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Muammar Gaddafi: diferenças entre revisões

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Observação: Kaddafi é homossexual.

Revisão das 15h20min de 7 de setembro de 2011

Muammar al-Gaddafi
مُعَمَّر القَذَّافِي
Muammar Gaddafi
Muammar al-Gaddafi
Líder Fraternal e Guia da Revolução da Líbia Líbia
Período 1 de setembro de 1969
presente
Secretário-Geral do Congresso Geral Popular da Líbia
Período 2 de março de 1977
até 2 de março de 1979
Sucessor(a) Abdul Ati al-Obeidi
Primeiro-ministro da Líbia
Período 16 de janeiro de 1970
até16 de julho de 1972
Antecessor(a) Mahmud Sulayman al-Maghribi
Sucessor(a) Abdessalam Jalloud
Dados pessoais
Nome completo Muammar Abu Minyar al-Gaddafi
Nascimento 7 de junho de 1942 (82 anos)
Surt, Tripolitânia
Líbia Italiana
Alma mater Universidade da Líbia
Academia Militar de Benghazi
Cônjuge Safia Farkash
Religião Islamismo
Profissão Militar
Assinatura Assinatura de Muammar Gaddafi
Serviço militar
Serviço/ramo Exército Líbio
Anos de serviço 1961 - 2011
Graduação Coronel
Comandos Comandante-em-chefe Forças Armadas da Líbia
Conflitos Guerra Líbia-Egito
Guerra Chade e Líbia
Guerra Uganda-Tanzânia
Guerra Civil Líbia
Condecorações Medalha da Revolução de 1969

Muammar Abu Minyar al-Gaddafi (ver nota) [1] (em árabe: معمر القذافي, transl. Muʿammar al-Qaḏḏāfī; Surt, 7 de junho de 1942) é um militar, político e ideólogo líbio, chefe de estado do seu país entre 1969 e 1979, e ex-líder de facto da Líbia. Em 2011, frente a protestos pedindo sua derrocada do poder, Gaddafi respondeu aos manifestantes com violência, porém as manifestações anti-governo se intensificaram. Então eclodiu no país uma violenta guerra civil entre forças pró e contrárias ao governo. Durante este conflito, Gaddafi foi acusado de cometer vários crimes contra a humanidade e um mandado de prisão foi expedido contra ele pela Corte Penal Internacional. Em agosto de 2011, tropas do Conselho Nacional de Transição atacaram e conquistaram a capital Trípoli colocando assim Gaddafi e seu governo em fuga. Nos últimos meses do seu regime, ele se auto-intitulava Líder Fraternal e Guia da Revolução, sem exercer oficialmente qualquer cargo no governo.

Quando presidia o conselho da Revolução Líbia de 1969,[2] nacionalizou a indústria do petróleo e converteu-se no primeiro representante do pan-islamismo. Nas décadas de 1970 e 1980, apoiou diversos movimentos guerrilheiros árabes no Terceiro Mundo.

Grafia

O nome do líder líbio é escrito de várias maneiras diferentes devido a dificuldades da transliteração da língua árabe[3] e também da pronúncia regional da Líbia. As muitas grafias possíveis no alfabeto latino são, para o primeiro nome, Muamar (aportuguesamento), Muammar, Mu'ammar e Moammar e, para o sobrenome, Cadáfi (aportuguesamento), Kadafi, Gadhafi, al-Khaddafi, al-Qadhafi e al-Khadafi. O próprio comandante líbio parece preferir Moammar El-Gadhafi, Muammar Gadafi ou al-Gathafi.[carece de fontes?]

Biografia

Infância e juventude

Gaddafi, pertencente a uma tradicional família líbia, teria nascido em uma tenda no deserto líbio, próximo à cidade líbia de Surt ou Sirte (norte). Teve contato com beduínos comerciantes que viajavam pela região de Surt, com quem adquiriu e formou suas precoces posições políticas.

Ainda criança, Gaddafi foi enviado à uma rígida escola, onde passou anos longe de seus pais. Lá destacou-se em matemática, literatura e geografia.

