Nilópolis

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nilópolis
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Nilópolis
Bandeira
Brasão de armas de Nilópolis
Brasão de armas
Hino
Gentílico nilopolitano
Localização
Localização de Nilópolis no Rio de Janeiro
Localização de Nilópolis no Rio de Janeiro
Localização de Nilópolis no Rio de Janeiro
Nilópolis está localizado em: Brasil
Nilópolis
Localização de Nilópolis no Brasil
Mapa
Mapa de Nilópolis
Coordenadas 22° 48' 33.47" S 43° 24' 55.91" O
País Brasil
Unidade federativa Rio de Janeiro
Região metropolitana Rio de Janeiro
Municípios limítrofes Mesquita, São João de Meriti e Rio de Janeiro
Distância até a capital 37,8 km
História
Fundação 21 de agosto de 1947 (76 anos)
Administração
Prefeito(a) Alessandro Calazans (PMN)
Características geográficas
Área total [1] 19,157 km²
População total (Censo IBGE/2010[2]) 181 575 hab.
Densidade 9 478,3 hab./km²
Clima tropical (Aw)
Altitude 16 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 26500-001 até 26549-999
Indicadores
IDH (PNUD/2010[3]) 0,753 alto
 • Posição RJ: 9º
PIB (IBGE/2008[4]) R$ 1 347 246,082 mil
PIB per capita (IBGE/2008[4]) R$ 8 472,98
Sítio www.nilopolis.rj.gov.br (Prefeitura)

Nilópolis é um município da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, no Estado do Rio de Janeiro.

Integra a Região Metropolitana do Rio de Janeiro sendo um dos 13 municípios a integrar a região da Baixada Fluminense. Seu nome foi dado em homenagem ao presidente da república Nilo Peçanha. Localiza-se onde existia a antiga Fazenda São Mateus. Até hoje existe a capela de mesmo nome. O município é um dos menores do Brasil e recebeu presença de imigrantes de origem judaica e notavelmente imigrantes de origem sírio-libanesa nas primeiras décadas do século XX. A cidade congrega nilopolitanos de várias origens, desde interiorano-fluminenses a nordestinos, ainda há um pequeno cemitério judaico junto à pequena comunidade judaica no bairro de Olinda.

Suas maiores fontes de renda são o comércio e algumas poucas indústrias. A escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, treze vezes campeã do carnaval carioca e a maior vencedora da era Sambódromo com oito títulos[5], é a maior expressão da cidade. A agremiação é o maior orgulho dos nilopolitanos e é chefiada pela mesma família que detém o poder político na cidade, cujo patriarcado é exercido por Farid Abrahão David, e seu irmão, Anísio Abraão David.

História

Nilópolis foi parte integrante da capitania hereditária de São Vicente, que pertenceu a Martim Afonso de Sousa, em 1531, que a dividiu em sesmarias, doando grande parte a Brás Cubas, fundador de Santos, em São Paulo, constando três mil braças por costa do lombo do Salgado e nove mil braças para dentro do rio Meriti, correndo pela piaçaba de Jacutinga, habitada pelos índios jacutingas, em 1568.

Nessa sesmaria incluía-se Nilópolis, São João de Meriti, Nova Iguaçu e Duque de Caxias, até às fraldas do Gericinó, que depois foram transformadas em novas sesmarias e grandes fazendas.

Em 1621, a área denominada Fazenda de São Mateus, veio a pertencer a João Alvares Pereira, tendo os limites até a cachoeira dos engenhos de Francisco Dutra e André S. Mateus, entre a data da Cachoeira (rio Pioim), até parte da serra da Maxambomba (atual Nova Iguaçu).

Em 1637, João Álvares Pereira manda construir a Capela de São Mateus, no alto da colina de Nilópolis, de barro batido (adobe) pelos índios aqui existentes, já escravizados.

Nova Cidade. Foto de André Luiz Pereira Nunes

Sucedeu a João Álvares Pereira, Diogo Pereira, certamente seu parente, até o ano de 1700, quando as terras passam a pertencer a Domingos Machado Homem, cujo filho o Padre Mateus, casa a irmã Maria Gaga Machado com o capitão Manuel Pimenta Sampaio, em 1742.

Em 1747, a capela de São Mateus é elevada a matriz de São João de Meriti, dando origem à cidade, e recebe a visita do Monsenhor Pizzaro, em 1788, atestando o uso como curada, portanto, pronta para todos os atos da fé cristã.

Falecendo Domingos Machado Homem, casado com Joana de Barcelos, sucede-lhe o padre Mateus Homem Machado, que continuou a administrá-la com engenhos e grande produção de açúcar e aguardente que escoava no Porto da Pavuna.

Quando do falecimento do padre Mateus Homem Machado, do seu testamento consta que a fazenda tinha 1280 braças de terra, que fazem testada no rio Pavuna, que as dividia das terras de Oliveira Braga (engenho Nazaré, o atual bairro vizinho de Anchieta), correndo aos fundos com o rio chamado Cachoeira Pequena (Maxambomba), que divide as terras do capitão Manuel Correia Vasques. De uma banda partem as terras com o engenho da Pavuna, do capitão Inácio Rodrigues da Silva e da outra com terras do capitão Manuel Cabral de Melo e do ajudante Inácio Barcelos Machado.

