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Emílio Garrastazu Médici: diferenças entre revisões

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Revisão das 11h04min de 1 de abril de 2014

Emílio Garrastazu Médici Exército Brasileiro
Emílio Garrastazu Médici
28Presidente do Brasil
Período 30 de outubro de 1969
a 15 de março de 1974
Vice-presidente Almirante Augusto Rademaker
Antecessor(a) Junta Governativa Provisória de 1969
Sucessor(a) Ernesto Geisel
Comandante da AMAN
Período 4 de março de 1964
a 8 de março de 1965
Antecessor(a) Pedro Geraldo de Almeida
Sucessor(a) Alfredo Souto Malan
Dados pessoais
Nascimento 4 de dezembro de 1905
Bagé, Rio Grande do Sul Rio Grande do Sul
Morte 9 de outubro de 1985 (79 anos)
Rio de Janeiro, RJ Rio de Janeiro
Partido ARENA
Profissão Militar
Serviço militar
Serviço/ramo Exército Brasileiro
Anos de serviço 1927-1969
Graduação General de Exército

Emílio Garrastazu Médici GColTEGColSE (Bagé, 4 de dezembro de 1905Rio de Janeiro, 9 de outubro de 1985) foi um militar e político brasileiro. Foi Presidente do Brasil entre 30 de outubro de 1969 e 15 de março de 1974, durante o Regime militar.[1] Obteve a patente de General-de-Exército. Seu período na presidência ficou conhecido historicamente como Anos de Chumbo.[2]

Biografia

Emílio Garrastazu Médici era filho do imigrante italiano Emílio Médici e da uruguaia de origem basca Júlia Garrastazu. Foi casado com Scila Médici e pai de Sérgio Nogueira Médici (um agropecuarista, falecido em maio de 2008[3]) e Roberto Nogueira Médici (um engenheiro e professor universitário[4]). Ambos nasceram em Bagé, no Rio Grande do Sul, e foram Comendadores (20 de Julho de 1972) e Grandes-Oficiais (26 de Julho de 1973) da Ordem Militar de Cristo.[5]

Estudou no Colégio Militar de Porto Alegre. Formou-se oficial na Escola Militar de Realengo (1924-1927). Foi a favor da Revolução de 30 e contra a posse de João Goulart em 1961.

Em abril de 1964, por ocasião do Golpe Militar de 1964, Médici era o comandante da Academia Militar de Agulhas Negras. Posteriormente foi nomeado adido militar nos Estados Unidos e, em 1967, sucedeu a Golbery do Couto e Silva na chefia do Serviço Nacional de Informações (SNI). No SNI, permaneceu por dois anos e apoiou o AI-5 em 1968. Em 1969 foi nomeado comandante do III Exército, com sede em Porto Alegre.

Com o afastamento definitivo do presidente Costa e Silva, assumiu a presidência da república uma junta militar por um período de um mês, a qual fez uma consulta a todos os generais do exército brasileiro, que escolheram Médici como novo presidente da república.

Mandato como presidente

Médici exigiu que, para sua posse na presidência, o Congresso Nacional fosse reaberto, e assim foi feito. Em 25 de outubro de 1969, Emílio Garrastazu Médici foi eleito presidente da república por uma sessão conjunta do Congresso Nacional, obtendo 293 votos, havendo 75 abstenções. Tomou posse no dia 30 de Outubro de 1969, prometendo reestabelecer a democracia até o final da sua gestão. A guerrilha urbana e rural foi derrotada durante sua gestão, permitindo que seu sucessor Ernesto Geisel iniciasse a abertura política. As denúncias de tortura, morte e desaparecimentos de presos políticos que ocorreram na década de 1970 provocaram embaraço para o governo brasileiro no cenário internacional. O governo atribuiu as críticas a uma campanha da esquerda comunista contra o Brasil.

Médici com o presidente dos Estados Unidos Richard Nixon, em dezembro de 1971.

No campo político, o governo Médici foi responsável pela eliminação das guerrilhas comunistas rurais e urbanas. Ancorada pelo Ato Institucional nº 5, de dezembro de 1968,a repressão às manifestações populares e às guerrilhas foi bastante pesada. O guerrilheiro Carlos Marighella, por exemplo, foi assassinado no governo Médici.

Médici, ao contrário dos presidentes anteriores (Castelo Branco e Costa e Silva) e de seu sucessor Geisel, não cassou mandato eleitoral de nenhum político, conforme Delfim Neto, seu ministro da Fazenda, declarou à revista Isto É:

Nas duas eleições ocorridas durante seu governo, a Arena, partido de sustentação do regime militar, saiu amplamente vitoriosa, fazendo, em 1970, 19 senadores contra 3 do MDB, e, em 1972, elegendo quase todos os prefeitos e vereadores do Brasil.

Os três ministros mais importantes de seu governo, e que tinham grande autonomia, eram Delfim Neto, que comandava a economia, João Leitão de Abreu, como coordenador político, e Orlando Geisel, que comandava o combate à subversão.

