Galiza
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Comunidade autónoma | ||||
Símbolos | ||||
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Hino | Queixumes dos Pinos | |||
Lema | Hoc hic misterium fidei firmiter profitemur (traduzido do latim, significa: "Eis aqui o mistério da fé que com firmeza professamos"). Era o lema do antigo Reino da Galiza e é o lema do brasão atual da cidade de Lugo[1]. | |||
Gentílico | galegos ou galicianos (ver nome) | |||
Localização | ||||
Administração | ||||
Capital | Santiago de Compostela | |||
Presidente | Alberto Núñez Feijóo (PPdeG) | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 29 574 § km² | |||
População total (2005) | 2 762 198 ¶ hab. | |||
Densidade | 93,78 hab./km² | |||
Outras informações | ||||
Províncias | Corunha, Lugo, Ourense, Pontevedra | |||
Idioma oficial | galego e castelhano | |||
Estatuto de autonomia | 28 de Abril de 1981 | |||
ISO 3166-2 | ES-GA | |||
Congresso Senado |
25 assentos 19 assentos | |||
Sítio | Junta da Galiza | |||
§ 5,8% da área total de Espanha ¶ 6,28% da população total de Espanha |
A Galiza (em galego: Galicia ou Galiza;[ver nome] em castelhano: Galicia)[2] é uma comunidade autónoma espanhola situada no noroeste da península Ibérica, onde antigamente se situou a Galécia e o Reino da Galiza (409–1833).
A Galiza tinha cerca de 2,78 milhões de habitantes em 2008, com uma densidade demográfica maior na faixa entre a Corunha e Vigo. Santiago de Compostela é a capital politica, com um estatuto especial, dentro da província da Corunha. Tem hoje o estatuto de nacionalidade histórica[3].
É formada pelas províncias da Corunha, Lugo, Ourense e Pontevedra. Geograficamente, limita-se ao norte com o mar Cantábrico, ao sul com Portugal (Minho e Trás-os-Montes), a oeste com o oceano Atlântico e a leste com o Principado das Astúrias e Castela e Leão (províncias de Zamora e de Leão).
À Galiza pertencem o arquipélago das ilhas Cíes, o arquipélago de Ons e o arquipélago de Sálvora, assim como outras ilhas, como Cortegada, Arousa, as Sisargas ou as Malveiras.
Ali se situa um dos mais importantes santuários católicos do Ocidente: a Catedral de Santiago de Compostela.
O hino da Galiza, Os Pinos, elaborado por Eduardo Pondal, refere-se à Galiza como a nação de Breogão, herói celta.
Topônimo
Em galego, o nome oficial é Galiza ou Galicia, esta última forma considerada maioritária e preferente pela Real Academia Galega e também usada em castelhano. A Real Academia Galega e o Instituto da Língua Galega admitiram Galiza e Galicia na sua normativa de concórdia do verão de 2003. A Associação Galega da Língua, pertencente ao movimento reintegracionista, admite apenas Galiza.
No Brasil, algumas obras utilizam o termo "Galícia", inclusive dicionários e enciclopédias tais como o Minidicionário Antônio Olinto,[4] o Minidicionário Soares Amora,[5] o Minidicionário Sacconi,[6] o Dicionário Silveira Bueno,[7] a Grande Enciclopédia Larousse Cultural,[8] a Enciclopédia Geográfica Universal[9] e o Dicionário Houaiss, de Antônio Houaiss. Este último utiliza tanto "Galiza" como "Galícia" no seu verbete sobre o gentílico "galiciano", não o citando, porém, no verbete "galego", em que aparece apenas a forma "Galiza".
Todavia, obras como o Dicionário de Questões Vernáculas, de Napoleão Mendes de Almeida ou "A imprensa e o caos na ortografia", de Marcos de Castro, afirmam, com veemência, a condição de barbarismo que representaria o uso do termo Galícia em detrimento do português "Galiza". Outras obras, como o "Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa", de José Pedro Machado, nem mesmo registram o referido termo, cujo uso, segundo alguns autores, teria sido disseminado no Brasil como adaptação do topônimo mais comum na Galiza, Galicia, por uma possível influência dos numerosos imigrantes galegos que chegaram ao país.[10]
História
Pré-história
Devido ao caráter ácido do solo galego, é incomum a conservação de restos orgânicos e inorgânicos.[carece de fontes] Todavia, na caverna Eirós foram preservados restos de animais e líticos dos neandertais até o médio Paleolítico, graças a seu ambiente básico. Também existem outras reservas do Médio Paleolítico no Baixo Minho e na depressão de Ourense.
