Arnaldo Baptista: diferenças entre revisões

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Sua história foi retratada no documentário ''[[Loki - Arnaldo Baptista|Loki – Arnaldo Baptista]]'', de [[2008 no cinema|2008]], dirigido por Paulo Henrique Fontenelle.
Sua história foi retratada no documentário ''[[Loki - Arnaldo Baptista|Loki – Arnaldo Baptista]]'', de [[2008 no cinema|2008]], dirigido por Paulo Henrique Fontenelle.

== Biografia ==

'''Arnaldo Dias Baptista''' nasce na cidade de São Paulo, filho da pianista, concertista e compositora Clarisse Leite Dias Baptista e do escritor, jornalista, poeta e cantor lírico César Dias Baptista.

Em 1955, começa uma sequência de cursos na área das artes. O primeiro é “Música: vivência de piano clássico” com a mãe, Clarisse, ao longo da infância e adolescência, além de aulas com Zilda Leite Rizzo (1955-1958), que havia sido professora de Clarisse. Arnaldo faz também aulas de contrabaixo clássico, violão prático e piano jazz-rock<ref>{{Citar web|url=https://www.transmigracao.com.br/page/cronologia-do-artista/ |titulo=Arnaldo Baptista - cronologia do artista
|acessodata=2021-03-30 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>.


== Carreira ==
== Carreira ==
=== Anos 1960 ===
=== Início ===
Na [[infância]] e [[adolescência]], Arnaldo fez curso de vivência de [[Piano|piano clássico]] com sua mãe, Clarisse Leite, e aulas com Zilda Leite Rizzo de [[Contrabaixo elétrico|contrabaixo clássico]], violão prático e piano jazz-rock.<ref name=":2">{{Citar web |url=https://arnaldobaptista.com.br/historico.htm |titulo=Histórico - Arnaldo Dias Baptista |acessodata=2021-04-03 |website=arnaldobaptista.com.br}}</ref>

Entre 1961 e 1967, participa da criação de vários grupos como músico e compositor, entre eles Só Nós, Wooden Faces, Sand Trio, Six Sided Rockers e O Konjunto.

Em 1966, convida seu irmão, [[Sérgio Dias]], a se juntar ao grupo Six Sided Rockers, que já contava com a presença de [[Rita Lee]]<ref>{{Citar web|url=https://www.transmigracao.com.br/page/cronologia-do-artista/ |titulo=Arnaldo Baptista - cronologia do artista
|acessodata=2021-03-30 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>.

O trio inicial se tornou conhecido mundialmente pelas inovações e experimentações possibilitadas pelas construções dos próprios equipamentos por parte de outro irmão, [[Cláudio César Dias Baptista]]<ref>{{Citar web|url=https://www.bbc.com/portuguese/reporterbbc/story/2005/02/050211_mutantesbg |titulo=Mutantes está entre os mais experimentais de todos os tempos, diz 'Mojo'
|data=2005-02-11 |acessodata=2021-03-30 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>.


Sua carreira musical tem início em [[1962]], quando ele forma com seu irmão Cláudio César o grupo The Thunders. Até 1966, participa da criação de vários grupos como músico e compositor, entre eles Só Nós, Wooden Faces e Sand Trio.<ref name=":2" />
A ligação com os tropicalistas aconteceu quando o [[maestro]] [[Rogério Duprat]], já parte do movimento, procurava artistas que pudessem trazer uma modernidade à música deles, muito calcada na época na [[bossa nova]]. Mas Os Mutantes não foram convidados a participar da criação das músicas dos tropicalistas, apenas como acompanhantes, seja no palco, seja para apenas tocarem e cantarem nas gravações<ref>{{Citar web|url=http://www.dopropriobolso.com.br/index.php/musica-34379/44-musica-brasileira/397-entrevista-ensaiada-e-gravada-com-arnaldo-baptista-em-1989 |titulo=Entrevista gravada e ensaiada com Arnaldo Baptista em 1989
|data=1989-03-22 |acessodata=2021-04-06 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>.


Em [[1966]], convida seu outro irmão, [[Sérgio Dias]], a se juntar ao grupo Six Sided Rockers, que já contava com a presença de [[Rita Lee]]<ref name="Letras">{{citar web |url=http://www.letras.com.br/#!biografia/arnaldo-baptista |título=Biografia de Arnaldo Baptista |acessodata=11 de janeiro de 2013 |obra=R7 |publicado=Letras}}</ref> (vinda do grupo Teenage Singers). O grupo é renomeado para [[O'Seis]], rebatizado por executivos da [[Gravações Elétricas S.A.|gravadora Continental]], e chega a gravar um compacto, em [[1966 na música|1966]], com as músicas "Suicida" e "Apocalipse".<ref name=":3">{{Citar web |url=https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2018/10/17/grupo-oseis-embriao-do-trio-os-mutantes-tem-reeditado-por-selo-ingles-o-raro-compacto-de-1966.ghtml |titulo=Grupo O'Seis, embrião do trio Os Mutantes, tem reeditado por selo inglês o raro compacto de 1966 |acessodata=2021-04-03 |website=G1 |lingua=pt-br}}</ref>
=== Anos 1970 ===


Em [[1967]], no rastro do fracasso desse primeiro disco, Raphael Villardi (guitarra), Moggy (vocais) e Luiz Pastura (bateria) deixaram o grupo, abrindo caminho para que Rita e os irmãos Baptista – então como trio – se transformassem no grupo Os Mutantes.<ref name=":3" />
No começo da década, em 1970 e 1972, produz os dois primeiros álbuns solos de Rita Lee: Build Up e Hoje É o Primeiro Dia do Resto de Sua Vida<ref>{{Citar web|url=https://naopuloumafaixa.wordpress.com/2014/03/22/rita-lee-primeiro-dia-do-resto |titulo=Rita Lee - Hoje É o Primeiro Dia do Resto de Sua Vida
|data=2014-03-22 |acessodata=2021-04-06 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>, respectivamente.


=== Mutantes ===
Em 1973, grava o álbum O A e o Z com os Mutantes, já sem Rita Lee. O álbum não foi lançado pela gravadora à época, se tornando conhecido apenas em 1992<ref>{{Citar web|url=https://www.galeriamusical.com.br/resenhas.php?url=1121-os-mutantes-o-a-e-o-z |titulo=Resenha - O A E O Z
Após a saída do O'Seis, Arnaldo, Sérgio e Rita montam o grupo O Konjunto. O nome não agrada e eles viram Os Bruxos. Ao participar de um programa do cantor [[Ronnie Von]] na [[RecordTV|TV Record]], ''"O Pequeno Mundo de Ronnie Von"'', o produtor do programa, o [[jornalista]] [[Alberto Helena Júnior|Alberto Helena Jr.]], tem a ideia de rebatizar Os Bruxos de Os Mutantes.<ref>{{citar web |ultimo=STYCER |primeiro=MAURICIO |url=https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1995/11/04/ilustrada/1.html |titulo=Livro revive 'loucos anos' dos Mutantes |data=04/11/1995 |acessodata=03/04/2021 |publicado=Folha de S.Paulo}}</ref>
|data=2016-08-03 |acessodata=2021-04-06 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>. No ano seguinte, Arnaldo deixa Os Mutantes.


À frente dos Mutantes, Arnaldo colocou seus conhecimentos musicais e seu privilegiado sendo de humor a serviço de canções como “Ando meio desligado”, “Don Quixote”, “Caminhante noturno”, “Mande um abraço para a velha”, “Top-top” e muitas outras. Entre [[1968 na música|1968]] e [[1972 na música|1972]], com o grupo gravou cinco [[Lp|LPs]].<ref name=":4">{{Citar web |url=https://bemblogado.com.br/site/arnaldo-baptista-o-mutante-que-voltou-do-inferno/ |titulo=Arnaldo Baptista, o mutante que voltou do inferno |data=2019-04-23 |acessodata=2021-04-03 |website=https://bemblogado.com.br/site/ |lingua=pt-BR}}</ref>
Em 1974, Arnaldo Baptista lança sua estreia em carreira solo, o álbum Loki?, considerado um disco fundamental do rock brasileiro<ref>{{Citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2017/05/1883278-loki-de-arnaldo-baptista-e-relembrado-por-quem-estava-la.shtml |titulo='Loki?', de Arnaldo Baptista, é relembrado por quem estava lá
|data=2017-05-12 |acessodata=2021-04-06 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>.
Em 1975, monta a banda Patrulha do Espaço e compõe repertório igualmente clássico do gênero rock mais “lenha”, como Arnaldo gosta de chamar, presente nos álbuns Elo Perdido, Elo Mais Que Perdido e Faremos Uma Noitada Excelente.