O seu governo também ficou marcado por um excepcional crescimento econômico que ficou conhecido como o milagre brasileiro. Houve um grande crescimento da classe pobre e da classe média. Cresceu muito o consumo de bens duráveis e a produção de automóveis, tornando-se comum, nas residências, o televisor e a geladeira. Em 1972 passou a funcionar a televisão a cores no Brasil.

Pelo menos dois fatos fizeram de Médici um dos mais incomuns presidentes do regime militar inaugurado em 1964: a utilização maciça de propaganda, com gasto de milhões de cruzeiros, associando patriotismo com apoio ao regime militar, como por exemplo, a criação do slogan "Brasil, ame-o ou deixe-o",[7] e o fato de ter feito o senador, ex-participante da Coluna Prestes e ex-chefe de Polícia do Rio de Janeiro durante o Estado Novo e a era Vargas, Filinto Müller, presidente do Congresso Nacional e da Arena.

Foi o período durante o qual o país viveu o chamado "Milagre Brasileiro": crescimento econômico recorde, inflação baixa e projetos desenvolvimentistas como o Plano de Integração Nacional (PIN), que permitiu a construção das rodovias Santarém-Cuiabá, a Perimetral Norte, a Transamazônica e a Ponte Rio-Niterói, e grandes incentivos fiscais à indústria e à agricultura foram a tônica daquele período. Assim os ministros mais famosos do governo Médici foram os da Fazenda, Delfim Netto e dos Transportes, Mário Andreazza, além de Jarbas Passarinho, por causa do Mobral. Nessa época, também foram construídas casas populares através do BNH[desambiguação necessária].No seu governo, concluiu-se o acordo com o Paraguai para construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional, à época a hidrelétrica de maior potência instalada do mundo.

No campo social, foi criado o Plano de Integração Social (PIS) e o Programa de Assistência Rural (PRORURAL), ligado ao FUNRURAL, que previa benefícios de aposentadoria e o aumento dos serviços de saúde até então concedidos aos trabalhadores rurais. Foi feita uma grande campanha de alfabetização de adultos através do MOBRAL e uma campanha para melhoria das condições de vida na Amazônia com a participação de jovens universitários chamado Projeto Rondon.[8] Esse projeto foi reativado em 19 de janeiro de 2005.

Em 1972 foi comemorado o sesquicentenário da Independência do Brasil, sendo levados para São Paulo os restos mortais do Imperador D. Pedro I. Nesse ano a 24 de Abril foi agraciado com o Grande-Colar da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e a 9 de Maio de 1973 com o Grande-Colar da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.[9]

Fim do mandato e sucessão

Ao fim de seu mandato como presidente, Medici abandonou a vida pública. Declarou-se contrário à anistia política assinada pelo presidente João Figueiredo (que havia sido chefe da Casa Militar durante seu governo) qualificando-a como "prematura".

Foi sucedido, em 15 de março de 1974, pelo general Ernesto Geisel.

Morte

Médici faleceu em 9 de outubro de 1985, aos 79 anos, na cidade do Rio de Janeiro, vítima de insuficiência renal aguda e respiratória devido a um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Foi sepultado no Cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro.

Ver também

Referências

  1. Renato Cancian. «"Milagre econômico" e a tortura oficial». UOL Educação. Consultado em 14 de outubro de 2011 
  2. «Anos de Chumbo». InfoEscola. Consultado em 22 de março de 2014 
  3. Obituário - Zero Hora
  4. Forense Universitária
  5. Ordens Honoríficas Portuguesas
  6. Marco Damiani e Ricardo Grinbaum (19 de novembro de 2003). «Os arquivos de Delfim». Revista Isto É. Consultado em 17 de junho de 2012 
  7. «História - 1969 - Emílio Garrastazu Médici». Folha de S. Paulo. Consultado em 17 de junho de 2012 
  8. Ministério da Defesa - Origens do Projeto Rondon
  9. Ordens Honoríficas Portuguesas

Bibliografia

  • KOIFMAN, Fábio (org.) - Presidentes do Brasil, Editora Rio, 2001.
  • MÉDICI, Emílio Garrastazu, O Jogo da Verdade, Departamento de Imprensa Nacional, 1970.
  • MÉDICI, Roberto Nogueira, O Depoimento Médici, Editora Mauad, 1995.
  • SCAETEZINNI, A. C., Segredos de Médici, Editora Marco Zero, 1985.
  • SILVA, Hélio, Emílio Médici 1969-1974 - 24º presidente do Brasil, Editora Três, 1983.

Ligações externas

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Precedido por
Pedro Geraldo de Almeida
Comandante da AMAN
1963 — 1964
Sucedido por
Alfredo Souto Malan
Precedido por
Junta Governativa Provisória de 1969
Brasil Presidente do Brasil
1969 — 1974
Sucedido por
Ernesto Geisel
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