E, no ano de 1779, seu proprietário é o alferes Ambrósio de Sousa Coutinho. A fazenda atinge seu esplendor com a produção de 30 caixas de açúcar e 14 pipas de aguardente, tendo uma população de 50 escravos sendo a mais importante da região.

O engenho situava-se na atual rua Antônio José Bittencourt (anteriormente rua Coronel Júlio de Abreu) esquina da rua Lúcio Tavares, e que através de um caminho, dava acesso à capela São Mateus, onde residiam e pernoitavam os sucessivos proprietários da área da então fazenda de São Mateus.

Vista de Nilópolis. Foto de André Luiz Pereira Nunes

Com a inauguração a 29 de março de 1858 da linha de trem da E.F.D Pedro II (posteriormente denominada Estrada de Ferro Central do Brasil), cortando a fazenda com destino a Queimados, a população nativa foi abandonando as terras, não só devido ao movimento abolicionista, como também por novas opções de mão-de-obra devido ao progresso e outras novas atividades.

E as terras da Fazenda São Mateus a partir de 1866, tinham como proprietários os capitalistas do Rio de Janeiro o Conde e o Barão de Bonfim, e por fim, Jerônimo José de Mesquita, que as negociou com o criador de cavalos e mulas, João Alves Mirandela, que tinha como sócio Lázaro de Almeida, conforme escritura lavrada no dia 22 de setembro de 1900, no valor de vinte e cinco contos de réis.

Da escritura consta que além das terras negociadas havia dois barracões e imóvel, que era a capela de São Mateus, e sede da fazenda que limitava-se pelo lado de Maxambomba (atual Nova Iguaçu) com a fazenda da Cachoeira, de propriedade do Barão de Mesquita e com as terras dos herdeiros de Antônio Rocha; pelo lado da Pavuna, com as terras dos herdeiros do capitão Augusto da Costa Barreto e Sebastião Alves de Almeida; pelo lado direito, com o Distrito Federal, com as terras da fazenda de Nazaré (Anchieta) e terras da fazenda do Cabral (do capitão Manuel Cabral).

João Alves Mirandela e seu irmão Manuel Alves Mirandela, grandes criadores de animais para o Exército, cercaram uma área, junto à cerca da fazenda do Gericinó, até que seu enteado Vitor Ribeiro de Faria Braga, convenceu-o a desmatar a fazenda para um possível loteamento.

Procedido ao desmatamento o mesmo enteado propôs a João Alves Mirandela que se fizesse uma planta da área, que foi aceito por um documento público, chamando o então engenheiro da Central do Brasil, Teodomiro Gonçalves Ferreira, para executar a planta da cidade que iria surgir das matas da fazenda.

E, já no final de 1913 os jornais anunciavam lotes medindo 12,50 m. por 50,00 m., em suaves prestações.

Um destes anúncios chamou a atenção do coronel Júlio de Abreu que veio pessoalmente conhecer a cidade que estava surgindo, e logo enamorou-se, comprando vários lotes e trazendo após, vários importantes amigos, objetivando erguer uma cidade promissora.

Ele mesmo construiu a primeira casa de pedra e cal, dando o nome de Vila Ema, em homenagem à sua esposa, inaugurando-a festivamente, com as presenças de comerciantes, banqueiros, políticos, homens públicos, ligados ao Rio de Janeiro, no dia 6 de setembro de 1914, marco de fundação da cidade de Nilópolis.

No mesmo local fundou o bloco do Progresso de São Mateus, depois de Nilópolis, sob sua inspiração e presidência, tendo como presidente de honra, Nilo Peçanha, que aqui esteve duas vezes, com o pensamento voltado para obter os melhoramentos de que uma cidade carece.

Estádio Joaquim de Almeida Flores, do Esporte Clube Nova Cidade. Foto de André Luiz Pereira Nunes

Foi através dele que a cidade teve imediatamente ligação d'água; ligação de luz e iluminação pública; agência do correio; escolas particulares e públicas; comunicação; horário de trens; pontes ligando ao Rio de Janeiro e Nova Iguaçu; serviço de profilaxia rural; bandas de música e uma grande revista "Nilópolis". Nilópolis, já se chamou parada de São Mateus; parada e estação de Engenheiro Neiva, em homenagem a Lucas Soares Neiva, construtor da parada e plataforma dos trens; e Nilópolis, em homenagem a Nilo Peçanha, a partir de 1° de Janeiro de 1921, grande benfeitor de Nilópolis, numa festividade inesquecível.

Nilópolis esteve por muito tempo vinculado e fazia parte integrante da vida de São João de Meriti, então quarto distrito de Nova Iguaçu, até que por solicitação do deputado Manuel Reis, pela Lei nº 1332, foi elevado a sétimo distrito de Nova Iguaçu a partir de 1916, com apenas dois anos de existência.

