo, a história oficial de um país pode negligenciar ou minimizar a contribuição de mulheres, povos indígenas ou minorias étnicas. Apagamento Cultural, refere-se à marginalização ou cooptação da cultura de certos grupos por outros dominantes. Isso pode acontecer quando elementos culturais de grupos minoritários são apropriados sem reconhecimento ou respeito à sua origem. Apagamento Acadêmico, refere-se à exclusão ou sub-representação de certos temas, autores ou perspectivas nos currículos escolares, na pesquisa acadêmica ou na literatura científica. Isso pode perpetuar o domínio de certas visões do mundo em detrimento de outras.
  51. A interseccionalidade é um conceito desenvolvido na teoria social, particularmente nos estudos feministas e críticos da raça, que reconhece as interconexões entre diferentes formas de opressão, discriminação e desvantagem social. O termo foi cunhado pela professora de direito Kimberlé Crenshaw na década de 1980 e desde então tem sido amplamente utilizado para entender e abordar as complexidades das identidades e das experiências vividas pelas pessoas. Na sua essência, a interseccionalidade argumenta que as pessoas têm múltiplas identidades que se entrelaçam e se sobrepõem, como raça, gênero, classe social, orientação sexual, capacidade física, entre outras. Essas identidades não existem isoladamente, mas interagem de maneiras complexas, influenciando as experiências individuais e as oportunidades de vida. Por exemplo, uma mulher negra pode enfrentar formas específicas de discriminação que não são experimentadas por mulheres brancas ou homens negros. Sua experiência é moldada não apenas pela sua identidade de gênero, mas também pela sua raça. Da mesma forma, uma pessoa LGBT+ com deficiência pode enfrentar desafios únicos que não são compartilhados por pessoas LGBT+ sem deficiência ou por pessoas com deficiência que não são LGBT+. A interseccionalidade destaca a importância de considerar essas interseções de identidade ao analisar questões sociais, políticas e culturais, e ao desenvolver estratégias para promover a igualdade e a justiça social. Isso significa reconhecer que as formas de opressão são interligadas e que as soluções para enfrentá-las devem ser igualmente interligadas e inclusivas.
  52. As discriminações racistas estruturais e enraizadas referem-se aos padrões sistêmicos de desigualdade e injustiça que permeiam as instituições e as práticas sociais, perpetuando a marginalização e o tratamento desigual de pessoas com base em sua raça ou etnia. Essas formas de discriminação são enraizadas profundamente nas estruturas políticas, econômicas e culturais da sociedade e podem ser manifestadas de várias maneiras. Uma delas é a Desigualdade Institucionalizada, pela qual as políticas, práticas e normas de instituições como o governo, o sistema judicial, as forças policiais, as escolas e o mercado de trabalho podem perpetuar a discriminação racial de maneira sistemática. Isso pode incluir padrões de policiamento racialmente tendenciosos, disparidades raciais em sentenças judiciais, acesso desigual à educação e oportunidades de emprego, entre outros. Outra é o Privilegiamento Racial, no qual certos grupos raciais são sistematicamente privilegiados em relação a outros, beneficiando-se de oportunidades, recursos e tratamento preferencial simplesmente por causa de sua raça. Isso pode se manifestar em formas de acesso privilegiado a moradia, serviços de saúde de qualidade, oportunidades de emprego e representação nos meios de comunicação. Uma terceira espécie são os Estereótipos e Preconceitos Arraigados, ou seja, Ideias preconcebidas e estereótipos racistas podem se infiltrar nas percepções individuais e coletivas, levando à discriminação cotidiana e à marginalização de pessoas com base em sua raça. Isso pode incluir a associação de certos grupos raciais com características negativas, o que pode resultar em tratamento injusto ou exclusão social. Uma quarta são as Disparidades Socioeconômicas, pelas quais as comunidades racialmente minoritárias frequentemente enfrentam disparidades significativas em termos de renda, riqueza, acesso a serviços básicos e outras dimensões socioeconômicas. Essas disparidades são frequentemente enraizadas em sistemas históricos de opressão racial, como a escravidão, o colonialismo e o racismo institucionalizado. Combater as discriminações racistas estruturais e enraizadas requer uma abordagem multifacetada que envolva mudanças tanto nas políticas públicas quanto nas atitudes sociais. Isso inclui a implementação de políticas antidiscriminatórias, a promoção da diversidade e da representação equitativa em todas as esferas da sociedade, a educação sobre questões raciais e a conscientização sobre os privilégios e preconceitos arraigados.
  53. Essa obra recebeu o Prêmio Jabuti 2020 na categoria Humanidades.
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  56. Em 2020, a Pólen muda de nome para Editora Jandaíra e continua a publicação da série que agora tem 13 obras.
  57. PublishNews. «Editora Pólen agora é Jandaíra». PublishNews. Consultado em 19 de outubro de 2022 
  58. «Coleção Feminismos Plurais (13)». Editora Jandaíra. Consultado em 19 de outubro de 2022 
  59. * "Lugar de Fala", de Djamila Ribeiro Interseccionalidade", de Carla Akotirene;
    • "Racismo Recreativo", de Adilson Moreira;
    • "Empoderamento", de Joice Berth;
    • "Racismo estrutural", de Silvio Almeida;
    • "Encarceramento em massa", de Juliana Borges;
    • "Apropriação Cultural" de Rodney William;
    • "Intolerância Religiosa" de Sidnei Nogueira;
    • "Colorismo" de Alessandra Devulsky;
    • "Transfeminismo" de Letícia Nascimento;
    • "Trabalho Doméstico" de Juliana Teixeira;
    • "Discurso de Ódio nas Redes Sociais" de Luiz Valério Trindade;
    • "Cotas raciais" de Lívia Sant’Anna Vaz.
  60. «Biografia». Djamila Ribeiro. Consultado em 23 de abril de 2024 
  61. «Djamila Ribeiro». online.pucrs.br (em inglês). Consultado em 23 de abril de 2024 
  62. «Djamila Ribeiro é condecorada com o Prêmio Franco-Alemão dos Direitos Humanos». La France au Brésil. Consultado em 23 de abril de 2024 
  63. Negra, Geledés Instituto da Mulher (5 de setembro de 2019). «Djamila Ribeiro é uma das premiadas do Prince Claus Awards 2019». Geledés. Consultado em 19 de outubro de 2022 
  64. «"Pequeno Manual Antirracista" ganha a categoria Ciências Humanas do Prêmio Jabuti 2020». Glamour. Consultado em 19 de outubro de 2022 
  65. Banastor, Flávia (10 de outubro de 2020). «Confira lista de vencedores do Prêmio Sim à Igualdade Racial 2020 transmitido neste sábado». Negrê. Consultado em 19 de outubro de 2022 
  66. MediaTalks, Redação (18 de junho de 2021). «Colunista da Folha de S.Paulo, Djamila Ribeiro vai receber o Bet Award em Impacto Social». MediaTalks. Consultado em 19 de outubro de 2022 
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  68. Academia Paulista de Letras (23 de maio de 2022). «DJAMILA RIBEIRO É ELEITA PARA A ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS, OCUPANDO A VAGA DA SAUDOSA LYGIA FAGUNDES TELLES». Academia Paulista de Letras. Consultado em 2 de junho de 2022. Cópia arquivada em 2 de junho de 2022 
  69. «Djamila Ribeiro é condecorada com o Prêmio Franco-Alemão dos Direitos Humanos». La France au Brésil. Consultado em 11 de novembro de 2023 

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