Arnaldo trouxe para o [[Brasil]] um órgão [[Órgão Hammond|Hammond]] ''Porta-B'', um amplificador rotatório [[:en:Leslie speaker|Leslie]] e um exemplar de [[Mellotron]], com o qual gravou o compacto "Mande um Abraço pra Velha" e o disco ''[[O A e o Z]]''.
Em 1977, nasce seu único filho, Daniel Mellinger Dias Baptista, com a atriz Martha Mellinger.


Em [[1971]], na primeira primeira viagem da turnê internacional deles em [[Paris]], conheceu o [[LSD]], apresentado por Antonio Peticov, amigo da banda.<ref name=":5">{{Citar web |ultimo=TEMPO |primeiro=O. |url=https://www.otempo.com.br/diversao/magazine/amor-de-lucky-musica-de-loki-1.882973 |titulo=Amor de lucky, música de loki |data=2014-07-13 |acessodata=2021-04-03 |website=Magazine |lingua=pt-BR}}</ref>
Ainda nessa década, Arnaldo segue com os estudos, agora na dança – Moderna e balé clássico com o Ballet Stagium e balé clássico com Eugênia Feldorowa (1974-1979), além de curso de inglês, alemão, esperanto e russo com Igor Valesvisky (1976-1979).


Entre [[1968]] e [[1972]], teve um relacionamento com Rita Lee. Já [[Casamento|casados]], Rita e Arnaldo se mudaram para uma casa na [[Serra da Cantareira]], em São Paulo. Arnaldo rasgou sua [[certidão de casamento]] com Rita em um programa de [[Hebe Camargo]], a pretexto de “dividir sua alegria”, dando uma metade do documento para a apresentadora atônita e a outra metade para a plateia.<ref>{{Citar web |url=https://istoe.com.br/4680_MEXERICOS%20DA%20VIZINHA/ |titulo=Mexericos da vizinha |data=2006-10-04 |acessodata=2021-04-03 |website=ISTOÉ Independente |lingua=pt-BR}}</ref> Por motivos que envolvem traições, falta de companheirismo e muitas brigas, o relacionamento termina.<ref>{{Citar web |url=http://acervo.avozdaserra.com.br/colunas/discopedia/tres-casais-inesqueciveis-do-rock |titulo=Três casais inesquecíveis do rock |data=2016-06-11 |acessodata=2021-04-03 |website=Jornal A Voz da Serra |lingua=pt-br}}</ref> O fim do casamento se confunde com o fim do grupo.
=== Anos 1980 ===


Rita contou que foi expulsa da banda por Baptista, que alegou que "iriam seguir na linha progressiva-virtuose, e ela não tinha calibre como instrumentista".<ref>{{Citar web |ultimo=Aiex |primeiro=Tony |url=https://www.tenhomaisdiscosqueamigos.com/2016/10/29/rita-lee-mutantes-saida/ |titulo=Rita Lee dá detalhes de saída dos Mutantes: "chorei, gritei, xinguei" |data=2016-10-29 |acessodata=2021-04-03 |website=Tenho Mais Discos Que Amigos! |lingua=pt-BR}}</ref>
Em 1981, grava seu segundo álbum solo, Singin’Alone, tocando todos os instrumentos e assinando a produção. Lançado em 1982 pelo selo Baratos Afins em vinil, retorna em CD pela EMI-Virgin (1995), com a faixa bônus “Balada do Louco”, regravada na voz de Arnaldo. O show Shining Alone, no Teatro TUCA-SP, foi gravado por Luiz Calanca e lançado no ambiente digital em 2014.


Depois de problemas{{quais}} e brigas internas, ele sai da banda em [[1973]].
Em 1982, Arnaldo passou quase cinco anos se recuperando de um acidente. Os rascunhos musicais desta época levaram ao álbum Disco Voador, seu terceiro solo, lançado em 1987. Durante aquele período de recuperação, intensificou seu trabalho como artista plástico.


=== Saída dos Mutantes - ''Lóki?'' ===
No mesmo ano, muda-se para um sítio no interior de Minas Gerais, com sua esposa Lucinha Barbosa, onde vivem até hoje.
Tenta seguir carreira de produtor musical, mas o insucesso o motiva a tentar carreira solo.


Em [[1974]], Baptista estava inseguro. Chegava a tomar até duas doses de LSD por dia.<ref name=":5" /> Não tinha certeza de ser capaz de levar adiante uma carreira solo, não sabia ao certo quais seriam os próximos passos como músico e estava com o coração destruído após o fim do relacionamento com Rita Lee. Neste cenário lança ''[[Lóki?]]'' em [[1974 na música|1974]]. O álbum foi gravado no [[Eldorado (gravadora)|Estúdio Eldorado]], em São Paulo, com direção de produção de [[Roberto Menescal]] e [[Marco Mazzola|Mazzola]]. As 10 faixas são assinadas por Baptista, com exceção de “Uma Pessoa Só”, em parceria com Os Mutantes. Traz ainda traz backing vocals de Rita Lee em duas canções, "Não Estou Nem Aí" e "Vou Me Afundar na Lingerie".<ref>{{Citar web |ultimo=link |primeiro=Gerar |ultimo2=Facebook |url=https://www.collectorsroom.com.br/2019/10/review-arnaldo-baptista-loki-1974.html |titulo=Review: Arnaldo Baptista – Loki? (1974) |acessodata=2021-04-03 |ultimo3=Twitter |ultimo4=Pinterest |ultimo5=E-mail |ultimo6=aplicativos |primeiro6=Outros}}</ref> Arnaldo canta e toca piano no álbum, que traz ainda arranjos do maestro [[Rogério Duprat]] em duas canções. Acompanharam Baptista nas gravações músicos como Dinho (bateria), Liminha (baixo) e Sergio Kaffa (baixo).<ref name=":6">{{Citar web |ultimo=Internet (amdb.com.br) |primeiro=AMDB |url=https://rollingstone.uol.com.br/noticia/ilokii-de-arnaldo-baptista-ganha-relancamento-em-vinil-pela-polysom/ |titulo=Loki?, de Arnaldo Baptista, ganha relançamento em vinil pela Polysom |data=2017-05-05 |acessodata=2021-04-03 |website=Rolling Stone |lingua=pt-br}}</ref> A capa é do artista plástico Antônio Peticov.<ref name=":4" />
Em 1989, é lançada, pelo selo Eldorado, a coletânea Sanguinho Novo – Arnaldo Baptista Revisitado, com as bandas do movimento rock dos anos 80 regravando clássicos em sua maioria da obra solo de Arnaldo. Lá estavam Sexo Explícito, 3 Hombres, Vzyadoc Moe, Sepultura, O Último Número, Paulo Miklos, Akira S e as Garotas Que Erraram, Ratos de Porão, Fellini, Atahualpa i us Panquis, Scowa e Maria Angélica Não Mora Mais Aqui<ref>{{Citar web|url=https://www.youtube.com/watch?v=jqgoW8JCIcE |titulo=coletânea Sanguinho Novo – Arnaldo Baptista Revisitado
|acessodata=2021-04-06 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>.


O disco fez sucesso com a crítica, mas não vendeu bem. Anos depois, se tornaria um sucesso cult. Ficou em 34º na [[Lista dos 100 maiores discos da música brasileira pela Rolling Stone Brasil]]. O disco seria relançado em vinil pela Polysom, em 2017.<ref name=":6" />
=== Anos 1990 ===


Depois de Lóki?, casa-se com a atriz Martha Mellinger (fisicamente bem parecida com Rita Lee), que é mãe de seu único filho, Daniel (1977), e refugia-se num sítio da serra da Cantareira.<ref name=":4" />
Em 1990, acontece sua primeira exposição de desenhos e pinturas no Centro Cultural da Universidade Federal de Minas Gerais, sob curadoria de Fabiana Figueiredo. Dois anos depois, há a exposição de desenhos e pinturas em São Paulo, sob curadoria de Paulo Maluy e Paula Amaral, e no Centro Cultural da Universidade Federal de São Carlos, sob curadoria de Fabiana Figueiredo. Arnaldo começa a pintar camisetas e cartões.