E seu desenvolvimento foi num crescendo extraordinário, graças ao empenho de sua população laboriosa até que estando em discussão a nova carta constitucional do estado do Rio de Janeiro, o Deputado Lucas de Andrade Figueira propôs uma emenda, promulgada a 20 de junho de 1947, transformando-se na Lei estadual nº 67, emancipando Nilópolis juntamente com São João de Meriti, e que se comemora a 21 de agosto de cada ano.

Porém, cometeu-se nesta emancipação uma flagrante injustiça, pois sendo a área de 22 km², que era a mesma da Fazenda de São Mateus, ficou reduzida a apenas 9 km², perdendo 5,60 km² para Gericinó; 5,60 km² para São João de Meriti e 1,80 km² para Nova Iguaçu.

No plano esportivo, a maior expressão futebolística do município é o Esporte Clube Nova Cidade, segunda agremiação esportiva da Baixada Fluminense a integrar a Primeira Divisão do estado do Rio de Janeiro, entre 1989 e 1990, após sagrar-se campeã estadual da Segunda Divisão, em 1988, e vice da Terceirona em 1986. O time manda os seus jogos no estádio Joaquim de Almeida Flores, que lhe pertence. Atualmente o Nova Cidade disputa a Terceira Divisão Estadual. O outro representante da cidade na mesma divisão é o Nilópolis Futebol Clube.

Subdivisões

Sua principal via de acesso é a Via Light, uma rodovia estadual que liga o bairro da Pavuna ao município de Nova Iguaçu. Também pode-se ter acesso para a cidade pela Avenida Brasil no bairro de Deodoro e seguindo por esta na Estrada Marechal Alencastro no sentido Anchieta que finaliza na Rua Cardoso de Castro na entrada no município. Futuramente no bairro Nossa Senhora de Fátima passará a Transbaixada, uma nova rodovia estadual que cortará o Rio Sarapuí já no limite do município de Mesquita.

Bairros
Bairro da Mina
Centro
Cabral
Cabuís
Cabuís II
Frigorífico
Manuel Reis
Nova Cidade
Novo Horizonte
Olinda
Paiol da Pólvora
Nossa Senhora de Fátima
Santos Dumont
Tropical
Manuel Reis II

O município possui 15 bairros oficiais.

Curiosidades

1. Nilópolis é um dos menores municípios do Brasil, com apenas 19 km quadrados, somente 9 km quadrados do município estão em perímetro urbano.

2. Nilópolis sedia uma das escolas de samba mais tradicionais e queridas do Brasil, a G.R.E.S Beija-Flor que foi 13 vezes campeã do Carnaval Carioca.

3. Se Nilópolis fosse bairro do Rio de Janeiro, seria o mais populoso da Zona Norte do Rio de Janeiro, superando até mesmo a população do bairro da Tijuca, já que esse bairro tem cerca de 140 mil habitantes e Nilópolis tem cerca de 180 mil habitantes.

4. Nilópolis é berço de várias personalidades artísticas como os atores Marcius Melhem, Catarina Abdala e Tereza Rachel (esta última falecida).

5. O prefeito Alessandro Calazans toma uma decisão polêmica: Fechar os acessos viários para abaixar o índice de criminalidade no município, já que este alegou que bandidos e traficantes de comunidades de Mesquita e São João de Meriti e do Complexo do Chapadão vem para o município roubar carros e praticar pequenos roubos e assassinatos. Moradores temem em acontecer uma nova guerra em Nilópolis com essas comunidades.

6. Nilópolis tem o melhor IDH da Baixada Fluminense, ocupando o 9*lugar.

Administração pública

Poder Executivo
Ver artigo principal: Lista de prefeitos de Nilópolis

O atual prefeito de Nilópolis é Alessandro Alves Calazans (PMN), natural desta cidade, Deputado, com ensino superior completo, eleito em 2012 pela primeira vez. Na eleição, teve o apoio dos partidos PSL, PR, PSDC, PRTB, PHS, PMN, PSDB e PPL, que formaram a coligação Unidos para Mudar Nilópolis. O atual vice-prefeito é Rodrigo Bilard Figueira da Silva, mais conhecido como Rodrigo Neca, do PR. [6]

Poder Legislativo

O Poder Legislativo é representado pela câmara municipal, composta por doze vereadores com mandato de 4 anos. Cabe aos vereadores na Câmara Municipal de Nilópolis, especialmente fiscalizar o orçamento do município, além de elaborar projetos de lei fundamentais à administração, ao Executivo e principalmente para beneficiar a comunidade.

  • Presidentes da câmara: Manuel Rosa, José Reginaldo de Oliveira, Jorge Henrique da Costa Nunes, (Dedinho) - PDT (2013-2014),

Referências

  1. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010 
  2. «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 29 de Julho de 2013.  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  4. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 dez. 2010 
  5. Buzzs (31 de janeiro de 2013). «Beija-Flor lidera em números de campeonatos na era Sambódromo». Consultado em 24 de fevereiro de 2013 
  6. Dados do candidato a prefeito Alessandro Calazans

Ligações externas

Wikcionário
Wikcionário
O Wikcionário tem o verbete Nilópolis.

Tópicos relacionados

Predefinição:Mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro