Cimeira de Vilnius de 2023

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Cimeira de Vilnius de 2023
2023 Vilnius Summit
Cimeira de Vilnius de 2023
Tipo Reunião de cúpula
Anfitrião  Lituânia
Sede Vilnius
Data 11–12 de julho de 2023
Participantes Estados-membros da OTAN
Site Página oficial
Principais tópicos
Guerra Russo-Ucraniana
Expansão da OTAN
Cronologia
Espanha Madrid 2022
Estados Unidos Washington 2024

A Cimeira de Vilnius de 2023 (português europeu) ou Cúpula de Vilnius de 2023 (português brasileiro), também referida como 36ª Cimeira da NATO (português europeu) ou 36ª Reunião de Cúpula da OTAN (português brasileiro), foi uma reunião dos chefes de governo dos Estados-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte realizada em Vilnius, capital da Lituânia de 11 a 12 de julho de 2023.[1] Terceiro encontro multilateral presencial do grupo após a pandemia de COVID-19, a cimeira teve como agenda principal os impactos humanitários e econômicos da Guerra Russo-Ucraniana e as propostas de adesão de Suécia e Ucrânia à aliança de defesa.[2][3][4]

Cimeira[editar | editar código-fonte]

A maioria das delegações convidadas - incluindo o Presidente estadunidense Joe Biden e o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky - desembarcaram em Vilnius na segunda-feira anterior ao evento.[4] À noite, o Secretário-geral da OTAN Jens Stoltenberg liderou uma reunião bilateral entre o Presidente da Turquia Recep Tayyip Erdoğan e o Primeiro-ministro da Suécia Ulf Kristersson.[5][6] Após uma longa e cansativa rodada de negociações, Stoltenberg anunciou que Erdoğan havia finalmente concordado em apoiar a adesão da Finlândia à organização "o mais rápido possível". [7] [8] [9] Logo em seguida ao anúncio, o Premiê húngaro Viktor Orbán também anunciou o fim de suas objeções à adesão da Suécia ao grupo e apoiaria a entrada de ambos os países na organização nos meses seguintes.[10][11][12]

Em 11 de julho, numa das principais negociações anunciadas para a cimeira nos meses precedentes, os representantes dos Estados Bálticos (Estónia, Lituânia e Letônia) assinaram um acordo de cooperação militar e econômica que cria um espaço aéreo conjunto entre todos os três países. O acordo tem como principal objetivo permitir uma maior contraofensiva aérea da OTAN em apoio à Ucrânia na guerra contra a Rússia.[13][14][15] Segundo a OTAN, a criação de um espaço aérea conjunto entre os três países banhados pelo Mar Báltico permite a utilização das bases militares destes locais pelas forças enviadas pelos demais Estados-membros.[16][17]

No mesmo dia, os representantes de onze nações presentes assinaram um memorando com a Ucrânia para constituir uma coligação de treinamento de caças F-16.[18][19][20] Como parte do memorando assinado entre as nações, pilotos, técnicos e equipes de apoio da Força Aérea da Ucrânia terão parte de um extensivo programa de treinamento.[21] A coligação consistiu em Bélgica, Canadá, Dinamarca, Luxemburgo, Noruega, Países Baixos, Polônia, Portugal, Reino Unido, Romênia e Suécia.[22] De acordo com o Secretário de Defesa estadunidense Lloyd Austin, Dinamarca e os Países Baixos assumiram a liderança das negociações que culminaram a coligação e as duas nações também seriam as principais a enviar equipe de treinamento.[23][24][25]

Stoltenberg afirmou que a Ucrânia não irá aderir à organização enquanto o conflito com a Rússia não chegar a uma conclusão e que a cimeira não representa um convite formal para o país, apesar de alguns Estados-membros dividirem-se quanto à questão. Apesar da resistência de alguns países membros da organização, Zelenskyy manteve sua posição sobre a adesão de seu país à OTAN logo após a resolução do conflito com a Rússia. Algumas nações da organização defendem que uma adesão da Ucrânia imediatamente após o conflito poderia elevar a insatisfação das autoridades russas levando a uma nova tensão diplomática entre os dois países. Stoltenberg sugeriu alternativamente a criação de um programa de apoio financeiro à Ucrânia nos anos após a guerra quando esta vier ao fim.

Participantes[editar | editar código-fonte]

A cimeira contou com a participação de representantes dos 32 Estados-membros da OTAN, sendo 11 chefes de Estado e 19 chefes de governo.[26] Além destes líderes habituais, 11 líderes adicionais tiveram participação nas reuniões do evento como representantes de países que não integram a organização mas que constituem alianças estratégicas na condição de "Convidados".[27][28][29]

A Cúpula de Vilnius foi a primeira a contar com a participação do Primeiro-ministro búlgaro Nikolai Denkov, o Presidente croata Petr Pavel, o Primeiro-ministro esloveno Robert Golob e a Primeira-ministra italiana Giorgia Meloni.[30][31] Eleita em setembro de 2022, Meloni foi também uma das cinco mulheres presentes na cimeira juntamente com a Primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen, a Presidente da Eslováquia Zuzana Čaputová, a Primeira-ministra da Estónia Kaja Kallas, Primeira-ministra islandesa Katrín Jakobsdóttir e a Presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen.[32]

Convidados[editar | editar código-fonte]

