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Francisco de Marco

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Chico Vidraceiro
Nome Francisco de Marco
Nacionalidade(s) brasileira
Apelido(s) Chico Vidraceiro
Monstro de Rio Claro
Vampiro de Rio Claro
Ocupação vidraceiro
Crime(s) estupro
emasculação
homicídio
Condenação(ões) 120 anos de prisão
Assassinatos
Período em atividade 1953 – 1984
Localização Rio Claro e Marília, São Paulo
Ponte Nova, Minas Gerais
País Brasil
Alvo(s) crianças
Vítimas fatais 7
Armas mãos
Preso em 19 de junho de 1984

Francisco de Marco, também apelidado como o Chico Vidraceiro e o Monstro de Rio Claro foi um serial killer e pedófilo brasileiro responsável pela morte de sete crianças no interior dos Estados de São Paulo e Minas Gerais, nas décadas de 1950 e 1980.

Considerado pela vizinhança como um homem humilde e pacato, Francisco foi um criminoso sexual convicto, cumprindo três penas de prisão por seus atos.

Biografia

Crimes

Pouco se sabe sobre sua juventude e seus primeiros crimes. Porém, acredita-se que tenham sido cometidos em 1.º de março de 1953, na cidade de Marília, no Estado de São Paulo. Francisco de Marco assassinou a filha de um vizinho, a menina Iracema Rubino dos Santos, de sete anos, por estupro e asfixia.[1]

Na ocasião, Francisco tinha em torno de 31 anos, era casado e pai de três filhos.[2]

Por este crime, foi julgado a 20 anos de prisão, cumprindo-os na Cadeia Pública de Marília com registro de bom comportamento. Contudo, Francisco de Marco fugiu após quatro anos de prisão.[1]

Em 1961, Francisco foi responsável pela morte de duas crianças na cidade de Ponte Nova, no estado de Minas Gerais. A primeira foi uma menina de 14 anos. A segunda foi um menino de 12 anos (ou 15 anos, a depender das fontes), morto a tiros.[1] Esta vítima seria o garoto Antonio Carlos Fernandes, que testemunhou o crime cometido contra a garota e, por isso, foi ameaçado de morte por Francisco[3] (o qual efetivou o crime dias depois, após cometer também violência sexual).

Estes crimes renderam a Francisco mais 30 anos de prisão, os quais foram cumpridos em várias cadeias do Estado de São Paulo. Já em 1981, quando estava preso na Casa de Detenção de São Paulo, recebeu o benefício de albergue familiar.[1]

Francisco se instalou em Rio Claro onde possuía familiares. Logo, em 22 de outubro de 1982, matou e emasculou o menino Alberto Antônio Antonelli, de 11 anos, que trabalhava como engraxate. Seu corpo foi abandonado no Horto Florestal de Rio Claro.

Nos meses seguintes, vitimou o engraxate José Nogueira Neto (9 anos), Maria Márcia de Lima Carvalho (9 anos) e Moacir da Silva (11 anos), que foram abandonados em canaviais na cidade.[1]

O modus operandi de Francisco de Marco consistia em oferecer doces e balas para as crianças e, em seguida, convidá-las para colher frutas em uma chácara.[4] Após a violência sexual, cometia asfixia das vítimas e emasculação dos meninos.

Prisão e julgamento

Em maio de 1984, o caso recebe atenção dos noticiários.[5] Assim, antigos policiais da cidade de Marília (onde Francisco de Marco cumpriu sua primeira pena) associaram os novos casos ao crime brutal lá cometido em 1953. Isso acelerou a investigação e levou Francisco à prisão novamente, em junho de 1984.[6]

Aos 66 anos, Francisco foi preso, sem apresentar resistência, pelo estupro, morte e mutilação de quatro crianças na cidade de Rio Claro.[6] Em sua casa, foram encontradas a escova de engraxate da primeira vítima na cidade e tubos de PVC utilizados para seviciar os meninos, e deixados junto aos seus cadáveres.[1]

Indagado sobre o porquê dos crimes, Francisco de Marco responde:

"Às vezes perco o juízo e saio por aí, atrás de crianças."[6]

O julgamento foi realizado em 31 de outubro de 1984,[7] resultando em uma pena de 70 anos de prisão.[8]

Vítimas confirmadas

  • Iracema Rubino dos Santos (7 anos);
  • menina (14 anos);
  • Antonio Carlos Fernandes (12 ou 15 anos);
  • Alberto Antônio Antonelli (11 anos);
  • José Nogueira Neto (9 anos);
  • Maria Márcia de Lima Carvalho (9 anos);
  • Moacir da Silva (11 anos).

Ver também

Referências

  1. a b c d e f «Com 66 anos, estuprou e assassinou crianças». Republicado por Hemeroteca Digital Brasileira. A Tribuna (n.88): 14. 22 de junho de 1984. Consultado em 30 de setembro de 2022 
  2. «É pai de três crianças o tarado de São Paulo». Republicado por Hemeroteca Digital Brasileira. Diário Carioca (n.7661): p.8. 30 de junho de 1953. Consultado em 30 de junho de 2022 
  3. «Tarado estuprou e matou duas meninas e um menino». Republicado por Hemeroteca Digital Brasileira. Diário da Noite (SP)Ta (n.11195): p.24. 25 de julho de 1961. Consultado em 30 de setembro de 2022 
  4. «Estuprador de crianças é levado de Rio Claro para não ser linchado». Republicado por Hemeroteca Digital Brasileira. Jornal do Brasil (n.75): p.14. 22 de junho de 1984. Consultado em 30 de setembro de 2022 
  5. Ferreira, Durval (23 de junho de 1984). «Um vampiro aterroriza São Paulo». Republicado por Hemeroteca Digital Brasileira. Manchete (n.1679): p.30. Consultado em 30 de setembro de 2022 
  6. a b c Ferreira, Durval (7 de julho de 1984). «Preso o vampiro de Rio Claro». Republicado por Hemeroteca Digital Brasileira. Manchete (n.1681): p.105. Consultado em 30 de setembro de 2022 
  7. «'Monstro de Rio Claro' vai hoje a julgamento». Republicado pela Hemeroteca Digital Brasileira. A Tribuna (n.291): p.13. 31 de outubro de 1984. Consultado em 30 de setembro de 2022 
  8. ALCÂNTARA, Fabiano (18 de dezembro de 1997). «Mães reconhecem ossadas de crianças». Folha de São Paulo. Consultado em 30 de setembro de 2022