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Bertrand de Orléans e Bragança: diferenças entre revisões

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Com o falecimento do Luiz Gastão de Orléans e Bragança passa a ser o chefe da casa civil imperial o Dom Bertrand de Orleans e Bragança tendo seu Predecessor o príncipe Antônio Gastão de Orléans e Bragança. Foram feita modificação uma vez que a linha de sucessão foi modificada
Alteração no medelo Info/pretendente Especificação no Predecessor
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Revisão das 09h25min de 20 de julho de 2022

Pretendente
Bertrand de Orléans e Bragança
Bertrand_do_Brasil.jpg
Reivindicação
Título(s) Imperador do Brasil
Período 15 de julho de 2022atualidade
Predecessor Dom Antonio de Orleans e Bragrança
Último monarca Pedro II (deposto em 1889)
Ligação com o último monarca Trineto
Dados pessoais
Nome completo Bertrand Maria José Pio Januário Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orléans e Bragança e Wittelsbach
Nascimento 2 de fevereiro de 1941 (83 anos)
Mandelieu, França
Casa Orléans e Bragança
(Ramo de Vassouras)
Pai Pedro Henrique de Orléans e Bragança
Mãe Maria Isabel da Baviera
Religião Catolicismo
Assinatura Assinatura de Bertrand de Orléans e Bragança

Bertrand Maria José Pio Januário Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orléans e Bragança (Mandelieu-la-Napoule, 2 de fevereiro de 1941) é um ativista brasileiro, descendente da família imperial brasileira e pretendente ao extinto trono do Brasil.[1][2]

Terceiro filho varão de Pedro Henrique de Orléans e Bragança e de sua esposa, a princesa Maria Isabel da Baviera, foi o herdeiro presuntivo do seu irmão mais velho, Luíz Gastão. Também é neto de Luís de Orléans e Bragança e Maria Pia das Duas Sicílias, bisneto da Princesa Isabel do Brasil e do Príncipe Gastão de Orléans, Conde d'Eu, e trineto do último imperador do Brasil, Pedro II. Por parte de mãe ainda é neto do Príncipe Francisco da Baviera e da Princesa Isabel Antônia de Croÿ, sendo, assim, bisneto de Luís III, último rei da Baviera.

Biografia

Bertrand nasceu em 1941, no sul da França, onde sua família morava desde a época do exílio da família imperial brasileira, que havia sido revogado em 1920.[3] Seu nascimento foi registrado no Consulado-Geral do Brasil em Paris.[4] Bertrand passou a primeira parte da infância na França e, por esse motivo, carrega um sotaque francês forte quando se comunica em português.[5][6]

Bertrand é o terceiro filho do casal, de um total de treze.[7] Seus irmãos mais velhos são Luíz Gastão e Eudes, sendo que este último renunciou aos seus direitos dinásticos para realizar um casamento morganático.[8][9]

O jovem Bertrand mudou-se com sua família para o Brasil após o término da Segunda Guerra Mundial. Bertrand cresceu e realizou parte de seus estudos secundários no estado do Paraná,[7] e mais tarde, estudou no Colégio Santo Inácio, na cidade do Rio de Janeiro. Cursou a Faculdade de Direito da USP,[7] formando-se bacharel em direito em 1964.[8]

Após a morte de seu irmão, Luíz Gastão, no dia 15 de julho de 2022, assumiu a chefia do seu ramo da Casa de Orléans e Bragança, tornado-se pretendente ao extinto trono do Império do Brasil.[10]

Atividades

Abertamente identificado com valores conservadores, Bertrand é de inspiração católica tradicionalista, membro-diretor do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, sucessor da antiga Associação Tradição, Família e Propriedade (TFP).[11][12]

É figura expressiva no cenário do Movimento Monárquico Brasileiro, tanto na época anterior ao plebiscito de 21 de abril de 1993, quanto nos dias que o sucedem. Lidera campanhas em prol da restauração da monarquia no Brasil.[11]

Pensamento

Bertrand se posiciona, politicamente, no campo do conservadorismo, da propriedade privada, da livre iniciativa e do respeito ao princípio da subsidiariedade.[13][14]

Bertrand é um negacionista das alterações climáticas.[15] Ele defendeu em entrevistas que o aquecimento global é "invenção dos ecoterroristas, incluindo o PT", e que a proteção das comunidades indígenas previstas pela Constituição brasileira de 1988 seria "uma tática comunista".[7][8] Em 2012 publicou o livro Psicose Ambientalista em que critica movimentos como o MST e grupos que intitula "ecoterroristas e ambientalistas radicais".[16]