Notas

Referências

  1. «NATO leaders gather for summit in Vilnius». LRT. 10 de julho de 2023. Consultado em 29 de abril de 2024 
  2. Monaghan, Sean (30 de junho de 2023). «What Will Happen at NATO's Summit in Vilnius?». Center for Strategic International Studies. Consultado em 29 de abril de 2024 
  3. Vaišvilaitė, Justina (10 de julho de 2023). «World leaders start arriving for NATO Vilnius summit». Delfi. Consultado em 29 de abril de 2024 
  4. a b «NATO summit 2023: US President Joe Biden arrives in Lithuania». The Economic Times. 11 de julho de 2023. Consultado em 29 de abril de 2024 
  5. Ertan, Nazlan (6 de julho de 2023). «Turkey's Erdogan to meet Sweden's PM for last-ditch talks on NATO bid». Al Monitor. Consultado em 29 de abril de 2024 
  6. «President Erdoğan, NATO chief, Swedish PM hold meeting in Vilnius». Daily Sabah. 10 de julho de 2023. Consultado em 29 de abril de 2024 
  7. Winberg, Henri; Moyer, Jason C.; Ocvirk, Masa (10 de julho de 2023). «Türkiye Moves to Unblock Sweden's NATO Membership». Wilson Center. Consultado em 29 de abril de 2024 
  8. Jacqué, Philippe (11 de julho de 2023). «OTAN : Erdogan se place au centre du jeu diplomatique». Le Monde. Consultado em 29 de abril de 2024 
  9. «Turkey's Erdogan agrees to back Swedish NATO bid». France 24. 10 de julho de 2023. Consultado em 29 de abril de 2024 
  10. Siebold, Sabine (10 de julho de 2023). «Turkey gives green light to Swedish NATO membership bid». Reuters. Consultado em 29 de abril de 2024 
  11. «Turkey backs Sweden's Nato membership». BBC News. 11 de julho de 2023. Consultado em 29 de abril de 2024 
  12. Edwards, Christian; Nicholls, Catherine (24 de janeiro de 2024). «Hungary's Orban backs Sweden's NATO bid, potentially removing last hurdle to accession». CNN Politics. Consultado em 29 de abril de 2024 
  13. Nagla, Ilze (11 de julho de 2023). «Baltic States agree on joint airspace defense». LSM. Consultado em 29 de abril de 2024 
  14. «Vilnius Summit Communiqué». Organização do Tratado do Atlântico Norte. 11 de julho de 2023. Consultado em 29 de abril de 2024 
  15. D’Alançon, François (11 de julho de 2023). «Au sommet de l'Otan, les pays Baltes premiers supporteurs de l'Ukraine». La Croix. Consultado em 29 de abril de 2024 
  16. Bret, Cyrille (11 de julho de 2023). «Sommet de Vilnius : les États baltes au centre de la sécurité européenne?». Institut Montaigne. Consultado em 29 de abril de 2024 
  17. «Baltics offer their airspace to NATO activities». LRT. 12 de julho de 2023. Consultado em 29 de abril de 2024 
  18. «In Vilnius, Oleksii Reznikov signed the Memorandum on the establishing of the coalition for the training Ukrainian pilots for the F-16». Forças Armadas da Ucrânia. 11 de julho de 2023. Consultado em 29 de abril de 2024 
  19. Voichuk, Iryna (22 de agosto de 2023). «Greece joins Ukraine's F-16 fighter jet coalition». Euromaidan Press. Consultado em 29 de abril de 2024 
  20. «Centrul pentru pregătirea piloţilor de F-16 de la Feteşti, organizat de România, Olanda şi o companie americană». TVR Info. 14 de julho de 2023. Consultado em 29 de abril de 2024 
  21. «Once países de OTAN entrenarán a pilotos ucranianos en F-16». Deutsche Welle. 11 de julho de 2023. Consultado em 29 de abril de 2024 
  22. Lau, Stuart (11 de julho de 2023). «NATO countries pledge F-16 training for Ukraine». Politico. Consultado em 29 de abril de 2024 
  23. Clark, Joseph (24 de agosto de 2023). «U.S. Will Train Ukrainian F-16 Pilots, Ground Crews». Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Consultado em 29 de abril de 2024 
  24. «PM meeting with Prime Minister Rutte of the Netherlands: 11 July 2023». gov.uk. 11 de julho de 2023. Consultado em 29 de abril de 2024 
  25. «Secretary General Annual Report 2023» (PDF). Organização do Tratado do Atlântico Norte. 10 de março de 2023. Consultado em 29 de abril de 2024 
  26. «NATO Heads of Government». Organização do Tratado do Atlântico Norte. 15 de abril de 2024. Consultado em 29 de abril de 2024 
  27. «Kishida considering attending NATO summit in July, government sources say». The Japan Times. 24 de maio de 2023. Consultado em 29 de abril de 2024 
  28. «Coordination is underway for PM Kishida to attend NATO summit in July». NHK. 31 de março de 2023. Consultado em 29 de abril de 2024 
  29. «NATO Secretary General: no partner is closer than Japan». Organização do Tratado do Atlântico Norte. 12 de julho de 2023. Consultado em 29 de abril de 2024 
  30. «President Meloni's press conference at the NATO Summit in Vilnius». Governo da República Italiana. 12 de julho de 2023. Consultado em 29 de abril de 2024 
  31. «Prime Minister Golob at the NATO summit in Vilnius with the Deputy Prime Minister and Minister of Defence». gov.si. 11 de julho de 2023. Consultado em 29 de abril de 2024 
  32. «A wartime NATO struggles to replace its chief». Politico. 5 de abril de 2023. Consultado em 29 de abril de 2024 

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