Teoria subjetiva do valor
A teoria subjetiva do valor é uma teoria do valor que explica que o valor de um produto não está em si mesmo mas sim na mente de quem quer adquirir. Isto é, o valor do produto não está relacionado com os produtos agregados ou trabalho realizado.[1][2] A esta teoria opõe-se a teoria do valor-trabalho. O valor subjetivo não é um estudo feito em evidências empíricas e é uma das mais importantes da Escola Austríaca de Economia. O valor só pode ser deduzido a priori. Em última análise os produtos só têm valor porque as pessoas desejam estes produtos. Logo, quanto mais as pessoas querem esses produtos, maior será o valor em causa.
Enquanto a versão desta teoria foi criada independentemente e quase em simultâneo e por William Stanley Jevons, Léon Walras e Carl Menger na segunda metade do século XIX[3], já tinha sido notificada na Idade Média e no Renascimento, mas sem ganhar aceitação unânime nessas épocas.[4]
Exemplo[editar | editar código-fonte]
Por hipótese, suponha-se uma loja de departamento que vende duas camisas. Ambas as camisas são feitas do mesmo material, segundo o mesmo processo de produção que demorou o mesmo tempo de trabalho, sendo feitas pela mesma empresa. No fim, elas têm o mesmo custo de produção. Porém uma está estampada com um padrão axadrezado e a outra camisa está estampada com listras. Há uma recente moda de camisas xadrez, aumentando a demanda por essa estampa. Então os consumidores atraídos pela moda pagam mais pela camisa xadrez do que a camisa listrada, mesmo sendo idênticas fisicamente.
Paradoxo da água e do diamante[editar | editar código-fonte]

O desenvolvimento da teoria subjetiva do valor foi em parte motivado pela necessidade de resolver o paradoxo do valor que confundira muitos economistas clássicos. Esse paradoxo, também chamado de descritivamente como o paradoxo da água e do diamante, surgiu quando o valor foi atribuído a coisas com a quantidade de trabalho que foi usado para a produção de um bem ou, alternativamente, para uma medida objetiva da utilidade de um bem. A teoria de que era a quantidade de mão-de-obra destinada a produzir um bem que determinava seu valor provou ser igualmente fútil porque alguém poderia se deparar com a descoberta de um diamante em uma caminhada, por exemplo, que exigiria trabalho mínimo, mas ainda assim o diamante ainda pode ser valorizado mais que a água.
A teoria subjetiva do valor foi capaz de resolver esse paradoxo ao perceber que o valor não é determinado pelos indivíduos que escolhem entre classes abstratas de bens, como toda a água do mundo versus todos os diamantes do mundo. Em vez disso, um indivíduo atuante é confrontado com a escolha entre quantidades definidas de bens, e a escolha feita por tal ator é determinada pelo bem que uma quantidade especifica satisfaz a maior preferência subjectivamente classificada do indivíduo, ou o fim mais desejado. [5]
Referências
- ↑ Menger, C. Principles of Economics p. 120 https://www.mises.org/sites/default/files/Principles%20of%20Economics_5.pdf
- ↑ Mises, Ludwig von. "Human Action", 2010, page 96.
- ↑ Stigler, George (1950) 'The Development of Utility Theory. I' The Journal of Political Economy
- ↑ Gordon, David. "An Introduction to Economic Reasoning", 2000.
- ↑ "Economics for Real People", 2004, p. 42.