Cultura megalítica
A primeira grande cultura claramente identificada se caracterizava por sua capacidade construtora e arquitetônica, junto com seu sentido religioso, fundamentado no culto aos mortos como mediadores entre o homem e os deuses.
Diz-se que a sociedade estava organizada num tipo de estrutura de clãs. Da época do megalítico depõe milhares de túmulos[11] estendidos por todo o território, em seu interior estes túmulos escondiam uma câmara funerária de dimensões maiores ou menores, edificada com brames de pedra, conhecidas como dólmen.
Cultura céltica castreja
Corresponde ao período de tempo desde a chegada dos celtas e seu assentamento até à fortificação nos seus castros. Floresceu na segunda metade da Idade do Ferro, resultado da fusão com a cultura da Idade do Bronze e outros contributos posteriores, coexistindo em parte com a época romana. Os celtas trouxeram novas variedades de gado, o cavalo domesticado e provavelmente o centeio.
O primeiro povo celta que invade Galiza é o dos Sefes, no século XI a.C.. Submeterá o Estrímnios, mas este influirá no primeiro sobretudo no terreno da religião, da organização política e das relações marítimas com Bretanha e Inglaterra.[carece de fontes] Segundo Estrabão, a topografia predominantemente montanhosa da Galiza fez com que os galaicos fossem o povo mais difícil de vencer da penínsual ibérica e se tivessem derrotado grande parte dos povos da Lusitânia.[12] É preciso dizer que a província romana dos galaicos, a Galécia (em latim: Gallaecia ou Callaecia), ainda não estava constituída política e administrativamente.
Os castros são recintos fortificados de forma circular, providos de um ou vários muros concêntricos, precedidos geralmente do seu correspondente fosso e situados, os mais deles, na cimeira de colina e montanhas. Entre os castros de tipo costeiro, destacam-se os de Fazouro, Santa Trega, Baroña e O Neixón. No interior, podem mencionar-se os de Castromao e Viladonga. Comum a todos eles é o facto de que o homem se adapta ao terreno e não ao contrário.
Da Idade Antiga ao século XIX
Século XIX
Até o século XIX, a Galiza estava dividida em sete províncias: Mondoñedo, Lugo, Ourense, Tui, Santiago, Corunha e Betanzos. Desde essa época, as províncias foram reduzidas a apenas quatro.
Tinha órgãos de governo próprios, sendo eles, a Junta da Galiza (em galego: Xunta de Galicia) e o Parlamento Galego.
Portugal foi um destino migratório para muitos galegos, desde o tempo da reconquista.[13]
Política
Número de deputados no Parlamento da Galiza, em 2012:
- Partido Popular da Galiza (PPdeG): 41 deputados
- Partido Socialista da Galiza-Partido Socialista Operário Espanhol (PSdeG-PSOE): 18 deputados
- Alternativa Galega de Esquerdas (EU-Anova): 9 deputados
- Bloco Nacionalista Galego (BNG): 7 deputados
Número de votos das forças políticas com representação parlamentar nas eleições (21 de outubro 2012):
- Partido Popular da Galiza (PPdeG): 661 281
- Partido Socialista da Galiza-Partido Socialista Operário Espanhol (PSdeG-PSOE): 297 584
- Alternativa Galega de Esquerdas (EU-Anova): 200 828
- Bloco Nacionalista Galego (BNG): 146 027
Nacionalidade galega
Atualmente, o Estatuto de Autonomia de Galiza define a Galiza como "nacionalidade histórica".
A "Defesa da Nacionalidade" foi assinada em público (Pacto de Governo), após o acordo de coligação.
Geografia
A Galiza divide-se em quatro províncias: Corunha, Lugo, Ourense e Pontevedra. A sua capital é a cidade de Santiago de Compostela, na província da Corunha.
Além da divisão provincial, a Galiza também subdivide-se em comarcas e concelhos (ver comarcas da Galiza e concelhos da Galiza)
As cidades mais populosas são: Vigo (293 000 habitantes), Corunha (246 000), Ourense (107 000), Lugo (93 000), Santiago de Compostela (93 000), Pontevedra (83 000) e Ferrol (71 000). Área: 29 575 km². População aproximada: 2,76. A densidade total da população é 93,8 habitantes por quilômetro quadrado.
Cultura
Língua
A língua galega é a língua própria da Galiza, e assim foi reconhecida legalmente no seu Estatuto de Autonomia, tornando-se uma das suas línguas oficiais. A outra língua oficial é o castelhano. Além disso, em várias comarcas de Leão e Astúrias, que limitam com o oriente da Galiza, comarcas, separadas da Galiza administrativa no século XVIII, fala-se também galego. Estas comarcas são reivindicadas por uma parte do nacionalismo galego como pertencente à nação galega.
