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Na filosofia da religião e teologia, o problema do mal é o problema de conciliar a existência do mal ou sofrimento no mundo com a existência de Deus.[1] O problema é mais frequentemente analisado no contexto dos deuses pessoais das religiões abraâmicas, mas também é relevante para as tradições politeístas que envolvem vários deuses.
O problema do mal é uma das mais poderosas objeções ao teísmo tradicional.[2] O problema do mal vai exatamente contra aquilo que o homem mais deseja: a felicidade. Afinal, se o homem, em sua dimensão teleológica, busca a felicidade, por que o Deus todo poderoso e bondoso criaria e deixaria existir o mal? A presença do mal parece implicar a ausência de Deus. Às vezes a desorientação causada por esta revolta interior raia ao desatino e inspira as atitudes mais contraditórias. Por causa do mal se nega a existência de Deus, mas muitas vezes, o que se quer realmente é responsabilizar a Deus pelo sofrimento das suas criaturas: “Mas de onde vem o mal se Deus é bom e fez todas as criaturas boas?” [3]
A primeira vista, a existência do mal parece ser contraditória a com a existência de um Deus bondoso e poderoso, mas nao é. Alguns religiosos argumentam que para o homem ser feliz, ele necessita executar ações, atos de caridade e de heroismo, por exemplo, que não seriam possíveis de serem executadas se não existisse o mal. Entretanto, a maioria dos teístas responde que um deus perfeito pode ainda permitir um certo mal, insistindo que a concessão de um bem maior, como o livre arbítrio, não pode ser alcançada sem alguns males.[2] Uma defesa contra o problema do mal é estabelecer que os atributos divinos são logicamente consistentes com a existência do mal, mas que isso não significa que o mal derive deles, ou que deles se possa retirar uma explicação quanto as razões pelas quais o mal existe ou ocorre. Uma teodicéia, por outro lado é uma tentativa de fornecer tais justificativas para a existência do mal.[4]
Richard Swinburne sustenta que não faz sentido assumir que existe esse bem maior, a não ser que se saiba o que ele é, ou seja, até que tenhamos uma boa teodicéia[2]. Muitos filósofos contemporâneos discordam. O Ceticismo teísta, que se baseia na posição de que seres humanos nunca podem esperar entender o divino, é talvez a mais popular resposta ao problema do mal entre os filósofos da religião contemporâneos.
Referências
- ↑ Tooley, Michael. «The Problem of Evil». Stanford Encyclopedia of Philosophy
- ↑ a b c Swinburne, Richard (2005). «Evil, the problem of». In: Ted Honderich. The Oxford Companion to Philosophy. ISBN 0199264791
- ↑ Confissões, VII, p.172 - Santo Agostinho
- ↑ Honderich, Ted (2005). «Theodicy». The Oxford Companion to Philosophy. ISBN 0199264791.
John Hick, por exemplo, propõe uma teodicéia, enquanto Alvin Plantinga formula uma defesa. A idéia do livre arbítrio aparece freqüentemente em ambas as estratégias, mas de modos diferentes.
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Problem of evil», especificamente desta versão.