Línguas românicas: diferenças entre revisões

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Revisão das 16h24min de 18 de julho de 2018

 Nota: "Língua latina" redireciona para este artigo. Para o idioma romano, veja Latim.
Línguas românicas
Distribuição
geográfica
Originalmente na Europa meridional e partes do norte da África; agora também na América Latina, Canadá, partes do Líbano, grande parte da África Ocidental, maior parte do norte da África e partes do Corno de África e África Austral.
Classificação linguística Indo-europeia
Subdivisões
Línguas românicas no mundo.

As chamadas línguas românicas, também conhecidas como línguas neolatinas ou línguas latinas são idiomas que integram o vasto conjunto das línguas indo-europeias que se originaram da evolução do latim, principalmente do latim vulgar, falado pelas classes mais populares.

Atualmente, essas línguas são representadas pelos seguintes idiomas mais conhecidos e mais falados no mundo: o português, o espanhol (também conhecido como castelhano), o italiano, o francês e o romeno. Há, também, uma grande quantidade de idiomas usados por grupos minoritários de falantes, como:

No extremo norte da França e no sul da Bélgica, são falados dois idiomas também românicos: o valão e o picardo. O dalmático, falado na antiga Dalmácia, na região dos Bálcãs, e o rético, falado na Récia, antiga província do Império Romano localizada ao norte da Itália, são línguas românicas atualmente extintas (ver: Romania submersa). O rético derivou as chamadas línguas reto-românicas (dentre as quais se inclui o romanche) faladas na Suíça e no norte da Itália.

História

As línguas românicas são a continuação do latim vulgar, o popular dialeto do latim falado pelos soldados, colonos e mercadores do Império Romano, que se distinguia da forma clássica da língua falada pelas classes superiores romanas, a forma em que a língua era geralmente escrita.

Entre 350 a.C. e 150 d.C, a expansão do Império, juntamente com as suas políticas administrativas e educacionais, fez com que a língua latina fosse a dominante na parte continental da Europa Ocidental. O latim exerceu também uma forte influência noutros pontos geográficos, nomeadamente no sudeste da Inglaterra, na província romana da África e na zona dos Bálcãs ao norte da Linha Jireček.

Durante o declínio do Império Romano do Ocidente, e após a sua fragmentação e consequente colapso no século V, variedades do latim começaram a surgir em cada local de forma acelerada, eventualmente evoluindo cada qual para um continuum de diferentes tipologias. Os impérios ultramarinos estabelecidos por Portugal, Espanha, França, Bélgica e Itália do século XV em diante espalharam as suas respectivas línguas por outros continentes, de tal forma que cerca de 70% de todos os falantes de línguas românicas vivem hoje fora da Europa.

Apesar das influências de línguas pré-romanas e das invasões, a fonologia, morfologia, léxico e sintaxe de todas as línguas românicas são predominantemente uma evolução do latim vulgar. Em particular, com apenas uma ou duas exceções, as línguas românicas perderam o sistema de declinação presente no latim e, como resultado, têm estrutura de frase SVO (Substantivo - Verbo - Objeto) e fazem amplo uso de preposições.

Línguas Neolatinas na Europa

Dados

Há aproximadamente 900 milhões de pessoas que falam alguma língua românica no mundo, o que faz esse ramo ter o maior número de falantes da família indo-europeia, à frente do ramo germânico, que possui mais de 730 milhões de falantes.

Nome

Romania submersa: territórios das línguas românicas extintas (em preto).

O termo "românico" vem do advérbio do latim vulgar romanice, derivado do latim formal Romanicus: por exemplo, na expressão Romanice Loqui, "falar em Românico" (isto é, no latim vernáculo), contrastando com Latine Loqui, "falar em língua Latina" (em latim medieval, a versão conservadora da língua utilizada na escrita e contextos formais ou como língua franca), e com Barbarice Loqui, "falar em Bárbaro" (as línguas não-latinas dos povos que conquistaram o Império Romano). A partir deste advérbio se originou o substantivo românico, que foi aplicado inicialmente a qualquer coisa escrita em românico, ou no vernáculo romano.

A palavra "romântico" com o sentido moderno de "romance" ou amor tem a mesma origem. Enquanto a literatura medieval da Europa Ocidental era escrita normalmente em latim, os contos populares, muitas vezes centrados no amor, foram compostos no vernáculo, o qual foi chamado "romântico" (românico).

Distribuição geográfica

São faladas em várias regiões da Europa, nas Américas (América Latina e Canadá, sobretudo no Quebec), África e Ásia.

Devido à semelhança entre estes idiomas e na tentativa de promover e assegurar o plurilinguismo e o multiculturalismo da Europa, foram desenvolvidos, com o apoio da União Europeia, vários projetos inter universitários:

O conceito que se encontra na base destes projetos é o de intercompreensão.

