Santa Luzia (Minas Gerais)

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Santa Luzia
  Município do Brasil  
"Centro Hisórico de Sta. Luzia"
"Centro Hisórico de Sta. Luzia"
"Centro Hisórico de Sta. Luzia"
Símbolos
Bandeira de Santa Luzia
Bandeira
Brasão de armas de Santa Luzia
Brasão de armas
Hino
Gentílico luziense
Localização
Localização de Santa Luzia em Minas Gerais
Localização de Santa Luzia em Minas Gerais
Localização de Santa Luzia em Minas Gerais
Santa Luzia está localizado em: Brasil
Santa Luzia
Localização de Santa Luzia no Brasil
Mapa
Mapa de Santa Luzia
Coordenadas 19° 46' 12" S 43° 51' 03" O
País Brasil
Unidade federativa Minas Gerais
Região metropolitana Belo Horizonte
Municípios limítrofes Belo Horizonte, Vespasiano, Lagoa Santa, Jaboticatubas, Taquaraçu de Minas, Sabará
Distância até a capital Não disponível
História
Fundação 18 de março de 1847
Administração
Prefeito(a) Dr. Gilberto Dorneles
Características geográficas
Área total 233,759 km²
População total (est. IBGE/2009 [1]) 231,607 hab.
Densidade 951,9 hab./km²
Clima Tropical de Altitude
Altitude 751 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2000 [2]) 0,754 alto
PIB (IBGE/2005 [3]) R$ 1.152.433 mil
PIB per capita (IBGE/2005 [3]) R$ 5 375,00

Santa Luzia é um município brasileiro do estado de Minas Gerais, pertencente à Região Metropolitana de Belo Horizonte. Localiza-se a 19º46'11" de latitude sul e 43º51'05" de longitude oeste, a uma altitude de 751 metros. Sua população estimada em 2008 pelo IBGE era de 227.438 habitantes[4], com a maior concentração populacional e atividade comercial no Distrito São Benedito, situado a oito quilômetros do centro do município.

Possui uma área de 234,454 km² e subdivide-se em Parte Alta, Parte Baixa, Distrito São Benedito, Distrito Industrial Simão da Cunha e Zona Rural. A prefeitura está localizada no Bairro Frimisa.

História

A história do município originou-se com aventureiros que em busca de riquezas, descobriram Santa Luzia. Tudo começou, em 1692, durante o ciclo do ouro. Uma expedição dos remanescentes da bandeira de Borba Gato implantou o primeiro núcleo da Vila, as margens do rio das Velhas, no garimpo de ouro de aluvião. Com a enchente do rio, o pequeno vilarejo mudou-se para o alto da colina, onde, hoje, é o Centro Histórico da cidade. Em 1697, ergueu-se o definitivo povoado, que recebeu o nome de Bom Retiro. Mais de 150 anos depois, em 1856, o povoado foi emancipado e desmembrado de Sabará e a partir de 1924, passou a se chamar Santa Luzia.

Com o fim da exploração do ouro, Santa Luzia tornou-se um importante centro comercial, ponto de parada dos tropeiros que vinham negociar e comprar mercadorias. Na rua do Comércio, no bairro da Ponte, existia um porto para os barcos que navegavam pelo Rio das Velhas, transportando mercadorias comercializadas em Minas Gerais. Assim, Santa Luzia passa a ser um ponto de referência do comércio, cultura e arte. O Distrito de São Benedito, na década de 50, começou a ser povoado. Mais tarde foram construídos, no local, grandes conjuntos habitacionais o Cristina e o Palmital e ocorreu a expansão do comércio.

Cidade imperial

O imperador D. Pedro II, em visita a Santa Luzia em 1881, ficou hospedado no Solar da Baronesa, um centro de referência social e cultural do século XVI, localizado na Rua Direita, no Centro Histórico. A visita foi registrada, pelo imperador, através de desenho de um trecho do centro histórico da cidade. Esse desenho foi a prova histórica que concedeu ao município o título de Cidade Imperial.

Padroeira da cidade

Conta a história, que um pescador chamado Leôncio, que tinha problemas na visão, observou um objeto brilhando no rio, enterrado na areia. Quando pegou era a imagem de Santa Luzia, a santa protetora dos olhos, e assim se deu o primeiro milagre da santa, já que na mesma hora ele volta a enxergar. A imagem foi levada para a primeira capela do arraial, tornando-se a padroeira do município. O Sargento-Mór Pacheco Ribeiro, que morava em Portugal, ao ficar cego, fez uma promessa a Santa Luzia das Minas Gerais, que se voltasse a enxergar viria para a cidade. Como recebeu o milagre, ele se mudou com suas três filhas para Santa Luzia e construiu o templo, onde hoje está a Igreja Matriz, localizada na Rua Direita, no Centro Histórico. Um fato importante que marcou a história da cidade, foi a Revolução Liberal de 1842. O casarão, que abriga hoje a Casa da Cultura, antigo Solar Teixeira da Costa, foi o quartel-general dos revolucionários e ainda guarda as marcas de balas em suas janelas. A batalha final foi travada no Muro de Pedras, entre as tropas do revolucionário Teófilo Ottoni e do governista Duque de Caxias.