É também contrário à possibilidade de divórcio e do re-casamento de pessoas divorciadas, por considerar que "como católico não posso ver com bons olhos o casamento de uma divorciada".[17][18] No entanto, não pensa em, num hipotético cenário da volta da monarquia, impor ou perseguir as pessoas que tiverem relações homoafetivas ou sejam divorciadas. Nesse sentido, quando do casamento do príncipe britânico Harry, afirmou que ele jamais teria aprovado o enlace, visto que se Harry se casasse uma princesa ou uma mulher de família nobre, "e não com uma divorciada, a satisfação dos britânicos seria muito maior".[17]

Em 2017 foi um dos entrevistados no documentário Bonifácio: O Fundador do Brasil, sobre o Patriarca da Independência, José Bonifácio de Andrada e Silva.[19]

Em junho de 2020, em videoconferência realizada entre o Ministério das Relações Exteriores com a Fundação Alexandre Gusmão, organizada pelo Palácio do Itamaraty, discutindo cenários do Brasil em meio à pandemia do COVID-19, Bertrand afirmou que "enquanto certos países têm um problema racial muito violento, aqui nós não temos problema racial. Estão procurando criar esse problema racial, mas não conseguem. [...] Aqui no Brasil todos nos damos bem, [...] todo brasileiro tem um pouco de sangue branco, um pouco de sangue negro e um pouco de sangue índio. Isso deu um blend (mistura) absolutamente extraordinário, porque nós temos o povo brasileiro que é um povo fabuloso. É um povo que tem um calor humano que nenhum outro povo tem isso”.[20][21] Na mesma conferência, Bertrand deu outra declaração ao tratar sobre a COVID-19, afirmando que “o grande culpado por essa pandemia é a China”.[21][22]

Laudêmio

Ver artigo principal: Laudêmio de Petrópolis

Em fevereiro de 2022, após um comunicado assinado por Bertrand se solidarizando com as vítimas das enchentes de Petrópolis, ele explicou que o Ramo de Vassouras, do qual ele e seus irmãos e sobrinhos fazem parte, não recebe a taxa de 2,5% sobre as vendas e alugueis de imóveis em Petrópolis, um direito cabível como contrapartida ao uso das terras da fazenda do Córrego Seco, hoje o centro de Petrópolis, que foi comprada por Dom Pedro I com dinheiro próprio em 1830. Ele disse que a taxa é devida apenas ao Ramo de Petrópolis, que redireciona o laudêmio ao Museu Imperial.[23][24]

Título

Apesar de o Brasil ser uma república e não existirem títulos nobiliárquicos no país,[25][26] recebe dos monarquistas e, em alguns casos, de autoridades brasileiras, o tratamento de Príncipe Imperial do Brasil.[27][28][29][30][31]