Legenda:
  castelhano
  português
  francês
  italiano
  romeno

(cores escuras indicam língua oficial; cores claras, língua de uso comum).

União Latina

Ver artigo principal: União Latina

Essa organização tem a finalidade de promover e disseminar a essência comum das línguas românicas. Foi criada em 15 de maio de 1954. As línguas oficiais da união são o português, o francês, o italiano, o romeno, o castelhano e o catalão.

O bloco atualmente reúne 35 países, e sua sede encontra-se em Paris, França. Seu secretariado também opera neste país.

A União veio à falência e encerrou suas atividades em 2012.[1]

Grau de evolução

Grau de evolução das línguas românicas a respeito da fonética do latim, segundo os estudos do latinista Mario Pei. Quanto maior a percentagem, mais distante foneticamente a língua é do latim.

O português e o francês possuem a fonética mais distante do latim. Uma das supostas razões pode ser um substrato céltico nestas línguas. O galego, do qual surgiu o português, teria sofrido influência do idioma lusitano, enquanto o francês teria sido influenciado pelo gaulês (além do forte substrato germânico).[carece de fontes?]

A língua portuguesa possui considerável léxico celta: "beiço" baikkio, "bura/buraco" buras, "calho/cascalho" caliavo, "tolo" tullon, "bugalho" bullaka, "broa" boruna, "berço" berce, "bilha" viria, "banastra/canastra" benna, "bouça" baudea, "coio" crodios, "menino" menno, "minhoca" mîlo (antigo miloca), "légua" leukā, "berro" bekko, "camisa" camisia, "carro" karro etc. Além disso o português falado em Portugal possui o constante som /ð/ forte, presente nas línguas celtas. Essa causa fonética ainda é estudada, e os indícios são grandes e consideráveis na evolução fonética da língua portuguesa.

Também há os sons delicados /ə/ e /ɨ/ que têm abrangência imensa nessas duas línguas (no caso do português, trata-se do dialeto falado em Portugal).

Inteligibilidade mútua

O Ethnologue cita as seguintes porcentagens como graus de inteligibilidade mútua entre diferentes línguas românicas:[2]

% Catalão Galego Italiano Espanhol Francês Romanche Romeno Português Occitano Sardo
Catalão 85 87 85 85 75 73 85 95 76
Galego 85 80 91 75 74 71 96 81 76
Italiano 87 80 82 89 82 78 80 87 86
Espanhol 85 91 82 75 74 72 89 82 76
Francês 85 75 89 75 78 75 75 87 80
Romanche 75 74 82 74 78 73 74 76 75
Romeno 73 71 78 72 75 73 71 73 75
Português 85 96 80 89 75 74 71 81 76
Occitano 95 81 87 82 87 76 73 81 78
Sardo 76 76 86 76 80 75 75 76 78

Exemplos para comparar

O artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos em várias línguas neolatinas:

Latim:

Omnes homines liberi aequique dignitate atque iuribus nascuntur. Ratione conscientaque praediti sunt et alii erga alios cum fraternitate se gerere debent.

Aragonês:

Toz os sers umanos naxen libres y iguals en dinnidá y dreitos. Adotatos de razón y conzenzia, deben comportar-sen fraternalmén unos con atros.

Asturiano:

Tolos seres humanos nacen llibres y iguales en dignidá y drechos y, pola mor de la razón y la conciencia de so, han comportase hermaniblemente los unos colos otros.

Auvernês:

Ta la proussouna neisson lieura moé parira pà dïnessà mai dret. Son charjada de razou moé de cousiensà mai lhu fau arjî entremeî lha bei n'eime de freiressà.

Corso:

Nascinu tutti l'omi libari è pari di dignità è di diritti. Pussedinu a raghjoni è a cuscenza è li tocca ad agiscia trà elli di modu fraternu.

Espanhol:

Todos los seres humanos nacen libres e iguales en dignidad y derechos y, dotados como están de razón y conciencia, deben comportarse fraternalmente los unos con los otros.

Catalão:

Tots els éssers humans neixen lliures i iguals en dignitat i en drets. Són dotats de raó i de consciència, i els cal mantenir-se entre ells amb esperit de fraternitat.

Francês:

Tous les êtres humains naissent libres et égaux en dignité et en droits. Ils sont doués de raison et de conscience et doivent agir les uns envers les autres dans un esprit de fraternité.

Friulano/Friuliano:

Ducj i oms a nassin libars e compagns come dignitât e derits. A an sintiment e cussience e bisugne che si tratin un culaltri come fradis.

Galego:

Todos os seres humanos nacen libres e iguais en dignidade e dereitos e, dotados como están de razón e conciencia, débense comportar fraternalmente uns cos outros.

Italiano:

Tutti gli esseri umani nascono liberi ed eguali in dignità e diritto. Essi sono dotati di ragione e di coscienza e devono agire gli uni verso gli altri in spirito di fratellanza.