Povoamento

Por volta de 1700 já havia registro da existência da povoação de Santa Luzia. Embora também tenha tido suas atividades de mineração, cedo se firmou como centro de indústrias rudimentares e como entreposto comercial, postado no rumo entre Sabará e o distrito dos Diamantes. Hoje possui um pequeno núcleo histórico com algumas construções antigas do fim do século XVIII. Um registro de 1761 que pedia a elevação do arraial à categoria de vila, apresenta como credencial para tal o fato da localidade apresentar duas grandes igrejas, mais cinco nas cercanias. O arraial só conseguiu ir a vila 86 anos depois (1847), desmembrado de Sabará que então já era cidade. Foi aqui que se travou a batalha que pôs termo à famosa revolução liberal mineira de 1842, quando as tropas legalistas, comandadas pelo coronel Lima e Silva (futuro duque de Caxias) venceu Teófilo Otoni e seus parceiros.

Rua Direita.

A Vila de Santa Luzia foi visitada por Richard Francis Burton em 1867, vindo de Sabará de canoa, navegando o Rio das Velhas. Hospedou-se num hotel que considerou muito precário mas barato. Teve sua atenção despertada pelo grande número de prostíbulos estabelecidos na vila apesar dela ser tida como sede de um santuário. Comentou, porém, ter ouvido falar que esse comércio ali era menos próspero do que em Curvelo. Registrou a existência da igreja matriz e da igreja de N. S. do Rosário. Uma atração extra de Santa Luzia é o convento de Macaúbas, fundado pelos irmãos Manuel e Felix da Costa Soares em 1714. O convento, devido à proibição da existência de obras de ordem segunda em Minas, não era propriamente um convento mas sim uma casa de recolhimento. Só foi devidamente regulamentado no final do século XVIII. A instituição também foi visitada por Burton que anotou que a construção que visitara era de 1745 e não a primitiva de 1714 cujas ruínas ainda podiam ser vistas.

Câmara Municipal.

Lá se educaram filhas ilustres de Diamantina, de Chica da Silva e do padre Rolim. Quando o inquieto padre inconfidente foi para o degredo, sua mulher e filhos ficaram morando numa casa na entrada do convento. Ao regressar ao Brasil devidamente indultado, ele os recolheu, voltou para Diamantina e viveu feliz até quase os noventa anos de idade, sobrevivendo à mulher e a alguns filhos. O mais interessante é que a mulher do padre Rolim, Quitéria Rita, era exatamente filha de Chica da Silva. Santa Luzia possui uma infra-estrutura turística modesta com poucas opções de hospedagem e alimentação. Porém seu patrimônio histórico ainda que pequeno, é interessante e a Matriz de Santa Luzia justifica a visita. A comunidade também tem mostrado seu esforço na manutenção das coisas antigas da gloriosa cidade, procurando preservá-las em museus instalados em antigos casarões, no centro histórico.

Geografia

Situada à 27 km de Belo Horizonte, Santa Luzia está localizada de forma estratégica na Região Metropolitana, próxima aos aeroportos de Confins e da Pampulha.A cidade é banhada pelo Rio das velhas; dispõe de linha férrea e gasoduto subterrâneo. Santa Luzia é o 3º Pólo Industrial da Grande BH e ocupa o décimo lugar entre as maiores cidades de Minas Gerais. O município possui três vias de acesso com portais: a MG-20 ou Avenida das Indústrias; a MG 10 via São Benedito e a BR 381, através da rodovia Beira Rio. Os portais marcam o limite da cidade com Belo Horizonte e Sabará e dão identidade ao município, além de fazerem parte do sistema de segurança da cidade..

Turismo

Santa Luzia é uma cidade voltada para o turismo religioso, pois mantém viva a cultura popular através de festas religiosas como: Nossa Senhora do Rosário, Folia de Reis e a padroeira da cidade, Santa Luzia. O município se destaca pelo seu potencial de desenvolvimento industrial, comercial e de serviços.

Economia

Para atrair investidores no município, a prefeitura municipal adotou a política de incentivos fiscais, como a alíquota de 2% do ISSQN. Nos cinco distritos industriais estão instaladas diversas empresas de vários segmentos de mercado. Nos últimos quatro anos, a taxa de crescimento da cidade foi de 13% e o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 78%. Este crescimento é reflexo de uma política voltada para o desenvolvimento econômico e social, ou seja, investir na geração de empregos, no atendimento social e na preservação da identidade cultural do município.

Referências

  1. «Estimativas da população para 1º de julho de 2009» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 14 de agosto de 2009. Consultado em 16 de agosto de 2009 
  2. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  3. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2002-2005» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 19 de dezembro de 2007. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  4. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome IBGE_Pop_2008

Ver também

Ligações externas