=== Patrulha do Espaço ===
Em 1993, Kurt Cobain, em sua passagem pelo Brasil, deixa um bilhete para Arnaldo Baptista, falando da admiração que tem pela sua obra<ref>{{Citar web|url=https://rollingstone.uol.com.br/noticia/fa-de-mutantes-kurt-cobain-escreveu-carta-para-arnaldo-baptista-em-1993-cuidado-com-o-sistema-veja/ |titulo=Fã de Mutantes, Kurt Cobain escreveu carta para Arnaldo Baptista em 1993: "cuidado com o sistema"; veja
Em [[1977]], ele recusa o convite de seu irmão Sérgio para retornar a'Os Mutantes, formando o grupo [[Patrulha do Espaço]].<ref name="Tropicália">{{citar web |url=http://tropicalia.com.br/ilumencarnados-seres/biografias/mutantes |título=Biografia dos Mutantes |acessodata=11 de janeiro de 2013 |autor= |coautores= |data= |ano= |mes= |formato= |obra= |publicado=Tropicália |páginas= |língua= |citação= }}</ref> O novo projeto não vai longe, apesar da gravação de um disco de estúdio, que só seria lançado parcialmente dez anos depois com o nome de ''Elo Perdido'', assim como uma gravação ao vivo de um show da banda (''Faremos Uma Noitada Excelente'').<ref name="Letras"/> Arnaldo deixa a Patrulha em [[1978]].
|data=2020-01-05 |acessodata=2021-04-06 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>.


=== Carreira Solo ===
No mesmo ano, é lançado o curta Maldito Popular Brasileiro: Arnaldo Baptista, de Patrícia Moran. Nele, o maestro Rogério Duprat, considerado o mago do Tropicalismo, declara: “Os Mutantes foram a coisa mais importante do Tropicalismo. E ninguém conseguiu deixar isso claro. Mas eu sei bem disso, que a cabeça disso tudo, a cabeça dos Mutantes era o Arnaldo Baptista. Digo e repito: o Arnaldo Baptista é responsável por tudo que aconteceu de 1967 pra frente”.
Em [[1981 na música|1981]], apresenta o show ''Shining Alone'' no [[Teatro Tuca|Teatro TUCA-SP]], que é gravado por [[Luiz Calanca]] e lançado em [[2013 na música|2013]].<ref>{{Citar web |ultimo=Pinheiro |primeiro=João |url=https://www.tenhomaisdiscosqueamigos.com/2013/11/26/arnaldo-baptista-discografia-solo/ |titulo=Arnaldo Baptista: Discografia solo do músico é relançada - TMDQA! |data=2013-11-26 |acessodata=2021-04-03 |website=Tenho Mais Discos Que Amigos! |lingua=pt-BR}}</ref>


No final de [[1981]], ele é internado na ala [[Psiquiatria|psiquiátrica]] do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo por razões que ele mesmo explica no documentário de [[2008]]: ''"depois que me internaram da primeira vez, qualquer motivo era razão para me internar novamente"''.<ref name="Letras" /> Era sua quinta internação em dez anos. No dia [[31 de dezembro]], data do aniversário de Rita Lee, quebrou com as próprias mãos o vidro de uma janela do setor de psiquiatria, caminhou até a sacada no terceiro andar e atirou-se, mas seu corpo bateu no [[parapeito]] do andar de baixo antes de atingir o cimento do pátio de estacionamento. Ele sobreviveu, embora os médicos achassem que não duraria muito.{{sfn|Barcinski|2014|p=175}} Teve [[Edema pulmonar|edemas pulmonares]] e [[Edema cerebral|cerebrais]], sete [[Costela|costelas]] quebradas e outras lesões menores.<ref name=":4" /> Durante os 5 meses de internação, teve o carinho constante de sete fãs, entre elas Lucinha, que viria a ser sua esposa futuramente. Mais tarde, ele descreveria o ato como algo feito na intenção de ''"saltar para a vida, não para a morte"''.{{sfn|Barcinski|2014|p=176}} Teve alta em [[7 de maio]] de [[1982]], foi para o apartamento da mãe, dona Clarisse, no bairro de [[Higienópolis (bairro de São Paulo)|Higienópolis]] e, posteriormente, para seu apartamento do bairro de [[Pinheiros (distrito de São Paulo)|Pinheiros]].
=== Anos 2000 ===


Em [[1982]], Arnaldo lança ''Singin' Alone'', gravado em 1981, obra calcada em [[rock experimental]]. O título é inspirado no fato do álbum ter sido gravado por Arnaldo inteiramente sozinho, sem músicos de apoio e também assina a produção.<ref>{{Citar web |url=https://uolmusica.blogosfera.uol.com.br/2013/07/17/ex-mutante-arnaldo-baptista-relanca-classico-singin-alone/ |titulo=UOL Música - Ex-Mutante Arnaldo Baptista relança o clássico "Singin' Alone" |acessodata=2021-04-03 |website=uolmusica.blogosfera.uol.com.br |lingua=pt-br}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://glamurama.uol.com.br/arnaldo-baptista-relanca-o-album-singin-alone-de-1982/ |titulo=Arnaldo Baptista relança o álbum “Singin’ Alone”, de 1982 – Glamurama |data=2013-07-15 |acessodata=2021-04-03 |website=Arnaldo Baptista relança o álbum “Singin’ Alone”, de 1982 – Glamurama |lingua=pt-BR}}</ref> Foi lançado de maneira independente, pelo selo [[Baratos Afins|"Baratos Afins"]].<ref>{{Citar web |url=https://whiplash.net/materias/cds/221820-arnaldobaptista.html |titulo="Singin' Alone": Arnaldo cantando (e tocando) sozinho (Resenha - Singin' Alone - Arnaldo Baptista) |acessodata=2021-04-03 |website=whiplash.net |lingua=pt-br}}</ref>
Em 2000, David Byrne lança toda a discografia de Os Mutantes nos EUA pelo seu selo Luaka-Bop. No mesmo ano, Arnaldo faz participação especial ao lado de Sean Lennon no Free Jazz Festival<ref>{{Citar web|url=https://www.youtube.com/watch?v=T5A57cf-9R0 |titulo=Sean Lennon & Arnaldo Baptista - Free Jazz Festival, 2000
|acessodata=2021-04-06 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>. Fruto desse relacionamento cultivado entre os artistas, Sean Lennon colabora com parte gráfica dos textos no álbum Technicolor, finalmente lançado em 2001.


Arnaldo lança em [[1987]], também pelo selo independente Baratos Afins, a gravação caseira ''Disco Voador''. A gravação é feita em dois canais.
Também em 2001, participa do CD Tributo à John Lennon, “Dê Uma Chance à Paz”, com vocais para duas versões de “Give Peace a Chance”: uma de Charles Gavin e Andreas Kisser, e a outra de Miko Hatori, Timo Ellis e Duma Love (Cibo Matto), com produção de Yuka Honda.


Em [[1989 na música|1989]], os produtores Alex Antunes e [[Carlos Eduardo Miranda]] produziram o álbum tributo ''Sanguinho Novo - Arnaldo Baptista Revisitado'' com bandas como [[Sepultura (banda)|Sepultura]], [[Ratos de Porão]], [[Paulo Miklos]], [[Akira S e As Garotas Que Erraram]], [[Fellini (banda)|Fellini]], entre outros nomes.
Em 2004, lança o álbum Let It Bed, produzido por John Ulhoa, que recebe diversos destaques, como o Prêmio Claro de Música Independente.


Em [[1990]], realiza a primeira exposição de desenhos e pinturas, no [[Universidade Federal de Minas Gerais|Centro Cultural da Universidade Federal de Minas Gerais]], sob curadoria de Fabiana Figueiredo.<ref name=":2" /> Neste mesmo ano, fez participação especial ao lado de Sean Lennon no [[Free Jazz Festival]], cantando "Panis et Circenses".
Entre 2006 e 2007, sai em turnê internacional na reunião com Os Mutantes a partir do show no Barbican, Londres, como parte dos eventos da mega exposição Tropicália<ref>{{Citar web|url=https://www.barbican.org.uk/whats-on/2006/event/tropicalia-a-revolution-in-brazilian-culture |titulo=Tropicalia
A Revolution in Brazilian Culture
|acessodata=2021-04-06 |website=Diversao |lingua=en-US}}</ref>.


Em [[1992]], realiza uma exposição de desenhos e pinturas em São Paulo, sob curadoria de Paulo Maluy e Paula Amaral, e no [[Universidade Federal de São Carlos|Centro Cultural da Universidade Federal de São Carlos]], sob curadoria de Fabiana Figueiredo. Começa a pintar camisetas e cartões.<ref name=":2" />
Em 2008, é lançado o documentário Loki! Arnaldo Baptista, pelo Canal Brasil, com direção de Paulo Henrique Fontenelle, que recebe diversos prêmios no Brasil e no exterior<ref>{{Citar web|url=https://www.imdb.com/title/tt1517095/awards |titulo=Página de 'Loki!' no IMDB
|acessodata=2021-04-06 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>. No mesmo ano, publica o romance Rebelde entre os Rebeldes, escrito nos anos 80, pela Editora Rocco<ref>{{Citar web|url=https://www.amazon.com.br/Rebelde-Entre-Rebeldes-Arnaldo-Baptista/dp/8532521657 |titulo=Página do livro 'Rebelde Entre Os Rebeldes' na Amazon
|acessodata=2021-04-06 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>.