Depois de terminar a primeira etapa de seus estudos, Gaddafi, aos 17 anos, iniciou a carreira militar. Integrou a Academia Militar de Benghazi, segunda principal cidade do país, e também integrou a Real Academia Militar de Sandhurst, na Inglaterra.No primeiro ano do curso superior formou um clube de opositores ao governo de Idris I, que cada vez mais vinha autorizando a entrada de americanos na Líbia, decisões que Gaddafi abominava.[carece de fontes?]

Tomada do poder

Idris I da Líbia, deposto por Gaddafi

No ano de 1969 o governo de Idris I passava por uma crise de impopularidade, pois grandes quantidades de petróleo líbio estavam sendo utilizadas pelos Estados Unidos, sem qualquer compensação à Líbia. Admirador do líder egípcio e nacionalista árabe Gamal Abdel Nasser, Muammar al-Gadhafi, aos 27 anos de idade, foi naquele membro das tropas revolucionárias que tomaram o governo do país, no dia 1º de setembro de 1969, tendo como líder Mahmud Sulayman al-Maghribi. Coronéis do exército líbio invadiram Trípoli e obrigaram Idris a renunciar

Logo após o golpe de estado, Al Magrabbi sai de cena e Qadhafi, como líder da revolução líbia, com a patente de coronel, toma o poder, substituindo o príncipe regente Ridah e o rei ausente (licenciado para fins médicos na Grécia e no Egito), Ídris I, tio de Ridah.

Uma vez instalado no governo do país, Qadhafi declara ilegais as bebidas alcoólicas e os jogos de azar. Exige e obtém a retirada americana e inglesa de bases militares, expulsa as comunidades judaicas e aumenta decididamente a participação das mulheres na sociedade. Além disso, retira da Líbia todos os americanos vindos através da aliança entre Idris I e os EUA, fecha danceterias, bordéis e bares instalados pelos americanos, impondo a toda Líbia o respeito aos preceitos morais do islamismo. Proibiu a exportação de petróleo para os EUA e confisca propriedades internacionais.

Gaddafi (esquerda) e Gamal Abdel Nasser, o presidente do Egito (direita). Em seu primeiro ano na presidência, Gaddafi estabeleceu forte aliança com o governo de Nasser.

Pouco tempo depois, em 1970, morre Gamal Abdel Nasser. Inconformado, Gaddafi começou a patrocinar e apoiar todos grupos, países e facções anti-americanas ou antiisraelenses de que tinha conhecimento, entre eles os Panteras Negras, o Fatah e alguns países do Oriente Médio, tentando dar continuidade ao trabalho de Nasser, que tanto admirara. Gaddafi teve, inclusive, ligação direta com o massacre de Munique, realizado no dia 5 de setembro de 1972, durante os Jogos Olímpicos , patrocinando e dando cobertura ao grupo que ficou conhecido como Setembro Negro. Onze atletas israelenses foram assassinados nesse epsódio.

Atuação como presidente

Em seu Livro Verde, lançado na década de 1970, Gaddafi expôs sua filosofia política, apresentando uma alternativa nacional ao socialismo e ao capitalismo, combinada com aspectos do islamismo. Em 1977 criou o conceito de Jamahiriya ou "Estado das massas", em que o poder é exercido através de milhares de "comitês populares".

Em 1982, como medida punitiva ao suposto patrocínio líbio a grupos terroristas, o governo norte-americano proibiu a importação de petróleo da Líbia. Em 1986, após um atentado a bomba numa discoteca de Berlim, quando morreram dois cidadãos norte-americanos, os EUA lançaram ataques aéreos contra em Trípoli e Benghazi e impuseram sanções econômicas contra o país. No final da década de 1980 o governo líbio foi acusado de envolvimento nos atentados contra aviões da Pan Am e da UTA, o que motivou a imposição de sanções também pela ONU, em março de 1992.

Após sua mulher e sua filha morrerem durante o bombardeio americano a Trípoli, Gaddafi distanciou-se superficialmente de suas alianças com grupos terroristas.

Em 1992 e 1993 a Organização das Nações Unidas impôs sérias sanções à Líbia acusando seu líder de financiar o terrorismo pelo mundo. Essas sanções foram suspensas em 1999.