Judeu-espanhol:

Kada benadam i benadam nase forro i igual en dinyidad i en derechos. Todos son baale razón i konsiensia i deven komportarsen los unos verso los otros kon fraternidad

Leonês:

Tolos seres humanos nacen llibres y iguales en dinidá y dreitos y, dotaos comu tán de razon y conciencia, débense comportare los unos colos outros dientru d'un espíritu de fraternidá.

Mirandês:

Todos ls seres houmanos nácen lhibres i eiguales an denidade i an dreitos. Custuituídos de rezon i de cuncéncia, dében portar-se uns culs outros an sprito de armandade.

Occitano:

Totes los èssers umans naisson liures e egals en dignitat e en dreches. Són dotats de rason e de consciéncia e se devon comportar los unes amb los autres dins un esperit de fraternitat.

Picardo:

Tos lès-omes vinèt å monde lîbes èt égåls po çou qu'èst d' leû dignité èt d' leûs dreûts. Leû re°zon èt leû consyince elzî fe°t on d'vwér di s'kidûre inte di zèle come dès frès.

Português:

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

Provençal:

Tóuti lis uman naisson libre. Soun egau pèr la digneta e li dre. An tóuti uno resoun e uno counsciènci. Se dèvon teni freirenau lis un 'mé lis autre.

Romanche:

Tuots umans naschan libers ed eguals in dignità e drets. Els sun dotats cun intellet e conscienza e dessan agir tanter per in uin spiert da fraternità.

Romeno:

Toate fiinţele umane se nasc libere şi egale în demnitate şi în drepturi. Ele sunt înzestrate cu raţiune şi conştiinţă şi trebuie să se comporte unele faţă de altele în spirit de fraternitate.

Sardo:

Totu sos èsseres umanos naschint lìberos e eguales in dinnidade e in deretos. Issos tenent sa resone e sa cussèntzia e depent operare s'unu cun s'àteru cun ispìritu de fraternidade.

Valão:

Tos lès-omes vinèt-st-å monde lîbes, èt so-l'minme pîd po çou qu'ènn'èst d'leu dignité èt d'leus dreûts. I n'sont nin foû rêzon èt-z-ont-i leû consyince po zèls, çou qu'èlzès deût miner a s'kidûre onk' po l'ôte tot come dès frés.

Comparação e palavras comuns

Português Latim Italiano Espanhol Francês Romeno
homem homō, hominem uomo hombre homme om
mulher mulier, mulierem donna mujer femme muiere
filho fīlius figlio hijo fils fiu
água aqua acqua agua eau apă
fogo focum fuoco fuego feu foc
chuva pluvia pioggia lluvia pluie ploaie
noite nox, noctem notte noche nuit noapte
terra terra terra tierra terre ţară
céu caelum cielo cielo ciel cer
alto altum alto alto haut înalt
novo novum nuovo nuevo nouveau nou
velho vetulum vecchio viejo vieux vechi
cavalo caballum cavallo caballo cheval cal
vaca vacca vacca vaca vache vacă
cabra capra capra cabra chèvre capră
cão canem cane can/perro chien câine
fazer facere fare hacer faire face
leite lactem latte leche lait lapte
olho oculum occhio ojo œil ochi
língua lingua lingua lengua langue limbă
mão manum mano mano main mână
pele pellem pelle piel peau piele
pelo pilus pelo pelo poil păr
sangue sanguis, sanguinem sangue sangre sang sânge
unha ungula unghia uña ongle unghie
pão panem pane pan pain pâine
negro niger, nigrum nero negro noir negru
eu ego io yo je eu
nosso nostrum nostro nuestro notre nostru
três trēs tre tres trois trei
quatro "quattuor/quattro" quattro cuatro quatre patru
cinco "quīnque/cīnque" cinque cinco cinq cinci
seis sex sei seis six şase
sete septem sette siete sept şapte
oito octō otto ocho huit opt
nove novem nove nueve neuf nouă
dez decem dieci diez dix zece

Ver também

Bibliografia

  • Holtus, Günter/Metzeltin, Michael/Schmitt, Christian: Lexikon der Romanistischen Linguistik (LRL). Niemeyer, Tübingen 1988-2005 (12 tomos).
  • Lindenbauer, Petrea/Metzeltin, Michael/Thir, Margit: Die romanischen Sprachen. Eine einführende Übersicht. G. Egert, Wilhelmsfeld 1995.
  • Metzeltin, Michael: Las lenguas románicas estándar. Historia de su formación y de su uso. Academia de la Llingua Asturiana, Uviéu 2004.

Ligações externas

  1. «Unión Latina; Estados miembros» (em espanhol). Consultado em 5 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 28 de dezembro de 2008 
  2. Ethnologue, Languages of the World, 15.ª edição, SIL International, 2005.