A obra d'[[Os Mutantes]] ganhou novamente notoriedade no final dos anos 90, com o relançamento dos álbuns do grupo por selos como Omplatten e [[Luaka Bop]].<ref name="Tropicália"/>
=== Anos 2010 ===


Na visita da banda [[Nirvana (banda)|Nirvana]] ao Brasil em [[1993 na música|1993]], o vocalista Kurt Cobain conhece e fica encantado com o som d'Os Mutantes e escreve um bilhete para Arnaldo:<blockquote>''"Arnaldo, te desejo o melhor e cuidado com o sistema. Eles te engolem e te cospem de volta como o caroço de uma cereja marrasquino. Com amor, Bill Bartell da Gasatanka Records e White Flag e Kurt Cobain do Nirvana."<ref name=":0" /><ref name=":1" />''</blockquote>Em [[2003]], Arnaldo lançou seu mais recente trabalho solo de inéditas, ''Let It Bed'', produzido por [[John Ulhoa]], da banda [[Pato Fu]], e gravado em sua residência em [[Juiz de Fora]] (MG). Arnaldo novamente toca todos os instrumentos.<ref>{{Citar web |url=https://whiplash.net/materias/cds/003836-arnaldobaptista.html |titulo=Resenha - Let It Bed - Arnaldo Baptista |acessodata=2021-04-03 |website=whiplash.net |lingua=pt-br}}</ref>
Em 2011, Arnaldo volta aos palcos, iniciando a turnê Sarau o Benedito? no Teatro do Sesc Belenzinho (SP), tocando e cantando ao piano de cauda, depois de 30 anos sem se apresentar nesse formato. Suas pinturas e desenhos servem de vídeo-cenário para os shows. Até 2018, faz o circuito de teatros e eventos, entre eles a 8ª Virada Cultural de São Paulo, no Theatro Municipal<ref>{{Citar web|url=https://guia.folha.uol.com.br/shows/1078627-destaque-da-virada-arnaldo-baptista-celebra-boa-fase-leia-entrevista.shtml |titulo=Destaque da Virada, Arnaldo Baptista celebra boa fase; leia entrevista
|data=2012-04-20 |acessodata=2021-04-07 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>, festival MIMO 2012, em Recife, no Teatro de Santa Isabel<ref>{{Citar web|url=http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2012/09/arnaldo-baptista-traz-novo-show-em-apresentacao-gratuita-no-recife.html |titulo=Arnaldo Baptista traz novo show em apresentação gratuita no Recife
|data=2012-09-06 |acessodata=2021-04-07 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>, Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2012), festival Morrostock no Centro de Cultura Lúcio Fleck, em Sapiranga, Rio Grande do Sul (2013), Teatro Cine Brasil Vallourec, Belo Horizonte, Minas Gerais (2014)<ref>{{Citar web|url=https://www.otempo.com.br/diversao/magazine/ele-e-o-piano-de-volta-ao-palco-1.882980 |titulo=Ele e o piano de volta ao palco
|data=2014-07-14 |acessodata=2021-04-07 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>, festival Psicodália (2015) e Circuito Sesc São Paulo (Pompéia e Vila Mariana em São Paulo; Sorocaba e Santos). Em 2017, abre o festival Coquetel Molotov em Recife. Em 2018, faz três noites no Teatro da Caixa Cultural em Brasília e mais três na Sala da Caixa Cultural São Paulo. No quarto dia, a convite da equipe de Arnaldo, a banda dirigida por Rod Krieger sobe ao palco para prestar uma homenagem à Arnaldo com artistas como Lulina, Karina Buhr, Hélio Flanders (Vanguart) e China, interpretando músicas da obra solo de Arnaldo pós o álbum solo Loki?<ref>{{Citar web|url=https://tribunademinas.com.br/noticias/cultura/18-05-2018/um-encontro-bem-loki-com-arnaldo-babtista-no-templo-valvulado.html |titulo=Um encontro bem Loki com Arnaldo Baptista no Templo Valvulado
|data=2018-05-18 |acessodata=2021-04-07 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>.


=== Retorno d'Os Mutantes ===
Em 2013, quinze produtores da cena eletrônica produzem 12 versões da música “To Burn or Not To Burn”, do álbum Let It Bed, lançado no ambiente digital. No mesmo ano, Arnaldo cria, ao vivo e ao piano, trilha sonora para o curta Viagem à Lua, de George Méliès, no evento “Noite Branca”, Palácio das Artes, Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte<ref>{{Citar web|url=https://www.hojeemdia.com.br/almanaque/parque-municipal-recebe-noite-branca-no-pr%C3%B3ximo-dia-14-1.35654 |titulo=Parque Municipal recebe "Noite Branca" no próximo dia 14
Em [[2006]], ocorre o retorno do grupo Os Mutantes e Arnaldo volta a tocar ao lado do irmão Sérgio Dias e do baterista [[Dinho Leme]] após 33 anos de sua saída da banda e 30 do fim do grupo. Rita Lee não retorna e [[Zélia Duncan]] aceita integrar o conjunto. A apresentação, que seria especial para o festival ''"Tropicália -°A Revolution in Brazilian Culture"'', organizado pelo centro cultural inglês [[Barbican Centre|Barbican]], no dia [[22 de março]], se tornou uma turnê com shows nos EUA, Europa, Ásia, Austrália e Brasil.<ref>{{Citar web |url=https://www.bbc.com/portuguese/reporterbbc/story/2006/05/060522_mutantesshowlondresbg |titulo=BBCBrasil.com {{!}} Reporter BBC {{!}} Cult entre britânicos, Mutantes 'revivem' em Londres |acessodata=2021-04-03 |website=www.bbc.com}}</ref> O show do retorno foi registrado e lançado em [[CD]] e [[DVD]].
|data=2012-09-09 |acessodata=2021-04-07 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>. Arnaldo faz, também, a voz de O Chapeleiro Maluco para a peça Alice no País das Maravilhas, do grupo Giramundo e seu teatro de bonecos<ref>{{Citar web|url=https://oglobo.globo.com/cultura/peca-traz-boneco-digital-vozes-de-fernanda-takai-arnaldo-baptista-nos-40-anos-do-giramundo-8202360 |titulo=Peça traz boneco digital e vozes de Fernanda Takai e Arnaldo Baptista nos 40 anos do Giramundo
|data=2013-04-25 |acessodata=2021-04-07 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>.


Esta formação durou até setembro de 2007, quando Zélia comunicou sua saída do grupo para retomar sua carreira solo. Poucos dias depois do anúncio, quando a banda estava em turnê pela Europa, Arnaldo comunicou que também deixaria a banda para cuidar de projetos pessoais.<ref>{{Citar web |url=https://whiplash.net/materias/news_747/315806-mutantes.html |titulo=Mutantes: saia justa entre irmãos Arnaldo e Sérgio Dias Baptista |acessodata=2021-04-03 |website=whiplash.net |lingua=pt-br}}</ref><ref>{{Citar web |ultimo=Sanches |primeiro=Luciana Maria |url=https://www.omelete.com.br/musica/zelia-duncan-e-arnaldo-baptista-deixam-os-mutantes |titulo=Zélia Duncan e Arnaldo Baptista deixam os Mutantes |data=2007-09-21 |acessodata=2021-04-03 |website=Omelete |lingua=pt-br}}</ref> Já afirmou que nunca mais tocará novamente com a banda.<ref name=":7">{{Citar web |url=https://musica.uol.com.br/noticias/redacao/2014/08/04/arnaldo-baptista-diz-que-tem-tudo-o-que-sonhava-e-nunca-voltara-ao-mutantes.htm |titulo=Arnaldo Baptista diz que tem tudo o que sonhava e nunca voltará ao Mutantes |acessodata=2021-04-03 |website=musica.uol.com.br |lingua=pt-br}}</ref>
Em 2015, lança caixa com cinco álbuns de sua carreira solo, em formato Compact Disc, pelo Canal 3/A Loja de Discos. (Loki?, Singin’ Alone, Elo Perdido com Elo Mais Que Perdido (sobras de estúdio inéditas), Faremos uma Noitada Excelente e Let It Bed.