Com o embargo econômico, juntamente com a queda de preço do petróleo nos mercados internacionais, a situação econômica do país deteriorou-se rapidamente, aumentando o descontentamento popular. [4] Em 1993, um grupo de altos oficiais do Exército liderou uma tentativa de golpe de estado, prontamente debelada pelo regime. Mais de 1500 pessoas foram presas e a cúpula militar foi completamente reestruturada.

Em 1998 o chefe de Estado líbio sofreu um atentado. Foi baleado, tendo sido operado às pressas. A nova tentativa golpe também fracassou e o regime foi mantido.

Na década de 2000 al-Gaddafi pagou integralmente indenizações às famílias dos mortos pelo atentado de Lockerbie. Na mesma década, o Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, diz ter desmantelado o arsenal nuclear líbio.

Muammar al-Khadafi e o ex-presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva, durante uma conferência na Nigéria, em 2006.

Em 2003 Kadafi anunciou que desistira das armas de destruição em massa e que pretendia juntar-se à guerra ao terror, eixo da política externa americana durante o governo Bush. Logo depois George W. Bush suspendeu as sanções contra a Líbia. Em seguida, os produtores de petróleo dos EUA e da Grã-Bretanha expandiram suas atividades no país. Empresas como BP, Exxon, Halliburton, Chevron, Conoco e Marathon Oil juntaram-se a gigantes da indústria bélica, como Raytheon e Northrop Grumman, e a multinacionais como Dow Chemical e Fluor bem como à poderosa firma de advocacia White & Case para formar a US-Libia Business Association, em 2005.[5]

Em maio de 2006 a Líbia saiu da lista negra (de embargos econômicos) dos Estados Unidos.

Muammar al-Qaddafi é um dos líderes mundiais que está há mais tempo no poder (desde 1969). Desde 2 de março de 1977 instaurou a "Grande Jamahiriya Árabe Líbia Popular e Socialista", nome que recebe oficialmente o estado líbio.[6] Jamairia (em árabe: ﺟﻤﺎﻫﻴﺮﻳﺔ) é um neologismo, geralmente traduzido como estado ou república das massas.

Guerra civil

Ver artigo principal: Guerra civil na Líbia

Em 2011, no bojo das revoltas sociais no norte da África, Gaddafi sofreu um ataque revolucionário por parte da oposição líbia e, em um sinal de ruptura com o governo, a delegação da Líbia na ONU acusou Kadafi de genocídio e fez um apelo por sua renúncia. Diversas autoridades, inclusive o ministro da Justiça, Mustafá Abdel Yalil, e diplomatas em diferentes países, renunciaram, em protesto contra o uso excessivo de força na repressão das manifestações. Diplomatas que representavam o governo de Kadafi na China, na Índia e na Liga Árabe deixaram seus cargos em protesto ao governo. De acordo com a organização americana Human Rights Watch, os protestos na Líbia deixaram pelo menos 233 mortos. Há relatos de que em apenas um dia 160 manifestantes teriam morrido. Após a renúncia das autoridades, Saif al-Islam Muammar Al-Gaddafi anunciou a criação de uma comissão para investigar episódios violentos durante os protestos. A comissão será dirigida por um juiz, e incluirá membros de organizações de direitos humanos líbias e estrangeiras. Uma coalizão de líderes muçulmanos líbios emitiu uma declaração dizendo que é obrigação de todo muçulmano se rebelar contra o governo líbio. [7]

Devido a indícios de crimes contra a humanidade cometidos pelas tropas do governo contra os rebeldes e civis líbios, nas áreas de insurreição e combate, em 16 de maio de 2011, Luis Moreno-Ocampo, Procurador-Chefe do Tribunal Penal Internacional, sediado em Haia, solicitou mandato internacional de captura e prisão contra o líder líbio, por crimes contra a Humanidade.[8]

Em agosto de 2011, as tropas do Conselho Nacional de Transição (CNT) lançaram-se sobre Trípoli e conquistaram a cidade. Apoiados pela OTAN, os rebeldes líbios atacaram várias outras cidades litorâneas até chegar a capital. Logo após a queda da cidade, Gaddafi, seus parentes e membros do seu governo fugiram. Para a comunidade internacional, Gaddafi não fala mais pelo povo líbio, tendo essa autoridade agora recaindo sobre o CNT.

Ver também

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Muammar Gaddafi

Referências

Ligações externas


Observação: Kaddafi é homossexual.