Referências

  1. «Dom Luiz de Orleans e Bragança morre aos 84 anos». O Globo. Consultado em 15 de julho de 2022 
  2. Redação (15 de julho de 2022). «Quem era Luiz de Orleans e Bragança, pretendente ao extinto trono brasileiro». Aventuras na História. Consultado em 15 de julho de 2022 
  3. «DECRETO Nº 4.120, DE 3 DE SETEMBRO DE 1920». Presidência da República. 3 de setembro de 1920. Consultado em 16 de agosto de 2018 
  4. «Dom Bertrand » Monarquia». monarquia.org.br. Consultado em 4 de fevereiro de 2022 
  5. «Herdeiro de trono extinto, Dom Bertrand de Orleans e Bragança mora em casa alugada de 2 quartos». Época Negócios. 5 de julho de 2016. Consultado em 16 de agosto de 2018 
  6. Pearson, Samantha (18 de maio de 2016). «Brazil's would-be king and his two-bed rented home in São Paulo: Dom Bertrand, heir to a defunct throne, awaits the republic's downfall after President Dilma Rousseff's impeachment». Financial Times. Consultado em 16 de agosto de 2018 
  7. a b c d «Herdeiro de trono extinto, Dom Bertrand de Orleans e Bragança mora em casa alugada de 2 quartos». Época Negócios. 5 de julho de 2016. Consultado em 16 de agosto de 2018 
  8. a b c Pearson, Samantha (18 de maio de 2016). «Brazil's would-be king and his two-bed rented home in São Paulo: Dom Bertrand, heir to a defunct throne, awaits the republic's downfall after President Dilma Rousseff's impeachment». Financial Times. Consultado em 16 de agosto de 2018 
  9. Leonard, Seth B. (28 de fevereiro de 2020). «Eurohistory: The Lost Princess of Brazil: Maria de Orleans e Bragança». Eurohistory. Consultado em 4 de fevereiro de 2022 
  10. Redação (15 de julho de 2022). «Morre Dom Luiz de Orleans e Bragança, bisneto da princesa Isabel». Farol Blumenau. Consultado em 15 de julho de 2022 
  11. a b «Tradição e monarquia no apoio a Bolsonaro». Estado de Minas. 9 de junho de 2019. Consultado em 18 de junho de 2020 
  12. "A Sour Anniversary for Brazil's Monarchists" by James Brooke, New York Times, 12 November 1989
  13. Tavares, Joelmir (1 de março de 2018). «'Príncipe brasileiro' acena a Alckmin em reunião do movimento monarquista: Dom Bertrand tem restrição a Bolsonaro, por 'medo de salvador da pátria'». Consultado em 16 de agosto de 2018 
  14. «Ìntegra da entrevista com dom Bertrand | Páginas Azuis | O POVO Online». www20.opovo.com.br. Consultado em 18 de junho de 2020 
  15. Miguel, Jean Carlos Hochsprung (13 de abril de 2022). «A "meada" do negacionismo climático e o impedimento da governamentalização ambiental no Brasil». Sociedade e Estado: 293–315. ISSN 0102-6992. doi:10.1590/s0102-6992-202237010013 
  16. ORLEANS E BRAGANÇA, D. Bertrand de. Psicose Ambientalista. IPCO, 2012.
  17. a b Barrucho, Luis (18 de abril de 2018). «Casamento real: 'Nunca autorizaria', diz príncipe imperial do Brasil sobre bodas de Harry e Meghan». BBC Brasil. Consultado em 16 de agosto de 2018 
  18. Cordeiro, Tiago (8 de agosto de 2017). «"Somos católicos, graças a Deus", diz Dom Bertrand de Orléans e Bragança: Dom Bertrand de Orléans e Bragança, 76 anos, é o porta-voz do ramo de Vassouras da família imperial brasileira». Gazeta do Povo. Consultado em 16 de agosto de 2018 
  19. «O FUNDADOR – Bonifácio – O Fundador do Brasil». bonifacio.ofundadordobrasil.com.br. Consultado em 7 de junho de 2018 
  20. Conferência virtual "O Brasil na conjuntura internacional do pós-coronavírus". YouTube. Fundação Alexandre de Gusmão. 16 de junho de 2020. Em cena em 1:02:45. Consultado em 19 de junho de 2020 
  21. a b Fernandes, Augusto (16 de junho de 2020). «Príncipe imperial do Brasil diz que não há racismo no país». Correio Braziliense. Consultado em 17 de junho de 2020. Cópia arquivada em 17 de junho de 2020 
  22. «Autoproclamado príncipe imperial do Brasil diz que não tem racismo no país». UOL Notícias. 17 de junho de 2020. Consultado em 19 de junho de 2020. Cópia arquivada em 19 de junho de 2020 
  23. «MENSAGEM DO PRÍNCIPE IMPERIAL DO BRASIL A RESPEITO DAS CHUVAS EM PETRÓPOLIS» Monarquia». monarquia.org.br. Consultado em 18 de fevereiro de 2022
  24. «Príncipe não recebe taxa de propriedades em Petrópolis». O Antagonista. 18 de fevereiro de 2022. Consultado em 18 de fevereiro de 2022
  25. Bertolotto, Rodrigo. «A ex-elite: A nobreza acumulou poder e dinheiro na formação do Brasil, mas hoje os descendentes vivem do passado». UOL. Consultado em 7 de março de 2021 
  26. «'No Brasil, não existe príncipe, rei, nem princesa', afirma historiador». Metro 1. Consultado em 7 de março de 2021 
  27. Supremo Tribunal Federal. (2007). «Relatório de Atividades 2007. Visita de Dom Bertrand de Orléans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil.». Supremo Tribunal Federal 
  28. Câmara dos Deputados (2008). «Seminário - Comemoração dos 200 Anos da Abertura dos Portos às Nações Amigas». Câmara dos Deputados 
  29. Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, ALESP (2013). «Sessão Solene em Comemoração ao Dia da Comunidade Alemã». ALESP 
  30. Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, ALERJ (2019). «Concessão da Medalha Tiradentes a Dom Bertrand de Orléans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil». ALERJ 
  31. Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, ALESP (2021). «Moção de aplausos a Sua Alteza Imperial e Real, o Senhor Dom Bertrand de Orléans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil, pelo seu 80º Aniversário». ALESP 

Ligações externas

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