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Quinxassa: diferenças entre revisões

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Revisão das 14h38min de 2 de agosto de 2016

Kinshasa
  Cidade e Província  
Avenida em Kinshasa
Avenida em Kinshasa
Avenida em Kinshasa
Símbolos
Bandeira de Kinshasa
Bandeira
Brasão de armas de Kinshasa
Brasão de armas
Apelido(s) Kin, a bela
Localização
Kinshasa está localizado em: República Democrática do Congo
Kinshasa
Localização de Kinshasa na República Democrática do Congo
Coordenadas 4° 19' 19" S 15° 19' 16" E
País  República Democrática do Congo
História
Fundação 1881
Fundador Henry Morton Stanley
Nomeado por Leopoldo II da Bélgica
Administração
Governador André Kimbuta
Características geográficas
Área total 9 965 km²
População total (2009) 10 076 099 hab.
Densidade 1 011,15 hab./km²
Altitude 240 m
Fuso horário +1
ISO 3166-2:CD CD-KN
Sítio www.kinshasa.cd

Kinshasa[1][2], Quinxassa[3][4] ou Quinxasa[5] é a capital e a maior cidade da República Democrática do Congo. Constitui uma cidade com estatuto equivalente ao das províncias. Em 2004, contava com cerca de sete milhões de habitantes.

Situa-se nas margens do rio Congo e forma uma aglomeração urbana com cerca de dez milhões de habitantes. Fundada em 1881 pelo explorador Henry Stanley com o nome de Léopoldville, em homenagem ao rei Leopoldo II da Bélgica, que financiou uma expedição de exploração do interior, não passava de um sítio pesqueiro. Tornou-se capital da então colônia do Congo Belga em 1926. Passou a chamar-se Kinshasa em 1966, tomando o nome de uma antiga povoação piscatória que existira na mesma localidade designada Kinchassa (ortografia francesa).

Kinshasa é a terceira maior cidade da África, atrás somente do Cairo (Egito) e Lagos (Nigéria); é ainda a mais populosa cidade francófona do mundo, com mais de 9,4 milhões de habitantes (2011)[6], quase cinco vezes superior a população de Paris, na França. O idioma mais utilizado é o Lingala, falado por quase metade da população (44,5%).

História

Século XVI ao XIX

Os traços de ocupação humana na África Central se remontam ao I milênio a.C. Os séculos que se antecederam a colonização europeia foram marcados pela instalação dos povos bantus na região do médio e baixo Congo, previamente ocupado exclusivamente por pigmeus. Diferentes tribos e povos formavam a nova população. Os povos, em sua maior parte, ocupavam o lado direito do rio, sendo que alguns destes, como os humbus e mfinus, ocupavam a parte esquerda. A região foi vítima do tráfico negreiro de escravos e protagonizou o comércio de marfim. Ambas atividades enriqueceram alguns povos que viviam na região.[7]

Colonização europeia

Bairro de La Gombe.

A cidade foi fundada como um posto de comércio por Henry Morton Stanley,[8] em 1881, ganahndo o nome Léopoldville em homenagem ao Rei Leopoldo II da Bélgica. O posto floresceu como o primeiro porto navegável do rio Congo a montante de Quedas de Livingstone, uma série de corredeiras que se espraia por cerca de 300 quilômetros. As mercadorias que chegavam por via marítima deveriam ser transportadas por carregadores entre Matadi, a jusante das corredeiras e já a 150 km da costa, até Léopoldville . A construção da linha ferroviária Matadi-Kinshasa em 1898, forneceu uma rota alternativa rápida e mais eficiente ao longo das corredeiras e provocou o rápido desenvolvimento de Léopoldville. Em 1920, a cidade foi elevada a capital do Congo Belga, em substituição à cidade de Boma no estuário do Congo.

Quando o Congo Belga se tornou independente da Bélgica em 1960, o holandês foi abandonado como língua oficial. Em 1965, Mobutu Sese Seko tomou o poder no Congo, em seu segundo golpe de Estado e iniciou uma política de "africanização" dos nomes das pessoas e lugares do país. Em 1966, Léopoldville foi rebatizada como Kinshasa, nome tirado de aldeia pesqueira chamada Kinchassa, que ficava perto do local. A cidade cresceu rapidamente sob Mobutu, atraindo pessoas de todo o país que vieram em busca de suas fortunas ou para fugir dos conflitos étnicos em outros lugares. Isso inevitavelmente trouxe uma mudança de composição étnica e também linguística da cidade. Embora esteja situada no território que tradicionalmente pertence ao povo Bateke Bahumbu, a língua franca em Kinshasa hoje é o lingala.