=== Dias atuais ===
Em 2017, a Polysom lança o álbum Loki? em vinil 180 gramas, trazendo a arte original e encarte com letras. O disco foi masterizado para vinil por Ricardo Garcia no Magic Master (RJ) a partir das fitas originais fornecidas pela Universal Music. O texto de lançamento foi assinado pelo jornalista e crítico Jotabê Medeiros<ref>{{Citar web|url=http://www.arnaldobaptista.com.br/discografia.htm |titulo=Arnaldo Dias Baptista - Discografia
Em [[2008]], a editora Rocco lança o [[romance]] ''Rebelde Entre os Rebeldes'', que Arnaldo escreveu nos [[anos 80]]. No mesmo ano, o documentário ''[[Loki - Arnaldo Baptista]]'', primeiro [[Longa-metragem|longa]] do [[Canal Brasil]], com direção de Paulo Henrique Fontenelle, é apresentado ao público nacional e internacional.
|acessodata=2021-04-07 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>.


Em [[2010]], o circuito oficial das artes lança Arnaldo como artista plástico, pela Galeria Emma Thomas, que planejava sua primeira mostra individual no Brasil e no exterior em [[2011]]. Também em 2010, foi lançado o álbum de tributo ''El Justiciero Cha Cha Cha'', ilustrado por Arnaldo Baptista.
Dois anos depois, Rod Krieger, a convite de Alexandre Matias, promove show em homenagem no Centro Cultural São Paulo, o “Loki 4.5”, celebrando aos 45 anos do álbum.


Desde 2011, Arnaldo torna-se embaixador da ANDA.<ref>{{citar web |url=http://www.anda.jor.br/03/05/2011/arnaldo-dias-baptista-torna-se-embaixador-da-anda-e-se-alia-a-defesa-dos-animais |título=Arnaldo Dias Baptista torna-se embaixador da ANDA e se alia à defesa dos animais |acessodata=11 de janeiro de 2013 |autor=Lilian Regato Garrafa |coautores= |data=3 de maio de 2011 |ano= |mes= |formato= |obra= |publicado=Agência de Notícias de Direitos Animais |páginas= |língua= |citação= }}</ref> Ainda em 2011, o selo D-Edge lançaria o álbum ''Petrified BeTools'', incluindo 13 remixes da canção "To Burn or Not To Burn", do álbum ''Let It Bed'', com produtores de música eletrônica brasileira.
Nesta década, Arnaldo Baptista entra oficialmente para o circuito das artes visuais. Em 2010, representado pela Galeria Emma Thomas (SP), apresenta obras na coletiva Arsenal<ref>{{Citar web|url=https://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2012/04/12/exposicao-de-ex-mutante-arnaldo-baptista-e-encerrada-dia-20-de-abril.htm |titulo=Exposição de ex-mutante Arnaldo Baptista é encerrada dia 20 de abril
|data=2012-04-12 |acessodata=2021-04-07 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>. Em 2012 acontece sua primeira grande exposição individual: Lentes Magnéticas, na Galeria Emma Thomas<ref>{{Citar web|url=https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/6909-lentes-magneticas-de-arnaldo-baptista |titulo="Lentes Magnéticas", de Arnaldo Baptista
|data=2012-03-14 |acessodata=2021-04-07 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>. No ano seguinte, participa da exposição coletiva Ateliê dos Músicos, no Sesc-Vila Mariana, junto com Karina Buhr, Tulipa Ruiz, Cibelle e Kiko Dinucci<ref>{{Citar web|url=https://epoca.globo.com/regional/sp/cultura/noticia/2013/08/bdesenhos-de-musicosb-ganham-exposicao-no-sesc-vila-mariana.html |titulo=Desenhos de músicos ganham exposição no Sesc Vila Mariana
|data=2013-08-28 |acessodata=2021-04-07 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>. Também em 2013, entra na mostra coletiva Brasil: Arte/Música, na Zacheta National Art Gallery, Varsóvia, Polônia, curadoria Magda Kardasz<ref>{{Citar web|url=https://zacheta.art.pl/en/wystawy/brasil-arte-musica-brazylia-sztuka-muzyka |titulo=Brasil: Arte/Música
|acessodata=2021-04-07 |website=Diversao |lingua=en-US}}</ref>.


Também em 2011, volta aos palcos apresentando o show ''Sarau o Benedito?'', uma espécie de apanhado de músicas solo, algumas coisas do Mutantes e outras covers.<ref name=":8">{{Citar web |ultimo=Internet (amdb.com.br) |primeiro=AMDB |url=https://rollingstone.uol.com.br/noticia/prefiro-nao-le--arnaldo-baptista-sobre-autobiografia-rita-lee/ |titulo=“Prefiro não lê-lo”, diz Arnaldo Baptista sobre autobiografia de Rita Lee |data=2017-10-20 |acessodata=2021-04-03 |website=Rolling Stone |lingua=pt-br}}</ref> Passa por [[Teatro de Santa Isabel]], [[Recife]] ([[Pernambuco|PE]]) (MIMO 2012); [[Universidade Federal do Rio Grande do Sul|Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul]] (2012), Centro de Cultura Lúcio Fleck, [[Sapiranga]] ([[Rio Grande do Sul|RS]]) (2013); Teatro Cine Brasil Vallourec, Belo Horizonte (MG) (2014) e o circuito de [[Serviço Social do Comércio|Teatros do Sesc]] São Paulo e interior ([[Sesc Pompeia|Pompéia]] e [[Sesc Vila Mariana|Vila Mariana]] em São Paulo; [[Sorocaba]] e [[Santos]]); Teatro da Caixa Cultural em Brasília; e Sala da Caixa Cultural São Paulo.<ref name=":2" />
Em 2014, é convidado pelo curador Rodrigo Moura para o Solo Project da SP-Arte e realiza sua segunda individual, Exorealismo, na Galeria Emma Thomas, com curadoria de Marcio Harum<ref>{{Citar web|url=https://mais.uol.com.br/view/xiddtuwnvlqs/15301477?types=A& |titulo=Arnaldo Baptista expõe suas pinturas na exposição "Exorealismo" em SP
|data=2014-12-05 |acessodata=2021-04-07 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>.


Em [[2012 na música|2012]], é uma das atrações da [[Virada Cultural|Virada Cultural de São Paulo]] e se apresenta no [[Theatro Municipal de São Paulo|Theatro Municipal]].<ref>{{Citar web |ultimo=G1 |primeiro=Do |ultimo2=Paulo |primeiro2=em São |url=http://g1.globo.com/sao-paulo/virada-cultural/2012/noticia/2012/05/arnaldo-baptista-vai-de-mutantes-dylan-no-theatro-municipal-de-sp.html |titulo=Arnaldo Baptista vai de Mutantes a Dylan no Theatro Municipal de SP |data=2012-05-05 |acessodata=2021-04-03 |website=Virada Cultural 2012 |lingua=pt-br}}</ref><ref>{{Citar web |ultimo=Internet (amdb.com.br) |primeiro=AMDB |url=https://rollingstone.uol.com.br/noticia/virada-cultural-arnaldo-baptista-faz-show-nonsense-no-evento/ |titulo=Virada Cultural: Arnaldo Baptista faz show nonsense no evento |data=2012-05-06 |acessodata=2021-04-03 |website=Rolling Stone |lingua=pt-br}}</ref>
Em 2016, é selecionado pela CAIXA Cultural São Paulo a realizar a exposição individual Transmigração, sob curadoria de Marcio Harum<ref>{{Citar web|url=http://transmigracao.com.br |titulo=Transmigração - Arnaldo Baptista
|acessodata=2021-04-07 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>. No ano seguinte, participa da Exposição Resistência – A Ciência Mutante da Existência – Carminha Macedo Galeria de Artes<ref>{{Citar web|url=https://www.hojeemdia.com.br/almanaque/arnaldo-baptista-inaugura-nova-exposi%C3%A7%C3%A3o-em-belo-horizonte-1.551522 |titulo=Arnaldo Baptista inaugura nova exposição em Belo Horizonte
|data=2017-08-15 |acessodata=2021-04-07 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>.


Em [[2015 na música brasileira|2015]], se apresenta na 18º edição do [[Psicodália]], festival realizado durante o carnaval em [[Rio Negrinho]] ([[Santa Catarina|SC]]).<ref>{{Citar web |url=https://revistatrip.uol.com.br/trip/carnaval-psicodelico-saiba-o-que-rolou-no-psicodalia-2015 |titulo=Fugir da típica folia carnavalesca e ir para uma fazenda psicodélica parece má ideia? |acessodata=2021-04-03 |website=Trip |lingua=pt-br}}</ref>
Na literatura, em 2012, Arnaldo tem o conto “The Moonshiners” traduzido e publicado na “Ilustríssima”, Folha de São Paulo<ref>{{Citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2012/04/1078186-os-lunaticos.shtml |titulo=Os lunáticos
|data=2012-04-22 |acessodata=2021-04-07 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>.


Em [[2017]], se apresenta no festival Coquetel Molotov, em Recife (PE).<ref name=":8" />
Desde 2011, Arnaldo torna-se embaixador da ANDA, entidade de defesa dos animais<ref>{{Citar web|url=https://www.anda.jor.br/2011/05/03/arnaldo-dias-baptista-torna-se-embaixador-da-anda-e-se-alia-a-defesa-dos-animais |titulo=Arnaldo Dias Baptista torna-se embaixador da ANDA e se alia à defesa dos animais
|acessodata=2021-04-07 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>.


Em [[2019 na música brasileira|2019]], em comemoração aos 45 anos do álbum ''"Lóki?"'', [[Rodolfo Krieger]] (ex-Cachorro Grande), [[Helio Flanders]], [[Luiz Thunderbird|Thunderbird]], [[Cinnamon Tapes]] e [[Tatá Aeroplano]] realizaram um show tributo no [[Centro Cultural São Paulo]].<ref>{{Citar web |url=https://minutoindie.com/cainalha-indica-loki-arnaldo-baptista/ |titulo=Cainalha Indica: "Loki" do Arnaldo Baptista - MI |data=2019-03-06 |acessodata=2021-04-03 |website=Minuto Indie |lingua=pt-BR}}</ref>
=== Anos 2020 ===


Há muito tempo, Baptista é obsessivo com alguns assuntos: [[Amplificadores de guitarra|amplificadores valvulados]], [[carros elétricos]], [[vegetarianismo]] e [[ETs]].<ref name=":8" /> Vive em seu sítio em [[Juiz de Fora]] ([[Minas Gerais|MG]]), na [[Zona da Mata Mineira|Zona da Mata]], e em sua casa na [[Savassi]], em [[Belo Horizonte]], ao lado da mulher, Maria Lúcia.<ref name=":5" /><ref name=":7" />
Em julho de 2020, Arnaldo e sua equipe, junto com o músico e produtor Rod Krieger, convidam fãs para gravarem versões da obra solo de Arnaldo pós álbum Loki?. Mais de 80 vídeos foram enviados e o resultado da série, “Homenagem Arnaldo Baptista 7.2” – em celebração ao seu 72º aniversário – está organizada numa playlist no Youtube<ref>{{Citar web|url=https://www.youtube.com/playlist?list=PLV2Zu_zBnHwHayU7EqcyspKy5wCz5NWoQ |titulo=“Homenagem Arnaldo Baptista 7.2” (2020)
|acessodata=2021-04-07 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>.


Em outubro de [[2020]], passando por dificuldades financeiras, Arnaldo lançou uma [[rifa]] de um casaco comprado em [[Portobello Road]], em [[Londres]], usado no clipe de "Será Que Vou Virar Bolor?", do álbum ''"Lóki?"'' e na capa do álbum ''"Singin' Alone"''.<ref>{{Citar web|url=https://www.otempo.com.br/diversao/arnaldo-baptista-faz-rifa-virtual-para-vender-seu-famoso-casaco-ingles-1.2395397 |titulo=Arnaldo Baptista faz rifa virtual para vender seu famoso casaco inglês |data=2020-10-06 |acessodata=2020-10-15 |website=Diversao |lingua=pt-BR}}</ref>


== Discografia ==
== Discografia ==

Revisão das 20h31min de 7 de abril de 2021

Arnaldo Baptista

Arnaldo Baptista em 2007
Informação geral
Nome completo Arnaldo Dias Baptista
Nascimento 6 de julho de 1948 (75 anos)
Local de nascimento São Paulo, SP
Brasil
Nacionalidade brasileiro
Gênero(s) Rock psicodélico, Tropicalismo, Rock progressivo, MPB
Ocupação(ões) Cantor, compositor e artista visual
Instrumento(s) Vocal, piano, baixo, órgão
Afiliação(ões) Os Mutantes
Patrulha do Espaço
Página oficial arnaldobaptista.com.br

Arnaldo Dias Baptista, conhecido como Arnaldo Baptista (São Paulo, 6 de julho de 1948), é um multinstrumentista, compositor, escritor e artista visual brasileiro, participante ativo e influente na cultura musical jovem do Brasil desde o final dos anos 60[1].

Ficou conhecido por seu protagonismo criativo com Os Mutantes (1966-1973)[2], sendo um dos fundadores e, depois, pelos álbuns e trabalhos solo (de 1974 até hoje), com sete álbuns, incluindo o aclamado Loki? (1974)[3].

Já foi citado como referência para astros internacionais, como Kurt Cobain[4][5][6] e Sean Lennon, filho de John Lennon.[7]

Sua história foi retratada no documentário Loki – Arnaldo Baptista, de 2008, dirigido por Paulo Henrique Fontenelle.

Carreira

Início

Na infância e adolescência, Arnaldo fez curso de vivência de piano clássico com sua mãe, Clarisse Leite, e aulas com Zilda Leite Rizzo de contrabaixo clássico, violão prático e piano jazz-rock.[8]

Sua carreira musical tem início em 1962, quando ele forma com seu irmão Cláudio César o grupo The Thunders. Até 1966, participa da criação de vários grupos como músico e compositor, entre eles Só Nós, Wooden Faces e Sand Trio.[8]

Em 1966, convida seu outro irmão, Sérgio Dias, a se juntar ao grupo Six Sided Rockers, que já contava com a presença de Rita Lee[9] (vinda do grupo Teenage Singers). O grupo é renomeado para O'Seis, rebatizado por executivos da gravadora Continental, e chega a gravar um compacto, em 1966, com as músicas "Suicida" e "Apocalipse".[10]

Em 1967, no rastro do fracasso desse primeiro disco, Raphael Villardi (guitarra), Moggy (vocais) e Luiz Pastura (bateria) deixaram o grupo, abrindo caminho para que Rita e os irmãos Baptista – então como trio – se transformassem no grupo Os Mutantes.[10]

Mutantes

Após a saída do O'Seis, Arnaldo, Sérgio e Rita montam o grupo O Konjunto. O nome não agrada e eles viram Os Bruxos. Ao participar de um programa do cantor Ronnie Von na TV Record, "O Pequeno Mundo de Ronnie Von", o produtor do programa, o jornalista Alberto Helena Jr., tem a ideia de rebatizar Os Bruxos de Os Mutantes.[11]

À frente dos Mutantes, Arnaldo colocou seus conhecimentos musicais e seu privilegiado sendo de humor a serviço de canções como “Ando meio desligado”, “Don Quixote”, “Caminhante noturno”, “Mande um abraço para a velha”, “Top-top” e muitas outras. Entre 1968 e 1972, com o grupo gravou cinco LPs.[12]

Arnaldo trouxe para o Brasil um órgão Hammond Porta-B, um amplificador rotatório Leslie e um exemplar de Mellotron, com o qual gravou o compacto "Mande um Abraço pra Velha" e o disco O A e o Z.

Em 1971, na primeira primeira viagem da turnê internacional deles em Paris, conheceu o LSD, apresentado por Antonio Peticov, amigo da banda.[13]

Entre 1968 e 1972, teve um relacionamento com Rita Lee. Já casados, Rita e Arnaldo se mudaram para uma casa na Serra da Cantareira, em São Paulo. Arnaldo rasgou sua certidão de casamento com Rita em um programa de Hebe Camargo, a pretexto de “dividir sua alegria”, dando uma metade do documento para a apresentadora atônita e a outra metade para a plateia.[14] Por motivos que envolvem traições, falta de companheirismo e muitas brigas, o relacionamento termina.[15] O fim do casamento se confunde com o fim do grupo.

Rita contou que foi expulsa da banda por Baptista, que alegou que "iriam seguir na linha progressiva-virtuose, e ela não tinha calibre como instrumentista".[16]

Depois de problemas[quais?] e brigas internas, ele sai da banda em 1973.

Saída dos Mutantes - Lóki?

Tenta seguir carreira de produtor musical, mas o insucesso o motiva a tentar carreira solo.

Em 1974, Baptista estava inseguro. Chegava a tomar até duas doses de LSD por dia.[13] Não tinha certeza de ser capaz de levar adiante uma carreira solo, não sabia ao certo quais seriam os próximos passos como músico e estava com o coração destruído após o fim do relacionamento com Rita Lee. Neste cenário lança Lóki? em 1974. O álbum foi gravado no Estúdio Eldorado, em São Paulo, com direção de produção de Roberto Menescal e Mazzola. As 10 faixas são assinadas por Baptista, com exceção de “Uma Pessoa Só”, em parceria com Os Mutantes. Traz ainda traz backing vocals de Rita Lee em duas canções, "Não Estou Nem Aí" e "Vou Me Afundar na Lingerie".[17] Arnaldo canta e toca piano no álbum, que traz ainda arranjos do maestro Rogério Duprat em duas canções. Acompanharam Baptista nas gravações músicos como Dinho (bateria), Liminha (baixo) e Sergio Kaffa (baixo).[18] A capa é do artista plástico Antônio Peticov.[12]

O disco fez sucesso com a crítica, mas não vendeu bem. Anos depois, se tornaria um sucesso cult. Ficou em 34º na Lista dos 100 maiores discos da música brasileira pela Rolling Stone Brasil. O disco seria relançado em vinil pela Polysom, em 2017.[18]

Depois de Lóki?, casa-se com a atriz Martha Mellinger (fisicamente bem parecida com Rita Lee), que é mãe de seu único filho, Daniel (1977), e refugia-se num sítio da serra da Cantareira.[12]

Patrulha do Espaço

Em 1977, ele recusa o convite de seu irmão Sérgio para retornar a'Os Mutantes, formando o grupo Patrulha do Espaço.[19] O novo projeto não vai longe, apesar da gravação de um disco de estúdio, que só seria lançado parcialmente dez anos depois com o nome de Elo Perdido, assim como uma gravação ao vivo de um show da banda (Faremos Uma Noitada Excelente).[9] Arnaldo deixa a Patrulha em 1978.

Carreira Solo

Em 1981, apresenta o show Shining Alone no Teatro TUCA-SP, que é gravado por Luiz Calanca e lançado em 2013.[20]

No final de 1981, ele é internado na ala psiquiátrica do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo por razões que ele mesmo explica no documentário de 2008: "depois que me internaram da primeira vez, qualquer motivo era razão para me internar novamente".[9] Era sua quinta internação em dez anos. No dia 31 de dezembro, data do aniversário de Rita Lee, quebrou com as próprias mãos o vidro de uma janela do setor de psiquiatria, caminhou até a sacada no terceiro andar e atirou-se, mas seu corpo bateu no parapeito do andar de baixo antes de atingir o cimento do pátio de estacionamento. Ele sobreviveu, embora os médicos achassem que não duraria muito.[21] Teve edemas pulmonares e cerebrais, sete costelas quebradas e outras lesões menores.[12] Durante os 5 meses de internação, teve o carinho constante de sete fãs, entre elas Lucinha, que viria a ser sua esposa futuramente. Mais tarde, ele descreveria o ato como algo feito na intenção de "saltar para a vida, não para a morte".[22] Teve alta em 7 de maio de 1982, foi para o apartamento da mãe, dona Clarisse, no bairro de Higienópolis e, posteriormente, para seu apartamento do bairro de Pinheiros.

Em 1982, Arnaldo lança Singin' Alone, gravado em 1981, obra calcada em rock experimental. O título é inspirado no fato do álbum ter sido gravado por Arnaldo inteiramente sozinho, sem músicos de apoio e também assina a produção.[23][24] Foi lançado de maneira independente, pelo selo "Baratos Afins".[25]

Arnaldo lança em 1987, também pelo selo independente Baratos Afins, a gravação caseira Disco Voador. A gravação é feita em dois canais.

Em 1989, os produtores Alex Antunes e Carlos Eduardo Miranda produziram o álbum tributo Sanguinho Novo - Arnaldo Baptista Revisitado com bandas como Sepultura, Ratos de Porão, Paulo Miklos, Akira S e As Garotas Que Erraram, Fellini, entre outros nomes.

Em 1990, realiza a primeira exposição de desenhos e pinturas, no Centro Cultural da Universidade Federal de Minas Gerais, sob curadoria de Fabiana Figueiredo.[8] Neste mesmo ano, fez participação especial ao lado de Sean Lennon no Free Jazz Festival, cantando "Panis et Circenses".

Em 1992, realiza uma exposição de desenhos e pinturas em São Paulo, sob curadoria de Paulo Maluy e Paula Amaral, e no Centro Cultural da Universidade Federal de São Carlos, sob curadoria de Fabiana Figueiredo. Começa a pintar camisetas e cartões.[8]

A obra d'Os Mutantes ganhou novamente notoriedade no final dos anos 90, com o relançamento dos álbuns do grupo por selos como Omplatten e Luaka Bop.[19]

Na visita da banda Nirvana ao Brasil em 1993, o vocalista Kurt Cobain conhece e fica encantado com o som d'Os Mutantes e escreve um bilhete para Arnaldo:

"Arnaldo, te desejo o melhor e cuidado com o sistema. Eles te engolem e te cospem de volta como o caroço de uma cereja marrasquino. Com amor, Bill Bartell da Gasatanka Records e White Flag e Kurt Cobain do Nirvana."[4][7]

Em 2003, Arnaldo lançou seu mais recente trabalho solo de inéditas, Let It Bed, produzido por John Ulhoa, da banda Pato Fu, e gravado em sua residência em Juiz de Fora (MG). Arnaldo novamente toca todos os instrumentos.[26]

Retorno d'Os Mutantes

Em 2006, ocorre o retorno do grupo Os Mutantes e Arnaldo volta a tocar ao lado do irmão Sérgio Dias e do baterista Dinho Leme após 33 anos de sua saída da banda e 30 do fim do grupo. Rita Lee não retorna e Zélia Duncan aceita integrar o conjunto. A apresentação, que seria especial para o festival "Tropicália -°A Revolution in Brazilian Culture", organizado pelo centro cultural inglês Barbican, no dia 22 de março, se tornou uma turnê com shows nos EUA, Europa, Ásia, Austrália e Brasil.[27] O show do retorno foi registrado e lançado em CD e DVD.

Esta formação durou até setembro de 2007, quando Zélia comunicou sua saída do grupo para retomar sua carreira solo. Poucos dias depois do anúncio, quando a banda estava em turnê pela Europa, Arnaldo comunicou que também deixaria a banda para cuidar de projetos pessoais.[28][29] Já afirmou que nunca mais tocará novamente com a banda.[30]

Dias atuais

Em 2008, a editora Rocco lança o romance Rebelde Entre os Rebeldes, que Arnaldo escreveu nos anos 80. No mesmo ano, o documentário Loki - Arnaldo Baptista, primeiro longa do Canal Brasil, com direção de Paulo Henrique Fontenelle, é apresentado ao público nacional e internacional.

Em 2010, o circuito oficial das artes lança Arnaldo como artista plástico, pela Galeria Emma Thomas, que planejava sua primeira mostra individual no Brasil e no exterior em 2011. Também em 2010, foi lançado o álbum de tributo El Justiciero Cha Cha Cha, ilustrado por Arnaldo Baptista.

Desde 2011, Arnaldo torna-se embaixador da ANDA.[31] Ainda em 2011, o selo D-Edge lançaria o álbum Petrified BeTools, incluindo 13 remixes da canção "To Burn or Not To Burn", do álbum Let It Bed, com produtores de música eletrônica brasileira.

Também em 2011, volta aos palcos apresentando o show Sarau o Benedito?, uma espécie de apanhado de músicas solo, algumas coisas do Mutantes e outras covers.[32] Passa por Teatro de Santa Isabel, Recife (PE) (MIMO 2012); Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2012), Centro de Cultura Lúcio Fleck, Sapiranga (RS) (2013); Teatro Cine Brasil Vallourec, Belo Horizonte (MG) (2014) e o circuito de Teatros do Sesc São Paulo e interior (Pompéia e Vila Mariana em São Paulo; Sorocaba e Santos); Teatro da Caixa Cultural em Brasília; e Sala da Caixa Cultural São Paulo.[8]

Em 2012, é uma das atrações da Virada Cultural de São Paulo e se apresenta no Theatro Municipal.[33][34]

Em 2015, se apresenta na 18º edição do Psicodália, festival realizado durante o carnaval em Rio Negrinho (SC).[35]

Em 2017, se apresenta no festival Coquetel Molotov, em Recife (PE).[32]

Em 2019, em comemoração aos 45 anos do álbum "Lóki?", Rodolfo Krieger (ex-Cachorro Grande), Helio Flanders, Thunderbird, Cinnamon Tapes e Tatá Aeroplano realizaram um show tributo no Centro Cultural São Paulo.[36]

Há muito tempo, Baptista é obsessivo com alguns assuntos: amplificadores valvulados, carros elétricos, vegetarianismo e ETs.[32] Vive em seu sítio em Juiz de Fora (MG), na Zona da Mata, e em sua casa na Savassi, em Belo Horizonte, ao lado da mulher, Maria Lúcia.[13][30]

Em outubro de 2020, passando por dificuldades financeiras, Arnaldo lançou uma rifa de um casaco comprado em Portobello Road, em Londres, usado no clipe de "Será Que Vou Virar Bolor?", do álbum "Lóki?" e na capa do álbum "Singin' Alone".[37]

Discografia

Ano Álbum Com Selo Tipo Notas
1968 Os Mutantes Os Mutantes Polydor Estúdio
1969 Mutantes Os Mutantes Polydor Estúdio
1970 A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado Os Mutantes Polydor Estúdio
1971 Jardim Elétrico Os Mutantes Polydor Estúdio
1972 Mutantes e Seus Cometas no País do Baurets Os Mutantes Polydor Estúdio
1974 Lóki? Solo Philips Estúdio
1981 Singin' Alone Solo Baratos Afins Estúdio
1987 Disco Voador: Paz Solo Baratos Afins Estúdio
1988 Faremos Uma Noitada Excelente... Patrulha do Espaço Vinil Urbano Ao vivo Gravado em 1978
1988 Elo Perdido Patrulha do Espaço Vinil Urbano Estúdio Gravado em 1977
1992 O A e o Z Os Mutantes Philips Estúdio Gravado em 1973
2000 Tecnicolor Os Mutantes Universal Estúdio Gravado em 1970
2004 Let It Bed Solo L&C Editora Estúdio
2006 Mutantes Ao Vivo - Barbican Theatre, Londres 2006 Os Mutantes Sony BMG Ao vivo
2013 Shining Alone: Ao Vivo 1981 Solo Independente Ao vivo Gravado em 1981; lançado em streaming e download digital
2013 Elo Mais Que Perdido Patrulha do Espaço Independente Estúdio Gravado em 1977; lançado em streaming e download digital

Referências

  1. «Mutantes está entre os mais experimentais de todos os tempos, diz 'Mojo'». Diversao. 11 de fevereiro de 2005. Consultado em 30 de março de 2021 
  2. «Tropicália - biografias». Diversao. Consultado em 30 de março de 2021 
  3. «'Loki?', de Arnaldo Baptista, é relembrado por quem estava lá». Diversao. 12 de maio de 2017. Consultado em 30 de março de 2021 
  4. a b Internet (amdb.com.br), AMDB (5 de janeiro de 2020). «Fã de Mutantes, Kurt Cobain escreveu carta para Arnaldo Baptista em 1993: "cuidado com o sistema"; veja». Rolling Stone. Consultado em 3 de abril de 2021 
  5. Paiva, Vitor (6 de dezembro de 2016). «Os Mutantes: 50 anos da maior banda da história do rock brasileiro». Hypeness (em inglês). Consultado em 3 de abril de 2021 
  6. Castilho, Cristiano. «Cê tá pensando que Arnaldo é lóki?». Gazeta do Povo. Consultado em 3 de abril de 2021 
  7. a b Ernani, Felipe (3 de janeiro de 2020). «O dia em que Kurt Cobain escreveu uma carta para Os Mutantes». Tenho Mais Discos Que Amigos!. Consultado em 3 de abril de 2021 
  8. a b c d e «Histórico - Arnaldo Dias Baptista». arnaldobaptista.com.br. Consultado em 3 de abril de 2021 
  9. a b c «Biografia de Arnaldo Baptista». R7. Letras. Consultado em 11 de janeiro de 2013 
  10. a b «Grupo O'Seis, embrião do trio Os Mutantes, tem reeditado por selo inglês o raro compacto de 1966». G1. Consultado em 3 de abril de 2021 
  11. STYCER, MAURICIO (4 de novembro de 1995). «Livro revive 'loucos anos' dos Mutantes». Folha de S.Paulo. Consultado em 3 de abril de 2021 
  12. a b c d «Arnaldo Baptista, o mutante que voltou do inferno». https://bemblogado.com.br/site/. 23 de abril de 2019. Consultado em 3 de abril de 2021 
  13. a b c TEMPO, O. (13 de julho de 2014). «Amor de lucky, música de loki». Magazine. Consultado em 3 de abril de 2021 
  14. «Mexericos da vizinha». ISTOÉ Independente. 4 de outubro de 2006. Consultado em 3 de abril de 2021 
  15. «Três casais inesquecíveis do rock». Jornal A Voz da Serra. 11 de junho de 2016. Consultado em 3 de abril de 2021 
  16. Aiex, Tony (29 de outubro de 2016). «Rita Lee dá detalhes de saída dos Mutantes: "chorei, gritei, xinguei"». Tenho Mais Discos Que Amigos!. Consultado em 3 de abril de 2021 
  17. link, Gerar; Facebook; Twitter; Pinterest; E-mail; aplicativos, Outros. «Review: Arnaldo Baptista – Loki? (1974)». Consultado em 3 de abril de 2021 
  18. a b Internet (amdb.com.br), AMDB (5 de maio de 2017). «Loki?, de Arnaldo Baptista, ganha relançamento em vinil pela Polysom». Rolling Stone. Consultado em 3 de abril de 2021 
  19. a b «Biografia dos Mutantes». Tropicália. Consultado em 11 de janeiro de 2013 
  20. Pinheiro, João (26 de novembro de 2013). «Arnaldo Baptista: Discografia solo do músico é relançada - TMDQA!». Tenho Mais Discos Que Amigos!. Consultado em 3 de abril de 2021 
  21. Barcinski 2014, p. 175.
  22. Barcinski 2014, p. 176.
  23. «UOL Música - Ex-Mutante Arnaldo Baptista relança o clássico "Singin' Alone"». uolmusica.blogosfera.uol.com.br. Consultado em 3 de abril de 2021 
  24. «Arnaldo Baptista relança o álbum "Singin' Alone", de 1982 – Glamurama». Arnaldo Baptista relança o álbum “Singin’ Alone”, de 1982 – Glamurama. 15 de julho de 2013. Consultado em 3 de abril de 2021 
  25. «"Singin' Alone": Arnaldo cantando (e tocando) sozinho (Resenha - Singin' Alone - Arnaldo Baptista)». whiplash.net. Consultado em 3 de abril de 2021 
  26. «Resenha - Let It Bed - Arnaldo Baptista». whiplash.net. Consultado em 3 de abril de 2021 
  27. «BBCBrasil.com | Reporter BBC | Cult entre britânicos, Mutantes 'revivem' em Londres». www.bbc.com. Consultado em 3 de abril de 2021 
  28. «Mutantes: saia justa entre irmãos Arnaldo e Sérgio Dias Baptista». whiplash.net. Consultado em 3 de abril de 2021 
  29. Sanches, Luciana Maria (21 de setembro de 2007). «Zélia Duncan e Arnaldo Baptista deixam os Mutantes». Omelete. Consultado em 3 de abril de 2021 
  30. a b «Arnaldo Baptista diz que tem tudo o que sonhava e nunca voltará ao Mutantes». musica.uol.com.br. Consultado em 3 de abril de 2021 
  31. Lilian Regato Garrafa (3 de maio de 2011). «Arnaldo Dias Baptista torna-se embaixador da ANDA e se alia à defesa dos animais». Agência de Notícias de Direitos Animais. Consultado em 11 de janeiro de 2013 
  32. a b c Internet (amdb.com.br), AMDB (20 de outubro de 2017). «"Prefiro não lê-lo", diz Arnaldo Baptista sobre autobiografia de Rita Lee». Rolling Stone. Consultado em 3 de abril de 2021 
  33. G1, Do; Paulo, em São (5 de maio de 2012). «Arnaldo Baptista vai de Mutantes a Dylan no Theatro Municipal de SP». Virada Cultural 2012. Consultado em 3 de abril de 2021 
  34. Internet (amdb.com.br), AMDB (6 de maio de 2012). «Virada Cultural: Arnaldo Baptista faz show nonsense no evento». Rolling Stone. Consultado em 3 de abril de 2021 
  35. «Fugir da típica folia carnavalesca e ir para uma fazenda psicodélica parece má ideia?». Trip. Consultado em 3 de abril de 2021 
  36. «Cainalha Indica: "Loki" do Arnaldo Baptista - MI». Minuto Indie. 6 de março de 2019. Consultado em 3 de abril de 2021 
  37. «Arnaldo Baptista faz rifa virtual para vender seu famoso casaco inglês». Diversao. 6 de outubro de 2020. Consultado em 15 de outubro de 2020 

Ligações externas