Jornalismo em quadrinhos
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Jornalismo em quadrinhos (também conhecido pelas siglas JQ e JHQ, ou jornalismo em BD, em Portugal) é uma modalidade de jornalismo realizada a partir da linguagem da arte sequencial. O termo foi cunhado pelo repórter e ilustrador maltês Joe Sacco, que em 1994 publicou o livro "Palestina", considerado pioneiro no gênero.[1]
Embora Joe Sacco costume ser referenciado como o primeiro autor de JHQ, em 1991 o sueco Art Spiegelman lançou o livro "Maus", onde retrata a realidade de seu pai em um campo de concentração e que veio a vencer o prêmio Pulitzer, maior premiação jornalística do mundo. Mesmo não sendo propriamente uma obra jornalística, mas sobretudo biográfica, "Maus" utiliza de recursos como a entrevista e a pesquisa por meio de fontes diretas.[2]
Existem alguns veículos especializados em produção de JHQ, como o site ArchComix[3], criado pelo HQ-repórter estadunidense Dan Archer, o portal colaborativo Cartoon Movement [4], a revista francesa La Revue Dessinée, a estadunidense The Nib[5] e a brasileira Badaró[6].
Portugal[editar | editar código-fonte]
O livro "Reportagem Especial" (2016), de Bruno Pinto, Penim Loureiro e Quico Nogueira, apesar de ser narrado por uma personagem fictícia, é um trabalho jornalístico baseado em pesquisa, entrevista e apuração. A obra trata das mudanças climáticas e seus impactos.[7]
A série "Tudo Isto É Fado!", publicada por Nuno Saraiva na revista Tabu, do jornal Sol, entre 2014 e 2015, é outro exemplo de jornalismo desenhado feito em Portugal. Em 2016, o trabalho foi distinguido como Melhor Álbum no Festival da Amadora, principal premiação de quadrinhos (banda desenhada) do país.[8]
Brasil[editar | editar código-fonte]
No Brasil, um dos pioneiros do gênero é Alexandre De Maio, autor do livro "Raul" (2018) e de diversas matérias em quadrinhos. Em 2014, De Maio realizou junto à Agência Pública a reportagem "Meninas em Jogo", onde denuncia o turismo de exploração sexual durante a Copa do Mundo.[9] Em maio de 2021, participou da série Aprisionadas do Jornal da Record, usando a linguagem do jornalismo em quadrinhos.[10][11]
O primeiro livro-reportagem em quadrinhos de que se tem registro no Brasil é "Notas de um tempo silenciado" (2015) de Robson Vilalba, que também desenvolveu reportagens[12] para veículos como Le Monde Diplomatique, Folha de S.Paulo, Plural e Gazeta do Povo. A obra resultou da compilação de matérias da série "Pátria Armada, Brasil", feita para a Gazeta do Povo e que venceu o Prêmio Vladimir Herzog. Na mesma premiação, em 2017, houve menção honrosa à reportagem "A Execução de Ricardo"[13], de Júlio Falas, Bruno Nobru e Ciro Barros para a Agência Pública, veículo que também publicou "O Haiti É Aqui"[14] (2016), de Adriano Kitani e Enio Lourenço. Em 2021, a entrevista ilustrada "LGBTfobia está atrelada ao processo de colonização", publicada pela Revista Badaró, também foi laureada com a menção honrosa na mesma premiação[15].
Também em 2015 foi lançado o livro "Cortabundas: O Maníaco do José Walter" de Talles Rodrigues, resultado de seu trabalho de conclusão de curso.[16] Em 2018, Amanda Ribeiro e Luiz Fernando Menezes produziram "Socorro! Polícia!", também na modalidade de livro-reportagem em forma de HQ. [17]
Outras obras de jornalismo em quadrinhos produzidas no Brasil são "Estilhaço: Uma Jornada pelo Vale do Jequitinhonha"[18] (2015), de Carol Ito; "Quatro Marias"[19] (2016) de Helô D'Angelo e Joyce Gomes; "Alvorada em Quadrinhos"[20] (2017), de Pablito Aguiar; "Diasporados"[21] (2018), de Norberto Liberator; "Parque das Luzes" [22] (2019), de Cecilia Marins, Maria Allice Di Vicentis e Tainá Freitas; e "Filhas do Campo" [23] (2019), de Gabriela Güllich.