Em 1974, Kinshasa sediou a luta de boxe "Rumble in the Jungle", entre Muhammad Ali e George Foreman, em que Ali derrotou Foreman para recuperar o cinturão de peso pesado.[9]

Kinshasa sofreu muito devido aos excessos de Mobutu: a corrupção em massa, o nepotismo e a guerra civil, que levou à queda do ditador. No entanto, ainda é um grande centro cultural e intelectual para a África Central, com uma florescente comunidade de músicos e artistas. É também um importante centro industrial do país, onde se processam muitos dos produtos naturais trazidos do interior. Recentemente, a cidade sofreu com tumultos e teve problemas para afastar os soldados que protestavam contra a incapacidade do governo de pagar seus salários.

Kinshasa sofreu cedo uma infecção do vírus HIV-1 (1959), a partir da qual, o vírus foi identificado na amostra de sangue preservado de um homem local.[10]

Geografia

Universidade de Kinshasa.

Kinshasa é uma cidade de muitos contrastes, grandes ricas áreas comerciais, apartamentos de luxo e três universidades, coexistem lado a lado com complexos de favelas.

Este é o único ponto do mundo em que duas capitais nacionais são conurbadas e separadas somente por um rio. Kinshasa encontra-se na margem sul do Congo e Brazzaville na margem oposta.

Este rio é o segundo maior do continente em extensão — perdendo apenas para o Nilo — e maior em volume de água; dada sua boa navegabilidade é bastante usado como hidrovia. O rio é uma importante fonte de energia hidrelétrica e, a jusante do Kinshasa tem o potencial para gerar energia equivalente ao uso de cerca de metade da população africana.[11]

Clima

Sob a classificação climática de Köppen, Kinshasa tem um clima tropical úmido e seco. Possui uma longa temporada de chuvas que vai de outubro a maio e uma estação relativamente curto de seca que se estende entre junho e setembro. Devido ao fato de que Kinshasa ficar ao sul da linha do equador, a sua estação seca começa em torno de seu "inverno", que é em junho. Isso está em contraste com cidades africanas mais ao norte que caracterizam este clima onde a estação seca geralmente começa em torno de janeiro. A estação seca de Kinshasa é um pouco mais fria do que a sua estação chuvosa, embora as temperaturas permanecem relativamente constantes ao longo do ano.[12]

Demografia

Em 1945, como capital do Congo Belga, Leopoldville tinha cerca de 100 000 habitantes. Após a independência do país, em 1960, a população aumentou para cerca de 400 000 habitantes, transformando-se na principal cidade da África Central. Quinze anos mais tarde, depois que a cidade foi rebatizada como Kinshasa, em 1966, sua população havia alcançado um total de 2 milhões de habitantes. A cidade cresceu de forma considerável, passando de meio milhão, no final da década de 1960, para 4 787 000 habitantes em 1998. As últimas estimativas, em 2 005, divulgaram uma população de 7 500 000 habitantes.

Segunda estimativas, a população pode superar os 10 milhões de habitantes em 2015, colocando-a entre as 30 maiores cidades do mundo. Segundo o Banco Mundial, o número de empregos cresceu de forma desigual, comparando com outras grandes cidades da África, com 95% de crescimento na ocupação remunerada, contra 45% em Freetown e Ouagadougou.

Conforme um estudo da Rede de Educadores de Crianças e Jovens da Rua (Réseaux des éducateurs des enfants et jeunes de la rue, REEJER) elaborado em 2006, 13 877 crianças viviam e trabalhavam nas ruas de Kinshasa, principalmente nas comunas de Masina, Kimbanseke e Limete.

Criminalidade

Em 2004, Kinshasa foi classificada como uma das cidades mais violentas da África, se tratando de criminalidade. Desde a Segunda Guerra do Congo, a cidade tem feito esforços para o combate da violência urbana. Assaltos, roubos, estupros, seqüestros e violência entre gangues de favelas e periferias são relativamente comuns.[13] A taxa de homicídios de Kinshasa é uma das mais altas do mundo, com 112 homicídios por 100.000 habitantes.[14]

Administração

Kinshasa é tanto uma cidade (ville, em francês) quanto uma província (province em francês), uma das vinte e seis províncias da República Democrática do Congo. O seu estatuto, é pois, semelhante a Paris, que é ao mesmo tempo uma cidade e um dos cem departamentos da França.

Divisões administrativas

A cidade-município (ville-province) de Kinshasa está dividida em vinte e quatro comunas.[15] O centro comercial e administrativo de Kinshasa é a comuna de La Gombe. A comuna de Kinshasa deu o seu nome à cidade toda, mas não é nem o comercial nem o centro administrativo da metrópole.

No quadro abaixo temos as vinte e quatro comunas da cidade-província de Kinshasa e suas respectivas áreas e populações em 2004, segundo o Institut National de la Statistique (Instituto Nacional de Estatística) — INS — da República Democrática do Congo.