Disputa linguística
Não existe consenso quanto à relação entre a língua galega e a língua portuguesa. A postura oficial na Galiza afirma a total distinção entre ambas línguas, não havendo nenhuma menção desta semelhança no Estatuto autonômico, o qual prevê apenas a Real Academia Galega como competente para determinar a normativa da "língua própria" da Galiza. Porém, no atual acordo ortográfico (2003) é feita uma referência ao português[14] como critério utilizado à hora de elaborar a norma.
Apesar da aparente apatia do governo local até 2014, quando aprovou a "Lei 1/2014 para o aproveitamento da língua portuguesa e vínculos com a lusofonia"[15], existe, na Galiza, um movimento reintegracionista que defende a tese de que a língua portuguesa e o galego nunca se separaram realmente, sendo variantes ou dialetos da mesma língua, tal como o português de Portugal e o português brasileiro. Denominam, à variante da Galiza, galego, galego-português, portugalego ou português da Galiza. Em 2008 foi constituida a Academia Galega da Língua Portuguesa[16].
Internet
O domínio de internet proposto para a língua e cultura galegas é o ".gal". A proposta foi aprovada en Junho de 2013 pela Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números. O novo domínio será utilizado para websites com conteúdo majoritário em idioma galego, tal como está determinado nas normas da "Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números"[17].
Clubes de futebol
Salientam-se as equipas que jogaram na Primeira Divisão, especialmente o Real Club Deportivo de La Coruña, única equipa galega que possui títulos oficiais de importância: foi campeã do Campeonato Espanhol de Futebol (ano 2000) e campeã da Copa do Rei da Espanha por duas vezes, em 1995 e 2002, além de ganhar 3 títulos de Supercopa da Espanha nas únicas 3 vezes que a disputou.
Outras equipas são: Real Club Celta de Vigo, o Club Deportivo Lugo, a Sociedad Deportiva Compostela, o Pontevedra Fútbol Club e o Racing Club de Ferrol.
Referências
- ↑ PAUL. Hoc hic misterium.... Disponível em http://www.visitgalicia.co.uk/?p=1383. Acesso em 9 de agosto de 2012.
- ↑ «Significado de galego». auleteuol.w20.com.br. Consultado em 12 de fevereiro de 2016
- ↑ «Estatuto de Autonomia de Galicia. Artigo 1: «Galiza, nacionalidade histórica, se constitui numa Comunidade Autônoma para acessar a seu autogoverno de conformidade com a Constituição Espanhola e com o presente Estatuto, que é sua norma institucional básica».»
- ↑ Minidicionário Antônio Olinto da Língua Portuguesa, 2.ª ed. São Paulo, Moderna, 2001
- ↑ Minidicionário Soares Amora da Língua Portuguesa, 17.ª ed. São Paulo, Saraiva, 2003.
- ↑ Minidicionário Sacconi da Língua Portuguesa, 2.ª ed. São Paulo, Educacional, 2007
- ↑ Dicionário Global Escolar Silveira Bueno da Língua Portuguesa, 2.ª ed. São Paulo, Global, 2007
- ↑ Grande Enciclopédia Larousse Cultural. São Paulo, Nova Cultural, 1998.
- ↑ Enciclopédia Geográfica Universal. São Paulo, Globo, 1996.
- ↑ Chacon, Vamireh. A grande Ibéria: convergências e divergências de uma tendência. UNESP, 2005. http://books.google.com/books?id=ObWmJKzsJWMC&dq=galicia+espanha&lr=lang_pt&num=100&as_brr=0&ei=aqqYSOeiNoj2jgHuy8DHCg
- ↑ «www.ctv.es. As origens do assentamento humano, pág. 23.» (PDF)
- ↑ Estrabão, Geografia, Livro III, Capítulo 3, 2 [fr] [en] [en]
- ↑ «Imigração de galegos no Norte de Portugal (1500-1900)» (PDF)
- ↑ pg6. ponto4(...) nomeadamente no referido aos ámbitos científico e técnico, o português será considerado recurso fundamental (...) in http://www.xunta.es/linguagalega/arquivos/normasrag.pdf
- ↑ http://www.xunta.es/dog/Publicados/2014/20140408/AnuncioC3B0-310314-0001_gl.html
- ↑ http://academiagalega.org/
- ↑ http://www.puntogal.org/
Ver também
Ligações externas
- «Junta da Galiza»
- «Parlamento Autónomo da Galiza»
- «Site oficial sobre o turismo da Galiza»
- «Delegação do Governo na Galiza»