A revista digital Badaró, que estreou em 2019, foi o primeiro e se mantém como único veículo brasileiro especializado no jornalismo em quadrinhos[24]. A Badaró publica semanalmente reportagens, matérias curtas (drops), entrevistas e outros formatos jornalísticos utilizando a linguagem das HQs.
O Canal Reload, lançado em 2020, também publica constantemente reportagens em quadrinhos e conta com trabalhos dos ilustradores Fernando Rocha Aguiar e Nathan Albrecht.[25]
Revista Badaró[editar | editar código-fonte]
Atualmente em formato digital e impresso, a Badaró é o primeiro veículo da língua portuguesa especializado em produções jornalísticas em quadrinhos. A revista teve sua primeira matéria publicada no dia 11 de setembro de 2019. Desde então, dedica-se a diferentes formatos dentro da proposta do JHQ. Uma delas é o Badrops, que traz publicações de uma única prancha; o Badanoise, dedicado a minibiografias de figuras ligadas à música; e o Badasportes, para pautas relacionadas a temas esportivos. Além disso, a Badaró também publica reportagens em quadrinhos e híbridas entre HQ e texto, bem como explora o audiovisual, as colagens, infográficos e podcasts, de acordo com seu próprio manifesto.[26] Em 2021, a entrevista em quadrinhos "LGBTfobia está atrelada ao processo de colonização", publicada pela revista digital, foi premiada com a Menção Honrosa na categoria Arte, no Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.[27]
Referências
- ↑ https://portalrevistas.ucb.br/index.php/esf/article/download/8062/5339
- ↑ https://blog.saraiva.com.br/ha-20-anos-maus-recebia-o-pulitzer-especial-e-abria-um-novo-capitulo-para-as-graphic-novels/
- ↑ http://archcomix.com
- ↑ http://cartoonmovement.com
- ↑ http://thenib.com
- ↑ «Revista Badaró»
- ↑ http://climadapt-local.pt/faca-download-da-bd-reportagem-especial-adaptacao-as-alteracoes-climaticas-em-portugal/
- ↑ https://www.dn.pt/artes/interior/nuno-saraiva-so-lhe-falta-cantar-o-fado-5482188.html
- ↑ https://alexandredemaio.myportfolio.com/bio
- ↑ Povo, Correio do. «Nova série do Jornal da Record faz uso de HQ». Correio do Povo. Consultado em 12 de maio de 2021
- ↑ «O jornalismo em quadrinhos de Alexandre de Maio chega à TV aberta». Universo HQ. 12 de maio de 2021. Consultado em 13 de maio de 2021
- ↑ http://iradex.net/13281/o-jornalismo-em-quadrinhos-de-robson-vilalba-hq-sem-roteiro-podcast/
- ↑ http://premiovladimirherzog.org/a-execucao-de-ricardo/
- ↑ https://apublica.org/2016/06/hq-o-haiti-e-aqui/
- ↑ https://www.revistabadaro.com.br/2021/05/15/lgbtfobia-atrelada-colonizacao/
- ↑ https://editoradraco.com/produto/cortabundas-o-maniaco-de-jose-walter-talles-rodrigues/
- ↑ https://www.saraiva.com.br/socorro-policia-um-quadrinho-sobre-o-que-a-pm-sofre-e-o-que-sofremos-com-ela-10134169/p
- ↑ http://iradex.net/13079/o-jornalismo-em-quadrinhos-de-carol-ito-hq-sem-roteiro-podcast/
- ↑ https://quatromarias.com
- ↑ https://pablitoaguiar.com.br/alvorada-em-quadrinhos/
- ↑ http://diasporados.wordpress.com
- ↑ http://parquedasluzes.com
- ↑ https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2019/05/26/filhas-do-campo-estudante-faz-reportagem-em-quadrinhos-sobre-agricultoras-paraibanas.ghtml
- ↑ «Focas se destacam através do empreendedorismo de mídia». Rede de Jornalistas Internacionais. Consultado em 1 de agosto de 2021
- ↑ «Conheça os quadrinhos do Canal Reload que transformam notícias em histórias desenhadas – Jornal Dia Dia». Consultado em 16 de dezembro de 2022
- ↑ says, Lyanny Ferreira (3 de março de 2021). «O Manifesto». Revista Badaró. Consultado em 9 de maio de 2022
- ↑ «Comissão do Prêmio Vladimir Herzog anuncia vencedores da 43ª edição». www.abraji.org.br. Consultado em 9 de maio de 2022