Comuna Área (km²) População (2004) Densidade (hab/km²)
Bandalungwa 6,82 202,341 29,669
Barumbu 4,72 150.319 31.847
Bumbu 5,3 329.234 62.120
La Gombe 29,33 32.373 1.104
Kalamu 6,64 315.342 47.491
Kasa-Vubu 5,05 157.320 31.152
Kimbanseke 237,78 946.372 3.980
Kinshasa 2,87 164.857 57.441
Kintambo 2,72 106.772 39.254
Kisenso 16,6 386.151 23.262
Lemba 23,70 349.838 14.761
Limete 67,6 375.726 5.558
Lingwala 2,88 94.635 32.859
Makala 5,6 253.844 45.329
Maluku 7.948,8 179.648 23
Masina 69,93 485.167 6.938
Matete 4,88 268.781 55.078
Mont Ngafula 358,92 261.004 727
Ndjili 11,4 442.138 38.784
Ngaba 4,0 180.650 45.163
Ngaliema 224,3 683.135 3.046
Ngiri-Ngiri 3,4 174.843 51.424
Nsele 898,79 140.929 157
Selembao 23,18 335.581 14.477
Cidade-Província de Kinshasa 9.965,21 7.017.000 704

Mapa de Kinshasa

Abreviações : Kal. (Kalamu), Kin. (Kinshasa), K.-V. (Kasa-Vubu), Ling. (Lingwala), Ng.-Ng. (Ngiri-Ngiri)

Edifícios e instituições

Entre as grandes áreas da cidade incluem a Cité de l'OUA, onde situa-se o Governo da República Democrática do Congo, a Comuna de Matonge, conhecida regionalmente por sua vida noturna,[16] L'ONATRA, o impressionante edifício do Ministério dos Transportes e o residencial Area of Gombe.

Em sua linha de edifícios destacam-se o SOZACOM Building e o Hotel Memling, o Mercado Central, o Kinshasa Museum e a Kinshasa Fine Arts Academy. A cidade ainda recebe o estádio nacional, o Stade des Martyrs (Estádio dos Mártires).[17]

Educação

Kinshasa dispõe de vários centros de ensino superior, com cursos que vão desde a Medicina à Engenharia Civil e Direito. Abrange três grandes universidades e uma escola de arte:

Cidades-Irmãs

As seguintes cidades estão geminadas com Kinshasa:

Referências

  1. «No Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, Carlos Rocha afirma: "É mesmo Kinshasa a forma consagrada (ver Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Porto Editora)."» 
  2. «Embaixada do Brasil em Kinshasa» 
  3. Serviço das Publicações da União Europeia. «Anexo A5: Lista dos Estados, territórios e moedas». Código de Redacção Interinstitucional. Consultado em 18 de janeiro de 2012 
  4. Macedo, Vítor (Primavera de 2013). «Lista de capitais do Código de Redação Interinstitucional» (PDF). Sítio web da Direcção-Geral da Tradução da Comissão Europeia no portal da União Europeia. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias (n.º 41). 15 páginas. ISSN 1830-7809. Consultado em 23 de maio de 2013 
  5. Tavares Louro, A. (11 de março de 2005). «Sobre os adjetivos pátrios». Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Consultado em 19 de janeiro de 2012 
  6. http://world-gazetteer.com/wg.php?x=1&men=gcis&lng=en&des=gamelan&geo=-46&col=abcdefghinoq&msz=1500&geo=-857
  7. Vie matérielle, échanges et capitalisme sur la rive méridionale du Pool du fleuve Congo (1815-1930), Première partie : Les structures du quotidien et les jeux de l’échange sur la rive méridionale du Pool Malebo (1815-1881)
  8. Negassa, Semhar. «Kinshasa, Congo (1881-- )» (em inglês). Consultado em 25 de fevereiro de 2012 
  9. «Thirty Years Ago: Ali And Foreman Rumbled In The Jungle» (em inglês). Consultado em 25 de fevereiro de 2012 
  10. McNeil Jr, Donald G. «Chimp to Human to History Books: The Circuitous Path of AIDS». The New York Times 
  11. Wachter, Sarah J. (19 de Junho de 2007). «Giant dam projects aim to transform African power supplies». New York Times. Consultado em 25 de fevereiro de 2012 
  12. «BBC Weather : Kinshasa». BBC. Consultado em 25 de fevereiro de 2012 
  13. «Democratic Republic of the Congo (Kinshasa)». United States Department of State. Consultado em 3 de fevereiro de 2014 
  14. Baker, Bruce. «Nonstate Policing: Expanding the Scope for Tackling Africa's Urban Violence» (PDF). Africa Security Brief. Consultado em 3 de fevereiro de 2014  line feed character character in |titulo= at position 39 (ajuda)
  15. Géographie de Kinshasa, Ville de Kinshasa website.
  16. «About Kinshasa» (em inglês). Consultado em 25 de fevereiro de 2012 
  17. «Stade des Martyrs de la Pentecôte». Consultado em 25 de fevereiro de 2012 
  18. «Cefacongo.org». Cefacongo.org. Consultado em 25 de fevereiro de 2012 
  19. «Brazzaville». Consultado em 25 de fevereiro de 2012